CIRCULAR Nº 01/2017 – ORIENTAÇÕES E SUGESTÕES LITÚRGICAS PARA SEMANA SANTA

 

Guanhães, 16 de março de 2.017. 

CIRCULAR Nº 01/2017 – ORIENTAÇÕES E SUGESTÕES LITÚRGICAS PARA SEMANA SANTA

             “Sempre e por toda a parte trazemos em nosso corpo a morte de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo”. (2Cor 4,10)

 

Caros irmãos presbíteros, seminaristas, animadores de comunidade, ministros da Palavra, ministros extraordinário da Sagrada Comunhão, responsáveis pela pastoral litúrgica, grupos, agentes de pastoral e todo o Povo de Deus da Diocese de Guanhães.

Saudações fraternas!

Estamos nos preparando para celebrar mais uma Semana Santa! Por isso, venho, a cada um dos senhores e senhoras, mais uma vez, para lhes RECORDAR e ATUALIZAR algumas orientações que já foram por mim apresentadas nos anos anteriores, a fim de que a nossa Diocese possa vivenciar do melhor modo possível e liturgicamente correto a Celebração do Mistério Pascal de Cristo.

“…Na semana santa a Igreja celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias de sua vida a começar pelo ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo quaresmal continua até a Quinta Feira Santa. A partir da Missa Vespertina ‘in Cena Domini’ inicia-se o Tríduo Pascal que abrange a Sexta-Feira Santa, da Paixão do Senhor e o Sábado Santo, e tem o seu centro na vigília pascal, concluindo com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Os dias feriais da Semana Santa, de segunda-feira a quinta-feira inclusive, tem precedência sobre todas as outras celebrações. É oportuno que nestes dias não se celebre nem o batismo nem a confirmação”. (Paschalis Sollemnitatis: A Preparação e Celebração das Festas Pascais – Congregação para o Culto Divino, nº 27).

Sem dúvida alguma, o Tríduo Pascal é o coração desta Semana que é Santa. Não somente desta semana, mas de todo o ano litúrgico. Por isso requer atenção e preparação especiais. Os três dias são como um desdobramento da Celebração do Mistério central de nossa fé: o Mistério Pascal.

Na noite da Quinta-Feira Santa celebramos a “Páscoa da Ceia”; recordamos as palavras e os gestos de Jesus na última Ceia, na qual expressou o sentido de sua vida e morte e nos mandou celebrar sempre em sua memória.

Na Sexta-Feira Santa celebramos a “Páscoa da Cruz”, Paixão e Morte de Jesus, o Justo; Ele foi condenado injustamente; mas entregou sua vida nas mãos de Deus, confiando na justiça d´Ele.

No Sábado Santo fazemos memória de sua descida à mansão dos mortos: Jesus se faz solidário conosco até em nossa morte.

Na Vigília Pascal e no Domingo celebramos a “Páscoa da Ressurreição”, a vitória da vida sobre a morte”.

Não se trata apenas de recordar fatos passados, mas de um memorial que deve ser atualizado pelos fiéis. A Semana Santa é semana do encontro com o Cristo-Ressuscitado: nas celebrações litúrgicas, na sua Palavra e na pessoa dos irmãos da comunidade.

Trata-se da celebração do Mistério Pascal na sua globalidade, sem fragmentações, embora cada dia seja dedicado a um dos aspectos particulares. Havia e ainda há o perigo de romper a unidade do Mistério, separando excessivamente a celebração da morte da celebração da ressurreição.

A liturgia da Semana Santa não é um simples jogo de representação teatral, mas atualiza sempre o único Mistério Pascal que não pode ser fragmentado.

Para todos nós, para todo o povo cristão, a Semana Santa é a oportunidade para se fazer um Retiro Espiritual. Neste retiro, a partir de Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, somos convidados a refletir a vida, a cruz, a morte, a ressurreição, o amor de Deus por nós, o amor a Deus e ao próximo, o serviço, a doação, a obediência, a misericórdia, o perdão, a Eucaristia, e a Salvação. Na liturgia aprofundamos o sentido deste retiro na nossa vida e mergulhamos no Mistério da Salvação realizada por Cristo.

