Um sopro do Espírito
“Se és jovem em idade, mas te sentes frágil, cansado ou desiludido, pede a Jesus que te renove. Com Ele não falta a esperança. O mesmo podes fazer se te sentes submerso em vícios, maus hábitos, egoísmo ou na comodidade morbosa.
Cheio de vida, Jesus quer ajudar-te para que valha à pena ser jovem. Assim, não privarás o mundo daquela contribuição que só tu – único e irrepetível, como és – lhe podes dar”.
Conclusão da homilia de Dom Otacilio citando a palavra do papa Francisco na Exortação pós-sinodal “Christus Vivit”, n. 109.
O dia 27 de outubro de 2019 foi marcante em Senhora do Porto, pois uma grande festa da juventude se realizou: o DNJ – Dia Nacional da Juventude. Dia preparado com muito amor pelo grupo de jovens JUFOC e comunidade portuense ao longo de um ano, que não mediram esforços para proporcionar aos jovens de nossa diocese um dia repleto de unção. O tema deste ano: “juventude e políticas públicas: uma história nos chama à civilização do amor”. Tema proposto para motivar os jovens sobre sua participação de construir uma civilização do amor, animando-os a ser os primeiros a experimentar o amor de Deus para transmiti-lo a toda sociedade, incentivando o protagonismo e missionariedade da juventude.
Ao amanhecer, a festa começou com uma oração. De repente a praça da matriz foi se enchendo de jovens e inundando de alegria o ambiente.
Animados pelo ministério de música KAIRÓS – de São João Evangelista – cantando e louvando a Deus pela vida, todos tomaram o café da manhã.
Antes da celebração eucarística, os jovens participaram da caminhada pela paz. Presidiu a Santa Missa Dom Otacilio Ferreira de Lacerda, bispo da diocese de Guanhães e concelebrada pelos padres, Derci, Mário, Valter, José Geraldo, Salomão e Adão. Registramos a presença do padre José Martins, do Diácono André e do seminarista Guilherme.
Após a missa, a partilha do almoço – da alegria e generosidade.
A tarde foi marcada por apresentações de diversas paróquias tendo como motivação o tema da DNJ. Seguiu-se o momento mariano e o encerramento foi com a bênção do Santíssimo, presidida por padre Salomão. Festa da vida: jovens rezando, cantando e dançando com louvores ao Criador. Foi um dia marcante: a juventude expressou sua fé e alegria de ser Igreja viva.
Há 34 anos, ou seja, desde 1985 a Igreja do Brasil propõe a celebração do DNJ – Dia Nacional da juventude. Faço esse resgate histórico para nos lembrar de que o tema desse ano é muito sugestivo: Juventude e Políticas Públicas: uma história nos chama à civilização de Amor. E participar de um dia como esse de hoje é bom porque nos dá a certeza de que essa história não parará por aqui.
Jovens de diversas localidades de nossa diocese refletindo políticas públicas num momento tão delicado politicamente em nossa sociedade nos mostra o desejo de uma juventude que quer vida e “vida em abundância” Jo 10,10, e que ainda mais quer ser juventude protagonista de sua história.
Chamados à civilização do amor, essa foi a resposta: “Eis nos aqui”.
Debaixo de sol e chuva (literalmente) a juventude demonstrou que as ações de Jesus continuam sendo ampliadas por nós que fomos batizados e enviados em missão como Igreja viva e a atuante.
O DNJ deste ano é uma grande demonstração de que temos muito que aprender com as juventudes.
Para mim, assessor diocesano do setor juventudes, é uma satisfação enorme saber que Jesus e sua Igreja são fontes de inspiração de atitudes para as juventudes ainda hoje. Continuemos a celebrar com o desejo de fortalecer cada vez mais essa consciência de que somos sujeitos de nossa história.
Pe. Salomão Rafael Gomes Neto
Presbítero da diocese de Guanhães
Assessor diocesano do setor juventudes da diocese de Guanhães
Os jovens que participaram do DNJ viveram momentos maravilhosos, e que fizeram pensar e repensar muito na vida de cada um, no seu agir, no seu pensar, no seu falar e no seu existir. Foi lindo ver os jovens deixando ser tocados pelo amor de Deus. Meu coração transbordou de alergia ao ver todos os grupos, pastorais e movimentos reunidos. Temos muito a agradecer ao povo portuense que acreditou e nos deu forças para realizar o DNJ.
Ivanderson Chander Diogo Lopes
Coordenador da pastoral da Juventude da diocese de Guanhães
Como bispo da diocese de Guanhães foi a primeira celebração do DNJ. Para mim foi uma graça muito grande. Já algum tempo que eu não celebrava o DNJ por conta de estar numa paróquia ou por não ter a própria atividade. Eu acho que é um ganho muito grande, uma riqueza da diocese a celebração do DNJ. Deve continuar; no que depender de mim, todo incentivo, todas as motivações, por que é uma expressão da força viva da juventude; é como que uma reanimação, um assoprar de brasas que habita no coração de cada jovem. Reacender a chama do amor no coração da juventude e não só dos jovens cronologicamente falando, mas de todos os agentes pastorais. Eu percebi, senhores, senhoras e alguns padres celebrando. O DNJ une as idades, não importa se de anos vividos, mas juventude de alma. O DNJ é para todos aqueles que não envelhecem nunca e é para não envelhecer jamais. Temos que estar sempre rejuvenescidos e revigorados no Senhor.
A temática do DNJ é muito oportuna, juventude e políticas públicas: uma história que nos chama à civilização de Amor. É um tema que gosto muito; construir a civilização do amor, promover a cultura da paz num mundo marcado por tanta violência, por tanta desvalorização da vida ou ameaça da vida com tantos sinais de morte; essa cultura de morte que, às vezes, reina na sociedade precisa ouvir e ver que existe outra cultura possível que é a cultura da vida e da paz; que podemos construir sim uma civilização do amor; afinal, nós seguimos aquele que é o próprio amor: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, essa comunhão de amor. Eu creio que o DNJ é uma oportunidade para dizer ao jovem que ele é evangelizador de outro jovem. O papa Francisco diz que jovem evangelizando outro jovem é jovem acendendo luzes na noite escura de outros jovens. Ser jovem é acender estrelas no céu de cada um para brilhar e iluminar o novo caminho.
Então, o meu parecer participando do DNJ pela primeira vez é uma alegria muito grande, é um envolvimento muito grande. Ainda que não sejam multidões, mas um bom número, expressivo número se faz presente aqui em Senhora do Porto celebrando o DNJ.
Em meu pouco tempo de diocese, é um dos momentos mais bonitos que estou vivendo. Precisamos – como igreja -, o papa Francisco sempre fala isso: renovar os quadros da igreja, o jovem ocupar espaços, formar novas lideranças para que o jovem seja realmente um agente pastoral, seja protagonista e ajude a edificar a Igreja e desperte vocações sacerdotais e religiosas. Como é bom ver jovens apaixonados por Cristo. Jovem que tem em Jesus e encontra em Jesus o ser melhor amigo. O papa disse na exortação pós-sinodal “Christus Vivit” sobre a juventude que Jesus é o amigo da juventude. O amigo que dá a vida pelo outro. Que o jovem que fez o encontro com Jesus de verdade sente a necessidade de levar outros jovens ao mesmo encontro.
Então, parabéns. O Dia Nacional da Juventude, eu gosto de dizer, é um sopro do Espírito.
Dom Otacilio Ferreira de Lacerda,
Bispo de Guanhães