Novas Orientações pastorais sobre o Matrimônio
Motivações bíblico-teológicas
O bom pastor cuida bem de suas ovelhas e tudo que diz respeito a elas. Esse cuidado deve ser acolhedor, cheio de ternura, respeito, atenção e carinho.
O matrimônio é uma instituição divina. O próprio Deus é o autor do matrimônio (Gn 1, 26-27). Deus destina a mulher para o homem (“Não é bom que o homem esteja só”, Gn 2,18), e naturalmente o homem para a mulher; depois os une (Gn 2, 24) e os abençoa (Gn 1, 28). Jesus ratifica o ato original do Criador e reforça sua indissolubilidade: “O que Deus uniu, o homem não deve separar” (Mt 19, 6). A fidelidade matrimonial é imagem da fidelidade de Deus ao seu povo e da fidelidade de Cristo à sua Igreja (Ef 5, 21-33). O que confirma mais ainda a sua indissolubilidade, pois Cristo amou a sua Igreja entregando-se por ela até a morte e morte de cruz. (Fl 2, 8). “A Igreja atribui grande importância à presença de Jesus nas núpcias de Caná (Jo 2,1-11). Vê nela a confirmação de que o casamento é uma realidade boa e o anúncio de que, daí em diante, será ele um sinal eficaz da presença de Cristo” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1613). “O matrimônio cristão (“no Senhor”, 1Cor 7, 39) se torna, por sua vez , sinal eficaz, sacramento da aliança de Cristo e da Igreja (Ef 5, 21-33). O matrimônio entre batizados é, assim, um verdadeiro sacramento da nova aliança, pois significa e comunica a graça” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1617).
Estas poucas motivações querem justificar o primeiro parágrafo do nosso texto, como também nossas orientações abaixo. Todas as orientações que seguem querem mostrar o apreço que o padre tem para com aqueles que procuram a Secretaria Paroquial, buscando informações sobre o matrimônio. Parecem exigências, mas são orientações importantes, porque importante é o compromisso que se vai fazer; por isso devem ser vistas como profundo respeito ao sacramento, aos noivos, à liturgia e ao lugar do culto, onde se realizará o casamento cristão. Trata-se, enfim, de um ato sagrado, por isso essas orientações devem ser acolhidas com carinho e atenção, levando em conta todos os detalhes, para que os noivos possam se sentir tranquilos, seguros e em casa. E a liturgia possa ser celebrada com serenidade, piedade e unção.
1. Preparação
” Que haja a devida preparação para os noivos.
” Recomendações: que a preparação seja feita através de uma série de encontros (seis a doze); que se dê especial atenção à Pastoral Familiar, valorizando a família como Igreja doméstica; que seja oferecido aos noivos o Sacramento da Reconciliação.
2. Documentação
” Apresentem-se os documentos com no mínimo de um mês de antecedência à realização do Sacramento.
” O Processo Matrimonial seja preparado com cuidado e de preferência com a participação do padre responsável.
” Na celebração, propõe-se a desvinculação do Sacramento do Matrimônio do contrato Civil.
3. Ornamentação
” Os bancos da Igreja não podem ser retirados ou afastados de seus lugares.
” Os arranjos sejam dispostos de modo a não dificultar a visão e a movimentação dos fiéis de ministros.
” Que se respeite a disposição dos “móveis” do presbitério em seus respectivos lugares.
” Que a ornamentação tenha em conta o Tempo Litúrgico da Igreja.
” Deixar claro para todos que não é necessário fazer gastos extras com roupas especiais, fotografias ou ornamentação da igreja.
” Os que desejam fazer ornamentação especial procurem evitar gastos excessivos que causem mal estar ou comparações ente casamentos de ricos ou pobres.
” Se houver, a ornamentação da Igreja será feita pela paróquia ou por pessoas credenciadas pela mesma.
4. Música
” Na Igreja serão tocadas apenas músicas com letras de mensagens religiosas ou músicas instrumentais do repertório tradicional.
” Que se priorize a utilização de música instrumental, especialmente gravada em CDs para evitar surpresas de última hora com cantores ou músicos que não atendem às orientações da paróquia.
5. Entradas
” As entradas devem evitar qualquer semelhança com desfiles de noivos ou convidados, priorizando o sentido processional litúrgico.
” Recomenda-se apenas a entrada do noivo, junto com todos os padrinhos, com música apropriada e, por fim, a entrada dos pagens ou damas junto com a noiva, com música também apropriada. A celebração não poderá ser interrompida para as alianças ou outras entradas.
6. Pontualidade
” Os noivos assinam um Compromisso de Pontualidade, que deverá ser comunicado aos seus familiares e padrinhos com o objetivo de evitar constrangimentos na celebração do sacramento.
7. Fotografias
” Que os responsáveis pelas fotografias e filmagens se movimentem sem atrapalhar o andamento da celebração, evitando tirar a atenção dos presentes e do celebrante.
8. Taxas
” Para cobrir as despesas de secretaria, correios, telefonemas, despesas do sacerdote celebrante, do sacristão, e gastos da Igreja (luz, ventiladores, velas, jarros etc.), a Diocese estabelece taxas que poderão ser dispensadas a critério do Conselho de cada paróquia.
9. Mestre de Cerimônia
” O cerimonial é de responsabilidade da paróquia e não de empresas ou pessoas particulares. Se houver esse serviço, estes deverão seguir as normas e orientações litúrgicas da paróquia, sem modismos trazidos de outras cidades ou da televisão.
10. Notificação
” Valorizar e exigência canônica da notificação nos livros e nos Programas de computador.
11. Local e Celebração
” Os casamentos serão celebrados somente nos ambientes eclesiais, evitando ostentação de luxo ou competição.
” Não é permitida nenhuma bênção ou qualquer ação que simule a celebração do Matrimônio dentro ou fora da igreja.
12. Data e Horário
” A paróquia celebra casamentos nos dias e nos horários determinados pelo Conselho Paroquial, levando em conta os demais serviços da paróquia.
” A data e o horário da celebração do Matrimonio serão confirmados com o pároco, somente após a conclusão do Processo de Habilitação Matrimonial. Antes, porém, poder-se-á fazer uma previsão conforme disponibilidade.