Presidente da CNBB: “Acolhamos o amor do Menino Deus para amar a todos, como ele nos ama, pois somos todos irmãos”.

O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, expressou seus votos para o Natal deste ano. A proposta do cardeal é de acolhida ao amor do Menino Deus “para amar a todos, como ele nos ama, pois somos todos irmãos”. Dom Sergio também convida a testemunhar este amor divino e a “esperança que brota da fé na presença de Deus em nossa história”.

Confira mensagem na íntegra:

Celebremos o Natal com a alegria e o louvor dos anjos e dos pastores, glorificando a Deus pelo “sinal” do seu amor manifestado em Belém: “um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura”, nosso Salvador. Ele é a razão de ser do Natal! Acolhamos o amor do Menino Deus para amar a todos, como ele nos ama, pois somos todos irmãos. Sejamos testemunhas do amor de Deus, promovendo o perdão, a reconciliação e a paz, para que a nossa alegria seja verdadeira e possa permanecer para além das festas natalinas. Procuremos dar o testemunho da esperança que brota da fé na presença de Deus em nossa história, do amor misericordioso de Deus revelado em Belém a todos, especialmente, aos pequeninos e sofredores. Sejamos portadores da esperança e da alegria que Jesus nos oferece. Feliz Natal, com as bençãos do Menino Deus!

+ Dom Sergio Cardeal Rocha

Refazer o caminho de Belém
Dom Sergio da Rocha também ofereceu um artigo para reflexão neste Natal, “ocasião especial para repensar o nosso modo de tratar as pessoas que nos rodeiam e recomeçar com redobrado empenho a nossa vida fraterna”. O presidente da CNBB chama atenção para o pequeno sinal da presença de Deus no meio do mundo, ignorado pelos “grandes e poderosos daquele tempo” e a necessidade de incluir os pequenos, os pobres e os sofredores na jornada ruma à Belém para ser possível “entrar para adorar aquele que se faz humilde e pobre”.
“É preciso refazer o caminho para Belém, acompanhado dos pequenos pastores e dos humildes sábios do Oriente, levando-os conosco no coração. Isso nos permitirá prolongar a vivência do Natal ao longo do novo ano através do encontro cotidiano com aquele que veio permanecer entre nós; encontro que se dá pela oração, pela fraterna acolhida dos que nos rodeiam e pelo caminhar solidário em direção às novas manjedouras de Belém”.

Confira o artigo na íntegra:

NATAL: DEUS-CONOSCO!

A festa do Natal, com sua mensagem de amor, reconciliação e paz, tem sido ocasião especial para repensar o nosso modo de tratar as pessoas que nos rodeiam e recomeçar com redobrado empenho a nossa vida fraterna. A razão de ser do espírito natalino de fraternidade, alegria e paz, provêm do nascimento de Jesus. Ele vem dar novo sentido à vida dos que o acolhem. Ele vem trazer nova vida para os corações sofridos que dele se aproximam. Ele vem iluminar e tornar possível a vivência da fraternidade e da paz entre nós. Não é possível celebrar e viver o Natal de Jesus sem pensar no próximo. Não é possível celebrar e viver o Natal de Jesus sem pensar em Deus. Por isso, o Natal deveria ser também ocasião especial para repensar o nosso modo de ver a Deus. O menino que nasce é muito especial: é Deus conosco! Nele se revela o rosto humano de Deus. Deus “se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14), proclama o  Evangelho segundo João.  “Deus armou sua tenda entre nós!”, traduzem alguns exegetas a mesma passagem joanina. Esta é a boa notícia anunciada aos pastores. Esta é a boa notícia que continua a ser proclamada e alegremente acolhida pelos homens e mulheres de boa vontade em nosso tempo. É grande o mistério que celebramos: o mistério da Encarnação.

 Deus vem habitar entre nós, fazendo-se um de nós, assumindo a nossa história, partilhando das nossas alegrias e dores. Deus se manifesta na humilde manjedoura de Belém. O sinal da sua presença entre nós é aparentemente pequeno e frágil: “um menino nos foi dado” (Is. 9,5), um “recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12). Ele é a epifania, a revelação do amor de Deus. O sinal era pequeno demais para os que se julgavam grandes e poderosos daquele tempo. Herodes, os doutores e sacerdotes, tinham notícia do nascimento do Salvador, mas não se dispuseram a ir ao seu encontro para adorá-lo. Preferiram continuar instalados em sua comodidade palaciana, ensimesmados em seu orgulho, fechados em seu poder e saber.

