Dia da Independência

O dia da pátria, num país, deve ser um evento de grande alegria, pois é a data perfeita para o cidadão demonstrar o seu orgulho de pertencer àquela nação. Nele temos a oportunidade de rememorar tudo aquilo que faz parte da nossa identidade: nossa cultura, nossa música, nossos heróis, etc. Também de fazer um exame e constatar os pecados históricos – sem medo – renovando o propósito de superá-los, sem apelar ao fatalismo, próprio de cada geração.
Ele (o fatalismo) é o inimigo do progresso, pois não tem por fruto outra coisa a não ser o pessimismo. Sim, vivemos um momento onde a miséria, a falta de segurança, a precariedade nos sistemas de saúde e educação, a desigualdade, e tantos outros males nos assombram. Entretanto, diante da presente situação, resignar-se, prendendo-se a um certo saudosismo, é a ultima opção. É preciso projetarmo-nos para o futuro e reacender nos corações a chama da esperança
Para que este futuro seja melhor que o passado e o presente, urge que estejamos dispostos a abrirmo-nos ao projeto de superação de todo egoísmo, das ambições desregradas e de tudo o mais que nos impeça de construir as bases de um novo tempo onde todos, pautados no bem comum, não se sintam amedrontados e, reconstruindo os vínculos sociais, trabalhem juntos, na partilha, para que as realidades que hoje nos assustam deem lugar a uma sociedade mais justa, igualitária, onde todos vivam com igual dignidade.
Pode, o presente texto, causar estranheza em alguns e leva-los a questionar o que tem isto a ver com o Evangelho. É significativo o número de pessoas que pensam que a Igreja deve ocupar-se somente da salvação das almas, sem levar em consideração que a salvação se dá de forma orgânica. Não só a alma, mas o homem todo deve ser salvo. Não se separa a dimensão espiritual do ser humano das demais, pois este é um só. Diferentemente do que era o desejo da modernidade, a fé não pode ser limitada ao espaço de culto. Nossa religiosidade influi, significativamente, na forma como nos relacionamos, fazemos política e existimos. Cristo não toca o Homem pela metade, mas de forma integral.
O Cristão é chamado a ser sinal vivo da presença de Deus no meio em que vive e a Palavra é a bússola que deve nortear seu agir. Ela nos ensina que Deus é solidário com o seu povo, que é misericórdia e que se faz presente em nossos irmãos. Como ser sinal deste Deus que professamos se sou incapaz de ser misericordioso, se sou indiferente ou egoísta? Se alguém, ensina São João, gozando dos bens deste mundo, vir o seu irmão em necessidade e lhe fechar as entranhas, como permanece nele a caridade de Deus (Jo 3, 17)? Como um cristão que possui muito pode dormir em paz sabendo que há irmãos que não possuem o essencial para se viver? Sobre essa questão, lemos na carta encíclica “Populorum Progressio”, publicada durante o pontificado de São Paulo VI: “a propriedade privada não constitui para ninguém um direito incondicional e absoluto. Ninguém tem direito de reservar para seu uso exclusivo aquilo que é supérfluo, quando a outros falta o necessário”.
Não basta apenas fazer pequenas obras de caridade periodicamente, mas lutar para que o meu irmão, presença de Cristo na minha vida, tenha uma vida digna. É este mesmo Cristo que disse: “todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 40). O que agrada mais a Deus: aconselhar que o outro reze, pedindo que Deus estenda sua mão em seu auxílio ou ser a mão de Deus estendida?
A vocação cristã também possui um caráter profético. Também é preciso levantar a voz para anunciar e denunciar os esquemas de morte. O profeta é aquele que renova a esperança de seu povo. São tantos os que, nos nossos dias, se fazem solidários, mas apenas com palavras de consolo. Mais que palavras é imperioso que hajam pessoas dispostas a levantar a esperança, assim como fez Jesus com a viúva de Naim.
Podem até parecer palavras utópicas, difíceis de se concretizarem, mas “a esperança não decepciona” (Rm 5, 5).
Confiemos em Deus e nos nossos irmãos. Superemos nossas limitações e nos ponhamos a trabalhar, unidos, pela construção de um novo tempo. É preciso lançar a semente no campo por mais que não venhamos a vê-la dar seu fruto. Entretanto, tal como Moisés, através de nossas simples ações, pautadas no Evangelho, poderemos, pelo menos, vislumbrar a terra prometida.
Que o bom Deus olhe por nós e nos ajude a manter viva a esperança de contruirmos um Brasil Melhor.
Sílvio Gomes- Seminarista do 2º Ano do Discipulado-Diocese de Guanhães.
A Palavra do Pastor
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