Quem é Jesus para nós? Vejamos com os olhos da fé (Jo 1,1-14)
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. João, um enviado de Deus, veio dar testemunho dessa verdadeira Luz. O verbo se fez carne e habitou entre nós, o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Assim nós lemos quando vamos fazer a leitura do prólogo do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João.
No tempo de Jesus, acreditava-se que a vinda do Messias seria precedida pelo envio de Elias, que prepararia o povo para a chegada do Salvador, restaurando a Lei de Moisés (cf. Mt 3,22ss). Havia, naquele tempo, uma expectativa messiânica muito grande por parte dos Judeus. O Messias seria aquele que iria restaurar a Aliança feita entre Deus e seu povo e destituir as autoridades por sua infidelidade.
João, aquele que batizava com água, incomodava com suas pregações, e o povo queria saber se era ele o Messias. E João disse ser a “voz que grita no deserto”, critica o sistema existente e chama a atenção das autoridades, não para a sua pessoa, mas para a sua pregação que anuncia alguém que chega depois dele e que já está presente. Ele veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todos os homens.
ANTES JESUS ERA O VERBO. E O VERBO SE FEZ CARNE
Antes de ser gerado Jesus fazia parte de Deus, estava nele. Quando lemos na Bíblia: “EU SOU aquele que é… EU SOU me enviou até vós… este é meu nome para sempre… (Ex 3,14-15), aquele Deus que falava com Moisés, que viu e ouviu o clamor do seu povo. O próprio Deus, criador de todas as coisas que armou sua tenda e fez morada no meio de nós. Jesus é esse mesmo Deus, encarnado. O Deus que se fez homem e habitou entre nós.
A Palavra se fez carne. Jesus é a Palavra que veio como homem e habitou entre nós. Jesus é a imagem do Deus invisível que se fez homem para revelar a nós quem é Deus e nos mostrar o caminho para se chegar até Deus. A encarnação de Jesus, ou seja, o seu ministério de Filho vem com o seu nascimento aqui na terra e se coloca na sua missão de nos dar a conhecer quem é Deus. O que Deus quer é se revelar, ser conhecido na pessoa de Jesus. Jesus vive plenamente a sua humanidade e nela revela que é o Pai, e o seu amor incondicional por nós. Não acreditar que Jesus é o Deus encarnado é não acreditar nele como Salvador, mas apenas como profeta.
A BELEZA COMO TRANSMISSORA DA FÉ
Maravilhar-se com a beleza da presença do Deus que vem e se faz humano no meio de nós, precisa-se situar-se em meio a beleza do mundo em que vivemos, todas criadas por Deus, valorizá-las. É nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes que cada pessoa pode perceber o seu dom criativo e artístico ofertado por Deus. E, a partir de suas percepções, pode sentir-se atraída para o silêncio e a contemplação, procurando o encontro com Deus, o grande Artista da criação.
Nos tempos atuais parece ser difícil perceber a delicadeza de Deus, mas precisamos redirecionar o nosso olhar, assim como os reis magos que procuravam o menino-Deus nos palácios, mas foram encontrá-lo em meio aos pastores, num estábulo. O nascimento de Jesus é para nós a renovação de toda nossa vida. A cada ano somos chamados a fazer uma reciclagem em nossa forma de vida, tirar os vernizes que acumulam para deixar transparecer a beleza da essência do ser humano criado por Deus.
Jesus é a fonte de toda a beleza, de toda esperança, pois nele a redenção da humanidade, prometida e profetizada se cumpriu. Que ainda hoje possamos viver o Natal com a mesma esperança de outrora, com entusiasmo, pois ele continua sendo a fonte da qual jorra luz, energia, ânimo e esperança e nos levam a acreditar que a vida tem sentido, que o futuro é possível e o mundo pode e deve ser melhor. Fazer crescer a esperança que nasce do Natal, exige de nós abertura, acolhida e generosidade para também sermos estrela da esperança para outro.
Aprendamos com Jesus – fazendo-se homem, vivendo e convivendo no meio de nós, coloca-se a serviço do Reino de Deu e nos revela a Vontade do Pai. Jesus é a presença; é a ação de Deus em nossa história. Mostra-nos como Deus tem sempre o seu olhar direcionado para o nosso coração e derrama graças, não se preocupando com as nossas aparências, mas com o nosso agir.
Aprendamos também com Maria: Cantemos com Maria o Magnificat, canto de louvor e gratidão a Deus. Ela, na sua fidelidade e perseverança, coloca em prática o seu sim dado a Deus. “Faça-se em mim segundo a tua vontade”. O Espírito se alegra em Deus meu salvador. O seu testemunho demonstra sua entrega a Deus, e vive a alegria, mesmo diante das dificuldades, na certeza de que Deus continua dirigindo seu olhar para a pequenez de sua serva. Demonstremos, através de nossos gestos e atitudes, a gratidão. Através da gratidão revela um coração grandioso. Um coração que crê. Crê em um Deus que se fez homem, encarnou-se e habitou entre nós.
Fonte: Blog Catequese Hoje – Por Neuza Silveira de Souza (Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte).
“A melhor forma de acabar com o erro é educando com o Amor.”
Geralmente, quando se pensa em apologia a primeira coisa que vem à mente de muitos é “defesa da fé”, apesar de ser uma defesa da fé, a apologia é essencialmente esclarecimento da fé. A preocupação dos apologistas em explicar a fé é muito maior que rebater as deturpações que são ditas sobre ela. Logicamente ao explicar a fé eles também refutam as visões erradas, mas como uma consequência do ato primeiro de explicá-la. Refiro-me aos apologistas no presente, pois eles não cessaram na antiguidade cristã, estão presentes nos tempos hodiernos.
A explicação da fé é de extrema importância, pois mostra como ela é capaz de, por si mesma, extirpar compreensões erradas, desde que bem vivida e compreendida. Uma vez foi dito por uma santa pessoa: “Muitos saem da Igreja por falta de catequese, por não conhecerem a fé que diziam professar”. E o que é a catequese senão ensinamento e esclarecimento da fé, nada mais do que uma boa apologia para as ignorâncias, inclusive as nossas. Nesse sentido, não só os aclamados escritores apologistas dos primeiros séculos podem receber o título de “apologistas”, “defensores da fé”, mas todos que se preocupam e se dedicam ao ensinamento e explicação da fé buscando acabar com as incompreensões acerca dela: catequistas, seminaristas, diáconos, padres, bispos, o Santo Padre o Papa dentre outros anônimos.
Não é necessário ataque ao que pensa contrário ou interpreta de forma errônea o que pelos cristãos é professado. A melhor e mais delicada maneira de lidar com as incompreensões acerca da fé é fazendo com que ela seja compreendida, sem brigas ou impondo um pensamento, que pode até estar correto, mas que com o autoritarismo se torna malvisto e ignorado. Eis uma das obras de misericórdia espiritual que muito bem define a apologia: ensinar os ignorantes. Nada mais, nada menos, apenas explicar a fé, isto é, educar com a fé, na fé e pela fé.
No livro de 1Reis Deus se apresenta a Elias em uma brisa leve; vem o furacão, o terremoto, o fogo e em nenhum deles Deus estava, mas na brisa leve, e na brisa leve Elias reconhece Deus (Cf. 1Rs 19, 10-15). Deus se impõe pela sutileza, não pela força. A força obriga, a sutileza convida, pois não violenta, apenas dá espaço para que o outro responda e aceite a mais forte evidência no ser discreto. É o que São João nos diz: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32).
Portanto, ao pensar em apologia, estendamos nosso olhar para além da fronteira da polarização que vê tudo como em um ringue de batalha. Em muitas ocasiões, o melhor jeito de vencer uma guerra não é atacando, mas defendendo. Defesa que se faz não pela força, mas pela pedagogia de Jesus: educar pelo amor, pois só quem ama oferece o bem quando recebe o mal.
EVANILTON SANTOS GONÇALVES
Seminarista da Diocese – 1° ano de Configuração (Teologia).
Nos últimos dois séculos a humanidade vivenciou consideráveis avanços na área da produção industrial devido a evolução das tecnologias de automação, alargando sucessivamente as metas de produção. Esse fenômeno, aliado às políticas econômicas e sociais, elevaram consideravelmente o padrão de vida de grande parcela das sociedades ocidentais. A evolução tecnológica dinamizou e otimizou a escala produtiva de bens de consumo, elevando a sociedade ao nível sociológico denominado de sociedade industrial avançada (MARCUSE, 2015). Porém, a promessa dos direitos e liberdades que a sociedade industrial promoveu não atingiu os princípios fundamentais de liberdade que se supôs. A liberdade de pensamento e autodeterminação foi substituída pela satisfação das necessidades. A compreensão de liberdade como autonomia do pensamento e da crítica foi gradativamente suprimida, substituída pelo conceito de liberdade como superação das necessidades materiais que o sistema industrial pode proporcionar.
O progresso técnico produtivo da sociedade industrial alcançou uma tal capacidade de organização capaz não apenas de fornecer os subsídios necessários para satisfazer as demandas das cidades, mas também a de promover uma racionalização da vida da sociedade como um todo. O processo de racionalização opera simultaneamente uma supressão da individualidade e consequentemente uma limitação da liberdade que acontece de forma silenciosa. Este fenômeno de alienação é mascarado pelo conforto material, devido a superação das necessidades materiais. “Uma não-liberdade confortável, muito agradável, racional e democrática prevalece na civilização industrial avançada, um sinal do progresso técnico” (MARCUSE, 2015, pg.41).
