Retorno das festividades do aniversário de Instalação Canônica da Diocese contando com a participação dos padres e número ilimitado de fiéis das paróquias

“Peregrinos da esperança: corações ardentes, pés a caminho”
Com muita alegria, no dia 01 de maio de 2024, os fiéis vindos em caravanas das paróquias da diocese celebraram e comemoraram o aniversário dos 38 anos da Instalação Canônica da Diocese de Guanhães.
Muitos encontros, sorrisos, abraços, fortalecendo a caminhada de fé e muita gratidão a Deus por todas as graças alcançadas.
A Celebração Eucarística foi lindíssima e emocionante, pois foi a primeira Missa presidida por Dom Otacilio no dia 1º de maio em nossa diocese, contando com os fiéis e padres vindos das paróquias para a Celebração.

Em seguida aconteceu o almoço comunitário no pátio da catedral e apresentação de números culturais.

Em sua Homilia , Dom Otacilio e os fiéis presentes se emocionaram em vários momentos.

Abaixo, a Homilia proferida por Dom Otacilio:

Diocese de Guanhães: 38 anos de Evangelização 

Como está linda a nossa Catedral.

Como está linda a nossa diocese, pois estamos em festa!

Quero mais uma vez manifestar a minha alegria ao celebrar 38 anos da instalação da diocese, ciente de que a sua história começou muito antes com sonhos, expectativas de que fosse criada a Diocese.

Com meu coração cheio de alegria mais uma vez, peço licença para prolongar um pouquinho mais a acolhida.

Estou muito feliz com a sua presença como também com a presença dos Padres aqui. O que seria da diocese, o que seria do bispo sem os padres, mas, também, o que seria dos Padres sem o bispo?

Somos um corpo, vocês são filhos, padres, que eu amo e procuro cuidar com muito carinho.

Obrigado pela sua presença! Vocês são um presente de Deus como eu pedi nas reflexões e convites – “Me dê um presente, se faça presente.”

Quero estender a acolhida também e dizer obrigado a Deus pelo diácono Anderson que não vê a hora de ser ordenado Padre em Divinolândia, dia 8 de junho, às 10 horas, e você está convidado.

Acolho, com muito carinho, os seminaristas que aqui se encontram, também as religiosas e o povo de nossas paróquias.

Refletirei em três Pontos:

Primeiro: a liturgia em si da Festa de São José Operário, patrono dos trabalhadores, presente de Pio XII para todos nós em 1955.

Ele nos deu São José Operário como padroeiro dos trabalhadores e como ouvimos no evangelho, José foi esposo de Maria, pai adotivo de Jesus, um homem trabalhador, um homem simples dedicado ao trabalho e na sua escola de trabalho, Jesus, o filho do carpinteiro, também cresceu derramando o suor.

Trabalhando, Jesus aprendeu com José o que está lá nas primeiras páginas da Bíblia, e na primeira leitura da Missa de hoje: o trabalho não é castigo de Deus.

Como nos ensina a Igreja, que o trabalho é graça, e pelo trabalho humano, pela atividade humana, o homem e mulher prolongam a obra da criação.

Trabalhando, produzindo pão, produzindo uma roupa, limpando uma casa, cuidando de uma criança, trabalhando no Cuidado da Saúde de alguém como cuidador, construindo uma casa, preservando a natureza, plantando um jardim, ensinando uma criança na escola, numa faculdade, estamos prolongando a obra da criação porque Deus não deu a criação como um pacote pronto.

A criação é uma obra interminável e o trabalho humano é uma participação na obra da criação. Então, bendito seja Deus pelo trabalho humano que foi abençoado, foi dignificado e testemunhado por São José e pelo seu Filho nosso Salvador Jesus Cristo.

Neste primeiro momento, refletimos sobre a importância e sacralidade do trabalho:  o trabalho é sagrado, o suor derramado é sagrado, trabalho é bênção.

Triste é o desemprego, um pai e uma mãe não ter trabalho, salário e condições de assegurar o pão, a educação e a saúde para seus filhos. Então quero glorificar a Deus por você que está trabalhando e quero pedir a Deus por você que está desempregado. Que Deus, por intercessão de São José, te alcance a graça de um emprego, de um salário digno.

Que nós superemos os números absurdos dos desempregos ou da diferença salarial entre homens e mulheres; que o trabalho seja serviço, que o trabalho seja expressão de amor.

Neste primeiro momento, eu quero trazer ao seu coração as palavras que nós, bispos, dirigimos a vocês, ao povo brasileiro no final da Assembleia lá no Santuário de Aparecida dois parágrafos por ocasião da festa do Primeiro de Maio inspirado em São José Operário.

“Por ocasião da Festa do 1º de Maio, que se aproxima, a Igreja, inspirada em São José Operário, se une solidariamente aos trabalhadores e trabalhadoras nas suas memoráveis lutas por condições dignas de vida e trabalho, bem como com aqueles que continuam enfrentando antigos e novos problemas…

 Entendemos que o Brasil necessita de um novo marco legal que garanta a prioridade do trabalho, do bem-estar humano e da geração de emprego e renda, principalmente para os jovens. Todos os segmentos da sociedade brasileira devem defender a vida na sua integralidade e agir solidariamente em prol de um país economicamente humanizado, politicamente democrático, socialmente justo e ecologicamente sustentável.”

 Com essas palavras encerro o primeiro ponto da homilia: o trabalho é sagrado, é prolongamento da obra da criação, rezando pelos empregados desempregados.

No segundo momento, falarei do tema  – “Peregrinos da Esperança:  corações ardentes pés a caminho”.

Querido povo de Deus, dentro e fora da Igreja que nós sejamos peregrinos da esperança e a fonte da Esperança é Jesus.

Peregrinos da Esperança e a razão de nossa esperança é Jesus. É Ele que nos trouxe aqui como peregrinos vindo de nossas paróquias, e se Deus quiser, no ano que vem, o dobro do que eu estou vendo.

Nós precisamos de momentos como este para sentirmos a força da Igreja.

Somos uma Igreja forte, somos peregrinos,  não desanimamos, apesar das dificuldades…

Convido a ver um vídeo que fiz com uma poema, uma reflexão sobre peregrinos da esperança, inspirado no Livro de Habacuque capítulo 3 e a passagem do Evangelho de São Lucas Capítulo 24,  os discípulos Emaús.

Falo sobre as várias situações da nossa vida, e se não formos fortes, nos entregamos e morremos.

Peregrino da Esperança: coração ardente, pés a caminho; e a esperança só se mantém caminhando, esperança de braços cruzados, não existe, esperança de olhos fechados, não existe.

Esperança se renova na Eucaristia celebrada, no pão partilhado, na palavra proclamada.

A esperança exige dinâmica de vida… padre que para no tempo, morre a esperança; cristão que para no tempo, que não se abre à Igreja e à sua palavra, para no tempo e perde a esperança.

A terceira parte da reflexão é que somos discípulos missionários: temos que caminhar nas paróquias.

Superar as dificuldades, de modo que nossas paróquias sejam mais acolhedoras, mais fraternas, mais comprometidas, mais vibrantes, mais sólidas na vivência, no conhecimento e na vivência dos estatutos que nós aprovamos, que não é para ficar lá na pasta, na gaveta, na estante…

Por isto, discípulos missionários, queridos Agentes de  Pastoral, estou caminhando para 5 anos na diocese, e  quantas coisas bonitas meus antecessores aqui fizeram! E como bispo dessa diocese, tenho uma preocupação imensa: que eu passe por vocês, com vocês e os ajude a ser de verdade discípulos missionários apaixonados por Jesus.

Nossas paróquias têm e carecem sempre mais de discípulos apaixonados por Jesus numa catequese que não tem ponto de chegada, pois é sempre ponto de partida, porque é permanente.

Precisamos das Igrejas cheias nas missas, mas também dos pequenos encontros de grupos de reflexão para o aprofundamento da Bíblia.

Sejamos discípulos missionários ativos, protagonistas nas decisões da Paróquia. O padre decidindo não sozinho, mas tendo cristãos leigos do seu lado com a mente aberta e com o coração aberto para juntos vencermos.

Eu, Bispo, não venço sozinho, eu venço com os conselhos econômico, presbiteral, coordenação, colégio e assim por diante.

O Pároco precisa do CPP, do Conselho econômico, dos conselhos das Comunidades.

Somos peregrinos da Esperança com o coração ardente e pés a caminho e com o coração mais fortalecido: esta é a palavra, a mensagem que eu quero deixar no terceiro momento: se você for agente de pastoral, volte com fôlego renovado, ânimo e entusiasmo para sua paróquia.

Voltemos mais fortes, mais convictos, mais cheios de esperança que nossas paróquias vencerão todas as barreiras, todas as dificuldades, porque disse Paulo aos romanos – “sejamos alegres na esperança, pacientes na tribulação e constantes na oração” (Rm 12,12).

Nós precisamos da esperança. Não podemos nos curvar diante de dificuldade e nós temos que nos nutrir na oração, por excelência, a Eucaristia.

“Peregrinos da Esperança: corações ardentes pés a caminho”.

Que São José Operário interceda a Deus por nós.

Que São Miguel Arcanjo, nosso padroeiro, nos ajude no combate quando pensarmos em  enterrar a esperança e que ele nos ajude a ressuscitá-la porque nós cremos no ressuscitado. Amém!

Viva a Diocese de Guanhães!!!Guarde, guarde o silêncio (…) pode fechar teus olhos, se quiser e sinta teu coração apaixonado por Jesus bater mais forte, pois o segredo da evangelização é a profundidade e a verdade de nossa paixão por Jesus. Amém.

A Palavra do Pastor
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