Essa discussão precisa acontecer em todas as instituições sociais – família, igrejas. Cabe à sociedade compreender por que a escola de ensino básico não tem causado mais o interesse dos jovens.
Segundo dados d’O Globo, 5,5 milhões de jovens brasileiros não frequentam mais a escola. Desse número, 27% concluíram o ensino fundamental e 33% não possuem o diploma de ensino médio.
A estatística aponta uma realidade preocupante. Caso não voltem a estudar, certamente, esses jovens aumentarão as filas do desemprego e ocuparão postos de trabalho precários para o resto da vida.
Os dados são estarrecedores. 3% dos jovens não frequentam a escola por falta de vagas, 9% relacionam-se à gravidez, 5%, porque precisam cuidar da própria saúde ou da de alguém querido. 16% dos casos de evasão pertencem aos estudantes mais pobres. 28% dos jovens brasileiros têm de abandonar a escola para trabalhar. Todos esses são considerados, vale dizer, motivos extraescolares.
Agora, no que diz respeito à escola, 28% dos jovens a deixam por realmente não gostarem de estudar. 2% ficam desanimados, pelas seguidas reprovações, e deixam as salas de aula.
Essa discussão precisa acontecer em todas as instituições sociais – família, igrejas. Cabe à sociedade compreender por que a escola de ensino básico não tem causado mais o interesse dos jovens.
Em uma sala de aula repleta de alunos, o estudante perguntou ao colega: “que interesse é esse de estudar?” (a resposta não foi animadora). O colega respondeu: “cara, se eu não passar minha mãe vai encher o saco”.
Não é o conhecimento ou o que ele promove a motivação desses estudantes, mas a satisfação que precisa ser dada aos pais ou (ir)responsáveis. Uma justificativa, no mínimo, equivocada e frustrante.
Luís Carlos Pinto
Graduado em Filosofia (FJC)
Foto: Reprodução/Internet