Nos últimos dois séculos a humanidade vivenciou consideráveis avanços na área da produção industrial devido a evolução das tecnologias de automação, alargando sucessivamente as metas de produção. Esse fenômeno, aliado às políticas econômicas e sociais, elevaram consideravelmente o padrão de vida de grande parcela das sociedades ocidentais. A evolução tecnológica dinamizou e otimizou a escala produtiva de bens de consumo, elevando a sociedade ao nível sociológico denominado de sociedade industrial avançada (MARCUSE, 2015). Porém, a promessa dos direitos e liberdades que a sociedade industrial promoveu não atingiu os princípios fundamentais de liberdade que se supôs. A liberdade de pensamento e autodeterminação foi substituída pela satisfação das necessidades. A compreensão de liberdade como autonomia do pensamento e da crítica foi gradativamente suprimida, substituída pelo conceito de liberdade como superação das necessidades materiais que o sistema industrial pode proporcionar.
O progresso técnico produtivo da sociedade industrial alcançou uma tal capacidade de organização capaz não apenas de fornecer os subsídios necessários para satisfazer as demandas das cidades, mas também a de promover uma racionalização da vida da sociedade como um todo. O processo de racionalização opera simultaneamente uma supressão da individualidade e consequentemente uma limitação da liberdade que acontece de forma silenciosa. Este fenômeno de alienação é mascarado pelo conforto material, devido a superação das necessidades materiais. “Uma não-liberdade confortável, muito agradável, racional e democrática prevalece na civilização industrial avançada, um sinal do progresso técnico” (MARCUSE, 2015, pg.41).
O amplo acesso aos bens de serviço e consumo acomodou os cidadãos em uma situação aparentemente confortável na qual o desejo de autonomia crítica e mesmo a capacidade de resistência ao sistema vigente perde força. A sociedade industrial avançada, como a vivenciamos, consegue impor seus princípios próprios ao mesmo tempo que suprime forças de oposição ao seu status quo. Com o passar do tempo, vários princípios do capital – sistema que domina a produção e a cultura – são incorporados à vida social sem que se tome consciência da privação de sua liberdade. Estruturou-se então um método de silenciar a resistência ao sistema dominante (político-econômico). Trata-se de uma versão moderna da tática do pão e circo, para distrair a base da sociedade que, mesmo sendo numerosa, não possui força devido à falta de articulação. “Diante de um crescente padrão de vida, a não-conformidade com o sistema parece ser socialmente inútil, ainda mais, se isso acarretar desvantagens econômicas e políticas concretas e ameaçar o bom funcionamento do todo” (MARCUSE, 2015, pg.42).
A forma como a sociedade ocidental contemporânea está tecnologicamente organizada desde sua industrialização, fez com que um caráter essencialmente totalitário fosse sutilmente incutido em seu sistema, uma vez que, por totalitária, se entende também uma coordenação técnico-econômica pacífica que manipula as necessidades dos indivíduos a fim de alcançar interesses próprios. Dessa forma essa sociedade se mostra totalitária, não por possuir caráter terrorista e violento, mas por manipular os interesses e as necessidades dos indivíduos, a fim de satisfazê-los e consequentemente enfraquecer a oposição ao próprio sistema. Tem-se no cenário social uma alienação disfarçada, sustentada pela cultura do consumo em massa, e sua base é o materialismo.
Segundo o filósofo Herbert Marcuse (MARCUSE, 2015), o grau de liberdade de uma sociedade não está relacionado à autonomia na escolha dos bens e serviços disponíveis na ampla variedade do mercado, uma vez que esses mesmos bens e serviços podem mascarar princípios que sustentam a dominação e a dependência ao sistema. A adesão às necessidades impostas pela cultura não denota autoconsciência nem tão pouco a liberdade dos cidadãos, antes comprovam a eficácia do processo de alienação. A verdadeira liberdade está associada intrinsecamente ao âmbito privado no qual o indivíduo é e permanece ele mesmo, porém esse âmbito foi afetado pelos interesses do capital – poder que controla o sistema – a ponto de que processos psicológicos de introjeção fazem-no perder sua individualidade. O enfraquecimento da individualidade – na qual reside o poder crítico da razão – é resultado do próprio processo pelo qual a sociedade industrial aliena e combate a oposição, expandindo sua ideologia – consumista, materialista e alienante.
