Acolhamos o sopro do Espírito! Solenidade de Pentecostes

É Pentecostes!

A Solenidade de  Pentecostes consiste na vinda do Espírito que acompanha a missão da Igreja cumulando-a com Seus Dons para com êxito proclamar sua mensagem.

É imperativo que a Igreja dê sempre espaço para a presença do Espírito e a acolhida de Seus inefáveis e imprescindíveis Dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor para exercer os diferentes ministérios e carismas.

Para a Vida Nova do Ressuscitado não há nada que impeça Sua ação e manifestação. Ele rompe as portas fechadas pelo medo, pusilanimidade e covardia para nos comunicar a Sua paz, a plenitude dos Dons messiânicos.

Sopra-nos comunicando o Seu Espírito para que sejamos, ao mundo, enviados para romper o círculo vicioso do pecado, ligar e desligar as correntes que nos aprisionam. Ele ocupa para sempre o centro da vida da comunidade e de nossas vidas. Ele está em nosso meio, não há por que temermos a graça de participarmos da missão. Bem disse Santo Agostinho: “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”.

É Pentecostes a ser celebrado, acolhida do Espírito Santo que dá vida, renova, transforma e constrói a comunidade fazendo nascer o Homem Novo para viver em perfeita comunhão, colocando os dons a serviço, pois todos eles d’Ele procedem.

Urge que entendamos que Dons do Espírito são para o bem da comunidade, não podemos deles nos apropriar.

Todos somos importantes diante de Deus, não há uma hierarquia com cristãos de “segunda” ou de “primeira”. Ser cristão, de fato, é o que conta.

Os sinais que a Liturgia evoca (vento de tempestade e o fogo) são símbolos da revelação de Deus no Sinai, quando a Lei de Deus foi a Moisés e ao povo, entregue. São  símbolos que evocam a força irresistível de um Deus incansável, sempre tomando a iniciativa de vir ao nosso encontro.

A Festa de Pentecostes é mais que uma súplica é a certeza de que “O Espírito Santo vem em socorro à nossa fraqueza”, diz S. Paulo (Rm 8,26).

Pentecostes: a chama do Espírito Santo transformou totalmente os Apóstolos, e celebrando esta Festa suplicamos a Deus que esta mesma chama ilumine e aqueça a nossa vida no caminho da Unidade, do Bem e da Verdade para que sejamos uma Igreja de pedras vivas em que a Lei maior seja visibilizada, o amor, a língua do Espírito, pois é o Espírito do Amor de Deus que tudo une. Maravilhoso laço do Amor divino que nos une, vínculo da paz, exclamamos (Ef 4,3).

Celebrando piedosa e frutuosamente esta Festa seremos curados de toda miopia e, sobretudo, da mais indesejável: a miopia divina de não contemplarmos Deus na pessoa do outro, sobretudo quando este estiver desfigurado e faminto, com frio ou com sede…

Daremos passos firmes na superação da imaturidade no amor, eliminando vestígios de divisões e contendas, abolindo as rivalidades que contradizem a essência do Evangelho.

Há que se vigiar para não fazer da comunidade um campo de batalha, logo há que se vigiar também para que vírus da prepotência e autoritarismo não se multipliquem contaminando relações dentro e fora da comunidade, fazendo perder o sal, a luz e a propriedade essencial do fermento, fazendo crescer o Reino de Deus.

Que a beleza da vida da comunidade, sua força seja a irradiante alegria de podermos amar e servir.

Que ecoem estas palavras de um autor do século VI que assim literalmente diz em seu Sermão “… Esta é a casa de Deus, edificada com pedras vivas. Nela o Eterno Pai gosta de morar; nela Seus olhos jamais devem ser ofendidos pelo triste espetáculo da divisão entre Seus filhos”.

Ilumine-nos o que disse São João da Cruz – que o Espírito Santo, com a Sua chama fere a nossa alma, gastando e consumindo-lhe as imperfeições dos seus maus hábitos para que criemos relações mais humanas, mais fraternas, de modo que ao nos virem, digam – “vejam como se amam”.

Celebrar Pentecostes é compromisso de renovar o que naquele dia aconteceu: falar uma língua que todos entendam, a linguagem da justiça e do amor. A linguagem de Cristo é uma “língua de fogo!”.

Que o vento de Pentecostes e seus rumores sejam acolhidos pelos nossos ouvidos; que seu fogo seja contemplado pelos nossos olhos e que o seu amor derramado seja, em nosso coração, acolhidos!

“Vinde Espírito Santo, enchei o coração dos Vossos

fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor

e tudo será criado e renovareis a face da terra.

Oremos: 

Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos de sua consolação.

Por Cristo Senhor Nosso. Amém”

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