01 – A Benção e a Procissão dos Ramos são inseparáveis. Paramentos Vermelhos. Onde não houver Procissão e Celebração Eucarística, não pode haver Benção dos Ramos (cf. Diretório Litúrgico – anotações para o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor). A Assembleia se reúne no local, de onde sairá em procissão. Depois da proclamação do Evangelho da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, faz-se o convite à Procissão. Durante a procissão, pode-se cantar: “Os filhos dos hebreus”; “Cristo vence, Cristo Reina”; “Hosana, hey…” etc. Para o Domingo de Ramos, o espaço da celebração poderá ser ornamentado com ramos (folhas de palmeiras) e ervas medicinais. Preparar bem e com antecedência a leitura da paixão. Se necessário ou se achar conveniente pode-se intercalar a leitura da Paixão com algum refrão adequado. Exemplo: “Prova de amor maior não há”, “Entre nós está”, “Deus Santo, Deus Forte”, “A morrer crucificado”, “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito”, “Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste?”, outros. Durante a leitura da Paixão, não se usa nem incenso nem velas. Omitem-se a saudação ao povo e o sinal da cruz sobre o livro. Depois de anunciada a morte do Senhor, todos se ajoelham, e faz-se uma breve pausa. No fim, diz-se: Palavra da Salvação, mas não se beija o livro. O Sacerdote faz a parte do Cristo.  Na procissão de Ramos, levar uma faixa com os dizeres: “Viva Jesus, nosso Rei!” Não se esquecer da Coleta da campanha da Fraternidade! (Dia 09 de Abril) como fruto da penitência quaresmal e não simplesmente uma esmola. O momento apropriado para cada um entregar seu envelope é o Ofertório, que deve ser bem solenizado. Todas as Comunidades devem ser esclarecidas e motivadas para o gesto concreto da CF. São muitos os modos de penitência, partilha e solidariedade que podem colaborar para que a Igreja em todo o Brasil continue concretizando projetos de ação evangelizadora na perspectiva social, sobretudo entre os mais carentes. O gesto concreto da CF que pertence à Diocese será aplicado nos projetos apresentados pelas pastorais diocesanas. Nenhuma Paróquia ou Comunidade pode omitir-se. Recordar a todos que os Ramos bentos são um símbolo de vitória e de vida, e permanecerão ao longo do ano, como sinal de esperança. Depois da Procissão ou entrada solene, omite-se o sinal da cruz e o ato penitencial ou a aspersão de água benta no início da Missa, e diz-se logo a coleta. Depois, a Missa continua como de costume.

 

02 – PROCISSÃO DO DEPÓSITO – Acontece no Domingo de Ramos, à noite, ou na Terça-Feira Santa, também à noite. Após a Celebração da Santa Missa, os homens levam a imagem do Senhor dos Passos para a Capela do Cemitério ou outra, e as mulheres levam a imagem de Nossa Senhora das Dores também para outra Capela. A Capela que acolhe cada uma das imagens é chamada de Depósito. Essa procissão noturna se chama também de transladação. Em algumas comunidades a imagem é velada durante toda a noite. Para as procissões podem levar velas. Usar paramentos roxos.

03 – PROCISSÃO DO ENCONTRO – Na Quarta-Feira Santa, à noite, as mulheres fazem uma procissão com a Imagem de Nossa Senhora das Dores, com cantos penitenciais, com as figuras bíblicas das “mulheres piedosas”: Verônica, que teria enxugado o rosto ensangüentado de Jesus numa toalha, na qual ficou estampada a sua face; Maria Madalena e outras mulheres que acompanharam a caminhada de Jesus para o Calvário. Outra procissão é feita só pelos homens, que carregam a imagem do Senhor dos Passos. Cada um dos grupos realiza as três primeiras estações da Via-Sacra. Na quarta estação os dois grupos se encontram e rezam juntos “O Encontro de Jesus carregando a Cruz com a Sua Mãe, a Senhora das Dores”. Após rezarem juntos a quarta estação o Pregador faz o Sermão, uma dramatização da cena, recordando o que aconteceu na Sexta-Feira Santa. Faz um apelo à conversão, recorrendo à dramaticidade da dor de Nossa Senhora e das Dores e sofrimentos de Jesus. O sermão tem o costume de ser mais exortativo e até moralizante. Após o sermão, a Verônica entoa um hino e mostra a toalha ensangüentada com a face de Jesus. Na procissão podem usar velas. Usar paramentos roxos.

04 – Na missa do Crisma, dia 06 de Abril, Quinta-Feira, às 19 horas, na Sé Catedral, os presbíteros renovam os seus compromissos sacerdotais e pastorais. O convite para participar desta Celebração é estendido a todo o Povo das Comunidades Paroquiais, lembrando o caráter Real, Profético e Sacerdotal de todo o Povo de Deus.

05 – Na Quinta-Feira Santa, no final da celebração, não há bênção final e nem a Procissão solene com o Santíssimo Sacramento na Custódia ou Ostensório. O Tabernáculo deve estar vazio no início da Celebração e serem consagradas partículas para a própria Celebração e para a Comunhão na Sexta-Feira Santa. A reserva Eucarística (que servirá para a comunhão dos fiéis na Solene Ação Litúrgica na Celebração da Paixão do Senhor) deve ser transportada numa âmbula maior coberta pelo véu umeral usado pelo sacerdote na transladação, ate o local (Capela, Salão…) devidamente ornado, para a reposição. Onde houver a Urna, usada antigamente, a reposição da âmbula com as espécies consagradas, seja efetuada na mesma. No lugar da Urna, pode ser usado um sacrário maior. Onde não for possível nem Urna e nem sacrário maior, a âmbula com a reserva Eucarística permaneça coberta com um véu (conopeu) como é costume em nossas paróquias. Neste dia não há exposição solene do Santíssimo Sacramento.  Os fiéis sejam exortados a fazer pelo menos uma hora de vigília, na Quinta-Feira, após a celebração da Ceia do Senhor, ou na Sexta-Feira pela manhã, em profunda comunhão com o Senhor em sua Paixão. Vale ressaltar que não se trata de Adoração, mas de Vigília. Jesus nos convida a vigiar com Ele. Na Vigília pode-se ler e meditar os capítulos 13-17 do Evangelho de João. Após a meia-noite deve-se imperar o silêncio.  Na Quinta-Feira Santa Voltam as flores e a cor branca ao espaço celebrativo. Os instrumentos musicais tocam-se na Missa vespertina até o fim do canto do Glória. Depois não se tocam, até o Glória da Missa da Vigília noturna da Ressurreição, a menos que seja somente para sustentar o canto. Os paramentos são brancos. O ambão pode ser ornamentado com a menorah e com flores. Usar incenso com abundância. O comovente rito do Lava-pés seja bem apresentado, com uma exortação à comunidade para que se dedique ao serviço dos mais necessitados. Para o Lava-Pés poderão ser convidados, também, agentes que trabalham no cuidado, proteção ou preservação da natureza, como por exemplo, agentes florestais e outros, em consonância com o tema da C.F. 2017. O desnudamento do altar poderá ser feito em silêncio ou acompanhado de um canto muito apropriado antes da transladação ou após pelo padre e seus auxiliares.

06 – A cor usada na Solene Ação Litúrgica na Sexta-Feira Santa, às 15h, é a vermelha, ressaltando a realeza e o martírio de Jesus. Para a conveniência dos fiéis, pode ser celebrada desde o meio-dia; e também mais tarde, mas não depois das 21 horas. O Altar, no início, está completamente desnudado. Uma só toalha se estende sobre o mesmo para a Comunhão. Para a Adoração da Cruz pode-se escolher uma das duas formas propostas pelo Missal Romano. A cruz somente é coberta com um véu vermelho quando se usa a primeira forma de apresentação na qual o sacerdote, de pé diante do altar, recebe a cruz. Para a leitura da Paixão, observe-se o mesmo que foi dito para o Domingo de Ramos (nº 01). A Igreja concede uma Indulgência Plenária aos que hoje participam piedosamente da veneração da Santa Cruz e beijam devotamente o Santo Lenho (Enchiridion Indulgentiarum, n. 17).  Lembrar de fazer a Coleta para os Lugares Santos, que tem colaborado para diminuir situações que envolvem refugiados e comunidades cristãs perseguidas, a começar da própria Terra Santa.  Valorizar a procissão da Sexta-Feira Santa, com a imagem do Senhor Morto e da Virgem das Dores. A referida procissão está no coração do povo cristão católico e constitui-se numa oportunidade singular para evangelização sobre o significado do sofrimento, da morte e da vitória de Jesus. Com Ele caminhamos, com Ele morremos e com Ele ressuscitaremos.