A indústria da informação e do entretenimento são eficientes em difundir hábitos que se tornam estilo de vida, que por sua vez replicam os princípios categóricos consumista e materialista. Esse fenômeno é muito perceptível especialmente nas sociedades capitalistas ocidentais, nas quais o poder persuasivo da indústria da propaganda está fortemente estruturado em todos os âmbitos. Seja através dos produtos de bens e serviço, seja no entretenimento das grandes mídias e plataformas digitais. É uma cultura materialista e alienante que se impõe pelo poder da técnica e do bem-estar. O próprio discurso midiático determina o que seja liberdade, assim como o que sejam necessidades e inclusive uma vida feliz. Temos “uma sociedade avançada que converte o progresso científico e técnico em um instrumento de dominação” (MARCUSE, 2015, pg52). Ao mesmo tempo que fornece bens materiais, aliena os cidadãos de suas necessidades existenciais, como a liberdade, a transcendência e a autodeterminação.
Tudo passa a perder os sentidos de sublimação e transcendência ao ser objetivado e mercantilizado, o que demonstra a força totalitária, degradante do sistema. A perda da consciência causada pela deturpação dos conceitos e pela alienação contribui para formar o que Marcuse (MARCUSE, 2015) entende por consciência feliz, que faz os indivíduos serem condicionados a aceitarem sem contestação tudo o que lhes é oferecido, inclusive as desigualdades. Representa a consciência feliz do homem infeliz: a consciência manipulada. É a perda da autonomia e da capacidade de autodeterminação. A transcendência é então descaracterizada pelo intencional processo de dessublimação da cultura, enquanto a oposição é sistematicamente desmantelada.
O processo de libertação envolve necessariamente a tomada de consciência da realidade, a percepção do processo de alienação e dominação social que foi instalado. Precisa-se redescobrir e difundir amplamente o conceito de liberdade, necessariamente através da cultura, uma vez que o contexto de alienação se encontra especialmente no âmbito cultural. A cultura superior tem a função de sublimação, ou seja, favorecer a constatação das contradições da realidade e, consequentemente, levar o expectador a desenvolver uma análise crítica da própria vida e do mundo que o cerca. Ela tem o poder do antagonismo, da denúncia velada da realidade. Mas essa função da cultura foi corrompida na sociedade industrial tecnológica, pois foi dessublimada, massificada, perdendo sua função reflexiva ao assumir valores que apenas perpetuam o poder do capital, o Establishment. A cultura de massa, contrariamente à cultura superior – esta possui possui valores morais, intelectuais e estéticos – é propositalmente precária, vazia, fútil. Nesse contexto, as artes deixam de possuir força de conscientização e de transformação para assumirem a função de alienação na cultura massificada, sendo incorporadas na sociedade como mercadorias de entretenimento.
Essa nova forma de vida alienada, deturpada pelos valores materialistas – confortável e conformada com a realidade alienante – não é uma vida verdadeira, ou melhor, não é compatível com uma existência autêntica e verdadeira. Ela não corresponde à realização das potencialidades particulares e tampouco com os anseios do homem, mas apenas constitui a conquista dos pré-requisitos para a existência. Ela é, por si mesma, uma existência falsificada e desprovida de liberdade. A evolução técnico-científica, mesmo com todas as suas vantagens e concretas possibilidades de benefício à humanidade, pôde se tornar um instrumento ideológico de dominação, afastando o homem de si mesmo e consequentemente da sua realização. Os anseios da alma humana ultrapassam as necessidades materiais contingentes, vão muito além da ilusão materialista que o entorpecimento consumista é capaz de realizar.
“Se a procura do desenvolvimento pede um número cada vez maior de técnicos, exige cada vez mais sábios, capazes de reflexão profunda, em busca de humanismo novo, que permita ao homem moderno o encontro de si mesmo, assumindo os valores superiores do amor, da amizade, da oração e da contemplação. Assim poderá realizar-se em plenitude o verdadeiro desenvolvimento, que é, para todos e para cada um, a passagem das condições menos humanas a condições mais humanas” (PAULO VI, 1967, pg.7).
Abel de Pinho Mourão
(1º ano – Configuração)
Referência bibliográfica
Encíclica Populorum Progressio, 26 de março de 1967, pp.Paulo VI, p.7.
