Maria Raquel Mendes Duarte, filha de Joaquim Duarte e Maria Rosa Mendes, nascida em 07/09/1936, natural de Casevel, Portugal e membro do Instituto Secular das Cooperadoras da Família desde o ano de 1971.
Filha de uma família muito simples, Raquel interrompeu os estudos aos nove anos de idade, quando era a melhor aluna da turma. A escola ficava distante da casa dela 4 quilômetros que ela percorria à pé e, quando o pai ficou doente precisou ajudar na vida doméstica.
Trabalhou na roça apanhando figos, azeitonas e mondando o trigo semeado. Nessa época tinha 11 anos e era tão criança que as mulheres predominantes neste serviço a levavam ao colo do campo para o abrigo das oliveiras e carvalhos que lhes serviam de “tenda” nas horas das refeições.
Foi mais de uma década dedicada ao campo, à família e especialmente ao pai, de quem cuidava. Depois de casados seus 3 irmãos e do falecimento de seu pai, foi morar em Santarém com uma tia, a quem ajudou no pequeno comércio, por cerca de 5 anos.
Aos 28 anos, decidiu seguir a vida consagrada, no Instituto Secular das Cooperadoras da Família. Decisão que não foi bem aceita pela família. Quando saiu de casa (1964) e foi para Lisboa seguir a sua vocação, seu irmão mais velho lhe negou a despedida e durante muitos anos não quis falar com ela.
Como Cooperadora da Família, trabalhou com as jovens que chegavam na cidade em busca do seu primeiro emprego, bem como nas visitas às empregadas domésticas e outros serviços. Aí continuou seus estudos equivalentes ao segundo grau(Ensino Médio).
Em 1971 foi para Itália onde trabalhou no serviço de acompanhamento das pessoas. Ao ser perguntada se queria vir para o Brasil, como Maria, deu o seu SIM e em 1979 embarcou rumo ao Brasil. Guanhães era o seu ponto de chegada.
Os primeiros dois anos foram de adaptação aos novos hábitos, cultura etc. Como participante das ULTREIAS (movimento do Cursilho de Cristandade), Maria Raquel e Maria Otília começaram a visitar os bairros mais empobrecidos da cidade e se depararam com algumas situações degradantes em relação às crianças bem pequenas.
Ela e a Maria Otília, juntamente com alguns membros da comunidade começaram a sonhar em fundar uma creche nos salões do Instituto para minimizar o sofrimento dessas crianças. Em fevereiro de 1981 foi fundada a creche Lar dos Pequeninos, inicialmente em regime matutino, com 35 crianças, realidade essa que não atendia as necessidades das crianças e suas famílias, pois, a maioria mães solteiras que precisava trabalhar o tempo integral e pouco tempo depois passou a atender as crianças das 6 da manhã às 18horas.
Trabalhou na creche até o ano 2007. Inserida nas atividades pastorais da Paróquia, trabalhou na Cruzada Eucarística, na catequese para a Primeira Eucaristia, nas festas de São Miguel, na preparação para o Batismo e para a vida matrimonial, na Liturgia, nos Grupos de Reflexão , como Ministra extraordinária da Sagrada Comunhão, na Pastoral Familiar, nas visitas às famílias incentivando-as a cultivarem a espiritualidade da Sagrada Família de Nazaré.