“…Deveríamos aprender – mais uma vez, e não só teoricamente, mas na modalidade do pensamento e da ação – que além da presença real de Jesus na Igreja, no Santíssimo Sacramento, existe aquela outra presença real de Jesus nos mínimos, nos mais espezinhados deste mundo, nos últimos, nos quais Ele quer ser achado por nós. Acolher esta verdade de modo novo é a exigência decisiva que a sexta-feira santa nos faz ano por ano…” (Bento XVI).

Onde não for possível Procissão, organize-se uma Via-Sacra ou uma Celebração Penitencial.  Para a Procissão, Via-Sacra ou outra Celebração, a cor é a roxa.

 

            07 – SERMÃO DAS SETE PALAVRAS E PROCISSÃO DO SENHOR MORTO – Acontece na Sexta-Feira Santa. Prepara-se um Calvário, com o Senhor Crucificado, acompanhado de algumas figuras bíblicas: Nossa Senhora das Dores, Maria Madalena, Verônica, as mulheres de Jerusalém (Beús), São João Apóstolo, Abraão e Isaac com um feixe de lenha e Moisés com as Tábuas da Lei representando o Antigo Testamento. O Pregador representa de forma dramática a Morte de Jesus, fazendo alusão às suas sete últimas palavras. Alguns personagens representando os discípulos ajudam a tirar o crucificado da cruz, após a pregação que o sacerdote faz para cada gesto da descida da cruz. Tiram-se a coroa de espinhos, os cravos, os braços e depois o corpo. As personagens que despregam o crucificado têm o costume de se vestir de soldado romano ou usam uma túnica com um capuz na cabeça. Após o sermão da descida da cruz, também chamado de Sermão do Descendimento, a imagem do Senhor Morto pode ser colocado no colo de uma jovem vestida de Maria, que pode entoar um canto dramático, acariciando o Filho morto. Em seguida a imagem é colocada num esquife funerário. Em silêncio e, com muita dor e piedade, é acompanhado em procissão pelas pessoas. Usam-se matracas e entoam-se cantos de dor e piedade. É costume também o acompanhamento de uma banda que executa músicas fúnebres. Há ainda o costume de se beijar o Senhor Morto após a chegada à Igreja, com clima de piedade, tristeza e meditação. Alguns fazendeiros não tiram leite nesse dia ou, quando tiram, dão para os pobres ou para uma instituição de caridade: asilo, creche ou orfanato.

 

08 – SUGESTÃO DE ESQUEMA PARA O SERMÃO DAS SETE PALAVRAS:

AS SETE PALAVRAS DE CRISTO NA CRUZ

I – Comentarista: Boa noite a todos!

Irmãos e irmãs em Cristo! Sejam todos bem vindos!

Estamos reunidos para refletir e meditar as últimas Palavras de Cristo na Cruz. Estamos todos, desde às 15 horas, celebrando a Paixão e a Morte d’Aquele que se sacrificou por nós para nos conduzir ao Pai. Suas últimas Palavras no alto da Cruz sintetizam tudo o que Ele viveu e ensinou enquanto esteve conosco. Deixemos que suas Palavras, uma a uma, toquem profundamente os nossos corações. Como nosso Mestre, Ele anuncia sua última mensagem, mais com o coração do que com a voz já por se extinguir.

Acolhamos o Pregador e toda a sua equipe, cantando.

(Entram sete homens vestidos de preto trazendo cada um uma vela grande que será colocada num candelabro – menorah – ou em uma mesa. No cenário devem estar sete flâmulas roxas, com as Palavras de Cristo. As flâmulas devem estar enroladas, de modo que possam cair ou embaixo, de modo que possam ser levantadas. Cada Palavra que é anunciada pelo Pregador um homens se levanta, apaga uma vela e solta ou levanta a flâmula referente aquela palavra.

 II – Canto de Entrada

III – Pregador – Acolhida

IV – Pregador: Palavra de Cristo na Cruz: “Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem”. (Lc 23,34)

O 1º homem dirige-se ao candelabro ou à mesa e apaga a primeira vela

Depois se dirige à flâmula para soltá-la ou levantá-la

O pregador convida a ficarem de joelhos, se for possível

O coral entoa um canto referente à Primeira Palavra

O pregador, após o canto convida a ficarem de pé, se já não estiverem

O Pregador faz a Reflexão sobre a primeira Palavra. Reza um Pai- Nosso e uma Ave-Maria. Após, já anuncia a Segunda Palavra e repete-se o esquema, e assim sucessivamente.

 

(O esquema se repete a cada Palavra de Cristo na Cruz)

 

V – Pregador: Palavra de Cristo na Cruz: “Jesus lhe respondeu: Em verdade eu te digo: Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. ( Lc 23,43)

 

VI – Pregador: Palavra de Cristo na Cruz: “Ao ver sua mãe e, do lado dela, o discípulo que Ele amava, disse à mãe: Mulher, este é o teu filho. Depois disse ao discípulo: Esta é a tua mãe! Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo”. (Jo 19, 26-27)

VII – Pregador: Palavra de Cristo na Cruz: “Pelas três horas da tarde, Jesus gritou com voz forte: Eloi, Eloi, lama sabachitani, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”

VIII – Pregador: Palavra de Cristo na Cruz: Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse. Tenho sede”. (Jo 19, 28)

IX – Pregador: Palavra de Cristo na Cruz: “Ele tomou o vinagre e disse: Tudo está consumado”. (Jo 19,30)

X – Pregador: Palavra de Cristo na Cruz: “E Jesus deu um forte grito: Pai, em Tuas mãos entrego o meu Espírito”. (Lc 23,46)

XI – Entrada dos personagens bíblicos que irão compor o Calvário: Pessoas vestidas a caráter conforme o item anterior.

            Canto ou trilha sonora

XII – Quando todos os personagens estiverem olhando para a Cruz o Pregador faz o Sermão do Descendimento do Cristo da Cruz.

Canto ou trilha sonora

XIII – Reflexão sobre o corpo e a morte

XIV – Canto da Verônica

XV – Procissão

            Banda ou trilha sonora

(Os cantos devem corresponder à Palavra que será meditada)

 

09 – Preparar o espaço celebrativo para a solene Vigília Pascal – “Mãe de todas as Vigílias”. Paramentos Brancos. O Círio Pascal ornamentado deve permanecer junto ao ambão e ser aceso em todas as celebrações do tempo pascal, apagado solenemente na Missa Vespertina do Domingo de Pentecostes, levado para junto da Pia Batismal e ser acesso para as Celebrações do Batismo e da Crisma.

10 – O Tríduo Pascal constitui-se numa unidade; tem início com a solene Missa Vespertina da Ceia do Senhor, como centro a Vigília Pascal, e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Na comunidade onde houver a Celebração da ceia do Senhor, deve haver a solene Ação Litúrgica da Paixão do Senhor e a Vigília Pascal. Os ministros leigos da Palavra e do Culto, nas suas respectivas comunidades, com a anuência do pároco ou do administrador paroquial, podem realizar o Tríduo Pascal, com as adaptações litúrgicas necessárias.

11 – Os livros “Vivendo a Semana Santa”, da editora Santuário e “Liturgia – Sugestões para dinamizar as Celebrações”, de José Carlos Pereira, Vozes, trazem ótimas contribuições para nós, Ministros Ordenados, e também para as equipes de liturgia. Aproveitem! Lembrar que o melhor instrumento é o  Missal Romano com suas orientações e rubricas.

 

Vale Também Lembrar:

 

12 – A simplicidade e o despojamento, com a ausência de flores na ornamentação do espaço celebrativo, marcam o estilo de vida da comunidade nesse tempo de caminhada para Páscoa.

13 – A cor litúrgica roxa não é sinônimo de tristeza, mas de sobriedade e de austeridade. Pode ser usada a cor rósea no Domingo Laetare – Quarto Domingo da Quaresma, “próximo ao grande dia”.

14 – Moderar sempre a altura dos instrumentos. Eles têm a finalidade de sustentar discretamente o canto. O uso descomedido e inconveniente da bateria tem feito muito barulho e prestado muitas vezes um desserviço à Liturgia. Não usá-las no tempo da Quaresma seria salutar. A liturgia, mormente a Eucaristia, não é entretenimento, mas a celebração do Mistério Pascal de Cristo no tempo. Ela está pedindo mais silêncio.