MARCUSE, Herbert. O homem unidimensional: estudos da ideologia da sociedade industrial avançada. São Paulo: Editora Edipro, 2015
A Pastoral Familiar da Província Eclesiástica de Diamantina (Almenara, Araçuaí, Diamantina, Guanhães e Teófilo Otoni) promoveu, em 06 e 07 de maio, o Encontro de Formação e Espiritualidade da Província em Guanhães. Todas as dioceses enviaram representantes e a diocese de Guanhães pode acolher um número maior.
Com a presença do casal coordenador da Província, Marisete e Edmar (Teófilo Otoni), e dos coordenadores da diocese de Guanhães Alcides, Rosângela, Arminda e demais coordenadores das dioceses e paróquias, o casal coordenador do Regional Leste 2, Gilberto e Sílvia (de Governador Valadares), trataram sobre a “Catequese Matrimonial: encontro de noivos por acolhida” e, noutro momento, a “Visão Global da Pastoral Familiar”. Outros assuntos também foram abordados, entres eles: o Ano Vocacional, a articulação da Pastoral Familiar etc. E o padre assessor da Pastoral Familiar na Província de Diamantina foi
Esta é uma proposta aos noivos de uma preparação personalizada onde acontecem partilhas de vida e aprofundamento sobre vocação a matrimonial, e a construção da família. Desse modo estaremos dando um passo positivo de “Cursos de Noivos” para “Preparação de Noivos por Acolhimento“.
Sobre o Guia de Implantação, o casal coordenador do Regional orientou que as paróquias se reúnem para estudar, são 9 encontros um por semana. Muitos já tem o livro do guia. Ao final deste estudo se implanta a pastoral naquela Paróquia. Para isso é necessário que haja o “casal acolhedor” nas paroquias dispostos a fazer a formação específica para estes.
O método de Acolhimento é feito por um casal que já vivencia sua fé na vida matrimonial, que chamamos de Casal Acolhedor. É, de preferência, na casa do Casal Acolhedor que acontece a acolhida (os encontros) daqueles que se preparam para o matrimônio, e com eles percorre o caminho de tomada de consciência do valor do sacramento, as alegrias e desafios da vida a dois.
O bispo de Guanhães, Dom Otacilio, presidiu a missa que abriu as atividades do último dia de encontro e lembrou a todos que um católico ou mesmo um agente de pastoral não age segundo a sua cabeça mas segue as orientações da Igreja. Sendo assim nossa província dá mais um passo no sentido de atender a proposta da igreja no Brasil em comunhão com o Papa Francisco.
Conteúdo da homilia de Dom Otacilio: http://peotacilio.blogspot.com/2023/05/discipulos-missionarios-do-caminho.html?m=1
PASCOM Diocesana
informações de Pe Bruno Costa Ribeiro,
assessor da Pastoral Familiar
Veja mais nos links:
O Chanceler da Cúria de Guanhães, Pe Dilton Maria Pinto, comunicou no sábado (04) ao clero da Diocese de Guanhães que “em atenção às necessidades pastorais de nossa Diocese de Guanhães, reuniu-se o Conselho Presbiteral sob a presidência de Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, nosso bispo” e que “teremos neste mês de fevereiro-março as seguintes transferências”:
1- “O Pe Ivani Rodrigues deixará a missão de Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Mato Dentro assumindo a missão de Pároco na Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Materlândia – MG
2- O Pe Eduardo Dornelas deixará a missão de Pároco na Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Materlândia – MG assumindo a missão de Vigário Paroqial na Paróquia Santa Maria Eterna, em Santa Maria do Suaçuí – MG auxiliando o Pároco Pe. Dilton Maria Pinto.
3- O Pe Amarildo deixará a missão de Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Braúnas – MG e assumirá a missão de pároco da Paróquia Santo Antônio, em Coluna – MG.
4- O Pe José Adriano deixará a missão de Pároco da Paróquia Santo Antônio, em Coluna e assumirá a missão de Vigário Paroquial das Paróquias Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora Aparecida de Córregos e Santo Antônio da Tapera, em Conceição do Mato Dentro – MG, auxiliando o Pároco Pe João Evangelista dos Santos.
5- O Diácono Filipe Ferreira Coelho, assumirá a missão de Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Braúnas – MG.
6- O Pe João Carlos, continuará como Pároco da Paróquia São Sebastião de Joanésia, acumulando também a missão de Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Braúnas – MG.
Que não faltem as luzes do Espírito Santo, a Força de São Miguel e a Proteção da Virgem Maria na Missão Evangelizadora em nossa Diocese de Guanhães.”
