A Pastoral Catequética, responsável pela Iniciação à Vida Cristã, realiza a nível de Diocese encontros mensais de formação virtualmente e três encontros presenciais com coordenadores das paróquias, proporcionando um espaço de reflexão, partilha , orientações e direcionamentos em consonância com o Regional Leste II, bispo diocesano, promovendo a unidade e o fortalecimento dos laços que unem a comunidade de fé.
No sábado, 02/12, foi realizado conforme o Cronograma anual de atividades o último encontro de 2023 . Iniciou-se com o café da manhã e a acolhida aos coordenadores com a Agendinha/2024, renovando o compromisso com a catequese para o próximo ano.
A Oração inicial foi marcada pela Ação de Graças pelos anos de trabalhos e pedidos de bênçãos e iluminações para o próximo ano e também pelos 40 anos do Documento 26 da CNBB. As coordenadoras que participaram do Evento em Aparecida no mês de setembro de 2023 foram as responsáveis pelo Momento Orante, contando com a ajuda do Diácono Ânderson. A seguir destacaram alguns números do Documento 26 essenciais para a nossa caminhada.
Durante o Encontro os participantes tiveram a oportunidade de comparar os desafios apresentados por eles no Processo de Escuta com os desafios da Catequese em todas as dioceses do Regional leste II , bem como um retorno aos seus pedidos , sugestões à Comissão e apresentação de abordagens pastorais necessárias para garantir que os catequistas estejam atualizados sobre as Diretrizes da Igreja para que possam aplicar as melhores práticas em suas atividades catequéticas.
Pe Wanderlei Rodrigues , assessor da Pastoral Catequética, participou do encontro e apresentou juntamente com Eliana, membro da Comissão Diocesana a síntese da “Escuta” realizada com os coordenadores, análise crítica com algumas sugestões.
O grupo foi surpreendido e agraciado com a chegada de Dom Otacilio que estava em missão em outra paróquia. Com certeza esse ” cuidado carinhoso” de nosso bispo diocesano em nossa caminhada, a presença dele nesses momentos , proporcionam a todo o grupo, ânimo e vigor renovados na missão.
“RE”apresentação da Coleção Deus Conosco, indicado pelo Regional, por Vera, também membro da Comissão enfatizando a importância de se preparar bem os encontros e celebrações e também pontuando que é um material muito dinâmico que oferece uma catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã, atenta às grandes características da inspiração catecumenal, num processo de amadurecimento da fé com foco principal no anúncio de Jesus Cristo.
Ao final do encontro, os participantes retornaram às suas paróquias levando consigo não apenas conhecimentos teológicos aprimorados, mas também um renovado entusiasmo e compromisso com a missão de educar na fé.
O Encontro Diocesano de Catequese desempenha um papel vital na formação contínua dos catequistas e na promoção de uma catequese viva, atuante e relevante em nossa Igreja particular de Guanhães.
Eliana Alvarenga e Vera Pimenta
membros da Comissão Diocesana
COMUNICADO
Em atenção às necessidades pastorais de nossa Diocese de Guanhães, reuniu-se o Conselho de Presbíteros sob a presidência de Dom Otacilio Ferreira de Lacerda, nosso Bispo Diocesano, para tratar das seguintes transferências de Padres e Diáconos em nossa Diocese de Guanhães.
Assim, a pedido do nosso Bispo Diocesano, comunico aos senhores Padres, Diácono e ao querido Povo de Deus da Diocese de Guanhães que a partir de janeiro de 2024 teremos as seguintes transferências:
1- O Pe. João Gomes Ferreira deixará a Paróquia Nossa Senhora da Pena, em Rio Vermelho e assumirá a Missão de Vigário Paroquial em São João Evangelista, auxiliando o Pároco Pe. Salomão Rafael Gomes Neto.
2- O Pe. Vinicius Lucas Pereira Brandão deixará a Missão de Vigário Paroquial em São João Evangelista assumindo a Missão de Administrador Paroquial, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Pito, em Guanhães.
3- O Pe. João Evangelista dos Santos deixará a Missão de Pároco das Paróquias Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Mato Dentro, Nossa Senhora Aparecida de Córregos e Santo Antônio do Norte (Tapera), no mesmo Município, assumindo a Missão de Pároco na Paróquia Nossa Senhora da Pena, em Rio Vermelho.
