Opte por aquilo que te constrói: Uma reflexão
“Quem muito pensa para perdoar… pouco conhece do perdão”
(Côn. Manuel)
Optar é decidir por algo na qual vou exercer um direito ou me responsabilizar por um dever. É decidir-me por aquilo na qual dou a primazia, determinando minhas escolhas, priorizando sempre o que me vai fazer crescer em “sabedoria, estatura e graça” (Lc 2, 39 – 49. 51 – 52), diante de mim mesmo, de minha família, da sociedade e, sobretudo, diante de Deus. Por isso, existem momentos na vida que no mais insólito de uma conversa amiga, numa visita a um doente, no encontro com uma pessoa ou até um acontecimento, são instantes maravilhosos para nos fazer pensar. É bom sabermos liderar nossos sentimentos. Orientar nossa consciência. Adornar nossos sentimentos. Ter uma relação bem ajustada com nosso caráter. E, sobretudo, saber qual o material que nossa vida é construída. Alberto Pires nos edifica dizendo: “Construir não é somente unir tijolos, é preciso ter uma base”. Por isso, opte sempre por aquilo que te constrói. Eis a base.
Martin Luther King, um dos mais indicados, a meu ver, para termos sempre o que optamos como fonte e direção do que nos constrói, nos diz: “Devemos construir, alicerçar e direcionar nossa coragem, para contermos a correnteza do medo”. Diante desta máxima somei dez itens que podem acorrentar a pessoa a não optar por aquilo que lhe constrói. É a pessoa sem fé. Normalmente, é 1. Pessimista, 2. Negativo, 3. só olha para baixo, 4. o novo dia não existe, 5. se tranca no próprio eu, 6. não escuta ninguém, 7. desconhece a existência de Deus, 8. não sabe o que é ORAÇÃO, 9. nunca escreveu no coração a palavra ESPERANÇA, 10. se esquece o que fala a BÍBLIA … “Tudo posso Naquele que me fortalece” (Fl 4, 13). Quem foge dos obstáculos está fugindo de si mesmo. O sofrimento é um grande professor. Nada na vida nos quer rejeitar ou dizer que somos menos do que os outros. Tudo serve para nos aperfeiçoar. Sejamos fieis às nossas cruzes, a ressurreição terá muito mais valor. Eis o caminho para a base.
Quem não opta por se construir, vive numa ‘habitação’ em ruínas. A felicidade e, talvez o bem estar, passam por pequenas demolições no dia a dia. Não esqueça o que nos alerta Winston Churchill: “Construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato impulsivo de um instante”. Nossas escolhas precisam fazer a diferença. Lya Luft assevera: “Podemos tirar o nariz de palhaço e construir algo real com nossas escolhas”. Uma escolha é como a artéria aorta. Se esta leva o sangue a todas as partes do corpo, o optar por aquilo que nos constrói, levamos ao hospital da vida ou a mais bela saúde do nosso viver. Perdoar, por exemplo, é uma bela escolha. É o grande desafio de ontem e de hoje. Do amanhã não sei. A pessoa que perdoa é porque se perdoou primeiro. O perdão cura, enobrece quem o oferece e quem o recebe. Quem muito pensa para perdoar… pouco conhece do perdão. O mesmo acontece com quem desculpa, compreende, corrige, e, sobretudo, quem pensa sempre em recomeçar. Leve avante aquilo que te constrói. A amizade, o namoro sério, a boa convivência no ser lar, a responsabilidade de teus atos, o empenho nos teus estudos ou vida profissional, entre outros. Opte sempre por aquilo que te constrói. Pense nisso.
Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo
Professor do Seminário de Diamantina e da PUC – MG
Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina – MG
Membro da Academia Marial de Aparecida – SP