Verdadeiro homem novo ressurgiu da cruz, ressuscitou Jesus! Eis a Páscoa para toda a humanidade, aleluia! Eis a Páscoa, eis a grande novidade.do Senhor, aleluia.
Pe. Frei Luiz Turra, OFM
Às vezes, fico a pensar se as pessoas se lembram do real significado da Páscoa. Páscoa é tempo de mudança, de renovação e de esperança, de vida nova. É nascimento, é novidade, é aurora, é ressurreição.
Páscoa é tudo isso, mas como centralidade, é a gratuidade de Deus por meio de seu Filho Jesus para conosco manifestada na salvação da humanidade. E pensando assim, a Páscoa nos motiva e nos convida à mudança radical de nossa vida, cuja meta passa a ser o ressuscitado. Mude, pois somente o que está morto não muda. E nós estamos vivos, pois Cristo nos trouxe vida nova. Fomos banhados n’Ele, por isso somos novas criaturas.
Vivenciamos 40 dias de experiência de deserto, mortificação e preparação. Passados esses dias nos quais vivemos e celebramos a espiritualidade do êxodo, chegamos ao dia que o Senhor fez para nós, o dia central da fé cristã; a Ressurreição de Jesus, como sinal do amor e pleno de Deus para conosco.
Deus nos fez numa atitude de amor infinito, por isso desde sempre Ele quis ficar bem próximo de nós para nos dar afeto, realização e sentido de existência. E Jesus é o Filho de Deus, homem da graça e do amor, que percorreu os caminhos e os limites de nossa humanidade para experimentá-la, tomando parte dos sofrimentos humanos e libertando os filhos e filhas de Deus de toda e qualquer situação de opressão, principalmente do Pecado e das atitudes exclusivistas da cultura da época. Exatamente por causa de sua atitude amorosa e libertadora que o Messias foi condenado pelo poder político e religioso.
Ao celebrar a paixão do Senhor na sexta-feira maior, como fazemos memória, o Salvador do mundo não perdeu sua vida no madeiro, Ele a doou por livre e inteira vontade, despojando-se, algo que é próprio de quem ama e se entrega para que a vida seja resgatada e tenha seu sentido renovado com aspecto de proximidade, de serviço e da comunhão, como Ele mesmo nos ensinou no gesto do lava-pés que celebramos na liturgia da quinta-feira maior. Assim chegamos à conclusão que, de Deus viemos; e em Cristo, para Ele iremos retornar, porque somos filhos da criação-redenção, revelada na Ressurreição de Jesus, verdadeira Páscoa de todos.
A Páscoa, entendo-a como passagem; no sentido bíblico-teológico é sempre passagem de uma situação de sofrimento e dor para uma situação de vida e alegria plena. Com a celebração da Ressurreição de Jesus, no Domingo de Páscoa, inauguramos um novo tempo na vida litúrgica da Igreja: o tempo pascal, quando experimentamos o Cristo glorioso, ressuscitado, mas o testemunho do sofredor que se humilhou diante de todos para garantir-nos vida nova, vida plena e definitiva.
Ao Senhor Ressuscitado, peçamos que, por meio de seu Espírito, nos leve a uma experiência profunda de seu evangelho e do seu testemunho de comunhão e doação, fazendo crescer em nós e em nossa realidade de cristãos, a profunda vontade de mergulhar no mistério de nossa fé.
Feliz Páscoa!
Michel Araújo
(Michel Hoguinele Frazão Araújo, nascido em Materlândia, reside em Belo Horizonte, atualmente trabalha na Livraria Paulinas.