A alegria do Natal depende de nossa conversão – Homilia do 2º Domingo do Advento Ano C

A alegria do Natal depende de nossa conversão

O Tempo do Advento é  favorável para prepararmos um verdadeiro Natal, e a Liturgia do 2º Domingo do Advento (ano C) é um claro e forte convite à conversão, ecoado pelas vozes proféticas que antecederam a chegada do Senhor.

A mensagem transparece na riqueza da Palavra proclamada, Orações e cantos. É preciso que nos coloquemos num processo contínuo de conversão, numa alegre expectativa, como nos falam os Profetas (Baruc e João Batista), e também a acolhida da voz que grita no deserto: “preparai os caminhos do Senhor”.

A passagem da primeira Leitura (Brr 5,1-9) é de autor desconhecido, embora se apresente como um secretário de Jeremias durante o exílio da Babilônia (Br 1,1-2).

A passagem proclamada está integrada numa exortação e consolação a Jerusalém. Após a confissão dos pecados, é apresentada a mensagem de esperança da intervenção divina, exortando à confiança em Javé e à possibilidade da alegria com a atitude misericordiosa de Deus para com o povo.

De fato, o Amor de Deus move a história, pois está sempre disposto a perdoar o afastamento dos filhos rebeldes e a reatar com eles uma história de libertação e de salvação. Um novo êxodo está por vir, é preciso manter a serena alegria e confiança indispensável.

A segunda Leitura (Fl 1,4-6.8-11) é uma exortação ao testemunho da caridade, na superação das divisões, enquanto esperamos a segunda vinda do Senhor.

É notável o carinho do Apóstolo Paulo para com a comunidade, e seu encorajamento para que ela cresça na fidelidade e na solidariedade, a fim de que, sempre em processo de construção, ela não desanime, aprendendo acolher o Senhor que vem e deixar que Ele nos conduza à plenitude de vida e do amor.

Deste modo, o Tempo do Advento constitui para a comunidade o tempo de romper todas as escravidões, fazendo dela uma espécie de “oásis”, um espaço da comunhão, da alegria reinante pela vinda certa de Deus (Ele veio, vem e virá!), renovando-se as esperanças em cada amanhecer, na fé e confiança incondicional em Deus.

A passagem do Evangelho (Lc 3,1-6) nos apresenta João no deserto. Não se trata mais daquele deserto no tempo e geograficamente situado, mas do deserto de nosso coração, transformado numa realidade plena de alegria, confiança e esperança.

Sua voz continua ecoando e atravessando os séculos: “Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas”. Há colinas e vales a serem aplainados em nível pessoal, familiar e social, de modo que cresçamos na caridade, no testemunho do amor/solidariedade, da comunhão/fraternidade.

É preciso nivelar as colinas do orgulho, inveja, preguiça, ira, vaidade, egoísmo, materialismo, para que vivamos na planície querida por Deus, marcada pela alegria, amor, esperança, comunhão, paz e fraternidade.

Somente assim celebraremos e viveremos um Santo Natal; não podemos viver o natal das emoções passageiras, mas na alegre e enternecedora acolhida do Senhor, nossa Vida, Paz e Justiça.

É tempo favorável de nossa conversão, de reequacionarmos a nossa vida, com a revisão de nossas prioridades e valores. Numa palavra, é tempo de nos transformarmos para a acolhida da Salvação.

A conversão, como processo, é sempre um verdadeiro êxodo que nos transportará da terra da opressão para a terra nova da liberdade, da graça e da paz.

Deste modo, a alegria do Natal será diretamente proporcional ao esforço de conversão que possamos fazer neste tempo de preparação, que chamamos de Tempo do Advento.

Reflitamos:

– Qual a conversão necessária em minha vida pessoal, comunitária e social, para que eu possa celebrar o Natal Cristão, o verdadeiro Natal do Senhor?

– O que a voz de João continua a gritar corajosamente no deserto da Cidade?

– O que precisa ser transformado em nossa comunidade (Igreja) para que ela seja um “oásis” da comunhão fraterna e solidária, do amor e da paz, sendo para o mundo sinal e testemunho da Luz Divina?

– Como estou me preparando para o Natal (novenas, confissões, Orações mais intensas, leituras espirituais, leitura orante da Sagrada Escritura)?

–   Quais os gestos de solidariedade que o Tempo do Advento me desperta a viver agora e sempre?

 Oremos:

“Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, 

nós Vos pedimos que nenhuma atividade terrena 

nos  impeça de correr ao encontro do Vosso Filho,

mas instruídos pela Vossa  sabedoria,

participemos da plenitude de Sua Vida.

Por N.S. J. C. Amém!”

Postado por Dom Otacilio F. Lacerda  em

http://peotacilio.blogspot.com/2019/12/a-alegria-do-natal-depende-de-nossa.html

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