Celebrar a vida para além da morte

As Cooperadoras da Família, presentes na Arquidiocese de Diamantina e Diocese de Guanhães estiveram reunidas no final de semana, dias 19 e 20 de março – para celebrarem o Cinquentenário do retorno do Venerável Servo de Deus Pe. Joaquim Alves Brás, para o seio da Trindade Santa.

Venerável Servo de Deus Pe. Joaquim Alves Brás – 13.03.1899 a 13.03.1966

Venerável Servo de Deus Pe. Joaquim Alves Brás – 13.03.1899 a 13.03.1966

Mas quem é este homem? Nascido em Portugal, oriundo de uma família numerosa, onde Deus ocupava o centro de suas vidas, o pequeno Joaquim aprendeu a amar a Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todas as suas forças. Acometido por uma coxalgia aos 11 anos, soube reverter essa situação para evangelizar. Deitado em seu leito aproveitava o tempo para catequizar as crianças que o visitavam. Foi durante a sua doença que ele acalentou o sonho de ser padre ao menos por um ano e Deus lhe concedeu a graça de ser padre durante 41 anos. Apesar das muitas dificuldades que foram surgindo ao longo da sua vida, ele nunca desistiu de realizar o projeto de Deus. Pelo contrário, as dificuldades se transformaram em possibilidades, sonhos e realizações. Perante o sofrimento das jovens que vinham da zona rural para trabalharem nas cidades, nutrindo sonhos de uma vida melhor, muitas delas acabavam por ser abusadas a todos os níveis do seu ser. Para minimizar o sofrimento dessas jovens o Pe. Alves Brás fundou a Obra de Santa Zita e um ano depois fundou o Instituto Secular das Cooperadoras da Família para dar orientação, formação humana, profissional, moral e religiosa e acolher a quem estava desprovido de tudo. Ao realizar esse trabalho o Fundador do Instituto Secular das Cooperadoras da Família tinha em mente ajudar a promover e santificar a família. Esse trabalho lhe mereceu o título de: “Apóstolo da Família”. Esse foi e é o carisma, espírito e missão que ele deixou para todas as Cooperadoras da Família. Ele tinha um “coração compassivo e empreendedor”, como diz o Papa Francisco a seu respeito, capaz de se compadecer das fragilidades humanas, e promover e dignificar a pessoa que tinha perdido a razão de viver e até o sentido da vida, ciente que a glória de Deus era o bem do homem. Como homem e como padre passou toda a sua vida fazendo o bem sem olhar a quem, amando e cuidando das “ovelhas feridas” através da sua vida e ação. Mais tarde fundou o Jornal “Bem-Fazer” e o “Jornal da Família”, o Movimento por um Lar Cristão e os Centros de Cooperação Familiar para espalhar a Boa Nova do Reino de Deus e concretizar ainda mais o trabalho de apoio e ajuda às famílias. Durante toda a sua vida o Pe. Joaquim Alves Brás se preocupou em fazer a vontade de Deus, a quem amava apaixonadamente. Mas sua paixão por Deus se manifestava na paixão pela humanidade, principalmente pelos mais pobres e fragilizados. Ele soube aproveitar o tempo que Deus lhe concedeu nesta terra para realizar as obras de misericórdia, regadas pela alegria de ser padre e pelo sacrifício que a vida lhe impunha, sem reclamar. Morreu santamente no dia 13 de março de 1966, em consequência de um grave acidente. Mas durante a sua vida deixou rastro por onde passou e deixou suas obras às quais as Cooperadoras procuram dar vida, atualizando-as de acordo com as realidades onde estão inseridas.