15 – Onde houver o costume de entronizar a Palavra de Deus, lembro que a mesma (o Lecionário) deve ser conduzida na procissão de entrada com a Cruz e as velas. Insisto: É fundamental a preparação dos leitores, para que a Palavra de Deus seja proclamada, acolhida com alegria e compreendida por todos os que estão na assembleia, não simplesmente lida, e às vezes, muito mal, sem sentido. “… A proclamação litúrgica da palavra de Deus, principalmente no contexto da assembleia eucarística, não é tanto um momento de meditação e de catequese, como, sobretudo, o diálogo de Deus com seu povo, no qual se proclamam as maravilhas da salvação e se propõem continuamente as exigências da Aliança…” (EG, Nº137). “… O silêncio hoje é o grande ausente, é condição essencial para colocar-se na escuta sincera do Senhor, da sua voz que sobe do íntimo da consciência, da sua Palavra meditada e rezada, bem como através dos acontecimentos. Momentos de silêncio durante as celebrações: ao inicio, para entrar bem na celebração, depois das leituras, depois da comunhão. Evitar excessivas explicações durante a celebração. Deixar falar o RITO. Não se cria silêncio interior, se não se cultiva também o silêncio fora de nós. Neste tempo, seria útil praticar a distância dos instrumentos sem número que invadem nosso espaço vital: TV, internet, rádio, iPod etc. É uma forma inteligente e atualizada de praticar um ‘jejum’ verdadeiramente saudável…” ( Roteiro Homilético para Quaresma – Ano A, 2017).

16 – Valorizar o Salmo Responsorial, parte constitutiva da liturgia da Palavra. O mesmo pode ser recitado ou cantado, do Ambão ou Mesa da Palavra. Atenção: Consultar o Hinário-Litúrgico da CNBB, volume II, o CD próprio da Quaresma. Todo povo deve cantar a Liturgia, e não apenas um grupo de privilegiados. Na Quaresma é oportuno usar as Orações Eucarísticas da Reconciliação, mais indicadas para esse tempo.

 17 – Atenção para a homilia “… que é sempre diálogo amoroso comprometedor entre Deus e seu povo. Um diálogo fraterno continuando o assunto da conversa que Deus vem fazendo conosco através das leituras e dos fatos da vida. Ela tece harmoniosamente uma relação entre a Bíblia, a celebração e a vida. Estabelece um elo entre a proposta de Deus e a resposta da assembleia. A homilia é ação simbólica assim como cada momento da liturgia da palavra. Não pode ser confundida com sermão, discurso temático ou pregação com caráter moralizante. Não é estudo bíblico ou catequético, nem reflexão e, muito menos, deve ser substituída por desabafos pessoais de quem a faz. É mais do que explicação dos textos bíblicos. Ela deve fazer arder os corações, abrindo-os a conversão, a transformação pessoal, comunitário social…” (cf. Liturgia em mutirão – subsídios para formação – CNBB, páginas 113 – 114). Cuidar para que a homilia não extrapole o tempo de 10 minutos.

18 – Lembro aos irmãos padres que “de um coração silenciado e atento, brota a exigência e a capacidade de olhar com humildade para dentro de nós, reconhecer as ambiguidades do pecado que nos ocupa, e celebrar a reconciliação para com o Senhor e com os irmãos, através da celebração do sacramento da reconciliação” (Roteiros Homiléticos para Quaresma, p. 11). O povo em nossas comunidades espera esse nosso gesto. Façamos também a nossa Confissão!

19 – “… A celebração da Páscoa continua durante o tempo pascal. Os cinquenta dias que vão do Domingo da Ressurreição até o Domingo de Pentecostes são celebrados com alegria e como um só dia festivo, antes como o ‘grande domingo’. Os domingos deste tempo devem ser considerados como ‘domingos de Páscoa’ e tem precedência sobre qualquer festa do Senhor e qualquer Solenidade. As solenidades que coincidem com estes domingos são celebrados no sábado anterior. As festas em honra da Bem Aventurada Virgem Maria ou dos Santos, que ocorrem durante a semana não podem ser transferidas para estes domingos”. ( Paschalis Sollemnitatis: A Preparação e Celebração das Festas Pascais – Congregação para o culto divino, nº 100 – 101).

20 – No tempo da Quaresma, na Paixão do Senhor, na Vigília pascal e dia de Páscoa, no tempo pascal, na Ascensão do Senhor e Pentecostes, utilizar as bênçãos solenes propostas no Missal Romano.

“…Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim…” (Jo 13, 1).

Feliz e Santa Páscoa a todos! Que o Bom Deus, à Luz de Seu Filho Ressuscitado lhes conceda Graças e Bênçãos Abundantes! Alegria e Paz!

 

Dom Jeremias Antonio de Jesus

Bispo Diocesano

“Fiat Voluntas Tua”

 

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