À luz da Carta, Patris Corde do Papa Francisco, reuniram-se (de forma virtual) na tarde de quarta-feira 17, para uma reflexão do caminho vocacional, o formador, Padre Salomão e os seminaristas da nossa Diocese de Guanhães, formandos no Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus em Diamantina.
Esteve conosco Dom Marcello Romano, bispo emérito de Araçuaí que, serve ao bom Deus como pai espiritual da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Dores de Guanhães.
Muito nos ajudou a refletir sobre a, Patris Corde, carta apostólica do Papa Francisco que, comemora os 150 anos da Declaração de São José como Padroeiro Universal da Igreja.
O encontro foi iluminado pela simplicidade das palavras e pelo sentimento de esperança que, especialmente neste tempo, pede-nos oração e ação. Dom Marcello nos conduziu a um mergulho na paternidade de São José, esposo de Maria, homem de muitas virtudes, como afirma o Papa em sua carta apostólica.
José nos ensina a disposição silenciosamente discreta, ou seja, realiza tudo em segundo plano sem perder, é claro, o protagonismo próprio. Nesse sentido, o presbítero deve ser pai da comunidade, fazendo com que ela siga mais fervorosamente o Senhor, tendo os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2, 5).
O padre, segundo esta dinâmica, por seu próprio ministério é chamado a gerar vida na comunidade, tomando cuidado com o ativismo que pode condicioná-lo, caso não cuide da vida orante, a qual é sempre chamado.
O mero fazer pode levar não só o padre, mas todos quantos evangelizam, a um esgotamento físico e até mental. É preciso nos conscientizarmos de que, o convite é o de sempre estarmos com o Senhor.
Dom Marcelo nos provocou como vocacionados, é necessário “voltar o olhar ao próprio coração”! Ora, não seria ir ao lugar da amizade e do verdadeiro relacionamento com Deus, consigo e com o outro? Contudo, “a agitação dos afazeres pode nos impedir de nos encontrarmos com nossa própria alma”.
Quem evangeliza é convidado a conduzir os olhares e as consciências a Cristo, eis a missão do padre. Para tanto, é importante imitar a São José, que realizando a vontade de Deus torna-se protagonista nos acontecimentos da vida e em Jesus conforma-se na missão do reino de Deus.
Esta postura é fruto da intimidade com Deus, porque ela é o combustível para, inclusive, superar os momentos tortuosos como também o da pandemia. Deste modo, ligados a Cristo, próximos dele e com ele, daremos o testemunho necessário segundo o exigir da nossa própria vocação.
Convém, para isto, sermos homens da intimidade com Deus na Palavra, na comunhão, no acolhimento, tendo a fraternidade como primeira virtude ao seguimento de Jesus, pois “o que salva é sermos irmãos”.
Estas afirmações podem parecer utópicas, mas em nossa reflexão pudemos considerar que, a muito não se fala desta experiência de se sonhar em comum.
Quem não deseja o fim da pandemia da covid-19? Quem não se indaga sobre até quando isto se dará? É o momento de sombra, que também ocasiona a oportunidade de se estabelecer comunhão, almejando o mesmo objetivo, o de vencermos o inimigo comum.
Portanto, imitando a Cristo, estabelecendo pontes que ligam, o sagrado a realidade, ousemos nos doar cada vez mais (cf. 1Jo 3, 16). Sempre na dinâmica de perguntar ao Senhor: Mestre onde moras? (cf. Jo 1, 35), porque ele nos convida sempre à adesão ao seu projeto de Salvação.
Agradecemos a Deus, a intercessão de São José, homem de discreta caridade para com o projeto de Salvação. Gratidão ao nosso formador, padre Salomão e, ao Dom Marcelo Romano pela generosa reflexão no itinerário de nossa caminhada vocacional.
Obs: Embora permaneçamos no Seminário em plena pandemia, reiteramos nossa responsabilidade para com as orientações das autoridades sanitárias (distanciamento, uso de máscara, todos testados e uso do álcool em gel), esforçando-nos em cumpri-las.
Exercitemos a exemplo de São José a virtude da obediência.
Louvado seja Deus!
Filipe Ferreira Coelho
4º ano de Teologia
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