Durante o encontro nós, Cooperadoras da Família, revivemos muitos dos ensinamentos que o Fundador nos deixou como herança, reavivando na fonte nosso crisma e missão e com muita gratidão e alegria agradecemos à Trindade Santa o dom da vida do Venerável Pe. Brás que soube acolher os apelos de Deus e lhe deu vida com a sua vida e ação. Dizia ele: “Desejava acrescentar só mais um “a” ao meu nome. Em vez de me chamar Brás queria ser uma Brasa e assim vós, brasas bem acesas ireis pelo mundo afora atear e aquecer todas as almas no fogo do amor de Deus”. No dia da sua morte um grupo de Cooperadoras estava a caminho de Madrid para abrir uma casa nessa cidade. No dia anterior à sua morte, ele tinha conversado com a Maria Otília que o seu desejo era partir junto com essas Cooperadoras, mas Deus não lhe permitiu e ele estava no leito do hospital fazendo a vontade de Deus e oferecendo todo o seu sacrifício pelos bons frutos do trabalho missionário que as Cooperadoras iam iniciar em terras estrangeiras. Um ano após a morte do Fundador um grupo de cinco Cooperadoras vieram para Guanhães, para realizarem a missão e o carisma do Instituto, dando sequência ao pedido de Dom Geraldo de Proença Sigaud – na época arcebispo da arquidiocese de Diamantina – ao então Monsenhor Joaquim Alves Brás. Este pedido foi descoberto na correspondência que estes dois homens trocaram durante mais ou menos dois anos. O Venerável Pe. Joaquim Alves Brás retornou para o Pai, mas suas obras permanecem vivas e são atualizadas de acordo com as necessidades do tempo e do lugar onde as Cooperadoras da Família vivem. Acreditamos que o Fundador é um dos grandes intercessores junto de Deus. Ele mesmo dizia: “Quando eu for para o Céu estarei sempre agarradinho a Nosso Senhor, pedindo por todas vós”.

O encontro das Cooperadoras da Família foi marcado por momentos fortes de oração, reflexão, convívio, muita alegria e descontração e para terminar foram agraciadas com a presença do Dom Jeremias Antônio de Jesus durante o almoço. Muito obrigada Dom Jeremias pela sua presença de Pastor e amigo.

Arminda Jesus Batista
Cooperadora da Família

A Palavra do Pastor
“Enviai-me, Senhor”

“Enviai-me, Senhor”

Somos enviados por Deus em missão, como aconteceu com o Profeta Isaías: “Ouvi então a voz do Senhor, que dizia:...
Read More
Cidades mais humanas

Cidades mais humanas

 “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago” (Lc 10,18) É sempre oportuno e necessário refletir sobre a missão...
Read More
Presbíteros: construtores da esperança e pontes de paz

Presbíteros: construtores da esperança e pontes de paz

De 19 a 21 de maio de 2025, celebramos o Jubileu do Clero da Província de Diamantina, composta pelas arquidiocese...
Read More
Que o Presbítero seja Sinal do Cristo Bom Pastor

Que o Presbítero seja Sinal do Cristo Bom Pastor

  A Igreja precisa de Presbíteros com características muito próprias para o exercício Ministerial neste tempo de pós-modernidade. Deste modo,...
Read More
Coração indiviso, por Cristo seduzido: Sacerdote feliz!

Coração indiviso, por Cristo seduzido: Sacerdote feliz!

É sempre tempo para que o Presbítero reveja a fidelidade a Cristo e à Sua Igreja, a fim de que...
Read More
Presbítero: homem da imersão e da emersão…

Presbítero: homem da imersão e da emersão…

  “Imerso no Amor para fazer emergir a vida...” Em todo tempo, mas de modo especial na Quaresma, vivemos, como...
Read More
Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

    Ajudai, Senhor, a fim de que todos os presbíteros mantenham a mansidão e a doçura, virtudes tipicamente cristãs,...
Read More
O Presbítero e os meios de comunicação social

O Presbítero e os meios de comunicação social

Sobre a missão dos Presbíteros nos meios de comunicação social, sobretudo neste tempo que estamos vivendo, em que se multiplica...
Read More
Cidades mais humana

Cidades mais humana

   “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago” (Lc 10,18) É sempre oportuno e necessário refletir sobre a...
Read More
Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

                                       ...
Read More

Empresas que possibilitam este projeto: