Dom Otacílio, bispo diocesano de Guanhães presidiu, pela primeira vez como bispo diocesano, a missa da quarta-feira de cinzas, que marca o início da Quaresma. A Santa Missa foi na Catedral São Miguel, com grande presença dos fiéis, e concelebrada pelo Pe. Geraldo Marcone, natural de Guanhães e do clero de Paracatu/MG. Também na mesma celebração, o bispo abriu a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema: “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema, “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Na homilia o bispo destacou a alegria em presidir pela primeira vez, essa celebração, como bispo diocesano, destacou ainda, a bondade de Deus para com o ser-humano e as inúmeras práticas piedosas, que podemos viver, neste tempo intenso, que é a quaresma. Citou exemplo de prática, já experimentado pela comunidade e outros, pelos quais podemos viver.
Abaixo, a íntegra da homilia nessa proferida pelo bispo, nesse início de Quaresma:
Amado povo de Deus,
Quem diria estar abrindo a Quaresma, a Campanha da Fraternidade. na catedral na diocese de Guanhães. Essa missa é muito, muitíssimo importante. Caminhando passo a passo, abrindo nessa igreja particular o tempo quaresmal, intenso tempo da vida da igreja. O mundo todo inicia a quaresma e no Brasil, especialmente a Campanha da Fraternidade.
E a Palavra de Deus de hoje nos convida a envolver em três práticas, não para elogios mas para darmos passos no itinerário quaresmal. A igreja nos convida à prática da Oração – para a vivência da oração, intimidade do teu quarto, onde Deus escutará as suas súplicas.
É Tempo de via-sacras, dos grupos se encontrarem para rezar o tema da Campanha. É tempo de conversão social, tempo da acolhida da graça divina; a quaresma é para que sejamos melhores. “Melhores em Tudo”. E pra isso teremos a CF nos chamando a ser o bom samaritano. Vai mexer com todos nós. Será, portanto tempo de mexer, de conversão, inteiramente sintonizados com a Quaresma e a CF. Tempo para celebrações penitenciais, tempo também de limpar o coração, cada um procure de algum modo, viver a oração mais intensamente. Minha relação com Deus não pode ser mais ou menos. Crescer a cada dia com Deus.
A Catedral está repleta, mas isso é pra dizer que as famílias precisam rezar mais, se ligar mais em Deus, participar das missas sobretudo, aos domingos, como compromisso pessoal – não faltar a nenhum. Quem perder um domingo ficará paupérrimo.
Tocar o coração. O tempo é de Deus, é graça, é presente. O exemplo é fundamental. Jejum para que Deus veja. Esmola, partilha, solidariedade. Lembro aqui, a doação para a Diocese de Governador Valadares/MG. Aquilo oferecido multiplica a missa na vida. O pão que você partilha é o pão que mata a sua fome…
Quaresma nos torna sensíveis. Nessa quaresma vai nos dizer que não posso mudar o mundo, mas ao meu redor, sim.
Segundo jejum – é muito mais… É renunciar livremente e oferecer no domingo de Ramos para ser ofertado a outros.
Jejum, liberdade que se tem diante das coisas que passam. Libertação interior em prol de alguém. Jejum que se reveste em função do outro. É sacrifício ficar sem ajudar a quem nada tem?
Sentido das cinzas – retorna para casa com bondade no coração. O mundo está cheio de descaso e desprezo. Preciso viver a cultura do amor. E as cinzas na cabeça significa: eu quero me converter, quero ver melhor a quaresma, algo mudou na minha vida, na minha pastoral. Sou pó e preciso de Deus e a graça divina; pois Deus é bom pra mim. Correspondamos ao amor de Deus. Somos pó… Ninguém é igual a ninguém. Todos passaremos e o que ficará é o amor de Deus.
Dom Otacilio Ferreira de Lacerda – Bispo Diocesano