Iniciamos o mês missionário, cujo valor, encontra-se na celebração da Eucaristia, alimento e referencial motivador para toda boa obra. Ao mesmo tempo, celebramos a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, que de seu mosteiro, rezou por toda a Igreja, na sua ação missionária.
Desse modo, podemos compreender dois elementos fundamentais da ação missionária da Igreja. Primeiro, missão é a responsabilidade de toda pessoa batizada. Por isso dizemos: “batizados e enviados”. Quando fomos batizados assumimos a condição do próprio Jesus de, além de inseridos em sua Igreja-Corpo-Família, recebemos o mandato de sermos suas testemunhas: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 14, 15). Este “Ide” se faz pela ação do Espírito Santo que move e harmoniza todas as coisas. Assim como o Pai enviou seu Filho, é o mesmo Filho quem nos envia.
A missão não se faz de grandes obras, mas das pequenas, por exemplo, na partilha do pão, na oração, na transmissão da Palavra de Deus e de uma visita simples que se faz a um desconhecido ou a um amigo. Até porque, o estar presente na vida de alguém já é missão. Assim, missão se faz na parceria de toda a comunidade, porque todos somos missionários: da criança à pessoa idosa. Por isso o Papa Francisco pede uma Igreja em saída, que saia de si mesma para ir ao encontro do outro, que muitas vezes encontra-se nas periferias existenciais, esquecido por nós! Assim, é urgente “sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG, nº 20). É necessário irradiar a Alegria do Evangelho, proposta de Jesus e que se fundamenta na própria experiência com Ele (cf. AG, nº 24).
Desse modo, é fundamental que toda celebração Eucarística nos habilite para vivermos a missão e na missão. A Eucaristia não é meio, pois tem fim em si mesma, é o Mistério Pascal de Cristo – porém é experimentada como conteúdo originador de toda ação missionária (Bento XVI). Com isso compreendemos que, alimentados por Jesus Cristo, a própria Eucaristia, Ele mesmo nos provoca, confrontando-nos com o seu anúncio.
A missão é de todos os sacerdotes, juntamente com seu bispo, em primeiro lugar. Porém, sendo eles motivadores e organizadores da ação missionária, cabe à toda a Igreja, Corpo de Cristo, agir para um objetivo comum, a salvação de todos (cf. AG, nº 36). Se fazemos parte da Igreja, então somos missionários na essência do ser cristão. É preciso, com isso, assumir esta consciência (cf. CIC, cc. 781-782). Desse modo estaremos vivendo a premissa do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), que diz: a Igreja é “Sacramento universal de Salvação” (LG, nº 48).
Por onde cada pessoa cristã se fizer presente, aí também estará a expressão do ser igreja. Missão não é proselitismo, mas abertura de si no encontro com o outro, diferente no pensar e no agir. Missão é a apresentação alegre de Cristo Jesus como fonte de toda a vida. E é a partir d’Ele que seremos suas testemunhas (Lc, 24, 48; At 1, 8). E mais: “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5, 13-14). A ação missionária, assumida com responsabilidade e consciência, desenvolve-se dentro e fora das estruturas da Igreja Católica – missão ad intra e ad extra. O ser missionário se vive a qualquer momento e circunstância. Porém, o mês missionário é para, tão somente, realçar essa beleza do cristianismo católico: o de sermos instrumentos da Verdade, que é o próprio Cristo Jesus! (3 Jo 8).
Portanto, a pergunta a seguir é fundamental: Estamos dispostos para a missão de ser igreja e a partir da Igreja? – Se estivermos neste espírito, o da missão, então seremos capazes de dialogarmos com o diferente, de escutarmos o estrangeiro, de partilharmos a vida e os bens, de comunicarmos o que é belo, justo, bom e verdadeiro, dentre outras práticas libertadoras (cf. Documentos da CNBB-105, p. 91).
Porque a vida em si mesma é uma constante missão!
Diácono Valmir Rodrigues Pereira.
(Arquidiocese de Diamantina-MG)
Licenciado em Filosofia (ICSH)
Bacharel em Teologia (SASCJ)
Esp. em Docência do Ensino Básico e Superior (F.E.)
Pós-graduando em Psicopedagogia (I.C.)
A fase preparatória da V Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce deu mais um passo. Foi realizado no sábado, 13 de agosto de 2022, no salão paroquial da paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Pito, cidade de Guanhães, mais um Seminário preparatório com a participação 29 representantes de algumas paróquias das seguintes áreas: “Área 1” composta por São João Evangelista, Paulistas, Peçanha/Cantagalo, São Pedro do Suaçuí, São José do Jacuri, Coluna/ Frei Lagonegro, São Sebastião do Maranhão, Água Boa e Santa Maria do Suaçuí/ José Raydan. A “Área 2” é constituída por Joanésia, Braúnas, Virginópolis e Divinolândia de Minas. A “Área 4”, da qual fazem parte Guanhães (São Miguel e N Sra Aparecida), Rio Vermelho, Materlândia, Sabinópolis, Senhora do Porto, Dores de Guanhães/ Carmésia e Ferros. O Seminário na “Área 3” constituída por Morro do Pilar, Santo Antônio do Rio Abaixo, Dom Joaquim, Conceição do Mato Dentro, Córregos e Tapera no sábado (30/07/2022).
O ponto alto da Romaria acontecerá no dia 04 de setembro de 2022, na cidade de Conceição do Mato Dentro/ MG. Tema: Bacia do Rio Doce, nossa Casa Comum. E o lema: Aos pés do Bom Jesus, cuidar da Mãe Terra, das Águas e da Vida. Vinte e nove participantes representaram algumas paróquias da Diocese de Guanhães.
Essas Romarias iniciaram após o rompimento da Barragem do Fundão, em novembro de 2015. O objetivo é refletir e valorizar a vida a partir do cuidado com o Rio Doce e seus afluentes massacrados pelos Monocultivos e Mineração na região. A V Romaria concluirá o ciclo das romarias no Estado de Minas Gerais.
A semana missionária que será realizada nos dias 30/08 a 03 de setembro.
CHEGADA: dia 29/08 (segunda-feira) ou 30/08 (terça) pela manhã.
LOCAL: Santuário do Senhor Bom Jesus – Conceição do Mato Dentro
PREPARAÇÃO DOS MISSIONÁRIOS: 30/08 – Dia todo
MISSÕES NAS COMUNIDADES: 31/08 a 03/09
Com informações de Madalena Pires
Mais fotos no link: https://www.facebook.com/341747999257314/posts/5206321832799882
Com grande alegria por vencer vários desafios, nossa Diocese de Guanhães, MG, chegou ao final da fase diocesana do Sínodo, com a data prevista de 31/07/2022. Procuramos seguir os passos indicados pela equipe de coordenação do Regional e, assim apresentamos nossa síntese feita a muitas mãos.
Tendo em vista a nossa Comunhão, Participação e Missão numa Igreja Sinodal, elaboramos a síntese do diálogo entre os fiéis e os sacerdotes em nossa Diocese.
Pelas dificuldades que o momento atual nos impõe com as sequelas da pandemia, certamente muitos outros frutos não puderam ser colhidos, pois, muitos setores da sociedade e também eclesiais foram impossibilitados de participar ativamente, aspecto que deve ser considerado como negativo e que trouxe prejuízo ao nosso trabalho evangelizador. Não é de se admirar que sem uma participação efetiva das famílias, as comunidades eclesiais missionárias também ficam prejudicadas. Para que pudéssemos responder ao apelo do Papa Francisco e da Igreja, fizemos um percurso sinodal com várias etapas, a partir das seguintes questões:
Quem são nossos companheiros de viagem na igreja e na sociedade e quais são os seus gritos?; como está o processo de escuta em nossa Igreja?; a motivação para que todos tenham vez e voz e, possam tomar a palavra e falar com coragem, integrando liberdade, verdade e caridade; celebrando a Palavra e a Eucaristia na comunidade missionária; sentindo-nos corresponsáveis na missão a serviço da vida; usando o caminho do diálogo aberto e perseverante; com respeito às outras confissões cristãs, com as quais somos unidos por um único batismo; experienciando uma autoridade e participação corresponsável; obedecendo ao Espirito Santo que nos conduz ao discernimento comum; tendo como meta caminhar juntos em família, igreja e sociedade.
De todas estas questões fica para nós a seguinte orientação: precisamos ser uma Igreja em saída, mas com uma metodologia vivencial de comunhão e participação, onde a evangelização aconteça tendo como protagonistas os Conselhos paroquiais e diocesanos, junto aos demais organismos que compõem e sustentam a organização da nossa Igreja Particular de Guanhães, em vista da Missão proposta por Jesus, VIDA INTERGRAL PARA TODOS.
