A força transformadora de um povo

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião do Dia da Pátria, a ser celebrado em 7 de Setembro, faz chegar a todos os brasileiros e brasileiras sua mensagem de ânimo e esperança por um Brasil justo, solidário, ético e fraterno.

No documento, assinado pelos três membros que integram a presidência da entidade, os prelados afirmam que apesar do cenário de desencanto, justificável pela má conduta de grande parte dos atores políticos, as eleições trazem a possibilidade e a força de mudar os rumos da nação brasileira. “Longe de nos desanimar, essa realidade nos desafia e nos põe em estado de vigilância”, diz o texto.

Confira a íntegra da mensagem:

A Força Transformadora de um Povo

“O que nós esperamos são novos céus e nova terra,  onde habitará a justiça” (2P 3,13)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião do Dia da Pátria,  faz chegar a todos os brasileiros e brasileiras sua mensagem de ânimo e esperança por um Brasil  justo, solidário, ético e fraterno. A Igreja une sua voz à dos que, em defesa da vida e da dignidade de cada pessoa, denunciam a desigualdade que gera violência e sustenta privilégios,  contrariando o Evangelho e a justiça social.  Nossas esperanças se renovam com as eleições que se aproximam.  Apesar do cenário de desencanto e desalento, justificável pela má conduta de grande parte dos atores políticos, as  eleições trazem a possibilidade e a força de mudar os rumos da nação brasileira. A escolha, através do voto consciente e livre, dos que hão de governar o País é um dos caminhos eficazes para a construção do Brasil que seja para todos. Mais que direito, o voto é um dever. É expressão de cidadania, tradução de nossa corresponsabilidade na busca do bem comum e compromisso de quem crê numa nação igualitária, livre da pobreza, da miséria, da exclusão, da corrupção e capaz de superar a violência. A fé que caracteriza o povo brasileiro alimenta sua alegria e seu otimismo, sem aliená-lo da dura realidade nacional, assinalada por uma crise política, econômica e social que, ancorada na falta de ética e na corrupção, se alastra e se prolonga indefinidamente. Suas consequências são sentidas, particularmente, pelos mais pobres, crianças e jovens, idosos,  estudantes, pessoas em situação de rua, enfermos, encarcerados, desempregados, trabalhadores e trabalhadoras, aposentados, populações indígenas, afrodescendentes, ribeirinhos e tantos     outros que carregam o peso do descompromisso com o bem comum de grande parte das  lideranças políticas, muitas delas, inclusive, pleiteando reeleição.
Longe de nos desanimar, essa realidade nos desafia e nos põe em estado de vigilância.  “Todos sentimos necessidade de reabilitar a dignidade da política” (Papa Francisco – Bogotá, dezembro 2017). Está em nossas mãos colaborar para que isso aconteça, participando das  eleições, que desempenham papel fundamental na sociedade democrática. O Estado  Democrático de Direito, a ser fortalecido e defendido sempre mais, não condiz com atitudes como o autoritarismo, o fundamentalismo e a intolerância. Ao contrário, requer a convivência respeitosa entre as pessoas e a efetivação dos direitos fundamentais da população,  especialmente dos empobrecidos e fragilizados, com os investimentos necessários na saúde,  educação na segurança pública e na cultura.  “A perda de direitos e de conquistas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, tem aumentado o número dos pobres e dos que vivem em situação de vulnerabilidade” (CNBB, Eleições 2018: Compromisso e Esperança).  Nas eleições de outubro, o eleitor avalie com seriedade cada candidato, cada candidata, suas promessas, sua campanha, as alianças de seu partido e sua atuação política passada. “O bem maior do País, para além das ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores” (CNBB, Eleições 2018: Compromisso e Esperança). Especial atenção merece a escolha dos senadores e deputados, que constituem o Poder Legislativo. No Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas é que se votam as leis que podem ajudar ou prejudicar o povo. Anular o voto ou votar em branco
favorece o pior político, enfraquece a democracia e põe em risco a oportunidade de purificar a política. A cidadania, no entanto, não se esgota no voto. É preciso continuar acompanhando os  eleitos, cobrando-lhes o cumprimento de seu dever de servir o povo.  A CNBB exorta a população brasileira “a fazer desse momento difícil uma oportunidade de crescimento, abandonando os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto” (CNBB, Eleições 2018: Compromisso e Esperança). Nesse dia também, em que se realiza o Grito dos Excluídos, lembra às comunidades católicas a necessidade dos “leigos católicos não  permaneçam indiferentes à vida pública, nem fechados nos seus templos” (Papa Francisco -Bogotá, dezembro 2017), mas sejam “sal da terra” e “luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14), conforme o lema deste Ano Nacional do Laicato.Suplicamos as bênçãos de Deus, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira do Brasil, para que a nossa Pátria seja soberana, justa e fraterna.

Brasília-DF, 07 de setembro de 2018

+ Sergio Cardeal da Rocha
Arcebispo Metropolitano de Brasília
Presidente da CNBB

 

+ Murilo SebastiãoRamo Krieger, SCJ
Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

 

+ Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

SE/Sul Quadra 801 Conj. B / CEP 70200-014 – Brasília – DF – Brasil
Fone:(61) 2103 8300 / 2103 8200 / 98173 5967 / 98173 5958
e-mail: secpresidente@cnbb.org.br Site: cnbb.org.br

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