Deus abençoou o homem e a mulher dizendo-lhes: “Sejam fecundos, multipliquem-se, encham-se e se submetam à terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que se arrastam sobre a terra”.
Assim, o homem e a mulher, abençoados por Deus, continuaram a missão criadora produzindo seus frutos, surgindo então, as figuras dos novos coadjuvantes: o pai e a mãe.
A mãe, a mulher preparada biologicamente para gerar a vida em seu útero, como resultado da fertilização, teve a graça de obter um tempo a mais de convívio com o novo ser, durante o período gestatório, onde pôde acompanhar todo o processo de formação mais intimamente, podendo perceber cada aspecto do seu desenvolvimento, sentir as batidas do pequeno coração em primeira mão, os chutes na barriga e também as indisposições naturais e os incômodos.
O pai que teve a participação inicial no ato da fecundação se distancia fisicamente, por questões até biológicas deste convívio íntimo em relação à mulher.
Com isso, surge o lado biológico do “ser mãe e ser pai”.
A grande missão de ser mãe sempre começa com alguns meses de enjoo, azia às vezes, seguido do desejo de comer coisas estranhas, mudanças no corpo, alterações de humor e emoções afloradas. Tudo isso em preparação para o grande dia: a concretização do amor, quando poderá ver; pegar em seus braços e sentir o cheiro de sua cria, concebido com tanto amor, carinho e ansiedade, assumindo a mulher seu papel essencial: ser mãe! Daí para frente, só há a personificação do amor e demonstração de tudo o que ela é capaz de fazer e até mesmo de sofrer em prol daquela pequena vida. Não há limites ou barreiras que a impeçam de transpor para salvaguardar aquele bem tão precioso a ela confiado. Não há preocupação com o tempo ou hora para fazer o que é necessário e também não há dificuldade deixar para fazer aquilo que acha que é bom para si própria. O importante de agora em diante é cuidar com todo amor e carinho daquele pequeno ser colocado em seus braços. Nada mais é relevante e tão importante quanto os cuidados para que nada falte a esse tão pequeno e frágil ser.
Suas horas serão agora preenchidas pela preocupação em amamentar, cuidar das cólicas, das roupinhas, das papinhas, da higiene corporal do bebê e, se sobrar tempo, cuidar de si mesma até que seja solicitada novamente. Ainda há a casa para ser administrada e, certamente, o restante da família. Há uma doação permanente sem esperar nada em troca.
A mulher-mãe ainda tem que matar um leão por dia para se mostrar para uma sociedade que não a valoriza como mulher e como mãe. Apesar de se desdobrar diuturnamente, seu espaço ainda não está demarcado pela sociedade, que sabe do seu valor e da sua importância no ambiente familiar e no seu ambiente de trabalho, bem como de sua força produtiva e também como mediadora, pois grande é a sua habilidade em sanar conflitos e resolver problemas diversos. Que bom seria se a sociedade reconhecesse e valorizasse a mulher-mãe, não só pelas suas qualidades maternais, com todos os seus problemas e necessidades, mas especialmente, pela sua condição de filha de Deus, portanto, digna de uma vida mais justa.
A mãe é o amigo mais importante que podemos conseguir em toda a nossa vida, pois em nenhum momento ela se virará contra nós ou nos abandonará especialmente naqueles momentos sem esperança que nos parecem insolúveis. Ela tem o poder de colocar em seu colo todas as nossas preocupações e transformá-las em sorrisos, de criar laços que nunca mais serão rompidos e de chamar para si a maior e mais divina responsabilidade, que é a de ser mãe. Ela estará, enquanto vida tiver, sempre pronta a nos dar conselhos e doces abraços perfumados, que nos ajudarão a superar todas as nossas dificuldades, por piores que nos pareçam ser.
Eu te agradeço, meu Deus, pelas mães que nos destes!
Prof. Eduardo Oscar Generoso,
de São João Evangelista