Rápido, forte e letal, é assim que o coronavírus (covid-19) tem se apresentado desde que encontrou morada e aconchego no ser humano frágil.
Sua intromissão fez com que os governantes tomassem medidas como, por exemplo, a quarentena para os infectados e o isolamento social. Medidas tão fortes que as ruas ficaram vazias, os trabalhos cotidianos foram adaptados, passando a funcionar em casa. Os religiosos se reinventaram no mundo virtual, preservando assim, o contato do fiel com o divino e as famílias passam a se sentir e a se cuidar mais intensamente. Vale sonhar com “um lar onde os pais ainda se amam” como canta Padre Zezinho.
O coronavírus causou e está causando no ser humano, a começar da China, nos últimos meses e agora em outros países dentre eles, o Brasil, um grande alerta, digno de reflexão, de análise do hoje e de um olhar audacioso no futuro. Hoje, a ciência tenta dialogar com o vírus, mas ele segue indiferente aos recursos existentes. Nesse sentido, vale considerar que a partir disso o ser humano percebe o quão delicada e breve é sua vida. Ele não é um ser isolado que se basta, mas faz parte de um todo, de um grande corpo cujos membros são muitos. Mais vale agora acatar as orientações da Organização Mundial da Saúde, pois o tempo está passando e vidas sendo ceifadas. Mais vale agora a compreensão, o cuidado e a oração, pois nesta casa comum, como lembra o Papa Francisco, somos todos irmãos.
Como lição, o Mundo se recorde que todas as nações formam uma só família e que se alguma delas se exclui de estender-se à outra, estará contribuindo com a dizimação de boa parte dos membros dessa mesma família. Oxalá poder exclamar amanhã: Ufa! foi por um vírus. Sim! Por causa dele as ruas tomaram nova forma e os trabalhos se modificaram. As religiões se redescobriram e as famílias puderam se amar ainda mais. Vale o questionamento, após a pandemia, como refletir a humanidade?
Que o ser humano aprenda com este momento de confronto mundial em que a solidariedade e a união batem à porta e pedem hospedagem para que num isolamento voluntário, todos juntos, contenhamos o avanço do coronavírus, preservando também as equipes de saúde. Do contrário, será uma inesquecível tragédia.
Filipe Ferreira Coelho
23 de março de 2020.