Que Maria Mãe de Cristo, da Igreja e nossa, São Miguel Arcanjo, padroeiro da nossa Diocese, nos ajudem a caminhar com todos os de dentro e de fora da Igreja com ouvidos atentos aos clamores e necessidades (Lc 24,13-35), com olhos abertos para ver a realidade sofrida, com o coração voltado para Deus e para os irmãos e, enfim, com os pés, mãos e mentes firmes na direção de Cristo na pessoa do irmão e da irmã.
Guanhães, MG, agosto de 2022.
Dom Otacílio Ferreira de Lacerda e Equipe Diocesana de Coordenação do Sínodo
Bispo da Diocese de Guanhães – MG
O que tem acontecido com os nascidos entre 1981 e 2010?
*Elaine Ribeiro
A depressão é um tema de preocupação mundial, uma vez que tem sido considerada a doença que mais gera afastamento do trabalho, e tem alcançado, mais intensamente, uma faixa etária da população que nos chama a atenção: nascidos entre 1981 a 2010. São pessoas que hoje têm entre 12 e 41 anos, fase que engloba adolescentes, jovens e adultos em suas fases mais produtivas, tanto em período escolar, quanto profissional, de expressivo desenvolvimento humano.
As queixas apresentadas por eles trazem situações como: “a vida não tem sentido; não tenho mais vontade de fazer nada; nada me agrada; as roupas não ficam bem em mim; preciso fazer muitas coisas, ou ainda, ter muitos estímulos para ter vontade de algo.” Mas, elas não param por aí: há um questionamento constante sobre a felicidade e o que fazer para alcançá-la, e uma dificuldade para compreender o sentido do sacrifício, das recusas e entregas pelo outro.
Sim, essa é, infelizmente, a realidade que se apresenta neste momento, uma vez que a busca por acompanhamento psicológico e psiquiátrico tem aumentado na mesma proporção das crises de ansiedade, depressão e índices preocupantes de suicídio.
Muitos jovens procuram a psicoterapia, pois estão cientes do que se passa com eles: estou deprimido, tive crises, surtei, pirei, não aguento mais, a vida é pesada demais, para quê estou estudando. Muitos questionam o para quê esforçar-se nos estudos, por exemplo. Há um desejo de sucesso financeiro rápido, imediato, com baixo esforço ou estudo. Aquilo que para outras gerações era a consequência natural do crescimento e amadurecimento, ou seja, assumir responsabilidades, fazer algo pelo outro, ter pequenos sacrifícios, sofrer em certo grau para obter algo, parece ser intolerável para essa geração. Tanto que ela tem sido nomeada como uma “geração infeliz”.
Claro que não temos uma totalidade assim, mas são esses números expressivos que nos preocupam. Alguns aspectos podem intensificar esse quadro, dentre eles a pandemia da Covid-19, que deixou muitos jovens e adultos em casa, reclusos, fixados às redes sociais e, com isto, deixando de usar o que chamamos de habilidades sociais e emocionais, que passam pelo relacionar-se com o outro, pensar as consequências dos seus atos, agradecer, colocar-se no lugar do outro.
Há um isolamento que parece, por muitas vezes, ignorar a existência do outro no mundo, o que leva-os a ter maior dificuldade de perceber que a vida é feita para o outro, na relação com o outro, e não de uma forma autocentrada e egoísta, que gera as principais crises existenciais.
Os perfis de rede social têm sido potencializadores de uma falta de senso crítico e uma visão extremamente limitada do mundo. E o que se vê é uma busca constante por influenciadores como fonte de relacionamento, formação de opinião e discernimento, o que está longe de ser uma forma segura e eficaz de estruturação do conhecimento.
A tristeza por si só é uma emoção normal ao ser humano, seja por uma perda, uma dificuldade, adoecimento, transição de vida. Mas, quando se estende por meses, altera a disposição, a vontade, o interesse pelas coisas, a concentração e a qualidade de vida de forma geral, pensamos sim, num quadro depressivo. E parte dos diagnósticos se dá porque a informação sobre doenças emocionais está mais divulgada.
Um julgamento popular que apenas diz: “na minha época não era assim”, ou, “isso é falta de ocupação”, não resolve o problema. Temos um novo tempo, uma nova realidade, um outro cenário. Para jovens e adultos que têm coragem de identificar o problema precisamos ter a receptividade, compreensão, além de fazermos com que cada vez mais essa realidade possa ser tratada em rodas de conversa nas escolas, nas empresas, em casa, na família, nas igrejas e nas próprias redes sociais.