4- O Pe. José Adriano Barbosa dos Santos deixará a missão de Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Mato Dentro e assumirá a Missão de Pároco na Paróquia São Sebastião, em São Sebastião do Maranhão.
5- O Pe. Bruno Costa Ribeiro deixará a Missão de Pároco da Paróquia São Sebastião, em São Sebastião do Maranhão e assumirá a Missão de Pároco das Paróquias Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Mato Dentro, Nossa Senhora Aparecida de Córregos e de Santo Antônio do Norte (Tapera), ambas também no Município de Conceição do Mato Dentro-MG.
6- O Pe. Adão Soares de Souza deixará a Missão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Pito, em Guanhães e assumirá a Missão de Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Mato Dentro auxiliando ao Pe. Bruno. Assumirá como Vigário também das Paróquias Nossa Senhora Aparecida de Córregos e de Santo Antônio do Norte (Tapera), no mesmo Município de Conceição do Mato Dentro.
7- Pe. João Carlos de Sousa deixará a Missão de Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Braúnas, permanecendo apenas como Pároco da Paróquia São Sebastião, em Joanésia – MG.
8- O Pe. Filipe Ferreira Coelho deixará a Missão de Vigário Paroquial, assumindo como Administrador Paroquial a mesma Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Braúnas -MG.
9- O Diácono Anderson Alves da Rocha, deixará a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Mato Dentro, onde exerce o seu Ministério Diaconal, passando a exercer o Ministério Diaconal na Paróquia Santo Antônio, em Coluna-MG.
Que não faltem as luzes do Espirito Santo, a Força de São Miguel e a Proteção da Virgem Maria na Missão Evangelizadora em nossa Diocese de Guanhães.
Padre Dilton Maria Pinto
Chanceler da Cúria
“Até aqui o senhor tem nos ajudado”(1Sm 7, 12). São palavras que usamos do profeta Samuel para descrever aquilo que também experimentamos em nossa caminhada de fé. É bom confiar que Deus não nos deixa entregues à própria sorte, e que ele tem batalhado junto de nós a fim de cada vez mais nos configurarmos ao coração de teu Filho, Jesus Cristo, Senhor Nosso. Até aqui é a expressão que recapitula toda a nossa trajetória vocacional, a contar pelo dia em que Alisson e eu entramos pela primeira vez no Seminário Propedêutico São José, em Ubaporanga-Mg. Na época éramos sete os recém-chegados naquele ano, ingressamos em duas turmas consecutivas, no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, em Caratinga e Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus, em Diamantina onde prosseguimos com a nossa formação.
Até aqui, também pode ter sentido geográfico e existencial. Até nesta fase, nesta situação, no “inimaginável” o Senhor tem nos ajudado. Exclamação perfeita, depois de trocar em miúdos todo o Curso de Teologia (exame De Universa), mas até aqui o Senhor tem nos ajudado!
Como é imperativo que façamos valer cada tempo gasto para a efetivação do caminho que até aqui temos feito. Aos que entenderam nossa ausência (familiares e amigos), a nova família que formamos, aos formadores, nosso bispo diocesano e todo o clero, amigos seminaristas que têm tornado indiscutivelmente esta estada mais leve e frutífera, obrigado por estreitar laços. Independentemente de que ponto do caminho nos encontramos, persistimos com a mesma meta: Jesus Cristo, Nosso Senhor!
A celebração de agora assinala a transição para uma nova etapa, em cuja vinda nos comprometemos aos esforços desmedidos para a Construção do Reino de Deus, na Diocese de Guanhães. Sim, celebramos uma etapa significativa, o término da teologia. Na sexta, 24 de novembro, apresentamos o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ao Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus, na presença de padre Salomão Rafael, nosso formador e pároco de São João Evangelista. Eis nossos temas: 1) “Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco (Lc 22, 15). Uma hermenêutica da reforma litúrgica em Traditionis Custodes e Desiderio desideravi” (TCC de Alisson). 2) “A ressignificação do sofrimento na Unção dos Enfermos: análise teológica e perspectiva teopoética na obra Miserere de Adélia Prado” (Meu TCC).
Na sexta anterior, dia 17, o seminarista Sílvio Gomes nos trouxe uma valiosa contribuição com o tema: “A antropologia relacional dialógica de Romano Guardini”, encerrando o Curso de Filosofia. Esteve presente em sua exposição, padre João Evangelista, atualmente pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição e reitor do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Conceição do Mato Dentro-Mg.
Louvamos a Deus pela conclusão destas etapas e rogamos à Virgem Maria, assunta ao céu, copiosas bênçãos de Deus a todos nós. “E vos peço, Senhor, não deixeis inacabadas esta obra que fizeram vossas mãos” (Sl 137).
No próximo domingo, na Solenidade de Cristo Rei, além de encerrar o Ano Vocacional e celebrar o Dia dos Leigos na Igreja no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e as dioceses brasileiras darão início à Campanha para a Evangelização 2023, com o tema: “Em Belém, casa do pão, Deus nos faz irmãos”. A Campanha propõe a celebração dos 800 anos de criação por São Francisco de Assis do presépio, Admirável Sinal, e estimulará as famílias e comunidades católicas do país a montarem e a compartilharem fotos usando a hashtag: #presepioemcasa.
De acordo com o secretário executivo do Setor de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul, esta campanha quer ser uma ponte entre a Campanha da Fraternidade 2023, que tratou sobre a fome, e a de 2024, na qual abordaremos a amizade social. Serão três semanas intensas de mobilização, em vista do ponto alto que é a Coleta Nacional, dias 16 e 17 de dezembro, no terceiro domingo do Advento.
Para dinamizar a Campanha para a Evangelização, o Setor de Campanhas e Assessoria de Comunicação da CNBB e parceiros, como a Rádio Aparecida, televisões de inspiração católica TV Pai Eterno e Canção Nova, desenvolveram uma série de materiais para redes sociais, spots e programetes para rádios católicas, texto-base e pequenos vídeos que circularão nas televisões de inspiração católicas do país. As dioceses receberam o envelope para a Coleta Nacional, dias 16 e 17/12.
Materiais da Campanha para a Evangelização – Material para redes sociais, rádios, tvs e também 4 roteiros com conteúdo formativo e celebrativos com seus respectivos links de acesso. Todo o material também está disponível para download no site campanhas.cnbb.org.br. Acesse (aqui)
A Igreja celebrará em 2025 mais um Jubileu ordinário. O Papa Francisco escolheu o tema “Peregrinos da Esperança” e indicou que a preparação para esse momento levasse em conta a oração e o estudo dos documentos do Concílio Vaticano II. Aqui no Brasil, uma equipe de animação foi montada para articular as ações nacionais em relação ao Jubileu 2025.
O arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Justino de Medeiros Silva, coordena a equipe de animação do Jubileu no país. Para ele, a escolha do tema pelo Papa Francisco representa “uma percepção do quanto a esperança é importante no tempo da história que estamos vivendo”. Ele considera que o estabelecimento desse grupo de animação nacional seja um sinal da acolhida da Igreja do Brasil ao apelo do Papa.
“Em razão dessa preparação, haverá o encontro em Brasília com o sub-prefeito do Dicastério para a Nova Evangelização, dom Rino Fisichella. Ele vem de Roma para animar na compreensão do que é o Jubileu 2025 e também trazer sugestões e dialogar conosco a partir das nossas experiências eclesiais”, conta dom João Justino.
Para este encontro, que será realizado nos dias 29 e 30 de janeiro de 2024, cada diocese é convocada a enviar no mínimo um representante para momentos de aprofundamento e para que, segundo dom João Justino, “possamos assim, juntos, nessa bela diversidade que compõe tudo que é nacional, pela extensão do Brasil, compormos um projeto, uma programação que valorize todos os setores da vida da Igreja”.
Entre os temas previstos para a reflexão durante o encontro, estão os “Desafios para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”; “O Jubileu na Bíblia” e “Perspectivas para o Jubileu no Brasil”. Já dom Rino Fisichella vai conduzir as reflexões sobre os anseios do Papa Francisco com o Jubileu, “O que vai acontecer no Jubileu” e “Como operacionalizar o Jubileu da Esperança”.
Na útlima semana, três encontros foram oportunidades para alavancar as articulações para o Jubileu. Uma reunião virtual que colocou à mesa a Assessoria de Comunicação da CNBB, a Pastoral da Comunicação nacional (Pascom Brasil) e a associação católica de comunicação Signis Brasil foi ocasião para pensar iniciativas de divulgação do Jubileu.
