A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente nesta quarta-feira de cinzas, 6/3, a Campanha da Fraternidade (CF) 2019 com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27). O lançamento acontecerá na sede provisória da entidade em Brasília (DF).
Nesta Campanha, a ser desenvolvida mais intensamente no período da Quaresma, a Igreja Católica buscará chamar a atenção dos cristãos para o tema das políticas públicas, ações e programas desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis. Além disso, a
Nesta CF 2019, a Igreja no Brasil pretende estimular a participação dos cristãos em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade. O texto-base da campanha, que será distribuído aos jornalistas na abertura, descreve, entre outros tópicos, sobre o ciclo e etapas de uma política pública e faz a distinção entre as políticas de governo e as políticas de Estado, bem como apresenta os canais de participação social, como os conselhos previstos na Constituição Federal de 1988.
Todos os anos, a CNBB apresenta a CF como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Em 2019, a Conferência convida todos a percorrer o caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das políticas públicas em todos os níveis como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro.
Tempo da Quaresma
O Tempo da Quaresma, que começa com a Quarta-feira de Cinzas é um “tempo litúrgico que nos prepara para a grande festa da Páscoa”; ele nos propõe “oração, jejum e esmola” para “sair renovados com este tempo de salvação”.
O centro do ano litúrgico é a Páscoa do Senhor, na qual “celebramos solenemente, todos os anos, este acontecimento central da vida de Cristo: sua paixão, morte e ressurreição”. E a “trazemos presente na memória, em cada celebração Eucarística que realizamos todo o ano”.
Entre essas pautas está “a oração mais abundante, mais bem feita. Em suma, voltar para Deus através da conversão da vida e receber dele as luzes que motivam nosso caminho de vida”.
Neste sentido, “a oração é como a respiração da alma. Se não há oração, não há vida de relacionamento com Deus”; e por essa razão “a Igreja, como boa mãe, nos lembra e insiste que voltemos a Deus, intensifiquemos nosso relacionamento com Ele, revisemos nossa oração”.
Propõe também na oração “a leitura da Palavra de Deus, uma participação mais assídua nos sacramentos da penitência e da eucaristia”, bem como a “oração do terço como oração contemplativa desde o coração de Maria, que contempla os mistérios da vida de Cristo”.
“A Quaresma é um chamado ao deserto para ouvir a declaração de amor de Deus e partir para o caminho do combate e da penitência”. E nesse caminho penitencial, outra pauta é o jejum. O jejum é se privar de algo para ser mais ágil no trato com Deus e no serviço ao próximo. Há muitas coisas que vão se acumulando e nos impedem de seguir o caminho mais leve”.
o incentivo ao “jejum de comida para compartilhar com aqueles que não têm nem mesmo o essencial. Jejum de comodidades, para não se deixar levar pela preguiça e acídia. Jejum de descanso e diversões para que o espírito não relaxe”. Ainda que o jejum “esteja na moda para outros fins não religiosos, como esportes ou saúde”, “a Igreja nos manda jejuar, com um pequeno símbolo de não comer, mas com a intenção de nos convidar à privação de tantas coisas que nos estorvam. Coisas que são boas e legítimas, mas que tornam a corrida pesada”.
Ou seja, caminhar “com a bagagem leve para percorrer o caminho do amor a Deus e ao próximo”.
Como terceiro elemento desta pauta de vida para a Quaresma, a Igreja propõe a esmola, isto é, “generosidade com os outros. Se nos voltamos verdadeiramente para Deus e nos privamos daquilo que nos estorva, é para abrir nossos corações (e nossos bolsos) para os outros em tantas formas de serviço”.
“A Quaresma é um tempo para chegar àqueles que mais necessitam”, tempo “para compartilhar com os pobres nosso tempo, as nossas qualidades, nosso dinheiro” e “prolongar a misericórdia de Deus, que é bom com todos, especialmente com seus filhos mais fracos”.
“Oração, jejum, esmola. É o tripé da Quaresma. Entremos de cabeça desde o começo, Deus nos surpreenderá com sua graça e poderemos sair renovados com este tempo de salvação”.