O Diaconado é o primeiro grau do Sacramento da Ordem. Os outros dois graus são o Presbiterado e o Episcopado. Assim, diáconos, presbíteros e bispos compõem a hierarquia da Igreja. Para os diáconos, as mãos lhes são impostas para o serviço e não para o sacerdócio. Com a ordenação, o diácono deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero. Esse sacramento imprime caráter, que o faz diácono por toda a eternidade.
O diaconato foi instituído pelos Apóstolos. Podemos ver, nos Atos dos Apóstolos (6,1-6), a imposição de mãos sobre os primeiros sete diáconos: Filipe, Prócoro, Nicanor, Tímon, Pármenas, Nicolau e Estêvão, este que foi o primeiro mártir (At 6,8-7,60). Permaneceu florescente na Igreja do Ocidente até o século V, depois, por várias razões, desapareceu como estado permanente. Nas Igrejas católicas de ritos orientais, não houve essa ruptura. O Concílio Vaticano II (1962-1965) restabeleceu o diaconato permanente na Igreja do Ocidente.
Inicialmente, foi regulamentado pelo Papa Paulo VI, em 1967, no Motu Proprio Sacrum Diaconatus Ordinem. Em 22 de fevereiro de 1998, foram promulgados pela então Congregação para o Clero (atualmente Dicastério para o Clero) as Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes e o Diretório do ministério e da vida dos Diáconos Permanentes. É importante dizer que compete exclusivamente ao bispo diocesano instituir ou não o diaconato permanente em sua diocese.
Em sua homilia, Dom Otacilio expressou a alegria em inaugurar este novo tempo em nossa diocese, falou sobre o papel do Diácono Permanente, citando também, o grande testemunho de São Lourenço, homem fiel, e dedicado ao Evangelho e aos necessitados. Concluiu dizendo que “o diácono deve mostrar em seus atos a Palavra que proclama, na oração, no serviço e na caridade, para que assim, a sua casa, esposa, família e toda a comunidade, se torna uma expressiva oblação de serviço
O diácono, é o “guardião do serviço da Igreja”. Um serviço que possa ser exercido em três grandes campos:
Após a homilia, Dom Otacilio interrogou o ordenando sobre suas disposições em assumir o ministério diaconal. Após a Ladainha, lhe impôs as mãos e proferiu a Prece da ordenação. Já ordenado, Humberto recebeu a Estola e a Dalmática da esposa e alguns padres:
O ministério do diácono é voltado para o serviço à comunidade. A estola atravessada no peito mostra a horizontalidade de suas funções. Segundo o Documento 96 da CNBB (Diretrizes para o diaconado permanente na Igreja no Brasil, n. 40), a “estola transversal lembra a toalha do lava-pés, gesto da atitude diaconal de Cristo”. É a toalha daquele que serve (Jo13,4). Já a estola do sacerdote (padre e bispo) desce verticalmente ao longo do corpo para mostrar a verticalidade de seu ministério. Sendo “pontífice” ele faz a ponte entre Deus e o homem pelo sacrifício apresentado a Deus na Pessoa de Cristo (in persona Christi).
E por fim o Bispo diocesano lhe entregou o Evangeliário. O “diácono, antes de tudo, é ministro da Palavra de Deus, é consagrado e enviado para anunciar a todos o evangelho do Reino, convocando cada pessoa para a “obediência da fé” (Rm 1,53).
O diácono permanente terá uma dupla pertença: sua família e a Diocese. “A ordenação e a incardinação criam um profundo laço com o Bispo, com o clero e com a própria Diocese, que passa a ser a Igreja Particular de pertença do diácono permanente” (CNBB, Diretrizes, 76). Nunca um diácono vive e age por si. Ele é da Igreja diocesana e, portanto, de Cristo. Os diáconos permanentes, pela sua experiência pastoral, sua vida conjugal, familiar e atuação profissional, enquanto ministros ordenados, poderão oferecer preciosa colaboração: a) nas paróquias, áreas pastorais, atuando em conselhos ou coordenações, nas celebrações litúrgicas, nas diversas pastorais, especialmente, no campo das pastorais sociais, na promoção da economia solidária, nos meios de comunicação social e nas escolas; b) nos ambientes onde vivem e trabalham; c) em organismos da Diocese como o Conselho Econômico e Cáritas. (https://www.cnbb.org.br/).
No final da celebração, o neo diácono permanente Humberto Campos agradeceu a todos que lhe incentivaram na sua caminhada vocacional, à sua esposa pelo sim dela e convidou á todos que rezassem por ele e por seu ministério. Após uma breve fala do sr. bispo, e antes da bênção final, o diácono e sua esposa depositaram flores aos pés do Bom Jesus e rezaram com a Igreja, a consagração.