Durante a reunião do Conselho Permanente, os bispos deram sugestões de iniciativas que podem ser promovidas em âmbito nacional de modo a favorecer a participação de todos os fiéis, especialmente nas iniciativas de oração e peregrinações. Também a reunião do Grupo de Assessores foi momento de recolher indicações para a equipe de trabalho.
– As dioceses são convidadas a promover a centralidade da oração individual e comunitária, propondo peregrinações e percursos ou escolas de oração que envolvam todo o povo de Deus.
– Videoaulas sobre os Cadernos do Concílio em parceria com o Regional Sul 2;
– Elaboração de uma cartilha para compreender o Jubileu 2025;
– Lives de divulgação dos Cadernos do Concílio;
– Envolver as TVs de inspiração católica nas iniciativas sobre a oração;
– Recuperar as iniciativas de oração já motivadas pelas dioceses e regionais;
– Símbolo concreto para algum tipo de peregrinação.
Fonte: CNBB
Na manhã de quarta-feira, 22 de novembro de 2023, o Clero Diocesano de Guanhães convergiu para um encontro especial dedicado ao estudo aprofundado da terceira edição do Missal Romano. O evento contou com a assessoria do Pe. Geraldo Dias Buziani, Assessor de Liturgia da Arquidiocese de Mariana/MG.
O bispo diocesano, Dom Otacilio Ferreira de Lacerda, proferiu uma inspiradora frase durante a abertura do encontro: “Conhecer bem para celebrar melhor”. Esta mensagem ressoou como um lembrete da importância da constante busca pelo conhecimento e aprimoramento, especialmente no contexto litúrgico, para enriquecer as celebrações e fortalecer a vivência da fé na comunidade.
O encontro, marcado pela presença do Pe. Geraldo Dias Buziani, proporcionou aos membros do clero uma oportunidade única de aprofundamento nas mudanças e nuances da terceira edição do Missal Romano. O assessor de liturgia compartilhou informações cruciais sobre a natureza da liturgia, destacando a sua relação intrínseca com a história da salvação, através do sacrifício eucarístico e dos sacramentos.
A Celebração Eucarística foi destacada como mais do que uma reencenação da última Ceia, sendo a ritualização sacramental do sacrifício da cruz.
O Pe. Geraldo Dias Buziani elucidou que as palavras e gestos de Jesus na última Ceia transformam o evento em uma profecia da cruz, tornando presente o Calvário. A Eucaristia foi apresentada como a forma ritual e ontológica da última Ceia, antecipando ritualmente a morte de Cristo para permitir que os fiéis compreendam profundamente o significado de seu sacrifício.
O encontro não apenas fortaleceu o entendimento do Clero Diocesano sobre o Missal Romano, mas também destacou a importância de uma abordagem contínua à formação litúrgica. A Diocese de Guanhães reafirma assim seu compromisso com a Evangelização e a celebração litúrgica, refletindo o espírito de aprendizado constante e aprimoramento para enriquecer a vida espiritual de seus fiéis.
Caríssimos Presbíteros, Diácono, Agentes de Pastoral e Amado Povo de Deus da Diocese de Guanhães, com vistas às Eleições Municipais do próximo ano, que mais uma vez serão realizadas em meio às crises de ordem moral, ética, econômica, política e planetária, apresentamos as “Orientações Gerais” para bem acompanharmos o processo eleitoral de 2024 em toda a nossa Diocese de Guanhães.
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Realizou-se, de 17 a 19 de novembro, a 48ª Reunião do ECC Regional Leste 2 em Poços de Caldas, MG, na Diocese de Guaxupé, com o tema “Família: Vocação, Serviço e Missão” e lema “O Senhor fez em mim maravilhas, Santo é seu nome (Lc 1,49)”. Durante o encontro, refletimos profundamente sobre a realidade do ECC em nossas Dioceses, buscando estratégias eficazes para fortalecer este Serviço-Escola, que desempenha um papel crucial no apoio às famílias em sua jornada de fé.
Contamos com a participação especial do Padre Valter Guedes de Oliveira, Diretor Espiritual Diocesano da Província de Diamantina, e dos Casais Padilha e Ducarmo (Ligação Setorial da Província de Diamantina), Cristóvão e Janicy (Casal Diocesano até 31/12), e Wagner e Aderlainy (Casal Diocesano a partir de 01/01/2024).
Pedimos suas orações por este importante Serviço-Escola de nossa Igreja, para que seus membros estejam sempre animados e comprometidos, especialmente em nossa Diocese de Guanhães, contribuindo significativamente para o fortalecimento das famílias.
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O VII DIA MUNDIAL DOS POBRES
XXXIII Domingo do Tempo Comum
19 de novembro de 2023
«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7)
1. O Dia Mundial dos Pobres, sinal fecundo da misericórdia do Pai, vem pela sétima vez alentar o caminho das nossas comunidades. Trata-se duma ocorrência que se está a radicar progressivamente na pastoral da Igreja, fazendo-a descobrir cada vez mais o conteúdo central do Evangelho. Empenhamo-nos todos os dias no acolhimento dos pobres, mas não basta; a pobreza permeia as nossas cidades como um rio que engrossa sempre mais até extravasar; e parece submergir-nos, pois o grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade ergue-se cada vez mais forte. Por isso, no domingo que antecede a festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, reunimo-nos ao redor da sua Mesa para voltar a receber d’Ele o dom e o compromisso de viver a pobreza e servir os pobres.
«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7). Esta recomendação ajuda-nos a compreender a essência do nosso testemunho. Deter-se no Livro de Tobite, um texto pouco conhecido do Antigo Testamento, eloquente e cheio de sabedoria, permitir-nos-á penetrar melhor no conteúdo que o autor sagrado deseja transmitir. Abre-se diante de nós uma cena de vida familiar: um pai, Tobite, despede-se do filho, Tobias, que está prestes a iniciar uma longa viagem. O velho Tobite teme não voltar a ver o filho e, por isso, deixa-lhe o seu «testamento espiritual». Foi deportado para Nínive e agora está cego; é, por conseguinte, duplamente pobre, mas sempre viveu com a certeza que o próprio nome exprime: «O Senhor foi o meu bem». Este homem que sempre confiou no Senhor, deseja, como um bom pai, deixar ao filho não tanto bens materiais, mas sobretudo o testemunho do caminho que há de seguir na vida. Por isso diz-lhe: «Lembra-te sempre, filho, do Senhor, nosso Deus, em todos os teus dias, evita o pecado e observa os seus mandamentos. Pratica a justiça em todos os dias da tua vida e não andes pelos caminhos da injustiça» (Tb 4, 5).
2. Como salta à vista, a recordação, que o velho Tobite pede ao filho para guardar, não se reduz simplesmente a um ato da memória nem a uma oração dirigida a Deus. Faz referência a gestos concretos, que consistem em praticar boas obras e viver com justiça. E a exortação torna-se ainda mais específica: «Dá esmolas, conforme as tuas posses. Nunca afastes de algum pobre o teu olhar, e nunca se afastará de ti o olhar de Deus» (Tb 4, 7).
Muito surpreendem as palavras deste velho sábio. Não esqueçamos, de facto, que Tobite perdeu a vista precisamente depois de ter praticado um ato de misericórdia. Como ele próprio conta, desde a juventude que se dedicou a obras de caridade, «dando muitas esmolas aos meus irmãos, os da minha nação que comigo tinham sido levados cativos para a terra dos assírios, em Nínive (…), fornecendo pão aos esfomeados e vestindo os nus e, se encontrava morto alguém da minha linhagem, atirado para junto dos muros de Nínive, dava-lhe sepultura» (Tb 1, 3.17).
Por causa deste seu testemunho de caridade, viu-se privado de todos os seus bens pelo rei, ficando na pobreza completa. Mas, o Senhor precisava ainda dele! Foi-lhe devolvido o seu lugar de administrador e ele não teve medo de continuar o seu estilo de vida. Ouçamos a sua história, que hoje nos fala também a nós: «Pela festa do Pentecostes, que é a nossa festa das Semanas, mandei preparar um bom almoço e reclinei-me para comer. Mas, ao ver a mesa coberta com tantas comidas finas, disse a Tobias: “Filho, vai procurar, entre os nossos irmãos cativos em Nínive, um pobre que seja de coração fiel, e trá-lo para que participe da nossa refeição. Eu espero por ti, meu filho”» (Tb 2, 1-2). Como seria significativo se, no Dia dos Pobres, esta preocupação de Tobite fosse também a nossa! Ou seja, convidar para partilhar o almoço dominical, depois de ter partilhado a Mesa Eucarística. A Eucaristia celebrada tornar-se-ia realmente critério de comunhão. Aliás, se ao redor do altar do Senhor temos consciência de sermos todos irmãos e irmãs, quanto mais visível se tornaria esta fraternidade, compartilhando a refeição festiva com quem carece do necessário!
Tobias fez como o pai lhe dissera, mas voltou com a notícia de que um pobre fora morto e deixado no meio da praça. Sem hesitar, o velho Tobite levantou-se da mesa e foi enterrar aquele homem. Voltando cansado para casa, adormeceu no pátio; caíram-lhe nos olhos excrementos de pássaros, e ficou cego (cf. Tb 2, 1-10). Ironia do destino! Pratica um gesto de caridade e sucede-lhe uma desgraça… Apetece-nos pensar assim, mas a fé ensina-nos a ir mais a fundo. A cegueira de Tobite tornar-se-á a sua força para reconhecer ainda melhor tantas formas de pobreza ao seu redor. E, mais tarde, o Senhor providenciará a devolver ao velho pai a vista e a alegria de rever o filho Tobias. Quando chegou este momento, «Tobite lançou-se-lhe ao pescoço e, chorando, disse: “Vejo-te, filho, tu que és a luz dos meus olhos!” E continuou: “Bendito seja Deus e bendito o seu grande nome! Benditos os seus santos anjos! Que seu nome esteja sobre nós e benditos sejam todos os seus anjos, pelos séculos sem fim! Ele puniu-me, mas eis que volto a ver Tobias, o meu filho”» (Tb 11, 13-14).
3. Podemos questionar-nos: Donde tira Tobite a coragem e a força interior que lhe permitem servir a Deus no meio dum povo pagão e amar o próximo até ao ponto de pôr em risco a própria vida? Estamos diante dum exemplo extraordinário: Tobite é um marido fiel e um pai carinhoso; foi deportado para longe da sua terra e sofre injustamente; é perseguido pelo rei e pelos vizinhos de casa… Apesar de ânimo tão bom, é posto à prova. Como muitas vezes nos ensina a Sagrada Escritura, Deus não poupa as provações a quem pratica o bem. E porquê? Não o faz para nos humilhar, mas para tornar firme a nossa fé n’Ele.
Tobite, no período da provação, descobre a própria pobreza, que o torna capaz de reconhecer os pobres. É fiel à Lei de Deus e observa os mandamentos, mas para ele isto não basta. A solicitude operosa para com os pobres torna-se-lhe possível, porque experimentou a pobreza na própria pele. Por isso, as palavras que dirige ao filho Tobias constituem a sua verdadeira herança: «Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7). Enfim, quando nos deparamos com um pobre, não podemos virar o olhar para o lado oposto, porque impediríamos a nós próprios de encontrar o rosto do Senhor Jesus. E notemos bem aquela expressão «de algum pobre», de todo o pobre. Cada um deles é nosso próximo. Não importa a cor da pele, a condição social, a proveniência… Se sou pobre, posso reconhecer de verdade quem é o irmão que precisa de mim. Somos chamados a ir ao encontro de todo o pobre e de todo o tipo de pobreza, sacudindo de nós mesmos a indiferença e a naturalidade com que defendemos um bem-estar ilusório.
4. Vivemos um momento histórico que não favorece a atenção aos mais pobres. O volume sonoro do apelo ao bem-estar é cada vez mais alto, enquanto se põe o silenciador relativamente às vozes de quem vive na pobreza. Tende-se a ignorar tudo o que não se enquadre nos modelos de vida pensados sobretudo para as gerações mais jovens, que são as mais frágeis perante a mudança cultural em curso. Coloca-se entre parênteses aquilo que é desagradável e causa sofrimento, enquanto se exaltam as qualidades físicas como se fossem a meta principal a alcançar. A realidade virtual sobrepõe-se à vida real, e acontece cada vez mais facilmente confundirem-se os dois mundos. Os pobres tornam-se imagens que até podem comover por alguns momentos, mas quando os encontramos em carne e osso pela estrada, sobrevêm o fastídio e a marginalização. A pressa, companheira diária da vida, impede de parar, socorrer e cuidar do outro. A parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) não é história do passado; desafia o presente de cada um de nós. Delegar a outros é fácil; oferecer dinheiro para que outros pratiquem a caridade é um gesto generoso; envolver-se pessoalmente é a vocação de todo o cristão.
