“Entre São José e Deus não vemos e não devemos ver senão Maria, por sua divina Maternidade”. “São José, depois de Maria, é o maior de todos os Santos”

     “Eu gostaria de dizer a vocês também uma coisa muito pessoal. Eu gosto muito de São José porque é um homem forte e de silêncio. No meu escritório, eu tenho uma imagem de São José dormindo, e dormindo, ele cuida da Igreja. Quando eu tenho um problema ou uma dificuldade, eu o escrevo em um papelzinho e o coloco em baixo de São José, para que ele sonhe sobre isso. Isso significa: para que ele reze por este problema” – Papa Francisco.

O Papa Pio XI, em 08 de dezembro de 1870, proclamou São José Patrono Universal da Igreja, disse: “Entre São José e Deus não vemos e não devemos ver senão Maria, por sua divina Maternidade”. “São José, depois de Maria, é o maior de todos os Santos”.

Em 1956, o Papa Pio XII (1939-1958) instituiu a festa de São José Operário, a ser celebrada em rito duplo de primeira classe no dia 1º de maio, Dia Universal do Trabalho.

São Mateus afirma em seu Evangelho que São José “era um homem justo” (Mt 1,19). Isto, na linguagem bíblica, significa um homem repleto de todas as virtudes, de santidade completa, perfeito. Jesus quis ter um pai na terra: O anjo do Senhor, aparecendo-lhe em sonho, diz-lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo” (Mt. 1,20).

Coube a São José a grande honra de dar o nome ao Filho de Deus humanado. O Anjo lhe disse: “Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta” (Mt 1, 21-22).

Em uma aparição a Santa Margarida de Cortona, disse Jesus: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque me é caríssimo”.

Santo Afonso de Ligório (†1787), doutor da Igreja, garantia que todo dom ou privilégio que Deus concedeu a outro Santo também o concedeu a São José.

São Francisco de Sales (†1655), doutor da Igreja, diz que “São José ultrapassou, na pureza, os Anjos da mais alta hierarquia”.

São Jerônimo (†420), doutor da Igreja, diz que: “José mereceu o nome de “Justo”, porque possuía de modo perfeito todas as virtudes”.

São Bernardo (†1153), doutor da Igreja: “De sua vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”.

Se São José foi escolhido para Esposo de Maria, a mais santa de todas as mulheres, é porque ele era o mais santo de todos os homens. Se houvesse alguém mais santo que José, certamente seria este escolhido por Jesus para Esposo de Sua Mãe Maria. Nós não pudemos escolher nosso pai e nossa mãe, mas Jesus pôde, então, escolheu os melhores que existiam.

São Francisco de Sales disse ainda: “Oh! que divina união entre Nossa Senhora e o glorioso São José; união que tornava José participante de todos os bens de sua cara Esposa e o fazia crescer maravilhosamente na perfeição, pela contínua comunicação com Ela, que possuía todas as virtudes em grau tão alto, que nenhuma criatura o pode atingir”.

Testemunho de Santa Teresa de Ávila (†1582), doutora da Igreja, devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu:

“Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo como da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade.”

“Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus…De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.

No Evangelho consta que São José era carpinteiro: “Não é este o filho do carpinteiro?”(Mt 13, 55). Mas a expressão é mais genérica, pois diz “filius fabri”, quer dizer, filho de artesão.

A vocação de São José foi a de representante do Pai Eterno junto a seu Filho Unigênito na terra. Por isso os autores místicos o chamam de “Sombra do Pai Celeste”; um privilégio especial só a ele concedido. Isto nos faz lembrar a palavra que diz: “Eu sou o Senhor, esse é meu nome, a ninguém cederei minha glória, nem a ídolos minha honra” (Is 42,8).

São Basílio Magno (330-369), doutor da Igreja, diz: “Ainda que José tratasse sua mulher com todo afeto e amor e com todo o cuidado próprio dos cônjuges, entretanto se abstiveram dos atos conjugais” (Tratado da Virgem Santíssima, BAC, Madri, 1952, p. 36).

Papa Leão XIII disse na Encíclica Quam quam pluries: “Muitos Padres da Igreja, de acordo com a Sagrada Liturgia, acreditam que o antigo José, filho do Patriarca Jacó, tenha figurado a pessoa e o ministério do nosso São José, e simbolizado, com o seu esplendor, a grandeza e a glória do futuro Custódio da Sagrada Família.”

Eis o que diz a respeito São Bernardo, doutor a Igreja: “Lembra-te do grande Patriarca vendido para o Egito, e sabe que ele não só lhe herdou o nome, mas imitou-lhe também a castidade, mereceu-lhe a inocência e a graça. E se aquele José, vendido por inveja dos irmãos e conduzido ao Egito, prefigurou a venda de Cristo, o nosso José, fugindo da inveja de Herodes, levou Cristo para o Egito”.

Papa João Paulo II: “Precisamente em vista da sua contribuição para o mistério da Encarnação do Verbo, José e Maria receberam a graça de viverem juntos o carisma da virgindade e o dom do matrimônio. A comunhão de amor virginal de Maria e José, embora constitua um caso muito especial, ligado à realização concreta do mistério da Encarnação, foi todavia um verdadeiro matrimônio” (cf Exort. Apost. Redemptoris custos, 7).

São José é o patrono da boa morte: Santa Teresa, narrando a morte de suas filhas, devotas do Santo, dizia:

“Tenho observado que, no momento de exalar o último suspiro, gozavam inefável paz e tranqüilidade; sua morte assemelhava-se ao doce repouso da oração. Nada indicava que estivessem interiormente agitadas por tentações. Essas divinas luzes me libertaram o coração do temor da morte. Morrer parece-me agora o que há de mais fácil para uma alma fiel”.

 Enviado pelo seminarista Daniel Bueno.

                                                                     Com José – pensar novas masculinidades

Confesso que a figura de José me deixa inquieto. Uma mistura de encanto e angústia. Olho para o padroeiro aqui da nossa Catedral de Erechim, de tantas comunidades e da Igreja universal e sinto que, talvez, a imagem que é passada é de um homem cabisbaixo e triste. Tem a letra de uma música cantada pela Rita Lee chamada “José” que fala um pouco sobre isso. Num dos trechos diz:

Me lembro as vezes de você

Meu bom José, meu pobre amigo

Que desta vida só queria

Ser feliz com sua Maria!

Parece que faltou algo a José. Por outro lado, parece que ele teve tudo. Teve Maria. Teve Jesus. Teve fé. Teve trabalho. Teve silêncio. Não é minha vontade aprofundar as características de José, até porque, sobre ele se sabe muito pouco. Sabe-se mais do seu silêncio do que de sua palavra. Sabe-se mais da sua inquietude do que da sua vida. Sabe-se mais da sua sensibilidade do que do seu trabalho.

Talvez, algo que mereça destaque, é como São José nos ajuda a pensarmos novas masculinidades. Imaginemos: numa época machista, patriarcal em que sequer mulheres e crianças eram contadas, José se apresenta como um homem da escuta, do diálogo, da paciência e sensível a Maria e a situação da época. Maria aparecera grávida. Antes de apontar o dedo, antes de julgar, mesmo inquieto, José silencia e busca discernimento. Poderia, como era costume, julgar, condenar, “fazer o diabo” se quisesse… não o fez! Discerniu e “sonhou”. Deus ajudou nesse discernimento. O resultado foi acolhida, foi companheirismo, escuta e fidelidade.

Ainda vivemos marcas profundas do patriarcado. As instituições, de maneira geral, preservam grandes marcas machistas. As mulheres não tem acesso a muitos espaços ainda. Damos passos. José, com isso, nos ajuda sermos homens “novos” para reconhecermos o espaço da mulher. Necessariamente isso é critério: homens “velhos”, ou, noutras palavras, consciência velha, não vai ajudar dar passos. A postura de José ajuda. É, contudo, contraditória e provoca a pensar. Homem mesmo quem é? É o “pegador de todas”? É o dominador? É o “chefão”? É o julgador? É o dono da casa? José vai em outra direção: sensibilidade, inquietude, diálogo, harmonia, silêncio. Talvez o verdadeiro homem.

Valei-nos José! Ajude-nos a sermos “homens de verdade” e a repensarmos nossa postura masculina numa cultura que ainda mantém características bastante machistas e transforma isso em sutil consciência de grandiosidade. Que o 19 de março nos ajude a celebrar sua memória, mas, sobretudo, repensar nossa postura.

                                                                                                                                                    Pe Maicon A Malacarne

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