O amplo acesso aos bens de serviço e consumo acomodou os cidadãos em uma situação aparentemente confortável na qual o desejo de autonomia crítica e mesmo a capacidade de resistência ao sistema vigente perde força. A sociedade industrial avançada, como a vivenciamos, consegue impor seus princípios próprios ao mesmo tempo que suprime forças de oposição ao seu status quo. Com o passar do tempo, vários princípios do capital – sistema que domina a produção e a cultura – são incorporados à vida social sem que se tome consciência da privação de sua liberdade. Estruturou-se então um método de silenciar a resistência ao sistema dominante (político-econômico). Trata-se de uma versão moderna da tática do pão e circo, para distrair a base da sociedade que, mesmo sendo numerosa, não possui força devido à falta de articulação. “Diante de um crescente padrão de vida, a não-conformidade com o sistema parece ser socialmente inútil, ainda mais, se isso acarretar desvantagens econômicas e políticas concretas e ameaçar o bom funcionamento do todo” (MARCUSE, 2015, pg.42).
A forma como a sociedade ocidental contemporânea está tecnologicamente organizada desde sua industrialização, fez com que um caráter essencialmente totalitário fosse sutilmente incutido em seu sistema, uma vez que, por totalitária, se entende também uma coordenação técnico-econômica pacífica que manipula as necessidades dos indivíduos a fim de alcançar interesses próprios. Dessa forma essa sociedade se mostra totalitária, não por possuir caráter terrorista e violento, mas por manipular os interesses e as necessidades dos indivíduos, a fim de satisfazê-los e consequentemente enfraquecer a oposição ao próprio sistema. Tem-se no cenário social uma alienação disfarçada, sustentada pela cultura do consumo em massa, e sua base é o materialismo.
Segundo o filósofo Herbert Marcuse (MARCUSE, 2015), o grau de liberdade de uma sociedade não está relacionado à autonomia na escolha dos bens e serviços disponíveis na ampla variedade do mercado, uma vez que esses mesmos bens e serviços podem mascarar princípios que sustentam a dominação e a dependência ao sistema. A adesão às necessidades impostas pela cultura não denota autoconsciência nem tão pouco a liberdade dos cidadãos, antes comprovam a eficácia do processo de alienação. A verdadeira liberdade está associada intrinsecamente ao âmbito privado no qual o indivíduo é e permanece ele mesmo, porém esse âmbito foi afetado pelos interesses do capital – poder que controla o sistema – a ponto de que processos psicológicos de introjeção fazem-no perder sua individualidade. O enfraquecimento da individualidade – na qual reside o poder crítico da razão – é resultado do próprio processo pelo qual a sociedade industrial aliena e combate a oposição, expandindo sua ideologia – consumista, materialista e alienante.
A indústria da informação e do entretenimento são eficientes em difundir hábitos que se tornam estilo de vida, que por sua vez replicam os princípios categóricos consumista e materialista. Esse fenômeno é muito perceptível especialmente nas sociedades capitalistas ocidentais, nas quais o poder persuasivo da indústria da propaganda está fortemente estruturado em todos os âmbitos. Seja através dos produtos de bens e serviço, seja no entretenimento das grandes mídias e plataformas digitais. É uma cultura materialista e alienante que se impõe pelo poder da técnica e do bem-estar. O próprio discurso midiático determina o que seja liberdade, assim como o que sejam necessidades e inclusive uma vida feliz. Temos “uma sociedade avançada que converte o progresso científico e técnico em um instrumento de dominação” (MARCUSE, 2015, pg52). Ao mesmo tempo que fornece bens materiais, aliena os cidadãos de suas necessidades existenciais, como a liberdade, a transcendência e a autodeterminação.
Tudo passa a perder os sentidos de sublimação e transcendência ao ser objetivado e mercantilizado, o que demonstra a força totalitária, degradante do sistema. A perda da consciência causada pela deturpação dos conceitos e pela alienação contribui para formar o que Marcuse (MARCUSE, 2015) entende por consciência feliz, que faz os indivíduos serem condicionados a aceitarem sem contestação tudo o que lhes é oferecido, inclusive as desigualdades. Representa a consciência feliz do homem infeliz: a consciência manipulada. É a perda da autonomia e da capacidade de autodeterminação. A transcendência é então descaracterizada pelo intencional processo de dessublimação da cultura, enquanto a oposição é sistematicamente desmantelada.
O processo de libertação envolve necessariamente a tomada de consciência da realidade, a percepção do processo de alienação e dominação social que foi instalado. Precisa-se redescobrir e difundir amplamente o conceito de liberdade, necessariamente através da cultura, uma vez que o contexto de alienação se encontra especialmente no âmbito cultural. A cultura superior tem a função de sublimação, ou seja, favorecer a constatação das contradições da realidade e, consequentemente, levar o expectador a desenvolver uma análise crítica da própria vida e do mundo que o cerca. Ela tem o poder do antagonismo, da denúncia velada da realidade. Mas essa função da cultura foi corrompida na sociedade industrial tecnológica, pois foi dessublimada, massificada, perdendo sua função reflexiva ao assumir valores que apenas perpetuam o poder do capital, o Establishment. A cultura de massa, contrariamente à cultura superior – esta possui possui valores morais, intelectuais e estéticos – é propositalmente precária, vazia, fútil. Nesse contexto, as artes deixam de possuir força de conscientização e de transformação para assumirem a função de alienação na cultura massificada, sendo incorporadas na sociedade como mercadorias de entretenimento.
Essa nova forma de vida alienada, deturpada pelos valores materialistas – confortável e conformada com a realidade alienante – não é uma vida verdadeira, ou melhor, não é compatível com uma existência autêntica e verdadeira. Ela não corresponde à realização das potencialidades particulares e tampouco com os anseios do homem, mas apenas constitui a conquista dos pré-requisitos para a existência. Ela é, por si mesma, uma existência falsificada e desprovida de liberdade. A evolução técnico-científica, mesmo com todas as suas vantagens e concretas possibilidades de benefício à humanidade, pôde se tornar um instrumento ideológico de dominação, afastando o homem de si mesmo e consequentemente da sua realização. Os anseios da alma humana ultrapassam as necessidades materiais contingentes, vão muito além da ilusão materialista que o entorpecimento consumista é capaz de realizar.
“Se a procura do desenvolvimento pede um número cada vez maior de técnicos, exige cada vez mais sábios, capazes de reflexão profunda, em busca de humanismo novo, que permita ao homem moderno o encontro de si mesmo, assumindo os valores superiores do amor, da amizade, da oração e da contemplação. Assim poderá realizar-se em plenitude o verdadeiro desenvolvimento, que é, para todos e para cada um, a passagem das condições menos humanas a condições mais humanas” (PAULO VI, 1967, pg.7).
Abel de Pinho Mourão
(1º ano – Configuração)
Referência bibliográfica
Encíclica Populorum Progressio, 26 de março de 1967, pp.Paulo VI, p.7.
MARCUSE, Herbert. O homem unidimensional: estudos da ideologia da sociedade industrial avançada. São Paulo: Editora Edipro, 2015
Sempre escutamos dizer que a Palavra de Deus é fonte de vida, mas o que isso de fato significa? Podemos afirmar com base nos relatos bíblicos que todas as vezes que o povo de Deus escutou a voz do Senhor, houve uma transformação profunda na vida deles. Isso foi o que aconteceu quando Moisés liderou a libertação do Egito, quando Abraão partiu para a região que Deus lhe havia mandado e quando Maria disse seu sim ao projeto divino. O profeta Isaías diz que a Palavra de Deus nunca deixa de cumprir sua finalidade. Ela é sempre atual, porque o nosso Deus é vivo, e isso implica que ela tem algo a nos dizer hoje, e que ela tem a força de transformar e salvar a nossa vida no presente, reconstruindo o que está destruído, alargando os horizontes da nossa existência, solucionando os problemas, e tornando-nos pessoas melhores. Sendo assim, o que ela poderia nos dizer sobre o problema atual da ansiedade? Ela pode nos indicar um caminho?
A ansiedade é uma reação natural que todo ser humano tem diante da vida, seja em situações de perigo, de incerteza ou quando é necessário planejar algo em relação ao futuro. Ela desencadeia sentimentos como angústia, aflição ou perturbação, que fazem com que o corpo entre em ação. Até aqui não há problema algum na ansiedade, pois é uma reação natural do organismo. Contudo, quando ela ocorre em alta intensidade, gerando sintomas físicos como, respiração ofegante, falta de ar, ânsia de vômito, entre outros, deixa de ser normal e passa a ser um transtorno.
Mas a pergunta é: por que transtornos de ansiedade tem acometido mais e mais pessoas atualmente? Uma das causas mais citadas entre os especialistas é o estresse. Numa sociedade cada vez mais tecnológica, individualista, consumista, de relacionamentos humanos frágeis, o ser humano fica quase que obrigado a acompanhar um ritmo de mudança muito além do que consegue. Além disso, a incapacidade de estabelecer vínculos afetivos estáveis e saudáveis, o coloca numa situação moral muitas vezes degradante, que desgasta e prejudica sua vida social. O que se pode constatar é isso: o homem vive uma contínua pressão em viver por causa do modo como a sociedade está estruturada, ou pelo menos, por causa de alguns valores que tem regido o comportamento social. Esses são alguns dos principais gatilhos para o estresse, e consequentemente, os transtornos de ansiedade.
Em última análise, a ansiedade é um modo de “prevenir” situações desagradáveis ou catastróficas, mas quem seguramente pode ter controle sobre isto? A propósito, a Palavra de Deus insiste que não podemos nem sequer tornar branco um só fio de cabelo! (Cf. Mt 5, 36). E recomenda não nos preocuparmos com o dia seguinte, afinal, cada qual já tem os seus próprios problemas (Cf. Mt 6, 34). Ao contrário, devemos entregar a Ele todas as nossas preocupações, porque ele tem cuidado de nós (Cf. 1 Pd. 5,7).
É preciso a humildade de reconhecer que há coisas que não estão sob o nosso controle, mas nem por esta razão estão sem controle. Há quem cuide disso por nós. Uma vez mais, faz-se necessário crescer na capacidade de se conformar com as próprias limitações e confiar mais em Deus.
Ir na contramão de uma sociedade hedonista que, inclusive, tornou o sofrimento um tabu; importa é ser feliz, são os slogans! E não é a ansiedade um modo de intolerância ao erro, a infelicidade e ao sofrimento? Por isso nos atencipamos! Mas o que esperar de uma geração acostumada a fugir dos próprio medos e fazer calar as próprias dores, não saber lidar e sentir os próprios fracassos? Contraditório, não! A ânsia por nos vermos livres do sofrimento já é por si mesmo um tipo de sofrimento que em nada ajuda. É preciso aprendermos a sofrer com paciência, e não ficarmos ansiosos; não um tipo de resignação, de conformismo, de ressentimento! É se sentir nas próprias inquietações, como isto afeta, como isto faz realocar valores, como se constrói com isto; porque também construímos com ruinas; a beleza dos vitrais ensina isto: dos cacos de nossas misérias, do que sobra, fagulha, migalha, dos cacos de vidros fazemos preciosos vitrais. A Palavra de Deus e a arte cristã nos dão claros indícios de que é possível superar todo mal. Não seria muito diferente em relação a ansiedade e aos sofrimentos que ela gera ou os que pretende evitar.
Adquirir a consciência de que não podemos alterar aquilo que já aconteceu ou de que não controlamos o futuro, deve nos incentivar ao abandono profundo de nossas vidas nas mãos de Deus. Assim como reza uma antiga oração: “Que Deus nos dê a serenidade para aceitar as coisas que não podemos mudar, coragem para mudar as que podemos e sabedoria para distinguir entre elas”.
Escrito por Igor Neves e Gabriel Ferreira, seminaristas da arquidiocese de Diamantina e Diocese de Guanhães, respectivamente.
Também ficamos surpresos, mas se observarmos bem, o suicídio é mais comum entre homens, apesar de as tentativas serem maiores no caso das mulheres, segundo estatísticas. Fato é que o tema vem sendo debatido e preocupa a todos. Parece estar associado a um tipo de indisposição, sensação de impotência e incapacidade para lidar com realidades imprevisíveis; má administração de conflitos internos e externos e perda do sentido da vida.
Especialistas são unânimes em apontar que a solução energética é procurar alguém com quem desabafar sobre o problema; num segundo momento o acompanhamento de um profissional e o apoio familiar são indispensáveis. Hábitos saudáveis são ótimos preventivos, como boa alimentação, prática de atividades físicas e relações interpessoais maduras. Mas em todo o caso, a questão filosófica de fundo é a pergunta que todos nós procuramos responder: Qual o preço da felicidade?
A provocação é válida, porque quando se trata de um atentado contra a própria vida, não é o desprezo diretamente a existência que motiva a ação do homem, mas algo do viver que o torna infeliz. No fundo todos buscamos a felicidade. E é tão paradoxal que se deixar de existir possa significar algum tipo de alívio do sofrimento ou encontro com a felicidade, o homem faz esta aposta absurda. Todavia, existindo, mesmo infeliz, é preferível a não existir, embora o não existir não se apresenta como alternativa, afinal é o nada. Desse modo, para superar a infelicidade, maior deve ser o amor à existência, não o contrário!
Veja bem, dadas as disposições que favorecem a vida no planeta, tão matematicamente organizadas que bastaria redirecionar poucos milímetros e a vida seria extinta, o maior mistério do mundo continua sendo o próprio viver. A vida é absolutamente boa a ponto de o sofrimento e o mal apresentarem-se como anomalia, difícil de aceitar, por isto suscita atitude de revolta, levando em alguns casos ao ateísmo ou ao suicídio.
Se aprouve-lhe Deus, em sua presciência, tomar conhecimento do erros futuros do homem, e nem por essa razão deixou de o criar, não nos cabe o direito de menosprezar a existência alheia, nem a própria. Todo o existente é bom porque trata-se do desejo de Deus.
Então, longe de uma resposta capitalista, o custo de uma vida feliz costuma ser mais alto quando a própria existência é dada como penhor. Portanto, não pode a felicidade tratar-se de um busca solitária! Temos o compromisso de juntos procurarmos o bem do outro. Como disse em outras ocasiões, o maior interessado no bem estar do ser humano é Deus. Ele nos colocou aqui para que cada um possa ser feliz, e tal felicidade está intimamente relacionada ao fato de que Ele nos ama e é a pessoa mais interessada em nos ver bem; nem as mulheres, nem os homens, ninguém deveria esquecer disso!
Gabriel Ferreira Oliveira
Seminarista da Diocese de Guanhães
Hoje fazemos memória ao grande São João Evangelista que, além de um grande homem, também é o padroeiro de minha cidade (São João Evangelista-MG), que recebe o seu nome. Nome forte, mostrando também o modo de ser dos evangelistanos.
Um povo forte e guerreiro que sempre vai à luta, fazendo jus também ao sangue brasileiro.
Em uma das praças de nossa cidade se encontra uma águia. Mesma águia que encontramos aos pés de João.
Essa águia, teologicamente falando, mostra-nos que o evangelho se inicia do alto para baixo (cf. Jo 1, 1. 14). De uma outra forma, mostra a encarnação do Verbo divino que se faz carne para nos ensinar a viver e nos mostrar o que é ser humano, ou seja, é seguir os ensinamentos de Jesus, mas para isso é preciso voltarmos nosso olhar para dentro de nós.
O que isso quer dizer? Quer dizer que é necessária uma intimidade tão forte com Jesus que nos leve a deitar em seu colo, escutar o seu coração, assim como João fez na última ceia, quando foi referido como discípulo amado (cf. Jo 13, 23. 25).
Nós nos questionamos sobre isso, pois ele era o discípulo amado segundo o Livro que ele mesmo escreveu.
Mas ao conversarmos sobre esta passagem com um de nossos irmãos, Marcelo Mendes, nos disse que ele só foi capaz de dizer tal coisa pelo fato de ter uma intimidade gritante com Jesus.
Achamos essa explicação magnífica, pois também nos é necessário ter essa intimidade com Jesus, igual João teve. Assim podemos experimentar a graça de entender porque um Deus tão grande se faz ser humano. A resposta está na vida de Jesus: para nos ensinar a viver e nos ajudar a construir um mundo melhor para nossos irmãos e irmãs.
Para explicar melhor a ideia de Jesus, citamos Gandhi, que nos ensina sobre a revolução que acontece dentro de nós.
E é nesse sentido que Jesus quer nos ensinar, instaurar primeiro o reino de Deus em nossos corações, e assim aprenderemos a ser mais fraternos na partilha do pão, entenderemos que todos nós somos iguais diante do altar, que pelo nosso batismo agimos in persona Christi, assim seremos capazes de entender e realizar o mistério da última ceia.
Que São João Evangelista nos ajude e interceda por nós a Jesus, para que possamos construir o reino de Deus, uma sociedade mais justa e fraterna. Que São Carlos de Foucauld, nosso irmão universal, rogue também por nós.
Alvim Aran Seminarista
O título deste texto é bem sugestivo para todos nós que seguimos a Jesus Cristo, provocando-nos a uma reflexão profunda.
Esse convite partiu do Papa Francisco, em sua homilia direcionada ao Natal de 2021[1]. Um texto elucidativo, proposto por Dom Marcello Romano para fazermos nossa meditação em uma manhã de espiritualidade direcionada ao clero e aos seminaristas da Diocese de Guanhães, dia dezesseis de dezembro de 2022, neste Tempo do Advento em preparação para a Celebração do Natal do Senhor.
Ficou claro para todos os presentes, após leitura e partilha comunitária, que precisamos voltar a Belém. Mas o que isso quer dizer? Bem, significa que precisamos voltar ao local simples que Jesus nasceu a fim de reencontrarmos a nossa simplicidade.
O que o Papa chama de “pequenez”, ressalta o contraste do império de Cesar Augusto e Jesus, que nasce num curral cercado por trabalhadores do campo.
Esse local simples que o Deus Menino nasceu é rico em significado. Quer, antes de tudo, mostrar um Deus que se faz presente em nossas vidas e em nossas histórias. Mas para isso é preciso deixá-Lo agir em nós.
Buscar as coisas simples da vida, assim como o Menino Deus, pois muitas vezes “nós continuamos a procurar a grandeza segundo o mundo, talvez até em nome d’Ele”,[2] nos lembra o Papa.
Dom Marcello nos trouxe um outro exemplo gritante para reflexão, o de Irmão Francisco de Assis, que buscou a simplicidade da vida; mostrando também que o Papa ao escolher esse nome não foi por acaso, pois o nome “Francisco” é mais que um nome, é um projeto. E este perpassa por nós e nos corações, uma Igreja aos moldes de Francisco,[3] uma Igreja Segundo Jesus Cristo.
Mas para isso é preciso voltar a Belém, voltar a nossas origens, olhar para dentro de nós. Assim como Jesus entrou na história do mundo de forma simples, deixá-Lo entrar em nossa história também para que sejamos simples, isto é, buscando uma sociedade melhor para nós e nossas famílias sem sermos corrompidos pelos poderes herodianos e farisaicos.
São Carlos de Foucauld, nosso irmão universal, rogai por nós.
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[1]FRANCISCO. Homilia do Papa Francisco. Opus Deis, 06 de jan. de 22. Disponível em: < https://opusdei.org/pt-br/article/papa-francisco-natal-2021/#id_1 >. Acesso em: 19 de dez. de 2022.
[2]IBIDEM
[3]ARAN, Alvim. Uma Igreja aos moldes de Francisco. Diocese de Guanhães, 06 de jan. de 22. Disponível em: < https://diocesedeguanhaes.com.br/2022/05/26/uma-igreja-aos-moldes-de-francisco/>. Acesso em: 26 de mai. de 2022.
Seminarista : Alvim Aran
Iniciamos o mês missionário, cujo valor, encontra-se na celebração da Eucaristia, alimento e referencial motivador para toda boa obra. Ao mesmo tempo, celebramos a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, que de seu mosteiro, rezou por toda a Igreja, na sua ação missionária.
Desse modo, podemos compreender dois elementos fundamentais da ação missionária da Igreja. Primeiro, missão é a responsabilidade de toda pessoa batizada. Por isso dizemos: “batizados e enviados”. Quando fomos batizados assumimos a condição do próprio Jesus de, além de inseridos em sua Igreja-Corpo-Família, recebemos o mandato de sermos suas testemunhas: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 14, 15). Este “Ide” se faz pela ação do Espírito Santo que move e harmoniza todas as coisas. Assim como o Pai enviou seu Filho, é o mesmo Filho quem nos envia.
A missão não se faz de grandes obras, mas das pequenas, por exemplo, na partilha do pão, na oração, na transmissão da Palavra de Deus e de uma visita simples que se faz a um desconhecido ou a um amigo. Até porque, o estar presente na vida de alguém já é missão. Assim, missão se faz na parceria de toda a comunidade, porque todos somos missionários: da criança à pessoa idosa. Por isso o Papa Francisco pede uma Igreja em saída, que saia de si mesma para ir ao encontro do outro, que muitas vezes encontra-se nas periferias existenciais, esquecido por nós! Assim, é urgente “sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG, nº 20). É necessário irradiar a Alegria do Evangelho, proposta de Jesus e que se fundamenta na própria experiência com Ele (cf. AG, nº 24).
Desse modo, é fundamental que toda celebração Eucarística nos habilite para vivermos a missão e na missão. A Eucaristia não é meio, pois tem fim em si mesma, é o Mistério Pascal de Cristo – porém é experimentada como conteúdo originador de toda ação missionária (Bento XVI). Com isso compreendemos que, alimentados por Jesus Cristo, a própria Eucaristia, Ele mesmo nos provoca, confrontando-nos com o seu anúncio.
A missão é de todos os sacerdotes, juntamente com seu bispo, em primeiro lugar. Porém, sendo eles motivadores e organizadores da ação missionária, cabe à toda a Igreja, Corpo de Cristo, agir para um objetivo comum, a salvação de todos (cf. AG, nº 36). Se fazemos parte da Igreja, então somos missionários na essência do ser cristão. É preciso, com isso, assumir esta consciência (cf. CIC, cc. 781-782). Desse modo estaremos vivendo a premissa do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), que diz: a Igreja é “Sacramento universal de Salvação” (LG, nº 48).
Por onde cada pessoa cristã se fizer presente, aí também estará a expressão do ser igreja. Missão não é proselitismo, mas abertura de si no encontro com o outro, diferente no pensar e no agir. Missão é a apresentação alegre de Cristo Jesus como fonte de toda a vida. E é a partir d’Ele que seremos suas testemunhas (Lc, 24, 48; At 1, 8). E mais: “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5, 13-14). A ação missionária, assumida com responsabilidade e consciência, desenvolve-se dentro e fora das estruturas da Igreja Católica – missão ad intra e ad extra. O ser missionário se vive a qualquer momento e circunstância. Porém, o mês missionário é para, tão somente, realçar essa beleza do cristianismo católico: o de sermos instrumentos da Verdade, que é o próprio Cristo Jesus! (3 Jo 8).
Portanto, a pergunta a seguir é fundamental: Estamos dispostos para a missão de ser igreja e a partir da Igreja? – Se estivermos neste espírito, o da missão, então seremos capazes de dialogarmos com o diferente, de escutarmos o estrangeiro, de partilharmos a vida e os bens, de comunicarmos o que é belo, justo, bom e verdadeiro, dentre outras práticas libertadoras (cf. Documentos da CNBB-105, p. 91).
Porque a vida em si mesma é uma constante missão!
Diácono Valmir Rodrigues Pereira.
(Arquidiocese de Diamantina-MG)
Licenciado em Filosofia (ICSH)
Bacharel em Teologia (SASCJ)
Esp. em Docência do Ensino Básico e Superior (F.E.)
Pós-graduando em Psicopedagogia (I.C.)
O que tem acontecido com os nascidos entre 1981 e 2010?
*Elaine Ribeiro
A depressão é um tema de preocupação mundial, uma vez que tem sido considerada a doença que mais gera afastamento do trabalho, e tem alcançado, mais intensamente, uma faixa etária da população que nos chama a atenção: nascidos entre 1981 a 2010. São pessoas que hoje têm entre 12 e 41 anos, fase que engloba adolescentes, jovens e adultos em suas fases mais produtivas, tanto em período escolar, quanto profissional, de expressivo desenvolvimento humano.
As queixas apresentadas por eles trazem situações como: “a vida não tem sentido; não tenho mais vontade de fazer nada; nada me agrada; as roupas não ficam bem em mim; preciso fazer muitas coisas, ou ainda, ter muitos estímulos para ter vontade de algo.” Mas, elas não param por aí: há um questionamento constante sobre a felicidade e o que fazer para alcançá-la, e uma dificuldade para compreender o sentido do sacrifício, das recusas e entregas pelo outro.
Sim, essa é, infelizmente, a realidade que se apresenta neste momento, uma vez que a busca por acompanhamento psicológico e psiquiátrico tem aumentado na mesma proporção das crises de ansiedade, depressão e índices preocupantes de suicídio.
Muitos jovens procuram a psicoterapia, pois estão cientes do que se passa com eles: estou deprimido, tive crises, surtei, pirei, não aguento mais, a vida é pesada demais, para quê estou estudando. Muitos questionam o para quê esforçar-se nos estudos, por exemplo. Há um desejo de sucesso financeiro rápido, imediato, com baixo esforço ou estudo. Aquilo que para outras gerações era a consequência natural do crescimento e amadurecimento, ou seja, assumir responsabilidades, fazer algo pelo outro, ter pequenos sacrifícios, sofrer em certo grau para obter algo, parece ser intolerável para essa geração. Tanto que ela tem sido nomeada como uma “geração infeliz”.
Claro que não temos uma totalidade assim, mas são esses números expressivos que nos preocupam. Alguns aspectos podem intensificar esse quadro, dentre eles a pandemia da Covid-19, que deixou muitos jovens e adultos em casa, reclusos, fixados às redes sociais e, com isto, deixando de usar o que chamamos de habilidades sociais e emocionais, que passam pelo relacionar-se com o outro, pensar as consequências dos seus atos, agradecer, colocar-se no lugar do outro.
Há um isolamento que parece, por muitas vezes, ignorar a existência do outro no mundo, o que leva-os a ter maior dificuldade de perceber que a vida é feita para o outro, na relação com o outro, e não de uma forma autocentrada e egoísta, que gera as principais crises existenciais.
Os perfis de rede social têm sido potencializadores de uma falta de senso crítico e uma visão extremamente limitada do mundo. E o que se vê é uma busca constante por influenciadores como fonte de relacionamento, formação de opinião e discernimento, o que está longe de ser uma forma segura e eficaz de estruturação do conhecimento.
A tristeza por si só é uma emoção normal ao ser humano, seja por uma perda, uma dificuldade, adoecimento, transição de vida. Mas, quando se estende por meses, altera a disposição, a vontade, o interesse pelas coisas, a concentração e a qualidade de vida de forma geral, pensamos sim, num quadro depressivo. E parte dos diagnósticos se dá porque a informação sobre doenças emocionais está mais divulgada.
Um julgamento popular que apenas diz: “na minha época não era assim”, ou, “isso é falta de ocupação”, não resolve o problema. Temos um novo tempo, uma nova realidade, um outro cenário. Para jovens e adultos que têm coragem de identificar o problema precisamos ter a receptividade, compreensão, além de fazermos com que cada vez mais essa realidade possa ser tratada em rodas de conversa nas escolas, nas empresas, em casa, na família, nas igrejas e nas próprias redes sociais.
* Elaine Ribeiro é psicóloga clínica e organizacional da Fundação João Paulo II / Canção Nova.
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