Na terça-feira do dia 05 de maio de 2017 estivemos, o 2° e 1°ano de filosofia, em Ipatinga-Mg e em Coronel Fabriciano-Mg. Dois municípios que, embora próximos, apresentam dados geográficos e históricos bem diferentes. Nas respectivas cidades visitamos a Casa da Esperança e o Mosteiro Elizabeth da Trindade(Carmelo). Dois espaços que a primeira vista se revelam também, bem diferentes. Entretanto, a diferença é parte de nossa breve existência. Lidamos com o diferente a todo tempo. E o que é a diferença, senão a parte de uma contradição que carregam entre si algo de semelhante? Afinal, o diferente depende do outro diferente a ele, senão é igual. Assim, julgamos o diferente não pelo todo, mas pela parte. Estes dois lugares visitados, embora “diferentes”, possui semelhança entre si. Duas realidades distintas, porém, perpassada por um único objetivo: a promoção da vida física e espiritual.
Na Casa da Esperança fomos acolhidos pela fundadora da casa, dona Lúcia, que apresentou-nos um pouco a sua história de vida e de como surgiu a “casa”. Das palavras de amor, esperança, seriedade e alegria por ela proferidas, recolhi algumas que abarcam todos estes sentimentos: “acho bonito o trabalho de vocês… ser padre! cuidar da alma… o corpo talvez fique mais fácil pois sabemos onde esta a doença. A alma é difícil” são fortíssimas palavras que demostram que no sofrimento as dimensões físico e/ ou espiritual estabelecem entre si uma relação de causalidade.
Após ouvir estas e outras belas palavras, meditamo-las enquanto caminhávamos pelos corredores. Estes atraíram nossa atenção numa dualidade entre o que víamos à nossa frente, e o que líamos nas paredes destes; eram frases que nos advertiam quanto aos verdadeiros valores os quais devamos cultivar. O silencio meditativo foi uma antecipação do nosso próximo trajeto.
Seguimos viagem em direção ao mosteiro. Fomos acolhidos pelas carmelitas que carinhosamente descreveram a rotina da casa, responderam as nossas dúvidas e contaram suas histórias vocacionais.
Ademais, diante destes locais visitados, podemos inferir que ambas as organizações buscam o contato com Deus. Seja este, através do silêncio contemplativo, da oração, ou através do próximo; que nos mostra que a maior
doença está na alma das pessoas e não no corpo. E ambos os canais de encontro com Deus nos adverte que: um corpo ferido é consequência de alguma alma doente.
Uma pessoa que não recebe auxílios para o corpo é vitima de outra que não recebeu remédio para a sua alma; pois uma alma sã jamais deixaria um corpo ferido. Feito isto, entendamos que, não são as mazelas da alma consequências do sofrimento do mundo; muito pelo contrário, o sofrimento do mundo é em decorrência de almas feridas.
A educação é, pois, uma tarefa essencial que, mais que ensinar, deve promover encontros sagazes que torne o educando mais perspicaz para com a realidade que vive. Este é um dos seus papéis: mostrar que o mundo é bem mais que as quatro paredes, das quais nos limitamos a enxergar. Ou ainda, o é mais que o brilho de um visor que manuseamos diariamente. A educação, inclusive quando nos apresenta a história, deve, portanto, apresentar equilíbrio; não nos estagnar, como se tudo estivesse apontado por uma linha errada; nem nos tornar rebeldes,
como se tudo, até então, fosse errado. Todavia, dever-nos-á pensar o hoje como fruto em si mesmo, o amor; de forma a não nos ausentar do presente e ao mesmo tempo, não nos perdermos nele. A oração é vacina da alma, e a caridade, que não deixa de ser uma oração, é remédio para aquela. Não que, sendo remédio, deve ser usado só quando parecer estar doente, mas sempre; afinal, a alma, desde quando saiu da presença do criador, ficou enferma; portanto, é pela oração que nos aproximamos de Deus.
Gabriel