* Elaine Ribeiro é psicóloga clínica e organizacional da Fundação João Paulo II / Canção Nova.
Instagram: @elaineribeiro_psicologa
Site: elaineribeiropsicologia.com.br
No sábado (30/07), foi realizado o seminário preparatório para a V Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce, no Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Conceição do Mato Dentro. Com a participação das comunidades e paróquias do município, a atividade foi promovida pela comissão organizadora da Romaria, formada por pessoas e organizações da Província Eclesiástica de Mariana e da Diocese de Guanhães.
Com o tema “Bacia do Rio Doce, nossa Casa Comum” e o lema “Aos pés do Bom Jesus, cuidar da Mãe Terra, das Águas e da Vida”, a V Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce acontece no dia 04 de setembro, em Conceição do Mato Dentro. A V Romaria será realizada na Diocese de Guanhães, território eclesial onde a atividade minerária é crescente e o monocultivo de eucalipto prevalece, extinguindo as nascentes de água, devastando as matas e violando os direitos humanos.
Como um grito de clamor em defesa da Casa Comum, a Romaria da Bacia do Rio Doce convoca as comunidades de fé a caminhar juntas em prol da regeneração da Bacia do Rio Doce e da construção da sociedade do Bem Viver.
Em comunicado ao clero o Coordenador de Pastoral Pe José Ap. dos Santos informou a data para o Seminário das demais “Áreas em Guanhães, no dia 13 deste mês, 09h às 12h. O local será no salão do pito, casa paroquial. Precisamos do incentivo e apoio de vocês em convidar pelo menos duas pessoas da sua paróquia para este seminário(…). Precisamos da confirmação até terça-feira dia 10.” O reitor do Santuário Bom Jesus, Pe João Evangelista, pediu: “É muito importante que o máximo de missionários participem desse momento”.
Conforme foi dito já foi realizado o Seminário na “Área 3” constituída por Morro do Pilar, Santo Antônio do Rio Abaixo, Dom Joaquim, Conceição do Mato Dentro, Córregos e Tapera; já as demais áreas participaram do seminário preparatório dos missionários em Guanhães, são elas: “Área 1” composta por São João Evangelista, Paulistas, Peçanha/Cantagalo, São Pedro do Suaçuí, São José do Jacuri, Coluna/ Frei Lagonegro, São Sebastião do Maranhão, Água Boa e Santa Maria do Suaçuí/ José Raydan. A “Área 2” é constituída por Joanésia, Braúnas, Virginópolis e Divinolândia de Minas. A “Área 4”, da qual fazem parte Guanhães (São Miguel e N Sra Aparecida), Rio Vermelho, Materlândia, Sabinópolis, Senhora do Porto, Dores de Guanhães/ Carmésia e Ferros.
O cenário da monocultura do eucalipto, braquiária, somado à escassez de água e da mineração predatória e represas que assolam a região e toda Minas Gerais, darão o tom da temática e da ação missionária e para melhor organizar a romaria a coordenação está preparando a semana missionária. Momento de visitar, escutar e celebrar junto as comunidades. E convidam membros das pastorais, movimentos e serviços, as forças vivas que compõem a caminhada das dioceses da Bacia do Rio Doce e outras, para contribuir com esta semana missionária que será realizada nos dias 30/08 a 03 de setembro.
CHEGADA: dia 29/08 (segunda-feira) ou 30/08 (terça) pela manhã.
LOCAL: Santuário do Senhor Bom Jesus – Conceição do Mato Dentro
PREPARAÇÃO DOS MISSIONÁRIOS: 30/08 – Dia todo
MISSÕES NAS COMUNIDADES: 31/08 a 03/09
Na certeza que as missões e a romaria fortalecerão em todos nós a esperança e o compromisso com o cuidado e a proteção da Vida em todas as suas expressões e dimensões, especialmente no cuidado com a Mãe Terra, nossa Casa Comum.
com informações de Caritas MG https://www.instagram.com/p/Cgu_10TOGcC/?igshid=MDJmNzVkMjY=
Em reunião virtual do Conselho Presbiteral com o nosso Bispo Diocesano, Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, hoje, 03 de agosto de 2022, refletimos sobre as necessidades de mudanças e/ou transferências de alguns padres em nossa Diocese para melhor atendermos ao Povo de Deus nas Paróquias de Sant’Ana, em Ferros, São Sebastião, em Joanésia e Santo Antônio, em Peçanha.
