Ainda como um eco da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, um grupo de fiéis de pouco mais de 100 pessoas, no dia 16 de julho, dia de Nossa Senhora do Carmo, subiu, entre belas paisagens e muito suor, a Serra do Ambrósio, para se chegar ao lugar denominado de “Lapa do Zé Vieira”.
A Serra do Ambrósio é uma serra que fica no município de Rio Vermelho – MG, próximo ao distrito de Pedra Menina. Ela faz parte da famosa cadeia do Espinhaço. O Ponto mais alto da Serra do Ambrósio chega a 1640mt acima no nível do mar. Um lugar que marca a divisa de dois biomas: de um lado o bioma Mata Atlântica e do outro o bioma Cerrado.
No passado – não muito remoto – pessoas e às vezes famílias inteiras subiam a Serra e ficavam dias, semanas e às vezes meses morando no alto dela colhendo uma espécie de sempre-viva endêmica do local para depois vendê-la e assim complementarem a sua renda familiar. Já como evento religioso é a segunda vez que essa subida acontece.
Iniciamos a subida por volta das 7:30h da manhã próximo a comunidade do Lajeado. Por um caminho íngreme e arenoso subimos, crianças, Jovens, adultos e idosos. Mãe com crianças ao colo, outros com mochilas nas costas. Alguns a pé e outros a cavalo. Entre uma paradinha para descansar acompanhado, sempre, de um gole de água, subíamos lentamente admirando a bela paisagem desse lugar tão querido dos moradores locais. De início travessamos um riacho ao pé da Serra e, durante todo o caminho desviávamos de rochas enormes e belas. Hora e outra, pela trilha, encontrávamos lindas flores silvestres que embelezavam ainda mais o nosso caminho, mas o terreno feito de um cascalho não muito grosso deixava a caminhada um pouco mais difícil. Mas, continuávamos a subir sem perdemos a vontade de chegar logo ao topo da Serra.
Aos poucos o ar ia se tornando rarefeito, as pernas começavam a doer e o cansaço ia chegando. Mas, com uma prosa boa e com o nosso jeito alegre do mineiro de ser aos poucos íamos vencendo as dificuldades até chegarmos à “Lapa do Zé vieira”.
O local é uma espécie de gruta escavada na rocha, tem esse nome porque, segundo alguns moradores das redondezas, Zé Vieira é uma dessas pessoas que faziam da gruta sua morada nos tempos de colheita da sempre-viva. Ao lado da gruta uma pequena nascente escorria uma água límpida e gostosa, que com as mãos em concha podia-se beber.
Ali em nossa “catedral”, não feita por mãos humanas mas escavada na pedra por Deus, como destacou o Pe. João Evangelista em sua homilia, celebramos a missa. Um ambiente gostoso e descontraído onde a espiritualidade reinava e a comunidade inteira se regozijava desse ambiente propício a um verdadeiro momento de oração. Após a missa todos partilharam de suas “matutagens”, foi um almoço saboroso de deliciosas comidas típicas que os moradores trouxeram (sucos, cafés, farofas, feijão tropeiro, pastéis, quitandas caseiras e a inconfundível farofa de requeijão com rapadura, entre outras).
De lá era possível ver bem outros importantes picos de nossa região, como o pico do Itambé; pico do Quilombo; e o pico Pedra Menina.
Depois do almoço, alguns passearam ao redor da Lapa; outros colheram algumas sempre-vivas para levarem de lembrança; mais um dedinho de prosa e por fim, depois de terminarmos o nosso “momento de Tabor”, descemos a Serra com a certeza de que no próximo ano teremos outra subida que esperamos com ansiedade, pois essa já nos deixou com saudades.
Agradecemos aos fiéis da comunidade do Lajeado que preparam tudo com tanto carinho e as pessoas de outras comunidades que participaram e também ao padre João Evangelista que presidiu a Eucaristia para todos nós.
Equipe de Comunicação da paróquia Nossa Senhora da Pena.