Orientações de Dom Jeremias sobre a Semana Santa

A Semana Santa – Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo – que é para nós um grande retiro espiritual  como se nós estivéssemos lá, vivendo com Jesus o que Ele viveu. Ela é o coração do Ano Litúrgico.  O nosso desafio é sermos missionários para evangelizarmos o povo a fim de que entendam o sentido real da Semana Santa.

Na Páscoa judaica ,  festejava-se  a colheita. Era passagem da fome, da miséria para a fartura. Depois, com Moisés a passagem da escravidão para a liberdade.  Hoje, celebramos a Páscoa da Ressurreição  de Jesus que venceu a morte. Deus vai escrevendo, vai intervindo na história. Vai moldando-a!

Jesus celebrou a páscoa com os discípulos durante a Ceia  e nela Ele foi mudando o sentido. “Este é meu sangue… Este é o meu corpo que será dado por vós”… “ Fazei  isto em  memória de mim!”

Domingo de Ramos

Domingo de Ramos é a introdução da Semana Santa. Possui dois momentos importantes: Bênção dos Ramos com a proclamação messiânica do Evangelho depois a Procissão.

Realizar a Procissão de Ramos é muito importante,  pois recorda a Entrada triunfal de Jesus, demonstrando a sua realeza , por isto, a cor litúrgica é a vermelha que representa o seu poder.  A bênção dos ramos só procede se acontecer a procissão.

No Domingo de Ramos todo o Ritual é simples e bonito:  as Leituras que deverão ser bem proclamadas , a bênção dos ramos, a Procissão e o término da Celebração.

Na Quinta-feira Santa, inicia-se o tríduo pascal que é o centro da Semana Santa, pois celebramos a Páscoa da Ceia, a Páscoa da morte e a Páscoa da Ressurreição. É noite de alegria, de festa, de sino, de flores brancas, uma única celebração que se inicia na quinta-feira e só é concluída no sábado, por isto  não tem bênção final na quinta-feira e  nem na sexta. É composta por três  momentos importantes: Instituição da Eucaristia, Mandamento do Amor (lava-pés) Mandamento do Sacerdócio Ministerial.

O lava-pés é opcional,  porém é muito significativo porque representa o novo Mandamento, o Mandamento do amor: “Amai-vos uns aos outros como eu os tenho amado!” Na ceia judaica, purifica-se as mãos, mas Jesus lavou os pés (serviço, humildade).

 Quando Jesus começou a lavar os pés dos discípulos, Pedro disse que não o deixaria lavar os seus pés.! Jesus lhe respondeu dizendo que se não lavasse os seus pés, ele não teria nada a ver com Ele.

Pedro era ‘rebelde’ mas amava Jesus e nós  parecemos com  o discípulo  Pedro.

A Primeira Leitura é sobre a ceia judaica, da saída às pressas do povo de Israel  da escravidão do Egito, por este motivo, o pão ázimo, sem fermento porque não dava tempo de fermentar a massa.

Após a celebração acontece o desnudamento do altar e a Transladação (As partículas são recolhidas – Luto pela paixão-e depois a Vigília). A Devoção Eucarística começou no século XIII e logo depois a Vigília começou a tomar o caráter de Adoração, mas deve-se seguir a ideia da Vigília, acentuando-a .  A Vigília é mais silenciosa, mais reflexiva, mais contemplativa.

Sexta-feira: Momento mais importante: Ação Litúrgica ( não é missa) às 15h, a hora que Jesus morreu (horário simbólico). Jesus desce à mansão dos mortos e ela se reveste de esperança pela visita do Filho de Deus.

Primeiro momento: Entrada marcante, profunda ! O padre se prostra; tristeza pela morte. “Sou solidário com sua morte”. O Evangelho é longo e profundo.

Após a Homilia, acontece a Oração Universal que é lida pelo presidente da celebração e alguns  lleitores.

O Ponto central : a entrada da Cruz.  A cruz é despida e todos são chamados a beijá-la (de forma prática porque são muitas pessoas).