5. Damos graças ao Senhor porque há tantos homens e mulheres que vivem a dedicação aos pobres e excluídos e a partilha com eles; pessoas de todas as idades e condições sociais que praticam a hospitalidade e se empenham junto daqueles que se encontram em situações de marginalização e sofrimento. Não são super-homens, mas «vizinhos de casa» que encontramos cada dia e que, no silêncio, se fazem pobres com os pobres. Não se limitam a dar qualquer coisa: escutam, dialogam, procuram compreender a situação e as suas causas, para dar conselhos adequados e indicações justas. Estão atentos tanto à necessidade material como à espiritual, ou seja, à promoção integral da pessoa. O Reino de Deus torna-se presente e visível neste serviço generoso e gratuito; é realmente como a semente que caiu na boa terra da vida destas pessoas, e dá fruto (cf. Lc 8, 4-15). A gratidão a tantos voluntários deve fazer-se oração para que o seu testemunho possa ser fecundo.
6. No 60º aniversário da Encíclica Pacem in terris, é urgente retomar as palavras do Santo Papa João XXIII quando escrevia: «O ser humano tem direito à existência, à integridade física, aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida: tais são especialmente a nutrição, o vestuário, a moradia, o repouso, a assistência sanitária, os serviços sociais indispensáveis. Segue-se daí, que a pessoa tem também o direito de ser amparada em caso de doença, de invalidez, de viuvez, de velhice, de desemprego forçado, e em qualquer outro caso de privação dos meios de sustento por circunstâncias independentes da sua vontade» (n. 11).
Quanto trabalho temos ainda pela frente para tornar realidade estas palavras, inclusive através dum sério e eficaz empenho político e legislativo! Não obstante os limites e por vezes as lacunas da política para ver e servir o bem comum, possa desenvolver-se a solidariedade e a subsidiariedade de muitos cidadãos que acreditam no valor do empenho voluntário de dedicação aos pobres. Isto, naturalmente sem deixar de estimular e fazer pressão para que as instituições públicas cumpram do melhor modo possível o seu dever. Mas não adianta ficar passivamente à espera de receber tudo «do alto». E, quem vive em condição de pobreza, seja também envolvido e apoiado num processo de mudança e responsabilização.
7. Mais uma vez, infelizmente, temos de constatar novas formas de pobreza que se vêm juntar às outras descritas já anteriormente. Penso de modo particular nas populações que vivem em cenários de guerra, especialmente nas crianças privadas dum presente sereno e dum futuro digno. Ninguém poderá jamais habituar-se a esta situação; mantenhamos viva toda a tentativa para que a paz se afirme como dom do Senhor Ressuscitado e fruto do empenho pela justiça e o diálogo.
Não posso esquecer as especulações, em vários setores, que levam a um aumento dramático dos preços, deixando muitas famílias numa indigência ainda maior. Os salários esgotam-se rapidamente, forçando a privações que atentam contra a dignidade de cada pessoa. Se, numa família, se tem de escolher entre o alimento para se nutrir e os remédios para se curar, então deve fazer-se ouvir a voz de quem clama pelo direito a ambos os bens, em nome da dignidade da pessoa humana.
Além disso, como não assinalar a desordem ética que marca o mundo do trabalho? O tratamento desumano reservado a muitos trabalhadores e trabalhadoras; a remuneração não equivalente ao trabalho realizado; o flagelo da precariedade; as demasiadas vítimas de incidentes, devidos muitas vezes à mentalidade que privilegia o lucro imediato em detrimento da segurança… Voltam à mente as palavras de São João Paulo II: «O primeiro fundamento do valor do trabalho é o próprio homem. (…) O homem está destinado e é chamado ao trabalho, contudo antes de mais nada o trabalho é “para o homem”, e não o homem “para o trabalho”» (Enc. Laborem exercens, 6).
8. Este elenco, já em si mesmo dramático, dá conta apenas de modo parcial das situações de pobreza que fazem parte da nossa vida diária. Não posso deixar de fora, em particular, uma forma de mal-estar que aparece cada dia mais evidente e que atinge o mundo juvenil. Quantas vidas frustradas e até suicídios de jovens, iludidos por uma cultura que os leva a sentirem-se «inacabados» e «falidos». Ajudemo-los a reagir a estas instigações nocivas, para que cada um possa encontrar a estrada que deve seguir para adquirir uma identidade forte e generosa.
