Pároco: Pe. Wanderlei Rodrigues dos Santos
Comunidades, Pastorais e Movimentos
A Paróquia São José é formada por 19 comunidades: N. Sra. Aparecida (Água Limpa), N. Sra. Aparecida (Bairro Santo Expedito), Santa Edviges (Boa Vista), N. Sra. da Medalha Milagrosa (Bom Jardim), São Sebastião (Contenda), Santo Antônio (Coqueiro), São Sebastião (Cruzeiro), Bom Jesus (Encachoeirado), São Geraldo (Fonseca I), N. Sra. das Graças (Fonseca II), N. Sra. Aparecida (Gonçalves), São José (Jacuri), São José (Machados), Bom Jesus (Parede), N. Sra. de Fátima (Ponte Nova), São Tiago (Santiago), São Judas Tadeu (Tabatinga I), N. Sra. Aparecida (Tabatinga II), Bom Jesus (Tabuleiro).
As pastorais existentes compreendem a Dimensão Bíblico-Catequética, Pastoral Litúrgica, Pastoral da Juventude, Pastoral do Dízimo e Pastoral da Criança. As pastorais não estão todas na mesma proporção em todas as comunidades, muitas que existem em uma não estão em outra.
Os movimentos existentes são: Legião de Maria, Terço dos Homens, Terço das Mulheres, Terço dos Jovens, Renovação Carismática Católica (RCC), Apostolado da Oração, Novena da Medalha Milagrosa e Novena das Mãos Ensanguentadas de Jesus. Como as pastorais, os movimentos também não estão na mesma proporção em todas as comunidades, muitos que existem em uma não estão em outra.
Há também no território paroquial Movimentos Sociais Independentes como: Grupo da Terceira Idade, Grupo Hiper-dia e Pedal CDM.
Dados histórico-geográficos
Na impossibilidade de se reconstruir uma história linear sobre a Paróquia São José, seguem abaixo recortes de fatos que estão nos registros paroquiais, bem como na mente de moradores da comunidade.
São José do Jacuri foi distrito de Minas Novas até 1852; Depois de Serro até 1862. Em seguida, até 1875, pertenceu a São João Batista, hoje Itamarandiba. De 1875 até 1953 pertenceu a Peçanha. A partir dessa data, deu-se a emancipação, desmembrando-se de Peçanha.
Os Índios Malalis Coropos foram os primeiros habitantes da região onde se localiza hoje o município de São José do Jacuri. O nome Jacuri é de origem indígena e significa Rio dos Jacus (Jacchi).
Foram os próprios índios que deram nome ao rio. Havia uma grande quantidade de jacus nas matas que envolviam a atual cidade. Os jacus, ao serem caçados pelos índios para o alimento da tribo, quando flechados caiam dentro do rio e, muitas vezes, os índios não conseguiam capturá-los devido à grande correnteza das águas.
No final dos século XVIII e início do XIX surgiram outros moradores na região que compartilharam essas terras com os índios. Não se sabe ao certo de onde vieram. Sabe-se o nome de determinado morador: Miguel Pereira do Nascimento que, com sua família, fugindo de revoltas em outras regiões (talvez Bahia) e ou secas prolongadas, passando por Serro(MG) se instalaram por essas terras.
Feita amizade com os índios Malalis Coropos, fixaram residência em meio à mata, no que hoje é chamada Praça Conrado Alves.
Elias Pereira do Nascimento, irmão de Miguel, residiu nas proximidades do córrego que corta a cidade e deságua no Rio Jacuri, mais especificamente onde é a Rua Major Fulgêncio, próximo ao Córrego dos Pereiras, nome dado devido à influência da família de Miguel Pereira e Elias Pereira.
Em meio a esse passado com poucos dados históricos, há também o desenvolvimento da vida de fé. Por que se tem na atual cidade de São José do Jacuri uma Comunidade de Fé (Paróquia São José) sob a proteção de São José?
Origem da Devoção a São José
A devoção a São José surge em meio à imaginário mítico-lendário. Faltam dados sólidos para ir à origem dos fatos. Segundo relatos dos antepassados, e que se encontram no Livro de Tombo, tudo se deveu ao encontro de uma Imagem de São José (não se sabe a que fim levou essa imagem) encontrada no fundo do Rio Jacuri. Segundo ainda a moradora Maria Bernarda, procurava-se um corpo submerso às águas quando se depararam com a imagem do Pai Adotivo de Jesus. A querida imagem de São José, agora nas casas das pessoas, foi o ponto de encontro para começar a se formar a vida religiosa em torno do Santo. Decorridos anos e aumentando os fiéis, construíram uma capelinha e junto a ela, um cemitério.
Em 04 de Maio de 1852, o povoado gozava de importância, pois fora elevado a Distrito de Paz e Curato tendo como residentes um Juiz de Paz e um sacerdote que assistia espiritualmente os fiéis.
A chegada de Frei Lago Negro
Em 08 de Maio de 1854, chegou ao Distrito, Frei Bernadino de Lago Negro que, juntamente com os habitantes construíram uma igreja e reformaram o cemitério no entorno do que é hoje a Praça Conrado Alves. Tempos depois, frei Bernadino veio a falecer sendo sepultado dentro da igreja que ajudara a construir.
Imagens de São José
A primeira imagem fora encontrada no Rio Jacuri. A segunda imagem, de um metro de altura, veio da França em 11 de Março de 1876, a pedido de Dom João Antônio dos Santos.
Padre Júlio Gomes chega a São José do Jacuri
Padre Júlio Gomes de Oliveira tomou posse na Paróquia São José em 16 de abril de 1950. Durante seu tempo nesta paróquia, vários acontecimentos religiosos se deram, inclusive, missões e a emancipação da cidade de São José do Jacuri.
Pe. Júlio Gomes de Oliveira, por ocasião do centenário da Paróquia São José, encomendou uma imagem maior, de 1,75m. A imagem deveria ser abençoada no dia 28 de Abril de 1954, aniversário centenário da Paróquia, mas houve um atraso no transporte e ela só chegou em Janeiro de 1955, nove meses depois, sendo possível a sua bênção no dia 22 de julho de 1955, quando dom João, numa breve visita, conheceu a paróquia.
O centenário foi celebrado como pede uma celebração de data tão expressiva: missa solene, procissão com Imagem de São José e com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima. Após a procissão, houve consagração da Paróquia aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. E para encerrar, o Te Deum cantado de maneira magnífica. Foram dias de intenso movimento religioso e eucarístico. Duas placas de metal com inscrição desses fatos foram fixadas ao lado do Altar-mor da igreja matriz.
O Sino
A bênção do novo sino da igreja matriz, de aproximadamente 90kg, se deu no dia 8 de dezembro de 1954. Estando este sino sem função, foi doado para a Comunidade Nossa Senhora Aparecida do Bairro Santo Expedito.
O sino que está em uso também é histórico. Conforme relato de dona Maria Barrozinho, quando a segunda igreja foi construída, o senhor Evaristo Mota – que fez todo o serviço de carpintaria e que era grande devoto de Nossa Senhora da Assunção – fez uma promessa que, se desse conta de todo o serviço, doaria uma imagem da Santa à nova igreja.
Sendo assim, o padre responsável pela Paróquia São José, na época, pediu ao bispo de Diamantina que adquirisse a imagem de Nossa Senhora da Assunção; e ele a encomendou da Alemanha.
Nessa época, o único meio de transporte era com animais. Havia várias tropas fazendo esse trajeto carregando diversas mercadorias, alimentos etc.
Uma viagem de São José do Jacuri a Diamantina demorava 40 dias. Um tropeiro foi contratado para buscar a Imagem. De volta a Jacuri, com os animais cansados tudo era mais difícil. Devido ao peso da embalagem, colocaram-na na “mula-guia” que era na maioria das vezes a mais forte da tropa. Passados alguns dias, na viagem de volta, por distração dos tropeiros, sem que eles percebessem, a mula entrou mato a dentro; os tropeiros só deram falta da mula ao chegar numa estalagem para descansar e seguir viagem; eles ficaram apavorados. Imediatamente um dos tropeiros fora a procura do animal.
Passados três dias, já desanimado, resolveu perguntar numa fazenda se não teria chegado um animal carregado por ali. Recebeu resposta positiva de que a mula estava lá e a indagação que carga pesada seria aquela que o animal estava carregando. O tropeiro, contente, disse que era uma imagem de Nossa Senhora da Assunção. “O senhor não sabe do aperto que me tirou”, exclamou o tropeiro. “A imagem foi comprada na Alemanha e está indo para São José do Jacuri, para ornamentar a igreja que terminaram de construir”, concluiu. Relatou que a imagem seria de promessa do carpinteiro Evaristo Mota que, quando terminasse a igreja, colocaria uma imagem de Nossa Senhora da Assunção para a veneração dos fiéis.
O fazendeiro ficou surpreso com o relato do tropeiro e lhe disse: “Ah, não foi sem propósito que esse animal veio parar aqui. Há muito tempo tenho um sino aqui, por causa de uma promessa que fiz de doar para uma igreja que tenha a imagem de Nossa Senhora da Assunção; sou muito devoto dela”. O fazendeiro prosseguiu: “vou te emprestar um animal e você levará esse sino para mim; quando voltar a Diamantina, você o traz de volta, e que Nossa Senhora da Assunção te acompanhe”.
A imagem permanece na igreja da comunidade São José em Jacuri; é entalhada em madeira de cedro, já com alguns estragos e com a pintura desbotada. Portava um par de brincos de ouro. Após serem roubados, dona Maria de Fátima Ferreira (Fatinha) doou outros brincos de coco e ouro que a imagem porta atualmente.
Coincidindo o ano do centenário da Paróquia São José com o centenário da Proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, houve também a bênção da bela imagem de Nossa Senhora de Fátima que fora introduzida solenemente na igreja recém-construída. Naquele ano, a Paróquia de São José recebeu também a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima da Arquidiocese de Diamantina que percorria as paróquias devido à comemoração citada.
Trazida da Paróquia São Pedro, ela ficou na cidade durante os festejos e depois foi encaminhada para a Paróquia São Sebastião, em São Sebastião do Maranhão. Além dos padres Lazaristas: Pe. Gaspar Cordeiro, Pe. Geraldo Trindade, Pe. Francisco Correa e Pe. Francisco Laje que a conduziam de paróquia em paróquia, a celebração jubilar contou com a presença do então Cônego Lafaiete da Costa Coelho (hoje em processo de canonização e no grau de Servo de Deus Lafaiete da Costa Coelho), de pe. Jadir Brandão da Costa – padre da Paróquia São Sebastião – e de Monsenhor Roque da Silveira. Dom João de Sousa Lima fez coincidir a data da visita da imagem com a celebração do aniversário da Paróquia São José estando também ele presente nos festejos.
Padre Júlio deixa a Paróquia São José
Tendo ficado vacante a Paróquia de Santo Antônio, em Curvelo, com a eleição de seu pároco, cônego Serafim Fernandes de Araújo, para bispo auxiliar de Belo Horizonte, o sr Arcebispo de Diamantina – dom José Newton de Almeida – decidiu que padre Júlio preencheria a vaga naquela paróquia; e exatamente no dia 25 de fevereiro de 1959 o padre deixou a Paróquia de São José rumo à sua nova missão.
Visitas Pastorais Missões Populares e Bênção de nova Ermida
Dom José Newton de Almeida Batista, de 15 a 23 de maio de 1959, visitou a sede da Paróquia, o arraial de Tabuleiro, bem como Bom Sucesso. Em 16 de abril de 1961 foi a vez de dom Geraldo de Proença Sigaud visitar essas terras.
No dia 13 de fevereiro de 1965 foi ordenado o 1º sacerdote filho de São José do Jacuri: padre Luiz Barroso de Oliveira. Celebrou pela primeira vez nessa paróquia em 25 de Fevereiro de 1955. Também são padres filhos da paróquia: Luiz Eugênio Gomes e José Figueiredo. (todos os três in memoriam)
No dia 14 de setembro de 1956, deu-se a bênção solene da capelinha de Nossa Senhora de Fátima no pico do monte, bem como da imagem para a capelinha.
Em abril, março, julho e agosto de 1958 houve missões dos padres Lazaristas da Arquidiocese de Diamantina em Jambeiro, Bom Sucesso e na sede da Paróquia São José.
O saudoso padre Afonso Chega a São José do Jacuri
Aos 12 de fevereiro de 1959, padre Afonso de Araújo Silva foi nomeado como novo pároco da Paróquia São José, vindo a tomar posse no dia 1º de março de 1959, onde permaneceu por 43 anos, de 1959 a 2002.
Em 1971 foi demolida a 2ª igreja de São José do Jacuri, justamente 117 anos depois da primeira construída por frei Bernadino de Lago Negro. Desde sua chegada à cidade, em 1960, aprovou a iniciativa de um conselho para cuidar da construção e ou reforma da igreja matriz. Foram 10 anos de preparação. Em 03 de julho de 1972, com a supervisão do sr. Andrelino Alves Ferreira e demais membros de equipes constituídas para a reforma, iniciou-se a construção da atual igreja que embeleza a praça principal da Cidade de São Jose do Jacuri, sendo um belíssimo cartão postal e o símbolo maior da fé cristã católica da Paróquia São José.
Não há nos registros paroquiais informações precisas sobre os tantos trabalhos desempenhados por padre Afonso. Segundo os registros, em 2002, a paróquia contava com: Pastoral da Criança, Pastoral do Batismo, Pastoral Catequética; tinham os movimentos de Legião de Maria, Apostolado da Oração e Renovação Carismática Católica (RCC); 32 ministros extraordinários da sagrada comunhão e 25 comunidades.
Pouco antes da instalação da Diocese de Guanhães, em 1983, a Paróquia São José acolheu a visita pastoral de dom Geraldo Magela. Segundo consta, ele visitou Tabuleiro, São Joaquim, Jurema e a sede da Paróquia.
Padres que estiveram à frente da paróquia São José
Frei Bernadino do Lago Negro: 1854 a 1864
Padre Antônio Alves dos Reis
Padre José Pinto Ferreira de Souza e Padre Heráclito de Torres Mangueira: 1865 a 1876.
De 1976 a 1890 não há registros de quais padres passaram pela paróquia.
Padre Cândido Vieira e Cônego José Amador dos Santos: 1891 a 1909.
Padre Agostinho Arguelles: 1909 a 1913.
Padre Leopoldo da Silveira: 1914 a 1915 (1ª vez).
Padre Joaquim Mendes Cardoso: 1915 a 1923.
Padre Leotário Cézar Alves Pereira: Chegou em 1923 e ficou só cinco meses (1ª vez).
Padre Luiz Humberto Becattini: 1923 a 1930.
Padre Leopoldo da Silveira Seabra: 1930 a 1934 (2ª vez).
Padre Otávio Domingos da Silva: 1936 a 1941.
Padre Lauro Mendes Villela: 31/10/1941 a 06/04/1943.
De 1943 a 1950:
Padre Francisco de Paula Câmara.
Padre Otávio Domingos da Silva
Padre Davino Morais (Cônego Davino)
Padre Joaquim Higino de Almeida
Padre Leotário César Alves Pereira (2ª vez)
Padre Vicente Maria da Silva
Padre Jadir Brandão Costa
Padre Raul Melo
Cônego Sebastião Fernandes
Padre Júlio Gomes de Oliveira: 1950 a 1959.
Padre Afonso de Araújo Silva: 1959 a 2002.
Padre José Aparecido dos Santos: 03/11/2002 a 31/07/2004.
Padre Antônio Amadeu: 02/08/2004 a 2010.
Padre Alípio José de Souza: 06/09/2010 a 2014.
Padre João Carlos de Souza: Fevereiro de 2014 a 19/01/2019.
Por fim, esses são registros que julgamos importantes na história da Paróquia São José e que aqui deixamos assinalados para que essa memória seja preservada.
Texto de autoria de Maria Machado – Membro do Conselho Pastoral da Comunidade São José (Jacuri)
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