Ouvidas todas as ponderações e depois de conversar diretamente com os envolvidos, o Senhor Bispo definiu que:
O Pe. Osmar Batista Siqueira, deixará a Paróquia de São Sebastião, em Joanésia, assumindo como Pároco a Paróquia de Sant’Ana em Ferros;
Dom Marcello Romano que neste período breve esteve como Administrador da Paróquia Sant’Ana em Ferros, continuará apenas como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Dores de Guanhães;
O Pe. João Carlos de Sousa deixará a Paróquia de Santo Antônio, em Peçanha, onde atua como Vigário Paroquial assumindo a Paróquia de São Sebastião, em Joanésia, como Pároco daquela Paróquia;
Pe. Valter que também por um período breve esteve como Vigário Paroquial nas Paróquias de Sant’Ana, em Ferros, e na Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Dores de Guanhães, auxiliará o Pe. José Aparecido de Pinho na Paróquia Santo Antônio, em Peçanha.
Agradecemos a Deus pela abertura e disponibilidade de todos, e por todo o trabalho realizado.
Que São Miguel, Padroeiro de Nossa Diocese e a Virgem Maria nos ajudem na Missão de Evangelizar, contando com a oração e colaboração de todos.
Santa Maria do Suaçui, 03 de agosto de 2022.
Pe. Dilton Maria Pinto
Chanceler da Diocese
“…Somente a misericórdia nos serve de companheira…”
Reflexão sobre a misericórdia e a vida eterna, o desprendimento das riquezas e o horizonte da eternidade, escrito por Santo Ambrósio (séc. IV), Bispo e Doutor da Igreja, a partir da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 12,13-21).
“Já que todas as coisas que são do mundo permanecem nele, e nos abandona tudo aquilo que entesouramos para os nossos herdeiros; e, na realidade, deixar de ser nossas todas essas coisas que não podemos levar conosco.
Somente a virtude acompanha aos falecidos, somente a misericórdia nos serve de companheira, essa misericórdia que atua em nossa vida como norte e guia até as mansões celestiais, e busca conseguir para os falecidos, em troca do desprezível dinheiro, os tabernáculos eternos”. (Lecionário Patrístico Dominical – 2013 – Editora Vozes – p.686)
Quando a morte de alguém que amamos acontece, sentimo-nos impotentes, tristes e com sentimentos de que esta tristeza será para sempre. Nada tem mais sentido, beleza, luminosidade.
Parece-nos terem roubando nosso chão e, como pássaros com as asas quebradas, não temos como voar, e mesmo que asas ainda tivéssemos, não conseguiríamos alçar voo.
Bem afirmou Santo Ambrósio: “somente a misericórdia nos serve de companheira” rumo à eternidade. De fato, exortados pelo Papa Francisco, na Bula da “Misericordiae Vultus”, vivamos as obras de misericórdia corporais e espirituais.
Nada levaremos, quando desta vida partirmos, a não ser a misericórdia vivida, que nos acompanhará para na passagem definitiva: nem dinheiro, nenhum bem, nem título, nem glória humana alguma alcançada, absolutamente nada que se possa tocar.
Sendo assim, que não sejamos tardios, morosos e jamais adiemos qualquer ação misericordiosa em favor de nossos irmãos.
Quantas vezes nos apegamos aos bens como se fossem capazes de nos eternizar e nos garantir a felicidade plena eterna. Ledo engano, no qual não podemos incorrer, sobretudo se professamos a fé no Deus que nos ama e quer que tão apenas usemos os bens que passam e abracemos os que não passam; aqueles que não se pode tocar, mas nos permitem tocar, um dia, o chão da eternidade, na glória da imortalidade.
Lá nada precisaremos. Aqui, por vezes, nos consumimos e nos devoramos com ambições desmedidas, cobiças que geram fome, miséria e tantos sofrimentos.
Que jamais nos enganemos com falsas ilusões de felicidade e eternidade: a salvação somente nos vem de Deus e na prática da misericórdia que nos acompanha até o último suspiro no tempo presente, para se prolongar na eternidade.
Dom Otacilio Ferreira de Lacerda,
Bispo de Guanhães