No calendário litúrgico, no último domingo de novembro, este ano dia 25, é celebrada a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, comumente conhecida como a Festa de Cristo Rei. O presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol explica que a origem da Festa coloca-se no tempo de Pio XI, no ano de 1925. À época, dom Armando afirma que a Europa estava passando por um período “difícil”, em meio ao crescimento do Nazismo e do Fascismo em boa parte dos países.
Neste contexto, onde cada vez mais os ditadores queriam mandar no povo, dom Armando salienta que o papa Pio XI institui a Festa de Cristo Rei, por meio da Encíclica Quas Primas. “O papa com o intuito profundo afirmou que não são os grandes da Terra que dominam, não são eles que dirigem os povos, é Jesus Cristo”, afirmou o bispo. Originalmente, a Festa foi estabelecida para o último domingo de outubro, antes da Festa de Todos os Santos. No ano de 1926, quando foi celebrada pela primeira vez, esse domingo caiu para o dia 31 de outubro.
No entanto, foi o papa Paulo VI que deu à festa seu atual título completo, o de Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, transferindo a data para o último domingo do ano litúrgico. Segundo dom Armando, do ponto de vista litúrgico, espiritual e eclesial foi uma boa intuição ter colocado a festa como conclusão do ano litúrgico e síntese de uma caminhada.
As origens do reconhecimento do reinado de Cristo podem ser encontradas no próprio evangelho. Em um importante diálogo com Pilatos, durante seu juízo, dom Armando salienta que Cristo afirma o seu reinado. “Pilatos o pergunta se ele é rei, e então Cristo responde que é, e por isso tinha vindo ao mundo, para dar testemunho da verdade”, diz dom Armando.
Dom Armando salienta também o fato de que nos três anos do ciclo de leituras que a liturgia hoje tem, destaca-se um cristo que é rei, morrendo na cruz. “Portanto, o Cristo Rei é um rei que doou a sua vida por amor, é um Deus que se faz humano e que, sim, nós o honramos como rei, mas não à maneira dos dominadores, dos grandes da Terra”, completou o bispo.
Ainda de acordo com dom Armando, a Festa em si não é para exaltar um Deus poderoso, mas um Cristo cujo poder é o de um Cristo que lava os pés de seus discípulos e que diz: “Como eu fiz, faça vocês!”. “Podemos acrescentar que a maneira de Cristo reinar é uma contestação não só na sociedade, mas na Igreja. O poder é serviço, você é grande quanto mais se abaixa para servir por amor, e com amor”, finaliza dom Armando.
Fonte: http://www.cnbb.org.br/cristo-rei-fieis-sao-chamados-a-reconhecer-o-reinado-de-deus-sobre-todos-os-povos/
Sempre que se vai mudar o tempo litúrgico eu imagino, e quero imaginar, que os senhores e senhoras ministros de música litúrgica, que cantam nas missas, ja estão inteirados das informações sobre aquele determinado tempo que a Igreja vai viver, para que se preparem adequadamente e cantem a liturgia, e não na liturgia. Estamos nos aproximando do tempo do Advento e o que o ministro de música deve saber sobre este tempo, como deve se preparar para vivê-lo bem?
Para responder a esta pergunta, comecemos com o recordar que a liturgia é uma ação ritual que nos permite celebrar na fé a Aliança que Deus estabeleceu com seu povo. Esta ação litúrgica, expressão sensível do mistério de Deus e do Seu amor por todos os homens, toma forma através de gestos ligados à nossa vida de homens e mulheres de hoje. Alguns gestos “profanos”, entre os quais o ato de cantar, são então colocados à parte. Estes se tornam sagrados, porque, no quadro ritual da liturgia, exprimem mais que si mesmo: permitem dizer a profundidade das implicações da celebração litúrgica. Estes gestos se tornam a expressão sensível da fé cristã. Por meio destes, temos acesso a Deus.
A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como pode-se deduzir da própria palavra advento que origina-se do verbo latino advenire, que quer dizer chegar. Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória. Por isso, não se canta no Advento o “Glória”, mas diferentemente do tempo da Quaresma se pode cantar o Aleluia.
Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. Somente na vivência profunda destes elementos, o nascimento de Cristo terá um sentido profundo em nossa vida e não uma simples lembrança histórica. A esperança da Igreja, portanto a nossa esperança, é a mesma de Israel , mas já realizada em Cristo. O olhar da comunidade , fixa-se com esperança mais segura no cumprimento final, a vinda gloriosa do Senhor:
“Maranatha: vem, Senhor Jesus!”. É o grito e o suspiro de toda a Igreja e de cada um de nós, em seu peregrinar terreno ao encontro definitivo do Senhor. O mistério de Deus é o mais importante. E mais: cantem e toquem músicas que “batem” realmente com a ação litúrgica que se realiza e com o momento (e época) da celebração. Não é qualquer música, só porque é “bonita”… Como diz o Concílio, tem que ser música que esteja “intimamente ligada com a ação que se realiza”. E ainda, dentro do princípio de que a música deve estar intimamente ligada à ação litúrgica, quando termina a ação, cessa também a música.
Sugestões de Cânticos Litúrgicos:
Sendo assim, como forma de preparação litúrgico-musical, apresentamos aqui, para o tempo do advento, que se inicia em breve, algumas sugestões de cânticos para auxiliar na espiritualidade e vivência desse tempo rico de significados, e expectativa da espera de Cristo.
Clique e baixe a pasta com as sugestões:
A Igreja celebra a ação de Cristo através das ações litúrgicas envolvidas no cotidiano das pessoas. Essas ações se desenvolvem dentro dos tempos litúrgicos, que por sua vez fazem parte do Ano Litúrgico.
O Ano litúrgico é composto dos seguintes tempos: Advento, Natal, Tempo Comum (primeira e segunda parte), Quaresma, Páscoa. Dentro destes períodos celebramos ainda a figura da Virgem Maria e dos Santos e Santas.
O Advento é o primeiro tempo. Ele abre as portas deste belo itinerário litúrgico o qual somos convidados a percorrer. Vem do Latim Adventus, que significa Chegada, Vinda, Aquele que há de vir.
Somos envolvidos por uma grande expectativa pela vinda de Jesus. Um casal que espera a vinda de um filho sabe muito bem o que significa isto. A notícia, a alegria, os preparativos até que o Tempo se completa.
Na experiência de nossa fé, envolvidos por estes sentimentos celebramos a vinda de “Jesus Cristo no tempo e na história dos homens para trazer-lhes a salvação”.
A espera pela vinda de Jesus, desperta em nós a busca por atitudes espirituais. Não se trata de um tempo em que somos bombardeados pela sociedade que desperta o desejo pelo consumismo. É preciso alimentar a fé, perseverar na oração, preparar o coração com o sacramento da Penitência (confissão sacramental).
Alguns elementos sensíveis da liturgia aparecem em nossas comunidades como força que comunicam essa proximidade de Deus, entre os principais se destaca a coroa do Advento, constituída de quatro velas, reforçam a importância de uma comunidade que caminha na vigilância, com o desejo de conversão, na esperança e com alegria ao encontro da grande Luz, que é Jesus Cristo.
“O tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”
O Tempo do Advento envolve-se também de duas características: “sendo um tempo de preparação para as Solenidades do Natal, em que comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”.
O Tempo do Advento envolve-se também de duas características: “sendo um tempo de preparação para as Solenidades do Natal, em que comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”.
O Advento deste ano, abre-nos o ciclo litúrgico C, no qual, acompanharemos de modo particular os escritos do evangelista Lucas. Temos ainda duas celebrações Marianas importantes, Solenidade da Imaculada Conceição, em 8 de Dezembro e a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina, no dia 12. Destaca-se ainda o terceiro domingo, como o Domingo da Alegria, (do latim Gaudete). Nesta ocasião permite-se o uso de paramentos Róseo.
Por se tratar de um tempo de expectativa, não podemos antecipar a alegria do Natal, assim, neste período, os instrumentos musicais devem ser tocados com moderação, omite-se o Hino de Louvor (Glória), bem como a ornamentação do altar, evitando assim a ostentação.
As três figuras bíblicas do Advento
Na perspectiva bíblica, os textos proclamados nas celebrações deste Tempo apresentam-nos algumas personagens que trazem em si o sentido desta expectativa, são eles: Isaías, João Batista e a Virgem Maria.
O profeta Isaías – representa o povo da promessa, Israel
João Batista – 2º domingo
A Virgem Maria, Nossa Senhora da Expectação – 4º dom.
A Coroa de Advento
Desde a sua origem a Coroa de Advento possui um sentido especificamente religioso e cristão: anunciar a chegada do Natal sobretudo às crianças, preparar-se para a celebração do Santo Natal, suscitar a oração em comum, mostrar que Jesus Cristo é a verdadeira luz, o Deus da Vida que nasce para a vida do mundo. O lugar mais natural para o seu uso é família.
Além da coroa como tal com as velas, é uso antigo pendurar uma coroa (guirlanda), neste caso sem velas, na porta da casa. Em geral laços vermelhos substituem as velas indicando os quatro pontos cardeais. Entrou também nas igrejas em formas e lugares diferentes, em geral junto ao ambão. Cada domingo do Advento se acende uma vela. Hoje está presente em escolas, hotéis, casas de comércio, nas ruas e nas praças. Tornou-se mesmo enfeite natalino. Já não se pode pensar em tempo de Advento sem a coroa com suas quatro velas.
Simbolismo da Coroa de Advento
Pelo fato de se tratar de uma linguagem simbólica, a Coroa de Advento e seus elementos podem ser interpretados de diversas formas. Desde a sua origem ela possui um forte apelo de compromisso social, de promoção das pessoas pobres e marginalizadas. Trata-se de acolher e cuidar da vida onde quer que ela esteja ameaçada. Podemos dizer que a Coroa de Advento constitui um hino à natureza que se renova, à luz que vence as trevas, um hino a Cristo, a verdadeira luz, que vem para vencer as trevas do mal e da morte. É, sobretudo, um hino à vida que brota da verdadeira Vida.
A mensagem da Coroa de Advento é percebida a partir do simbolismo de cada um de seus elementos.
O Círculo
A coroa tem a forma de círculo, símbolo da eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor do tempo e da história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua plenitude sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é símbolo de Cristo.
Desde a Antiguidade, a coroa é símbolo de vitória e do prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, a coroa de ramos de oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos olímpicos.
Os ramos verdes
Os ramos verdes que enfeitam o círculo constumam ser de abeto ou de pinus, de ciprestes. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no inverno. É, pois, sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de vitória sobre a morte.
Para nós no Brasil este elemento é um tanto artificial e, por isso, problemático, menos significativo, visto que celebramos o Natal no início do verão e com isso não vivenciamos esta mudança da renovação da natureza. Por isso, a tendência de se substituir o verde por outros elementos ornamentais do círculo: frutos da terra, sementes, flores, raízes, nozes, espigas de trigo.
Para ornar a coroa usam-se também laços de fitas vermelhas ou rosas, símbolo do amor de Jesus Cristo que se torna homem, símbolo da sua vitória sobre a morte através da sua entrega por amor.
Deste modo, nas guirlandas penduradas nas portas das casas, os laços ocupam o lugar das velas.
Lembram os pontos cardeais, a cruz de Cristo, que irradia a luz da salvação ao mundo inteiro.
As velas
As quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo do Advento, as quatro fases da História da Salvação preparando a vinda do Salvador, os quatro pontos cardeais, a Cruz de Cristo, o Sol da salvação, que ilumina o mundo envolto em trevas. O ato de acender gradativamente as velas significa a progressiva aproximação do Nascimento de Jesus, a progressiva vitória da luz sobre as trevas.Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de cor rosa, as cores dos domingos do Advento.
O roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos).
Existem diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:
Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:
Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:
A festa de Todos os Santos comemorada no dia 01 de novembro e que precede o dia dos fiéis defuntos (Dia de Finados) 2 de Novembro, é celebrada pela Igreja no Brasil sempre no domingo seguinte, este ano dia 4. Essa mudança se deu após a reforma do Concílio Vaticano II, se convencionou que algumas solenidades que caem durante a semana na sua data civil, seriam celebradas no domingo subsequente.
“É o caso de outras solenidades, como da Imaculada Conceição, a festa de São Pedro e São Paulo, etc. Porque são festas de importância mundial, para a Igreja universal, para todas as culturas”, explica o arcebispo de Londrina (PR) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geremias Steinmetz.
Essa celebração, que surgiu na Antioquia, no século IV, com a solenidade de todos os mártires, foi instituída para celebrar de uma só vez todos os santos. O sentido desta solenidade, introduzida em Roma no século sexto, está explicitado na oração da Missão de Todos os Santos: “Numa só festa, celebramos os méritos de todos os Santos e Santas”.
Para dom Geremias, esse conceito de santidade é amplo no sentido de que santos não são somente aqueles que são canonizados mas há uma multidão de santos junto de Deus que não são canonizados. “São todos os homens e mulheres que viveram santamente, foram discípulos de Jesus Cristo e agradaram a Deus, esta é a santidade”, destaca.
Além disso, a solenidade é o momento em que a Igreja recorda que os cristãos são chamados a santidade, como apresenta o papa Francisco na Exortação Apostólica Gaudete et Exultate (Alegrai-vos e exultai).
Segundo dom Geremias, o papa tenta apresentar neste documento justamente que a santidade nos nossos tempos passa em primeiro lugar pelo discipulado de Jesus Cristo, ou seja, um seguimento sério do Evangelho de Jesus Cristo em todas as suas dimensões, no testemunho de vida, vivência da Palavra de Deus.
Para o bispo, a santidade não é uma questão mística simplesmente, mas é uma questão vivencial do Evangelho. É esse o grande apelo que também se faz no ano do laicato.
“O leigo que é chamado a ser a Igreja no coração do mundo, e o mundo no coração da Igreja, ou ser sal da Terra, luz do mundo. Ou ainda mais, o cristão que hoje deve ser aquele que está ligado como está o ramo ligado à videira, ele está ligado à pessoa de Jesus Cristo, pelo batismo, fonte da santidade. Uma experiência intransferível de Jesus Cristo que você mesmo tem que fazer para poder ser santo. Esta é a grande mensagem que se tenta apresentar nesse dia”, ressalta.
Fonte: http://www.cnbb.org.br/festa-de-todos-os-santos-celebra-a-memoria-de-homens-e-mulheres-que-viveram-santamente-foram-discipulos-de-jesus-cristo-e-agradaram-a-deus/
E VOCÊ? …
Hoje acordei, por um momento confuso, chateado, perdido… então, inesperadamente, comecei a me lembrar de um sonho que tive, onde visualizava algumas passagens vividas por mim e que na oportunidade as relato a seguir. Na verdade, eu fazia era um exame de consciência.Estou próximo a com
pletar 53 anos. Nasci, cresci e sempre vivi nesta “terrinha” querida, cidade linda e maravilhosa para se viver. Um dia após meu nascimento, eu já estava sendo batizado, em 18 de abril de 1966. Aqui fiz minha primeira comunhão, crisma, participei de grupos de jovens, na época. Anos depois me casei, tive dois filhos, também batizados e um já fez inclusive a primeira Eucaristia, tudo na Igreja Matriz. Mas, meu exame de consciência dizia que ainda faltavam muitas coisas. Sempre procurei ser um bom cristão, no entanto, faltava algo. Daí, neste breve relato, lembrei-me de que eu nunca havia procurado a secretaria paroquial para saber quanto eu deveria contribuir por todos estes “serviços oferecidos”, desde o meu batizado, até o casamento. E o círculo continua, batizados dos meu filhos, catequese, crisma de sobrinhos até… Sempre encontrei a Matriz de portas abertas (que alguém se encarregou de abri-la), sempre limpa (que alguém limpou), os lustres, arandelas acesas (alguém estava pagando as contas de energia). Ah, a filmagem e as fotografias do meu casamento, meu sogro pagou; os ornamentos da Matriz como castiçais, mesas, bancos, livros, microfones, anjos da guarda, leitores etc.; tudo de graça, sequer fui à secretaria ou procurei o padre para agradecer; mas a festa do casamento e salão de festas! Ah, isso meu sogro pagou e não foi barato!
Como uma paróquia sobrevive e de forma dinâmica ofertando tudo isto? Lembro-me do Informativo Paroquial, onde certo texto dizia o que é oferta, doação e esmola: são ajudas esporádicas que a paróquia recebe para custear estas despesas que, aliás, são muitas. E descobri outra coisa: para a paróquia se manter, todos os padres têm um apelido em comum, “pidão”. Então levantei-me de meu sonho e comecei a redigi-lo, ou o que me lembrava dele. Esse apelido dado aos nossos sacerdotes é simplesmente horrível. Afinal de contas, sou ou não cristão?
Volto ao início de meu relato. Se moro ou estou morando nesta, tenho a obrigação de cuidar da minha Paróquia, que abrange, desde a moradia de meus pastores até a Casa de Nosso Pai. Entendo que essa deveria ser a obrigação do verdadeiro cristão. Por isso, hoje, com muito orgulho de uma Conversão Dizimal de uma forma imensamente feliz, digo que EU E MINHA ESPOSA SOMOS DIZIMISTAS.
Que sejam você e sua família também dizimistas.
Assina: Um Claudiense
Pastoral do Dízimo de Guanhães
Enviado por Diácono Edmilson Candido
O missionário é convidado a nutrir uma espiritualidade que surge do coração do próprio Deus. Para tanto, seria edificante partir de uma espiritualidade de baixo, pé no chão (DUFNER; GRÜN, 2014), isto é, quanto mais se percebe as próprias fraquezas e incompreensões, confessando-as, mais perto da graça de Deus o discípulo de Jesus estará, pois assim se torna forte para enfrentar as exigências do reino que não são poucas.
Uma das consequências do mandato missionário de Jesus é particularmente a renúncia de si para acolher aqueles que serão evangelizados. É preciso falar, mas também aprender e encarnar as palavras do divino mestre nas atitudes cotidianas, pois mais do que palavras o mundo carece de testemunho.
Na escola de Jesus, os apóstolos tinham os momentos de catequese particular, mas também coletiva, pois o mestre quis lhes revelar não grandes, mas pequenas e edificantes situações da vida cotidiana. Ao povo, “anunciava-lhes a Palavra por meio de muitas parábolas […], conforme podiam entender; e nada lhes falava a não ser em parábolas. A seus discípulos, porém, explicava tudo em particular” (Mc 4, 33-34). O seguidor de Jesus Cristo deve partir concretamente da realidade, claro! Sem deixar de fazer seus momentos de entrega pessoal e também coletiva, pois o ardor missionário é sustentado pela oração.
Oração esta que nasce da intimidade com o Senhor, pois um missionário se sustenta da eucaristia e da entrega a outrem. Jesus não é um mestre que apenas expõe o conteúdo, mas ensina na prática o que é preciso para se chegar ao outro que também é convidado a ser missionário. Quem anuncia o reino deve entender que nem sempre as coisas irão fluir bem, pois a vinha é grande e, consequentemente o trabalho tende a aumentar cada vez que os batizados não assumem seu dever missionário.Durante a ca
minhada será preciso confessar que não se aprendeu o bastante e que é necessário recomeçar de baixo. Pedro é um dos exemplos desse processo quando entra para a escola do evangelho. Confessou amar o senhor, mas preso a si mesmo não fez a experiência de descer à sua própria miséria humana. Só pela graça de Deus ele confessa o amor a Jesus (Jo 21, 15-18), amor este que implica renuncia de si e entrega verdadeira ao reino. Assim, “também em suas fraquezas, Pedro é representante do discipulado” (KASPER, 2008, p. 39).
Isso significa que há sempre um retorno aos ensinamentos do mestre, pois os seres humanos podem recomeçar sempre. O missionário não é pronto, mas vai se aperfeiçoando ao perfil do mestre. Quando se adere ao projeto dele, nada fica como estava, porém tudo se transforma a partir da sincera adesão e prática do que se experimenta: as incoerências são denunciadas e levam à autentica vivência da fé. A consciência, núcleo secretíssimo e sacrário do homem, segundo o Catecismo Católico (p. 480, art 6º, n.1776) passa a ser decisiva nos atos dos filhos de Deus, impondo-lhes fazer o bem e evitar o mal (CIC, p. 480, art 6º, n. 1777) em diversas situações da vida humana.
Portanto, Jesus chama a cada um de forma verdadeira e pelo nome. Ao aderir a este projeto, a pessoa se transforma, mas não está isenta das situações cotidianas sendo boas ou más. Ser discípulo é reconhecer que deseja estar na graça divina, mas que também é fraco e necessita da misericórdia do Pai para se reerguer após uma queda. Jesus ensina em particular a cada discípulo, pois sabe que deles será cobrado ainda mais. A oração é essencial à vida do discípulo, pois só nela podem surgir vocações sinceras e despojadas que confessem quando preciso suas fraquezas e o desejo de retornar à fonte. Ademais, Pedro é um dos exemplos de acolhida da proposta, de fraqueza diante das exigências cotidianas e de retorno à fonte central que é Jesus.
Que neste mês missionário flua em cada cristão o desejo de acolher cada vez mais a proposta do reino sem deixar de ser humano, confessando suas fraquezas, retornando à fonte e se comprometendo com o Evangelho da Alegria.
Filipe Ferreira Coelho, 1º ano de Teologia.
Diocese de Guanhães.
Sabemos a importância do professor na vida de cada um de nós, reconhecemos as “marcas” que podem deixar em nossa vida. Sabemos que seu trabalho não para na sala de aula, mas mesmo assim, vemos o quanto são desvalorizados em sua missão em diversos aspectos.
Vivemos um momento em que muitos valores estão invertidos, onde a formação humana e a educação básica são vistas como “obrigação” da escola e não como um dever familiar. E essa falta de parceria escola/família tem prejudicado nossos professores em sala de aula, pois em muitos momentos precisam parar a aula, a explicação, para solucionar situações de conflitos relacionados à falta de educação, de interesse dos alunos, e até mesmo, algum tipo de atrito físico ou verbal. E quando solicitada a presença dos pais, esses apontam como um dever do professor mediar esses conflitos, sem incomodá-los, e ainda tiram de seus filhos a responsabilidade diante da falta de respeito com a autoridade do professor.