É fácil cair na retórica, quando se fala dos pobres. Tentação insidiosa é também parar nas estatísticas e nos números. Os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs com os seus valores e defeitos, como todos, e é importante estabelecer uma relação pessoal com cada um deles.
O Livro de Tobias ensina-nos a ser concretos no nosso agir com e pelos pobres. É uma questão de justiça que nos obriga a todos a procurar-nos e encontrar-nos reciprocamente, favorecendo a harmonia necessária para que uma comunidade se possa identificar como tal. Portanto, interessar-se pelos pobres não se esgota em esmolas apressadas; pede para restabelecer as justas relações interpessoais que foram afetadas pela pobreza. Assim «não afastar o olhar do pobre» leva a obter os benefícios da misericórdia, da caridade que dá sentido e valor a toda a vida cristã.
9. Que a nossa solicitude pelos pobres seja sempre marcada pelo realismo evangélico. A partilha deve corresponder às necessidades concretas do outro, e não ao meu supérfluo de que me quero libertar. Também aqui é preciso discernimento, sob a guia do Espírito Santo, para distinguir as verdadeiras exigências dos irmãos do que constitui as nossas aspirações. Aquilo de que seguramente têm urgente necessidade é da nossa humanidade, do nosso coração aberto ao amor. Não esqueçamos: «Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198). A fé ensina-nos que todo o pobre é filho de Deus e que, nele ou nela, está presente Cristo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).
10. Este ano completam-se 150 anos do nascimento de Santa Teresa do Menino Jesus. Numa página da sua História de uma alma, deixou escrito: «Compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos atos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração: “Ninguém, disse Jesus, acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas coloca-a sobre o candelabro para alumiar todos os que estão em casa”. Creio que essa luz representa a caridade, que deve iluminar e alegrar, não só os que são mais queridos, mas todos aqueles que estão na casa, sem excetuar ninguém» (Manuscrito C, 12rº: História de uma alma, Avessadas 2005, 255-256).
Nesta casa que é o mundo, todos têm direito de ser iluminados pela caridade, ninguém pode ser privado dela. Possa a tenacidade do amor de Santa Teresinha inspirar os nossos corações neste Dia Mundial, ajudar-nos a «nunca afastar de algum pobre o olhar» e a mantê-lo sempre fixo no rosto humano e divino do Senhor Jesus Cristo.
Roma – São João de Latrão, na Memória de Santo António, Patrono dos pobres, 13 de junho de 2023.
FRANCISCO
Aconteceu, entre os dias 10 e 12 de novembro, o Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional do Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou a sua 44ª Assembleia Anual Eletiva, em Belo Horizonte (MG).
Neste ano, o evento teve como tema “Equipes Vocacionais Paroquiais” e foi conduzido pela Irmã Maristela Ganassini, da Congregação Filhas do Sagrado Coração de Jesus. Além de momentos de espiritualidade e reflexão também aconteceu a eleição da nova coordenação do SAV/PV em Minas Gerais.
A assembleia contou com 44 participantes, entre eles padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas representando 16 dioceses mineiras.
De acordo com Pe. Rodrigo de Carvalho Silva, coordenador do SAV/PV no Leste 2, foi um espaço de fraterna comunhão, participação ativa e partilha. “Queremos avaliar as iniciativas e traçar novas metas para uma boa animação vocacional em nossas paróquias, dioceses, províncias e eleger a nova coordenação do Regional”, analisou.
Dom Nivaldo dos Santos Ferreira, bispo auxiliar de Belo Horizonte e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada, também acompanhou o primeiro dia do evento.
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No domingo, 12 de novembro, os participantes elegeram a nova coordenação do SAV/PV Leste 2 para o quadriênio 2024-2027, sendo:
Coordenador: Pe. João Rafael Marques de Oliveira, arquidiocese de Montes Claros;
Vice coordenador: Pe. Hélio de Oliveira Filho, diocese de Sete Lagoas;
Secretário: Pe. Rogério Consentino de Aguiar, arquidiocese de Uberaba;
Representante leiga: Kelly Katielly Santos Zuba, arquidiocese de Montes Claros
Representando a CRB: Ir. Ana Célia de Oliveira, CIC, Congregação das Irmãs Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Castres.
Fonte: https://cnbbleste2.org/