“Deus fez-se pequeno para nos tornar grandes; quis ser envolvido em paninhos para nos livrar das cadeias da morte; desceu à terra a fim de que pudéssemos subir ao Céu!”
(Sto. Ambrósio)
No calendário da historia humana escrevemos o dia do nascimento de Deus: É Natal! Sim, o Natal é o aniversário de Deus na história. Proclamamos que Ele foi concebido por obra e graça do Espírito Santo, gerado não criado. Na carne é filho de Maria e de José, da descendência real de David. Quanta ousadia ao proclamarmos que Deus é gente como nós!
Deus foi ousado por primeiro e anunciou pela voz do profeta: “Um menino nasceu para nós! Ele recebeu o poder em seus ombros e será chamado: Conselheiro maravilhoso, Deus forte, Pai sempiterno, Príncipe da paz”(Is 9,6) Assim, em Jesus, o eterno faz-se carne, o transcendente desce a terra, o grandioso apequena-se, o infinito encontra abrigo no seio de uma mulher. Divino e humano, tempo e eternidade se encontram… E Deus veio habitar no meio de nós!
E essa ousadia continua! A novidade que Deus traz é questão de vida ou morte para o mundo! O nascimento de Jesus promove o fim de todas as tristezas, ansiedades e angústias. Pede que se superem as adversidades, as lutas fraticidas, tudo quanto possa colocar em risco a vida, motivando nosso agir na construção de um mundo melhor.
Deus nunca desiste de nós! A Encarnação de Jesus é cumprimento da sua promessa de salvação. E agora, qual será a nossa resposta? Naquilo que nos corresponde, precisamos assumir a atitude disponível de José e de Maria, acolher o Deus que vem e partilha-Lo como bem maior que deve ser dado à luz. Toda vez que Jesus é acolhido, por palavras e atitudes, o Natal se renova.
Façamos acontecer o Natal, aqui e agora! O Brasil vive um novo tempo com o novo governo que terá início no dia 01 de janeiro. O voto foi dado na confiança e, agora, os eleitos precisam ser monitorados para que sejam cumpridas as promessas feitas. E não vejo maneira melhor de nos afirmarmos cristãos, aqueles e aquelas que têm Jesus como o Senhor de suas vidas, senão sendo corresponsáveis na construção do Reino de Deus. Ou seja, concretizando relações novas baseadas na justiça, no amor, na fraternidade, no comprometimento sincero com a organização da “casa comum”, a nossa Pátria.
A sinfonia do Natal desafina se for festa de alguns privilegiados, pois o Menino-Deus nasce para todos e nos traz a Paz!
Nesse sentido, a paz virá verdadeiramente com o fim da pobreza extrema em todas as suas formas: o acesso à assistência médica, à educação e à energia para todos, à água e ao esgoto tratados, à melhoria das estradas; a redução das desigualdades e um desenvolvimento econômico inclusivo; a promoção do emprego estável e do trabalho digno; consumos e produções sustentáveis; a salvaguarda dos ecossistemas… Só assim caminharemos de fato rumo a sociedades justas e, consequentemente, mais pacíficas.
Queira a paz! Promova a paz! Viva a paz!
Santo Natal e próspero Ano Novo, repletos das bênçãos de Deus,
para você e sua família!
São os votos de Dom Darci José , Arcebispo de Diamantina e Administrador Apostólico de Guanhães e de todos os sacerdotes!