Diante dessa realidade, o desgaste físico e mental é inevitável no dia a dia dos professores que, aos poucos, acabam adoecendo, somatizando e, consequentemente, se afastando da sala de aula.
O estresse e o desgaste emocional passam a prejudicar o desempenho e o envolvimento do professor nas suas tarefas diárias e, com isso, pouco a pouco a qualidade do ensino vai sendo prejudicada e a cobrança sobre a capacidade do professor é posta à prova.
Contudo, nós, enquanto sociedade, precisamos valorizar nossos mestres e ensinar nossas crianças a respeitar o professor, porque ele não é apenas transmissor de conteúdo, mas formador referência para o senso crítico, o respeito mútuo e o desejo de fazer a diferença na sociedade.
O mesmo deve acontecer com os gestores, que precisam caminhar junto com seus professores e fazer com que se sintam fortes o bastante para enfrentar esses desafios e seguros de sua atuação, sendo valorizados, mesmo que tenham recursos limitados para desenvolver sua função.
Não existe motivo isolado para que os professores se estressem com a dinâmica de uma sala de aula, mas sim, uma somatória de situações que fazem com que eles se sintam incapazes, indiferentes, desmotivados, cansados, entre outros sentimentos que talvez seja muito difícil para eles descreverem.
Porém, o que não podemos esquecer é que a educação se constrói com amor, companheirismo, dedicação e, principalmente, valorização. Assim como o aluno precisa de reconhecimento para avançar no processo de ensino e aprendizagem, o professor precisa de motivação para não desistir nunca de sua bela vocação: transmitir conhecimento e formar cidadãos conscientes do seu papel na sociedade.
* Aline Tayná de Carvalho Barbosa Rodrigues é Licenciada e Graduada em Psicologia Pós Graduada em Psicopedagogia e Psicomotricidade. Atua como Psicóloga Escolar no Instituto Canção Nova, com crianças do Ensino Fundamental I
Setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o Mês da Bíblia em razão da festa de São Jerônimo, que viveu entre 340 e 420, foi secretário do Papa Dâmaso e por ele encarregado de revisar a tradução latina da Sagrada Escritura.
Em 2018, escolheu-se para estudo o Livro da Sabedoria que, para os cristãos católicos integra o conjunto bíblico chamado livros sapienciais. “’Sapienciais’ é o nome dado a cinco livros do Antigo Testamento: Jó, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria e Eclesiástico. A estes são acrescentados dois livro poéticos: Salmos e Cântico dos Cânticos, livros que apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel. Em Israel, a sabedoria não é a cultura conseguida graças à acumulação de conhecimentos, mas o bom senso e o discernimento das situações adquiridos através da meditação e reflexão sobre a experiência concreta da vida. Trata-se de algo que se aprende na prática e que leva à arte de viver bem. Assim, nos livros sapienciais encontramos reflexões que brotam dos muitos problemas que povoam o dia a dia da vida de qualquer pessoa que busca o caminho da realização e felicidade. Os livros sapienciais mostram que a experiência comum do povo também é lugar da manifestação de Deus e da revelação de seu projeto: Deus fala através da experiência do povo. Estes livros, portanto, trazem o convite para também hoje darmos atenção à nossa vida cotidiana, a fim de aprendermos a articular nossa experiência da vida e da história”. (Bíblia Sagrada. Ed. Pastoral, Paulus, 1991).
“A religião verdadeira é mistério de fé e graça: o homem se entrega livre e gratuitamente a Deus; e Deus, mistério insondável, volta-se para o homem gratuitamente, a fim de estabelecer com ele uma comunhão que o leva para a vida”; “É preciso pensar a religião a partir da experiência de Deus e não de uma teoria a respeito dele”. (Jó, Introdução. Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, Paulus, pág.605. 1991).C
ada comunidade escolhe a melhor forma de reunir os participantes; o importante é que todos os cristãos tenham a oportunidade de aprofundar seus estudos, partilhar experiências com respeito e alegria, como quem “sabe no que acredita como quem saboreia a procura constante de dançar a vida, na alegria da convivência humana na qual se dá a experiência de Deus”. Para o mês da Bíblia, alguns grupos de estudos elaboram seus roteiros e os disponibilizam aos interessados no assunto. Na paróquia São Miguel, Guanhães, o roteiro escolhido foi feito pelo CEBI-MG da Zona da Mata. “Tecendo Sabedoria” é o seu título e conta com texto-roteiro para cinco dias. Há uma participação significativa de cristãos que se interessam por este momento de estudos e aprofundamento dos ensinamentos do Mestre Jesus. Quanto mais conhecemos Jesus Cristo, mais o amamos e temos a possibilidade de testemunhar seus ensinamentos.
“Deus me conceda pensar, falar e agir com prudência” (Sb 7,15-16).
Texto: Mariza C. Pimenta Dupim – Guanhães.
Foto: fanpage Pascom Brasil
Pode-se dizer que a história que levou São Miguel se tornar o Padroeiro da nossa Diocese inicia na cidade de Guanhães quando o proprietário da Fazenda Guanhães, o Guarda-Mor Antônio Feliciano, vendeu uma grande parcela de suas terras para o senhor José Coelho da Rocha, fiel devoto de São Miguel, que erigiu no alto do Bairro do Rosário a primeira Ermida de Guanhães que ficou pronta no ano de 1821.
No Decreto da criação da Diocese de Guanhães, datado em 01 de maio de 1986, assinado por São João Paulo II, então Sumo Pontífice, lê-se: “Ao mesmo tempo, mandamos que a nova sede da Diocese seja colocada na cidade chamada Guanhães; e a mesma Igreja paroquial ali existente dedicada a Deus em honra de São Miguel Arcanjo, elevamos a dignidade de Igreja Catedral…”
A imagem de São Miguel apresenta alguns símbolos tais como: Asas, Armadura, Espada, Balança e o demônio sob seus pés.
Podemos dizer que a Espada simboliza a nossa fé em Deus; com ela podemos vencer todo mal. A Balança, símbolo marcante que São Miguel também traz nas mãos nos remete ao significado do seu nome: “Quem como Deus?” Ela representa a Justiça de Deus, que nunca falha em seu combate contra o mal, representando e protegendo sempre o correto.
Nesses tempos difíceis onde a justiça parece minguar, principalmente para os pequenos do Reino, São Miguel vem nos apontar a justiça divina em favor de todos os seus filhos e filhas. A palavra Justiça aparece sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). O ideal religioso dos judeus da época era “ser justo diante de Deus”. Os fariseus ensinavam: “A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!”. Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muitas angústias para as pessoas de boa vontade, pois era muito difícil para o povo pobre observar todas as normas. Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). “Para Jesus, a justiça não vem daquilo que eu faço para Deus observando a lei, mas sim vem do que Deus faz por mim, me acolhendo com amor como filho ou filha”.
O novo ideal que Jesus propõe é este: “Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito!” (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa gratuitamente, apesar dos meus muitos defeitos e pecados.
Os anjos são “mensageiros” de Deus. Eles são enviados a terra trazendo uma mensagem de Deus às pessoas. Deus “desce” até nós por meio dos anjos (Rafael Tobias 5,4), (Gabriel Lucas 1, 26), (Miguel Daniel 10,13).
Um Deus que desce… No Primeiro Testamento, livro do Êxodo, a experiência que Moisés faz é muito bonita. Deus chama-o para “libertar o povo” que vivia oprimido pelo Faraó. E Deus revela a Moisés sua identidade: “Eu vi muito bem a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor e conheço os seus sofrimentos, por isso, desci para libertá-lo e fazê-lo subir dessa terra…” (Êxodo 3,7-8).
É um Deus presente na vida das pessoas e, para ajudar, Ele “desce”. De uma experiência “distante” para um Deus próximo, que “desce”.
O Evangelho de João destaca muito essa atitude de “descer”. Jesus “desce” e lava os pés dos discípulos. Eles não compreendem: “como pode Tu nos lavar os pés?”
Essa atitude da “descida” faz a gente rezar uma presença de Deus muito bonita. Deus nunca nos abandona. Nunca se esquece de nós. É aquele que transforma nosso “pranto em festa”.
Para os seguidores de Jesus, na espiritualidade do Deus revelado a Moisés, aprendemos uma atitude fundamental: se Deus desce, nós também precisamos descer. Quanto mais descemos, mais encontramos Deus!
Vamos nos desafiar cada vez mais a “descer” dos nossos egoísmos, dos nossos individualismos, ganâncias, soberbas, corrupções, mentiras… Descer do salto que nos faz “ser maior que os outros”. “Descer” também para encontrar os pobres, os sofredores, os doentes, os desempregados, as vítimas dos preconceitos, do machismo e algozes de tantas violências. Repito: quanto mais “descemos”, mais encontramos “um Deus que desce”.
Que São Miguel nos ajude a construir e viver a Igreja sonhada por “Francisco”!
Pe. Hermes F. Pedro/ Pároco da Paróquia São Miguel – Guanhães
“Sem nada ter, tudo pode ser e cantar feliz”, eis a expressão de São João da Cruz que bem define a exemplar caminhada do Papa Francisco, na missão de promover a universalidade da Igreja. A partir de sua rica experiência de vida consagrada e pastoral, de sua proximidade e das palavras sempre pertinentes, o Papa Francisco nutre no coração da humanidade sinais de esperança. Assim, unem-se ao Papa multidões do mundo inteiro – clérigos, autoridades governamentais, formadores de opinião, líderes, membros de diferentes confissões religiosas, cidadãos de diferentes lugares. Todas essas vozes, a partir do pontificado de Francisco, formam um coro que canta a alegria de enxergar, no horizonte, uma “Igreja em saída”, que vai ao encontro de todos, superando molduras antiquadas para deixar brilhar a força da tradição – capaz de levar à interioridade de cada pessoa a luz do Evangelho de Jesus Cristo.
Importante reconhecer: valorizar a tradição não significa limitar-se ao apego cego a tudo o que é antigo, pois Deus, pela ação do Espírito Santo, gera sempre renovação. Zelar pela tradição da Igreja Católica é reconhecer a sua irrenunciável missão de fazer chegar a todos a luz incandescente do Evangelho. E o Papa Francisco ergue a tocha com essa luz, exercendo, com coragem e simplicidade, o seu ministério. A luminosidade do Evangelho incide sob seu rosto e permite, a cada pessoa, reconhecê-lo como sucessor do apóstolo Pedro. Por isso, o seu pontificado gera conversão, possibilitando que muitas pessoas assumam seus próprios pecados e fragilidades.
O Evangelho de Jesus Cristo, o diálogo com Deus, faz brotar no coração humano a sabedoria que permite compreender: não importam roupagens, títulos ou posições hierárquicas que, muitas vezes, garantem certas benesses e honrarias. O fundamental é cultivar uma autêntica vida cristã, um jeito de ser que é bem distante de qualquer tipo de postura egoísta. Na história bimilenar da Igreja Católica, admiráveis homens e mulheres, cristãos leigos e leigas, gente simples, mas também nomes reconhecidos – papas, bispos, padres, religiosos -, em diferentes lugares e culturas, nos mais variados momentos da história da humanidade, foram exemplares por serem autênticos cristãos. Hoje, o olhar volta-se para os que corajosamente se dedicam às frentes missionárias, chamados a testemunharem a fé no mundo contemporâneo. Liderando essa multidão de discípulos e discípulas de Cristo, está o amado Papa Francisco, que faz a cada pessoa um convite corajoso: aproximar-se mais da luz do Evangelho.
Acolher esse convite é a única possibilidade para a superação das muitas sombras, também na Igreja, em razão dos estreitamentos humanos e dos desafios do mundo atual. Há certas dinâmicas contemporâneas que estão na contramão do Evangelho. A lista é extensa, mas é importante, neste momento, dedicar atenção especial a um desses males: o moralismo perverso de certos indivíduos que, motivados por interesses pessoais e pouco evangélicos, sentem-se no direito de atacar outras pessoas. Esses indivíduos, quando criticam, não buscam promover correção ou conversão, pois são movidos pela mágoa. Em vez disso, não raramente, atacam para encobrir seus próprios limites. Adotam, pois, a estratégia de tentar destruir outras pessoas, distanciando-se da luz do Evangelho, que escancara escuridões. Quem busca seguir Jesus, nas muitas situações do cotidiano, pode gerar certo incômodo para os que, veladamente, arquitetam manobras e ilegalidades.
Para a Igreja, seguir Cristo não é opção, mas razão de existir, tarefa que se exerce dedicando-se ao mundo. É o que pede o amado Papa Francisco: uma Igreja cada vez mais servidora, muitas vezes ferida por debruçar-se, misericordiosamente, nas diferentes vicissitudes da vida humana. E o coro de vozes que se une ao Papa Francisco é muito grande. Deve crescer ainda mais, para que ninguém fique de fora. As vozes desse coro, unindo corações em um coração só, revelam que multidões cultivam a disposição corajosa de se deixar iluminar pelo Evangelho – a Tradição que é a herança intocável da Igreja. Permaneça, assim, viva a esperança de se construir um novo tempo, a partir do caminho indicado pelo amado Papa Francisco.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte