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NENHUM DIREITO A MENOS

Há consenso de que a PEC/287 retira direitos dos trabalhadores brasileiros.

No dia 15 de março, teve início um movimento da sociedade civil, articulado pelos professores da rede estadual de Minas Gerais, contra a Reforma da Previdência Social. Conscientes da sua importância no contexto social, os professores tem reunido forças no sentido de despertar a população guanhanense para a luta de direitos adquiridos ao longo de anos e contestar através de manifestações diversas a proposta de Reforma da Previdência encaminhada pelo Presidente da República à Câmara Federal.

As mobilizações tiveram início aos 8/3, quando mulheres foram às ruas de Guanhães chamar a atenção da população para a causa feminina, e ganharam força, aos 15/3, quando representantes de diferentes classes trabalhadoras foram às ruas em passeata, dizendo não à PEC 287/2016. Em seguida, professores se organizaram em reuniões diárias para debaterem sobre o tema e articulação de ações concretas para promover, na sociedade local, o entendimento da situação social e política do Brasil nesse contexto obscuro forjado pelos grandes veículos de comunicação.

Professores distribuíram-se em diferentes grupos para mobilização das instituições e das suas lideranças. Foi proposto, aos 24/3, um Seminário sobre o tema para ajudar a esclarecer à população sobre o aspecto técnico e a conjuntura política diante da proposta de Reforma da Previdência. Na terça-feira, 28, uma caravana de professores sairá rumo à capital mineira, juntando-se a outros trabalhadores, para protestar na Assembleia Legislativa.

O momento é de luta! A conjuntura sociopolítica é delicada e nós, cidadãos trabalhadores, temos de unir forças para garantirmos que as batalhas, enfrentadas por tantos cidadãos que nos antecederam em busca de direitos sociais, não sejam vencidas pela nossa inércia. Cada um no seu lugar, onde se encontra, tem muito a fazer. Venha para a luta!

Dalila Duarte

Professora de História

“Entre São José e Deus não vemos e não devemos ver senão Maria, por sua divina Maternidade”. “São José, depois de Maria, é o maior de todos os Santos”

     “Eu gostaria de dizer a vocês também uma coisa muito pessoal. Eu gosto muito de São José porque é um homem forte e de silêncio. No meu escritório, eu tenho uma imagem de São José dormindo, e dormindo, ele cuida da Igreja. Quando eu tenho um problema ou uma dificuldade, eu o escrevo em um papelzinho e o coloco em baixo de São José, para que ele sonhe sobre isso. Isso significa: para que ele reze por este problema” – Papa Francisco.

O Papa Pio XI, em 08 de dezembro de 1870, proclamou São José Patrono Universal da Igreja, disse: “Entre São José e Deus não vemos e não devemos ver senão Maria, por sua divina Maternidade”. “São José, depois de Maria, é o maior de todos os Santos”.

Em 1956, o Papa Pio XII (1939-1958) instituiu a festa de São José Operário, a ser celebrada em rito duplo de primeira classe no dia 1º de maio, Dia Universal do Trabalho.

São Mateus afirma em seu Evangelho que São José “era um homem justo” (Mt 1,19). Isto, na linguagem bíblica, significa um homem repleto de todas as virtudes, de santidade completa, perfeito. Jesus quis ter um pai na terra: O anjo do Senhor, aparecendo-lhe em sonho, diz-lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo” (Mt. 1,20).

Coube a São José a grande honra de dar o nome ao Filho de Deus humanado. O Anjo lhe disse: “Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta” (Mt 1, 21-22).

Em uma aparição a Santa Margarida de Cortona, disse Jesus: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque me é caríssimo”.

Santo Afonso de Ligório (†1787), doutor da Igreja, garantia que todo dom ou privilégio que Deus concedeu a outro Santo também o concedeu a São José.

São Francisco de Sales (†1655), doutor da Igreja, diz que “São José ultrapassou, na pureza, os Anjos da mais alta hierarquia”.

São Jerônimo (†420), doutor da Igreja, diz que: “José mereceu o nome de “Justo”, porque possuía de modo perfeito todas as virtudes”.

São Bernardo (†1153), doutor da Igreja: “De sua vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”.

Se São José foi escolhido para Esposo de Maria, a mais santa de todas as mulheres, é porque ele era o mais santo de todos os homens. Se houvesse alguém mais santo que José, certamente seria este escolhido por Jesus para Esposo de Sua Mãe Maria. Nós não pudemos escolher nosso pai e nossa mãe, mas Jesus pôde, então, escolheu os melhores que existiam.

São Francisco de Sales disse ainda: “Oh! que divina união entre Nossa Senhora e o glorioso São José; união que tornava José participante de todos os bens de sua cara Esposa e o fazia crescer maravilhosamente na perfeição, pela contínua comunicação com Ela, que possuía todas as virtudes em grau tão alto, que nenhuma criatura o pode atingir”.

Testemunho de Santa Teresa de Ávila (†1582), doutora da Igreja, devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu:

“Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo como da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade.”

“Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus…De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.

No Evangelho consta que São José era carpinteiro: “Não é este o filho do carpinteiro?”(Mt 13, 55). Mas a expressão é mais genérica, pois diz “filius fabri”, quer dizer, filho de artesão.

A vocação de São José foi a de representante do Pai Eterno junto a seu Filho Unigênito na terra. Por isso os autores místicos o chamam de “Sombra do Pai Celeste”; um privilégio especial só a ele concedido. Isto nos faz lembrar a palavra que diz: “Eu sou o Senhor, esse é meu nome, a ninguém cederei minha glória, nem a ídolos minha honra” (Is 42,8).

São Basílio Magno (330-369), doutor da Igreja, diz: “Ainda que José tratasse sua mulher com todo afeto e amor e com todo o cuidado próprio dos cônjuges, entretanto se abstiveram dos atos conjugais” (Tratado da Virgem Santíssima, BAC, Madri, 1952, p. 36).

Papa Leão XIII disse na Encíclica Quam quam pluries: “Muitos Padres da Igreja, de acordo com a Sagrada Liturgia, acreditam que o antigo José, filho do Patriarca Jacó, tenha figurado a pessoa e o ministério do nosso São José, e simbolizado, com o seu esplendor, a grandeza e a glória do futuro Custódio da Sagrada Família.”

Eis o que diz a respeito São Bernardo, doutor a Igreja: “Lembra-te do grande Patriarca vendido para o Egito, e sabe que ele não só lhe herdou o nome, mas imitou-lhe também a castidade, mereceu-lhe a inocência e a graça. E se aquele José, vendido por inveja dos irmãos e conduzido ao Egito, prefigurou a venda de Cristo, o nosso José, fugindo da inveja de Herodes, levou Cristo para o Egito”.

Papa João Paulo II: “Precisamente em vista da sua contribuição para o mistério da Encarnação do Verbo, José e Maria receberam a graça de viverem juntos o carisma da virgindade e o dom do matrimônio. A comunhão de amor virginal de Maria e José, embora constitua um caso muito especial, ligado à realização concreta do mistério da Encarnação, foi todavia um verdadeiro matrimônio” (cf Exort. Apost. Redemptoris custos, 7).

São José é o patrono da boa morte: Santa Teresa, narrando a morte de suas filhas, devotas do Santo, dizia:

“Tenho observado que, no momento de exalar o último suspiro, gozavam inefável paz e tranqüilidade; sua morte assemelhava-se ao doce repouso da oração. Nada indicava que estivessem interiormente agitadas por tentações. Essas divinas luzes me libertaram o coração do temor da morte. Morrer parece-me agora o que há de mais fácil para uma alma fiel”.

 Enviado pelo seminarista Daniel Bueno.

                                                                     Com José – pensar novas masculinidades

Confesso que a figura de José me deixa inquieto. Uma mistura de encanto e angústia. Olho para o padroeiro aqui da nossa Catedral de Erechim, de tantas comunidades e da Igreja universal e sinto que, talvez, a imagem que é passada é de um homem cabisbaixo e triste. Tem a letra de uma música cantada pela Rita Lee chamada “José” que fala um pouco sobre isso. Num dos trechos diz:

Me lembro as vezes de você

Meu bom José, meu pobre amigo

Que desta vida só queria

Ser feliz com sua Maria!

Parece que faltou algo a José. Por outro lado, parece que ele teve tudo. Teve Maria. Teve Jesus. Teve fé. Teve trabalho. Teve silêncio. Não é minha vontade aprofundar as características de José, até porque, sobre ele se sabe muito pouco. Sabe-se mais do seu silêncio do que de sua palavra. Sabe-se mais da sua inquietude do que da sua vida. Sabe-se mais da sua sensibilidade do que do seu trabalho.

Talvez, algo que mereça destaque, é como São José nos ajuda a pensarmos novas masculinidades. Imaginemos: numa época machista, patriarcal em que sequer mulheres e crianças eram contadas, José se apresenta como um homem da escuta, do diálogo, da paciência e sensível a Maria e a situação da época. Maria aparecera grávida. Antes de apontar o dedo, antes de julgar, mesmo inquieto, José silencia e busca discernimento. Poderia, como era costume, julgar, condenar, “fazer o diabo” se quisesse… não o fez! Discerniu e “sonhou”. Deus ajudou nesse discernimento. O resultado foi acolhida, foi companheirismo, escuta e fidelidade.

Ainda vivemos marcas profundas do patriarcado. As instituições, de maneira geral, preservam grandes marcas machistas. As mulheres não tem acesso a muitos espaços ainda. Damos passos. José, com isso, nos ajuda sermos homens “novos” para reconhecermos o espaço da mulher. Necessariamente isso é critério: homens “velhos”, ou, noutras palavras, consciência velha, não vai ajudar dar passos. A postura de José ajuda. É, contudo, contraditória e provoca a pensar. Homem mesmo quem é? É o “pegador de todas”? É o dominador? É o “chefão”? É o julgador? É o dono da casa? José vai em outra direção: sensibilidade, inquietude, diálogo, harmonia, silêncio. Talvez o verdadeiro homem.

Valei-nos José! Ajude-nos a sermos “homens de verdade” e a repensarmos nossa postura masculina numa cultura que ainda mantém características bastante machistas e transforma isso em sutil consciência de grandiosidade. Que o 19 de março nos ajude a celebrar sua memória, mas, sobretudo, repensar nossa postura.

                                                                                                                                                    Pe Maicon A Malacarne

Dom Mol: a guinada conservadora ameaça os pobres

 

Os brasileiros precisamos ter a consciência da gravidade do momento político, social, econômico e moral que vivemos nos últimos meses. No difícil ano de 2016, o país viu-se diante de projetos e decisões congressuais – alguns já implementados – que claramente trarão em curto e médio prazos consequências graves para os trabalhadores e os pobres. O rotundo silêncio do presente contrasta, inexplicavelmente, com o rotundo barulho do ontem.

A conscientização e mobilização contra a chamada PEC 241 na Câmara Federal e PEC 55 no Senado, que mereceu nossa atenção e apoio, não lograram resultado. Como compreender a lógica do corte no social e na educação e ao mesmo tempo o aumento nos ministérios, nos salários de algumas categorias já bem enriquecidas em relação à grande massa de assalariados e desempregados no país? Assuntos outros como a polêmica reforma do ensino médio, a redução da maioridade penal, a reforma da Previdência Social, a transferência da responsabilidade pela demarcação das terras indígenas do Poder Executivo para o Legislativo, como inapetência do Estado frente ao contínuo agravamento das condições de vida das populações indígenas, as mudanças no estatuto do desarmamento, as alterações em leis trabalhistas, o preenchimento de inúmeros cargos importantes com políticos, empresários e juristas sob suspeita ou em adiantado processo de investigação apontam, infelizmente, para sérios retrocessos em diversas conquistas que resultaram da mobilização de milhões de brasileiros desde tempos antigos como o da Constituinte, por exemplo.

É inegável que são propostas que, a despeito das fartas justificativas e explicações de natureza econômica e financeira, significarão ainda mais riscos, perdas e sacrifícios para os pobres. Mas não apenas estes. Famílias da chamada classe média veem rapidamente diminuir seu poder de compra, tendo que adiar sonhos como o de possuir o imóvel próprio, aumentar a família, formar os filhos na universidade ou que seja viajar e descansar da rotina de trabalho, cada vez mais massacrante e, com a pretendida reforma da previdência, com perspectivas muito longínquas de aposentadoria. A mortalidade precoce ronda cada vez mais as micro e pequenas empresas, que mal conseguem pagar os salários de seus poucos funcionários.

Mas a reação governamental a isso tem sido, por um lado, a defesa dos interesses do grande capital e, por outro, a exigência de sacrifícios dos mais pobres e a agudização das condições de sobrevivência da microeconomia e da própria economia doméstica. Mais do que poupado, o sistema financeiro é novamente privilegiado. Como no mundo todo, os bancos vão bem melhor que o país. Aliás, difícil lembrar no Brasil algum momento em que banqueiros tenham reclamado de decisões econômicas. A mais terrível síndrome brasileira da Casa Grande & Senzala arraigada no modus operandi, faciendi e vivendi sociopolítico, governamental, empresarial e, assombremo-nos todos, também do Judiciário.

Se a economia é que, em geral, mais impacta as pessoas, não devemos nos distrair em relação aos outros setores da vida social. Um fenômeno que parece, ao mesmo tempo, se dar também em vários países do mundo, o Brasil testemunha neste momento uma triste desaceleração e recuo em iniciativas de resgate da dignidade popular. Somada à crise econômica que, como sempre, atinge de modo mais draconiano e covarde os empobrecidos, observamos, claramente, no país, na política e nos direitos sociais, uma guinada conservadora e neoliberal.

Importantes conquistas em termos dos dispositivos e dinâmicas de participação democráticas nas políticas públicas e diretamente nos governos dos municípios e estados via associações de bairros, de categorias profissionais, grupos sociais e redes de apoio comunitário vão se fragilizando e desmaterializando. É lamentável observar como a cidadania no Brasil, mantida historicamente em situação anêmica e emudecida, volta a ser constrangida, na exata hora em que se reanimava e reunia forças para erguer a cabeça e caminhar.

