O clero da diocese de Guanhães se reuniu na sala da catedral para mais uma etapa da formação permanente. Para isso a Pastoral Presbiteral da diocese de Guanhães convidou o professor psicólogo Willian Cesar Castilho Pereira para ministra o estudo.
Entre os temas abordados ele destaca “A Fecundidade da Solidão”. O assessor lembra que “a maturidade é demonstrada a partir da experiência de solidão. Ou seja, os maduros sabem administrar a solidão sem cair no extremo do isolamento”.
Conforme o professor, a solidão pode ser algo positivo como “lugar onde se busca a sanidade mental”. É na solidão (deserto) que se encontra Deus. No entanto, assim como se deve ter momentos fortes de solidão também é indispensável momentos fortes de convivência fortalecendo os vínculos de amizade – aqui o professor lembra o que diz o filósofo francês Alain Badiou sobre o amor e a convivência, combatendo toda frieza, toda indiferença, todo isolamento. O psicólogo convidado também partilha um texto de Vinícius de Moraes:
“A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.”
O encontro teve início no dia 16 de maio e finaliza no dia 17 do mesmo mês.