Uma reflexão sobre o ministério e a vida do presbítero, à luz dos parágrafos 191-204, do Documento de Aparecida (2007), a fim de que seja discípulo missionário de Jesus, o Bom Pastor.
1 – Deve cuidar de sua formação permanente em suas quatro dimensões: humana, espiritual, intelectual e pastoral.
2 – Precisa cultivar uma vida espiritual centrada na escuta da Palavra e na celebração diária da Eucaristia; fundada na caridade pastoral, que se nutre da experiência pessoal com Deus e na comunhão com os irmãos presbíteros, nas relações fraternas com o bispo e leigos.
3 – Ser um homem de oração, maduro em sua opção de vida por Deus; perseverando com o Sacramento da Confissão, devoção à Santíssima Virgem, mortificação e entrega apaixonada por sua missão pastoral.
3 – Ter a consciência de que é um dom para a comunidade, pela unção do Espírito e por sua especial união com Cristo e não “delegado” ou “representante da comunidade”.
4 – Procurar conhecer a cultura atual, para semear nela a semente do Evangelho.
5 – Viver o celibato, assumindo com maturidade a própria afetividade, com serenidade e alegria, no caminho comunitário.
6 – Ter consciência de suas limitações, no exercício de seu ministério e realização de sua vocação.
7 – Valorizar a Pastoral Orgânica, com inserção na vida do presbitério.
8 – Edificar uma paróquia, comunidade de discípulos missionários, com seus organismos e conselhos (comunitários, paroquiais, econômicos), superando toda e qualquer forma de burocracia.
9 – Preocupar-se com as famílias (“Igrejas domésticas”), pois a família cristã é a primeira e mais básica comunidade eclesial, em que se vive e se transmite os valores fundamentais da vida cristã.
10 – Ser, à imagem do Bom Pastor, um homem de misericórdia e compaixão; próximo a seu povo e servidor de todos, particularmente dos que sofrem grandes necessidades.
11 – Esforçar-se, permanentemente, para ser um homem cheio de misericórdia, sobretudo na administração do Sacramento da Reconciliação.
12 – Renovar a chama do primeiro amor, pois tão somente um sacerdote apaixonado pelo Senhor poderá renovar uma paróquia; e sendo ardoroso missionário, viverá o constante desejo de buscar os mais afastados e não se contentará com a simples administração.
13 – Ter humildade para viver como presbíteros-discípulos, com profunda experiência de Deus, configurado ao Coração do Bom Pastor.
14 – Viver com docilidade às orientações do Espírito, nutrindo-se da oração, mas de modo especialíssimo da Palavra de Deus e da Eucaristia.
15 – Ser presbítero-missionário: movido pela caridade pastoral que o leva a cuidar do rebanho a ele confiado, procurando os mais distantes, na comunhão com os bispos, presbitério, diáconos, religiosos e cristãos leigos e leigas.
16 – Ser um presbítero-servidor da vida: atento às necessidades dos mais pobres; comprometido na defesa dos direitos dos mais fracos e comprometido com a promoção da cultura da solidariedade.
17 – Ser por excelência promotor e animador da diversidade missionária e ministerial.
Elevemos a Deus orações por todos os presbíteros, para que cada vez mais vivam a graça do ministério, dom divino e resposta humana, perfeitamente configurados a Jesus Cristo, o Bom Pastor, autênticos discípulos missionários do Senhor com todo o rebanho que é chamado a cuidar com ardor, zelo, alegria e amor, como tão bem expressou o apóstolo São Pedro:
“Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele, não como por coação, mas de livre vontade, como Deus quer, nem por torpe ganância, mas por devoção, nem como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas, antes como modelos do rebanho. Assim, quando aparecer o Supremo Pastor, recebereis a coroa imarcescível da glória!” (1 Pd 5,2-4).