Pode-se mencionar aqui as paradoxais medidas de imputar penalmente os adolescentes – pessoa adulta em formação – e permitir que os recém-adultos possam portar armas de fogo, o que certamente não significará a diminuição ou maior controle da violência. Pelo contrário, tudo sugere que aumentará a verdadeira guerra civil que, anualmente, dizima dezenas de milhares de brasileiros em mortes por arma de fogo, especialmente os mais jovens e negros, muitos pelas forças que deviam proteger a população. Tragédia sobre a qual a sociedade simplesmente silencia.

Assim como também a mídia e a maior parte da sociedade não se pronunciam sobre o gravíssimo momento enfrentado pelas populações indígenas brasileiras. Nesses quase 30 anos de vigência da Constituição, que estabeleceu avanços importantes de proteção aos direitos indígenas e das populações tradicionais, essas comunidades estejam enfrentando hoje, talvez, os riscos mais graves do que em qualquer outro momento dessas três décadas. É a conclusão de um relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. O relatório chama a atenção para um aspecto que parece bem sintomático do Brasil atual, em que o Estado insiste em viver divorciado da sociedade civil. O país dispõe de uma série de disposições constitucionais exemplares em relação aos povos indígenas, mas não as aplica, e o que se percebe é a deterioração intensa das condições de vida desses povos.

Nenhuma nação pode realizar-se em meio a tanta desigualdade. É papel precípuo da Universidade não só expressar sua solidariedade às massas de pobres, trabalhadores empregados ou não, homens e mulheres de boa vontade e de todas as idades, como também contribuir para a formação da consciência crítica, cidadã, ecológica integral, progressista, ética, arejada, humanizada, inclusiva, justa e livre.

Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
Reitor da PUC Minas e Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte

Fonte: Canal Aberto – Newsletter da Reitoria – Março/Abril de 2017, n. 27.

 

Ética civil soberana

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

 

A sociedade convive com a lamentável perda da soberania da ética que, gradativamente, deixa de presidir a conduta cidadã e os funcionamentos institucionais diversos. E quando se desconsidera a soberania da ética, perde-se a credibilidade e a possibilidade de corrigir rumos. As consequências são as derrocadas que vão corroendo o tecido social e político. Não se confia mais no que deveria ser inquestionável: a palavra das pessoas, inclusive de líderes. Tornam-se escassos os que são merecedores de reconhecimento. E cada vez mais raras são as práticas alicerçadas em princípios que convençam os indivíduos, no mais recôndito de suas consciências, a agir conforme os valores que refletem o respeito incondicional à soberania da ética.

Hoje, infelizmente, vale tudo, conforme conveniências e interesses. Perde-se o rumo, pois quando se abandona a soberania da ética, a sociedade tende a descompassar-se violentamente. São produzidos cenários abomináveis que danificam a identidade social e política de uma nação. Tudo em consequência do desrespeito de governos e de segmentos variados que pautam seus funcionamentos nos interesses cartoriais e partidários. Por isso mesmo, o noticiário está repleto de referências aos esquemas de corrupção, às muitas formas de violência, às abomináveis ações que revelam a perda do sentido de respeito e de sacralidade da dignidade humana.

Considerações subjetivas, com a força arbitrária de relativização negativa, impactam no sistema de valores que deveriam ser capitaneados pela ética. Isso provoca uma deterioração do núcleo da consciência e escancara as portas para atos ilícitos. Assim, constata-se a falta de ética nas escolhas, nas decisões e nas atitudes. Uma situação ainda mais preocupante quando se considera que a formação da consciência cidadã requer longo percurso, com práticas cotidianas e a exemplaridade de testemunhos. Já a deterioração dessa consciência cidadã ocorre “da noite para o dia”, desencadeada pela hegemonia que se confere aos interesses relacionados à patológica ganância por dinheiro, às condutas que revelam mesquinhez e indiferença com o que é digno. Por isso, urgente é promover a recuperação da ética civil, com investimentos na dimensão moral da sociedade.

Sem esses investimentos, as reformas da sociedade ficam enfraquecidas. A racionalidade que poderia produzir avanços e garantir conquistas torna-se ineficaz pela ausência da ética civil.  Há, pois, urgência em priorizar a moralidade na sociedade contemporânea.  O pluralismo não pode jamais dispensar o compromisso e a responsabilidade de todos, particularmente de dirigentes, líderes e formadores de opinião, em colaborar com um projeto legítimo e unificador: o resgaste do gosto de ser honesto. Envergonhar-se das dinâmicas prejudiciais ao bem comum, com atentados à dignidade humana.  Se esse projeto unificador não for assumido, os segmentos sociais e políticos continuarão a gastar suas maiores e mais importantes forças na tentativa de recuperar os prejuízos da corrupção.

Toda a sociedade está desafiada a redesenhar ou retomar o horizonte ético e moral, que deve orientar desde as práticas mais simples do cotidiano até o respeito incondicional a leis e normas. Trata-se de caminho para garantir a justiça e a paz. Nesse sentido, é importante pautar a ética civil como prioridade e razão dos investimentos. É hora de assumir os valores próprios de uma ética civil soberana.

 

 

Quaresma: Consciência e conversão para os Biomas brasileiros – Uma reflexão

Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo

(Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e o Pampa, nossa casa comum)

(CF – 2017)

A Sagrada Escritura nos diz: “No princípio, criou Deus o céu e a terra” (Gn 1, 1), e para continuar a aprofundar e cuidar de sua obra Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semalhança” (Gn 1, 26). Por isso, entre muitos atributos que diferenciam o ser humano dos demais, como por exemplo, a razão, moral, honestidade, respeito, entre outros, certamente, a fraqueza humana não o deixa fora de todas estas características qualitativas . Assim, o tempo da quaresma com suas orientações pedagógicas, presenteia o cristão convidando-o a viver as mais ricas reflexões de fidelidade à Deus, de obediência à sua palavra e a jogar-se na sua misericórdia. É a grande oportunidade que nos é oferecida. Para engrandecer este tempo tão propício aos cristãos temos a Camapanha da Fraternidade que este ano nos orienta para uma de nossas grandes riquezas, a ecologia. Assim temos: “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”. O lema, fundamentado na Sagrada Escritura, nos orientando para a ordem do Criador: “Cultivar e guardar a criação.” (Gn 2,15). No Brasil, nossa grande casa comum, é notório que este grande  jardim que Deus criou por amor, o homem está degradando por ganância. Há uma velocidade acentuada na destruição da natureza e uma lentidão na sua recuperação. Biomas, para quem na sabe, são regiões que no seu todo formam um conjunto de vida vegetal, animal, climática e bacias hidrográficas. Tudo está interligado. No Brasil temos seis regiões-biomas, a saber: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e o Pampa. Todas as regiões estão sendo depredadas. O homem que devia ser cuidador da nossa casa comum tornou-se destruidor. O Meio Ambiente está cheio de chagas causadas pelo sistema econômico mundial e os modelos de crescimento. Eis, pois, a urgência da conversão ecológica que consiste em passar do consumo ao sacrifício, da avidez à generosidade, do desperdício à partilha. Precisamos cultivar o sentimento de casa comum e de família.

O lançamento da Campanha da Fraternidade no tempo da Quresma é muito oportuno. Neste tempo forte ouvimos palavras como penitência, arrependimento, jejum, conversão, que ao serem ouvidas por nós, quer nas liturgias eucarísticas, textos bíblicos, via sacras, pregações, palestras e nos meios de comunicação de caráter religioso, querem também nos interligar, ou seja, Igreja e sociedade, a começar pela comunidade onde estamos inseridos. Tudo isso são fontes maravilhosas que nos levam a um encontro com Deus e nós mesmos. Santo Antônio nos seus dizeres atesta: “a caridade é a alma da fé”. O grande taumaturgo assevera: “Quem não possui a caridade, mesmo que faça tudo muito bem feito, sempre trabalha em vão”. Quem pratica a caridade sempre está orando sem cessar. Por isso, o tempo da Quaresma é especial em sua metodologia espiritual. Neste tempo litúrgico encontramos à nossa disposição a misericórdia de Deus que no dizer do Papa Francisco “jamais se cansa de perdoar; nós é que nos cansamos de pedir perdão”. A Campanha da Fraternidade leva-nos a pedir perdão. Ela nos conscientiza do perigo e das conseqüências maléficas do “pecado cósmico”. Já nos diz São Paulo Apóstolo que “a criação geme e sofre dores de parto” (Rm 8,22). Que o texto base da Campanha da Fraternidade nos oriente. Todo nosso cuidado com a natureza tem seu fundamento no amor do Criador. Ele está presente em todo o Universo desde as pequeninas criaturas. Tudo o que existe é sinal da providência, sabedoria, beleza e amor de Deus.

O Papa Francisco, profeta de nossos tempos ao se dirigir a nós que habitamos o Planeta Terra, nos convida a uma “conversão ecológica, uma cultura ambiental e uma espiritualidade defensora da natureza”. A terra transformou-se num “depósito de lixo”, diz o Papa, e lamenta que muita gente ainda  tenha atitude  de indiferença, desinteresse, resignação, diante de tanta destruição. Na sua mensagem para a Campanha da fraternidade de 2017 na Igreja do Brasil o Pontífice nos diz: “O objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano, inspirado na passagem do Livro do Gênesis (cf. Gn 2,15), é cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. Como “não podemos deixar de considerar os efeitos da degradação ambiental, do modelo atual de desenvolvimento e da cultura do descarte sobre a vida das pessoas” (LS, 43). Este, precisamente, é um dos maiores desafios em todas as partes da terra, até porque as degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais”. Vamos juntos nesta quaresma buscar o melhor para nossa santificação pessoal e social, não esquecendo nosso ecossistema, vale dizer: Cuidar do meio ambiente a flora, fauna os microrganismos que nele habitam, e que incluem os fatores de equilíbrio geológico, atmosférico, meteorológico e biológico. Onde há luta, há coroa”. São João de Cruz conclui: “Não fujas dos sofrimentos, porque neles está a tua saúde”. Quaresma é isso. Pense nisso.

 

Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo

Professor do Seminário de Diamantina e da PUC – MG

Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina – MG

Membro da Academia Marial – Aparecida – SP

 

Ser ou não ser hipócrita

Evandro Alvarenga

Sei muito bem que, no mais profundo do meu coração, trago comigo muita coisa que se não vivesse em sociedade não traria, nem com o orgulho de quem tem uma riqueza incomensurável, nem como “um espinho na carne” do qual tento me livrar.

Eu, neste caso, sou um ser humano como todos os outros. Eu, neste caso, sou o que redige, ou o que lê, o que edita esse texto… Enfim, “eu somos nós”, criaturas do “Grande Eu Sou”, com tudo aquilo que temos de semelhança e diferença, que herdamos do criador e dos nossos genitores. Uma mistura fina de genética, energia, cultura e exercício. De teoria e prática. Fé e sentimento, contato e carinho, dor e cura.

Então, “eu” sei que se não tivesse nascido na família que nasci, se não tivesse sido educado e instruído, na teoria e na prática pela minha família e pela minha sociedade, dificilmente seria “eu”, como sou hoje. Nem por isso gosto nem defendo o pensamento de que somos produto do meio. Há sempre um momento para o livre arbítrio. Há sempre o momento em que assumo a tal mistura fina e com ela abro meu caminho. É nessas horas que individualmente trilhamos rumo a salvação ou à condenação de nossas almas.

Se temos uma dúzia de ovos (independente de como esses ovos chegaram até nós) podemos produzir omeletes, ou bolos, ou gemadas, claras em neve, doces, cremes, podemos também jogá-los em alguém, ou podemos não fazer nada disso. Podemos também deixar que sejam chocados e perpetuem a sua espécie, pensando em produção e riqueza… Podemos todas as coisas, somos livres! Podemos até fazer e dizer que não fizemos. Podemos também não fazer nada e assumir a dor ou a delícia de ser o que não somos. Ser ou não ser hipócrita? Eis a questão de agora.

Quantas vezes já ouvimos na rua ou em outros locais alguém dizer: ‘Para ser católico como aquele é melhor ser ateu!’ É isto o escândalo, que destrói, que manda abaixo.” Eis um trechinho de uma homilia recente do Papa Francisco numa missa no Vaticano. Essa semente foi acolhida por diversos tipos de solos. Dos mais férteis aos mais áridos e desérticos.  Muitos acolheram a mensagem, entenderam imediatamente a questão da autenticidade da vida cristã. Outros assustaram-se, sentiram-se acusados e perguntavam: “então é melhor ser ateu que cristão hipócrita?” ou “então o Papa está desestimulando os católicos ou os cristãos?”  A palavra no contexto em que foi anunciada, mesmo essencialmente “evangélica” falava da necessidade de ter a sinceridade e o comportamento  de uma criança. Do exemplo do amor vivido na prática, não apenas na aparência fingida de quem apenas se preocupa com a aparência, com o crescimento perante a opinião pública de uma instituição religiosa.

Neste espaço, eu o cronista sei que estou longe da autenticidade dos verdadeiros mestres cristãos. Sou praticamente um ateu. Não falo de não frequentar missas ou cultos ou cerimônias religiosas. Não falo de professar publicamente que acredito em Deus ou que tenho a convicção de coisas que não se vêm… Falo de viver o sim, sim e o não, não! Falo de amar o próximo e o distante… Até chegar no inimigo, que não nada mais que “eu”, um ser como eu mesmo, cujas razões eu desconheço, ou não compreendo. Falemos de um dos mestres que a bíblia nos mostra.

Um ateu chamado Saulo que perseguia os Cristãos e era terrível. Fazia um trabalho exemplar para o grupo ao qual pertencia. Via nos seguidores de Cristo uma ameaça para os governantes… Era poderoso e temido por que tinha grandes qualidades pela forma que foi criado e educado. Era fiel, convicto aos extremos. Um radical! Um homem culto, forte, corajoso e acima de tudo convicto, autêntico. Hipócrita? Ah! Isso não…

Alguém diria que ele seria hoje um grande líder político, do tipo “salvador da pátria” seja num país das maravilhas ou numa nação em crise. O fato de perseguir os cristãos não era exatamente o grande defeito desse “ateu”. Hoje pelo susto que esta palavra provoca tenho a impressão de que os ateus, ou os que não creem é que são perseguidos, até mesmo pelas imposições dos religiosos até nas cartas magnas das nações. Não quero ser advogado de Saulo. Mesmo por que Saulo, depois de seu encontro com algo muito superior a seus conhecimentos, preparação e convicção passou a se chamar Paulo. Mas não podemos dizer que Saulo (o ser como nós) tenha deixado de existir.

Afinal, nascer de novo, não é voltar ao ventre materno. Não é deixar de ser… é mudar de atitude. ATITUDE! Não somente de discurso, ou de grupo, nem de maneira de se vestir, ou se alimentar…

Penso eu que o líder Cristão, que espalhou o evangelho para todo o mundo. Que de perseguidor passou a ser perseguido. Que sofreu naufrágios e prisão… Que se não tivesse sido preso, talvez muitos princípios cristãos não seriam conhecidos por nós hoje, por meio das cartas ou epístolas que ele escreveu no cárcere.

Ouso dizer que é impossível alguém afirmar que é Cristão (seguidor de Cristo, independente da forma como manifesta isso) sem ter, pelo menos ouvido falar de algum dos ensinamentos transmitidos por Paulo. Sendo assim, por que ele se tornou tão importante para o mundo cristão?

Não quero discutir tais questões históricas ou bíblicas, nem mesmo sua teologia. O que quero ao mencionar o ateu que se tornou cristão de forma tão radical é que aquele ser fez tudo com a mais extrema dedicação, fidelidade.  Tanto o perseguidor, quanto o perseguido se fizeram com a mesma massa corpórea,  sempre na raiz, no fundamento de um ponto de vista. Foi fiel acima de tudo, jamais um hipócrita. Um falso… Alguém que tentava convencer alguém do que não era.

Desde os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, quando conhecemos o terrível Saulo até a sua derradeira carta, em momento algum, deixamos de perceber os traços da personalidade daquele ser. Talvez você discorde de mim, mas eu, este cronista Evandro José de Alvarenga, entendo que Paulo só se tornou o apóstolo que foi – mesmo não tendo sentado à mesa com Jesus, justamente, por não ser hipócrita. As qualidades do ateu Saulo, tais como, coragem, instrução, intrepidez, fidelidade… fundamentaram o caminho do pregador Paulo, do verdadeiro pregador das multidões…

Digo mais: o encontro com Cristo, fez Saulo abrir seus horizontes como ser humano. Ele entendeu bem o que recebeu de graça, a salvação. Que nada que fizesse poderia conseguir tal graça. Sua pregação então era fiel não para perseguir os antigos perseguidores, ou para condenar ateus ou pagãos. Queria viver para Cristo, não pela glória, mas pelo alegria que os novos horizontes lhe trouxeram. Não por dinheiro, poder, nem por aparência.

Hoje talvez Paulo seria um “divergente”, justamente pelos fundamentos da mensagem do evangelho à qual foi fiel até a morte. Tentou viver então sem hipocrisia os fundamentos de sua fé, como antes vivia sua descrença. A diferença: onde abundou o pecado, superabundou a graça! Isso não veio dele, é dom de Deus.

Então, quando leio entrevistas do Papa Francisco, mesmo quando noto que algumas de suas afirmações, por um mundo unido, chegam a assustar muita gente arraigada demais em costumes, percebo ali que os Paulos ainda existem. Da mesma forma, quando leio a obra do “ateu” José Saramago (Levantados do Chão, Ensaio sobre a Cegueira, Evangelho segundo Jesus Cristo…) tenho vontade de gritar: aleluia glória a Deus! Os Saulos, os autênticos ainda existem! Poucos cristãos conseguiram me ensinar de forma tão poderosa sobre humanidade, amor, aceitação, solidariedade, ética e democracia como Saramago, um ateu português.

Caio Fábio, um pastor cristão dos dias de hoje, chegou a dizer que deixou de ser “evangélico” para viver e pregar o evangelho. Assustou muita gente. Só quem percebeu que não se tratava de ação midiática, pode compreender e notar a autenticidade disso. O título dessa crônica, aliás é inspirado pela fala do papa Francisco que já citei acima. Boa parte dos católicos e dos cristãos não católicos perceberam a fala somente como fundamento de um “igrejismo exacerbado” quase tolo. Apenas faço a você leitor a pergunta que já me fiz antes de escrever esse comentário: a questão é ser católico? É ser cristão? É ser ateu? Ou ser hipócrita?

Sinto que o Papa, como vários outros anunciadores de Cristo neste mundo dito moderno estão nos convidando para fugir da hipocrisia. Ela é fruto da mentira, da corrupção do ser humano. Chamam todos nós (você, e e eles) para multiplicar os dons e características que recebemos de Deus e sejamos autênticos. Sem imitar, sem fazer cara de santo.

Tudo isso me fala de ser criança e assim viver um “Cristianismo puro e Simples”, como já diria em seu famoso livro, o escritor C.S.Lewis autor de Crônicas de Nárnia, aliás, um outro “ateu” que nos indica que a questão é ser autêntico, antes de tudo. Fala daquela pergunta da criança sorridente, da canção do Padre Zezinho que “… perguntou no meio de um sorriso, o que é preciso para ser feliz?” .  A resposta? Você a tem… todos nós, talvez, mesmo que não a adotemos.  A questão que importa é SER humano e não TER título, posição, status…

Então façamos perguntas e questões que nos levem a fugir da demagogia, dos preconceitos e da imposição dos poderosos. Para você que me acompanhou até aqui nessa crônica, e pensa em tudo isso, sugiro um conselho interessante do livro do Eclesiastes: “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria”. (Eclesiastes 9:10 – Biblia na Nova Versão Internacional).

Então, voltemos à velha indagação do teatro Shakesperiano: Ser ou não ser, eis a questão!

 

Livremo-nos dos nossos males, amém!

“O perigo em tempos de crise é buscar um salvador que nos devolva a identidade e nos defenda com muros”.

Três dias depois da posse de Donald Trump nos Estados Unidos, li a frase acima no site do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Ela me fez arregalar bem os olhos pois sob ela havia uma foto do Papa Francisco em destaque.  Ponderei o fato de que o instituto é órgão transdisciplinar da Universidade do Vale dos Sinos/RS, que visa apontar novas questões e buscar respostas para os desafios de nossa época, com base numa visão humanista e cristã. Ainda assim a montagem chamou minha atenção, pois não anunciava um artigo qualquer e sim, a transcrição uma entrevista do Papa concedida aos jornalistas Antonio Caño e Pablo Ordaz, publicada originalmente pelo jornal espanhol “El País” no dia 21 de janeiro. Continue lendo

Adaptação e readaptação na volta às aulas

* Por Edivoneide Andrade

Muitas crianças, sejam elas marinheiras de primeira viagem ou veteranas, apresentam resistência em retornar à rotina escolar. Diante desse comportamento, os pais devem ter uma postura precisa para evitar possíveis traumas e transtornos futuros. O segredo é dialogar, pois quando há uma conversa franca entre pais e filhos, esta atitude evita problemas com os pequenos, principalmente com aqueles que estão ingressando, pela primeira vez, na escola e requerem uma atenção especial por parte dos seus genitores. Continue lendo

“Globalização da Indiferença”

Em seu artigo publicado na última edição da revista Caros Amigos o escritor Frei Betto falou sobre a “Globalização da Indiferença”. Ele pincelou a mesma expressão da fala do papa Francisco durante o encerramento do terceiro encontro dos movimentos populares no Vaticano realizado no mês de novembro.

Traduzindo a indiferença dos governos perante ao maior problema da humanidade – em níveis mundiais, o artigo menciona dados de relatórios da ONU – segundo os quais em 2015 as nações gastaram US$ 1,7 trilhão (um trilhão e 700 bilhões de dólares) em armamentos. Continue lendo

Bíblia e Liturgia da Palavra: a espiritualidade do profeta Isaías para o Ano Litúrgico.

BÍBLIA E LITURGIA DA PALAVRA: A ESPIRITUALIDADE DO PROFETA ISAÍAS PARA O ANO LITÚRGICO.

Segundo a Dei Verbum “a Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida quer da Mesa da Palavra de Deus, quer da do Corpo de Cristo” (Dei Verbum. N. 21.). A leitura da Bíblia para a Igreja Católica tem algo de singular, pois através da Tradição Litúrgica, a Igreja propõe ao longo do Ano leituras bíblicas que fundamentam e ajudam na celebração dos Mistérios do Cristo; assim, “cada ação litúrgica está, por sua natureza, impregnada da Sagrada Escritura” (Verbum Domini. N. 52.). Desse modo a Constituição Dogmática sobre a Liturgia ao falar das presenças de Cristo e sua importância para a Mesa da Palavra diz que: “Cristo está presente na sua palavra, pois é ele quem fala quando na Igreja leem as Sagradas Escrituras” (Sacrossanctum Concilium.N. 7.). Por isso, a mesma Constituição diz “para que a Mesa da Palavra de Deus seja preparada com maior abundância, abram-se largamente os tesouros da Bíblia para que sejam lidas ao povo as partes mais importantes da Sagrada Escritura” (Sacrossanctum Concilium. N. 51.). Continue lendo

A Palavra do Pastor
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