O sinal da presença de Deus na história continua a ser pequeno demais para os que se julgam grandes. Infelizmente, a mania de grandeza continua a impedir muita gente de caminhar em direção a Belém para reconhecer humilde e alegremente a presença de Deus entre nós, como fizeram os pastores. O egoísmo e o orgulho não permitem caminhar a Belém devido à pequenez do sinal revelado, mas também porque não é possível fazê-lo sem admitir que possam ir conosco os humildes pastores das redondezas e os sábios estrangeiros que vieram de terras distantes. Ambos não gozavam de boa fama; os pastores, pelo estilo de vida que adotavam e os problemas que causavam aos agricultores; os estrangeiros, por serem considerados, por muitos na época, excluídos da salvação. Não se entra sozinho na manjedoura de Belém; ou vamos juntos ou ficamos de fora; ou incluímos os pequenos, os pobres e os sofredores, em nossa longa jornada, ou não conseguiremos entrar para adorar aquele que se faz humilde e pobre.

É preciso refazer o caminho para Belém, acompanhado dos pequenos pastores e dos humildes sábios do Oriente, levando-os conosco no coração. Isso nos permitirá prolongar a vivência do Natal ao longo do novo ano através do encontro cotidiano com aquele que veio permanecer entre nós; encontro que se dá pela oração, pela fraterna acolhida dos que nos rodeiam e pelo caminhar solidário em direção às novas manjedouras de Belém. É bom contemplar com admiração os presépios tradicionais, artisticamente trabalhados e ricamente ornados. Contudo, é necessário contemplar os presépios vivos escondidos nas periferias das cidades e nos casebres pobres da zona rural. As crianças que aí continuam a nascer participam da dignidade humana do menino nascido em Belém; merecem atenção e acolhida afetuosa. São crianças a serem amadas, cuidadas e protegidas. Quando tomamos consciência do mistério celebrado no Natal, o olhar feliz para o menino nascido em Belém completa-se com o olhar amoroso e responsável para as crianças que continuam a nascer hoje. A infância negada e violada em nossos dias mostra que é urgente retomar e viver o sentido do Natal. Entretanto, é motivo de alegria e esperança, neste Natal, perceber que é imensa a caravana dos que estão caminhando para Belém.

Feliz Natal a todos! Àqueles que já chegaram à manjedoura de Belém. Àqueles que se dirigem para lá. Àqueles que desejam ir, acompanhado dos pastores e sábios, para encontrar-se com o menino Jesus!

Cardeal Sergio da Rocha

 

A Palavra do Pastor
Que o Presbítero seja Sinal do Cristo Bom Pastor

Que o Presbítero seja Sinal do Cristo Bom Pastor

  A Igreja precisa de Presbíteros com características muito próprias para o exercício Ministerial neste tempo de pós-modernidade. Deste modo,...
Read More
Coração indiviso, por Cristo seduzido: Sacerdote feliz!

Coração indiviso, por Cristo seduzido: Sacerdote feliz!

É sempre tempo para que o Presbítero reveja a fidelidade a Cristo e à Sua Igreja, a fim de que...
Read More
Presbítero: homem da imersão e da emersão…

Presbítero: homem da imersão e da emersão…

  “Imerso no Amor para fazer emergir a vida...” Em todo tempo, mas de modo especial na Quaresma, vivemos, como...
Read More
Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

    Ajudai, Senhor, a fim de que todos os presbíteros mantenham a mansidão e a doçura, virtudes tipicamente cristãs,...
Read More
O Presbítero e os meios de comunicação social

O Presbítero e os meios de comunicação social

Sobre a missão dos Presbíteros nos meios de comunicação social, sobretudo neste tempo que estamos vivendo, em que se multiplica...
Read More
Cidades mais humana

Cidades mais humana

   “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago” (Lc 10,18) É sempre oportuno e necessário refletir sobre a...
Read More
Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

                                       ...
Read More
“Graça, misericórdia e paz”

“Graça, misericórdia e paz”

Reflexão à luz da passagem da Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo (1 Tm 1, 1-2.12-14). Retomo os dois primeiros...
Read More
“A caridade é a plenitude da Lei”

“A caridade é a plenitude da Lei”

“O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei.” (Rm 13,10) Com...
Read More
Pães ázimos de pureza e verdade

Pães ázimos de pureza e verdade

“Assim, celebremos a Festa, não com velho fermento, nem com fermento da maldade ou da perversidade, mas com os pães...
Read More

Empresas que possibilitam este projeto: