No Estado de Minas Gerais, crianças e adolescentes estão sem aulas desde março. Servidores estaduais têm o salário parcelado em 3 vezes. Desde 2016, recebem os provimentos com atraso. Muitas famílias sofrem os efeitos da instabilidade política.
Em maio, a greve dos caminhoneiros parou o país por mais de 10 dias. Nas cidades, os cidadãos já não conseguiam comprar produtos básicos para a economia doméstica. Faltaram alimentos, gás de cozinha, remédios nas farmácias.
O preço dos produtos aumentou. A conta de energia elétrica está mais cara. Cresce o índice de desemprego no país. 13 milhões de trabalhadores estão sem trabalho. Aumentam a informalidade, a violência e a desigualdade social.
Pesquisa divulgada pelo jornal Folha de São Paulo mostra que 70 milhões de brasileiros, com 16 anos ou mais, deixariam o país se pudessem. Os níveis de descrédito são altos. Pouca gente acredita em novos rumos, na política e na economia, para a sociedade. Ética, infelizmente, virou uma palavra fora de moda. Vale tudo para manter o poder. Tudo.
Empresas multimilionárias mantêm salários astronômicos dos jogadores de futebol. Famílias trocam os televisores nas lojas para assistirem aos jogos da Copa do Mundo. As narrativas sobre a vitória da seleção canarinho prevalecem na propaganda dos meios de comunicação. Quando vencem os comandados do Tite, o povo brasileiro vence! Muitos cidadãos não creem nisso mais.
O mês de julho chegou! Você se lembra, leitor/a, da magia desse período do ano? Férias, famílias reunidas, sinais de solidariedade em mínimas atitudes cotidianas. Não sei se devo afirmar, mas julgo vivermos em tempos de desafetos. Não sabemos quando começa nem quando termina essa passagem.
Esperança, justiça, paz, amor, solidariedade, respeito mútuo, enfim, valores dos quais a sociedade tanto precisa têm de ser cultivados por todas as pessoas. A mensagem de Lucas constitui um desafio ao nosso entendimento e à prática da virtude: “(…) o Reino de Deus está entre vocês” (Lc 17,21).
Luís Carlos Pinto
Professor de Educação Básica