 Para os três evangelistas (Marcos, Mateus e Lucas) a cruz é sofrimento, mas para   João, a cruz é o trono de onde Jesus nos salvou, é  instrumento de salvação.

Não tem rito da Comunhão, o altar continua “nu” por solidariedade a Cristo.

Esta Celebração é prorrogada até  sábado,   dia de recolhimento até chegar a noite porque  Jesus está na morada dos mortos.

Sábado Santo: Mãe de todas as Vigílias.  Inicia-se ao redor de uma fogueira com cantos que recordam o Mistério pascal, acontece a bênção do fogo  e o Círio é preparado. São cravados cinco cravos nele ,  ele é aceso com fogo novo pelo padre, bispo ou diácono que, quando aceso diz: “Eis a Luz de Cristo! ”O povo responde: “Demos graças a Deus”. Depois segue-se a Procissão . O Bispo ou o padre leva o Círio pascal à frente  e todos com velas acesas atrás,  sem ninguém passar à frente. Jesus é a nuvem luminosa .  Ao chegar à igreja, que deverá estar escura e silenciosa acontece a  Celebração da Luz. O padre diz “ Eis a luz de Cristo” e o  povo responde “Demos graças a Deus!” Quando o Círio é colocado no candelabro acontece a Proclamação da Páscoa (o Exulte) . Na segunda parte, vem a Liturgia da Palavra  e pode-se propor nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas (Epístola e Evangelho) do Novo Testamento. É uma pena  que a maioria dos padres  excluem algumas leituras.

Na sequência, acontece a bênção da água batismal, pode-se ter batizado ou não.

O mergulho do Círio Pascal na água  nos lembrando  que  pelo nosso batismo, somos solidários na morte- descemos com Ele à mansão dos mortos e ressuscitamos com Ele.

Sobre as leituras, Dom Jeremias enfatizou:  A Palavra de Deus não é lida, é proclamada, portanto elas  deverão ser lidas  por pessoas que tenham  uma boa leitura, que leem com entonação, dicção e desenvoltura.  Não se pode ler para dentro. É preciso ler para todos!

A Palavra do Pastor
“Enviai-me, Senhor”

“Enviai-me, Senhor”

Somos enviados por Deus em missão, como aconteceu com o Profeta Isaías: “Ouvi então a voz do Senhor, que dizia:...
Read More
Cidades mais humanas

Cidades mais humanas

 “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago” (Lc 10,18) É sempre oportuno e necessário refletir sobre a missão...
Read More
Presbíteros: construtores da esperança e pontes de paz

Presbíteros: construtores da esperança e pontes de paz

De 19 a 21 de maio de 2025, celebramos o Jubileu do Clero da Província de Diamantina, composta pelas arquidiocese...
Read More
Que o Presbítero seja Sinal do Cristo Bom Pastor

Que o Presbítero seja Sinal do Cristo Bom Pastor

  A Igreja precisa de Presbíteros com características muito próprias para o exercício Ministerial neste tempo de pós-modernidade. Deste modo,...
Read More
Coração indiviso, por Cristo seduzido: Sacerdote feliz!

Coração indiviso, por Cristo seduzido: Sacerdote feliz!

É sempre tempo para que o Presbítero reveja a fidelidade a Cristo e à Sua Igreja, a fim de que...
Read More
Presbítero: homem da imersão e da emersão…

Presbítero: homem da imersão e da emersão…

  “Imerso no Amor para fazer emergir a vida...” Em todo tempo, mas de modo especial na Quaresma, vivemos, como...
Read More
Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

    Ajudai, Senhor, a fim de que todos os presbíteros mantenham a mansidão e a doçura, virtudes tipicamente cristãs,...
Read More
O Presbítero e os meios de comunicação social

O Presbítero e os meios de comunicação social

Sobre a missão dos Presbíteros nos meios de comunicação social, sobretudo neste tempo que estamos vivendo, em que se multiplica...
Read More
Cidades mais humana

Cidades mais humana

   “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago” (Lc 10,18) É sempre oportuno e necessário refletir sobre a...
Read More
Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

                                       ...
Read More

Empresas que possibilitam este projeto: