A Palavra do Bispo

Mensagens e publicações do bispo diocesano, Dom Otacilio Ferreira de Lacerda.

Ascensão do Senhor: continuemos a Sua missão!

 

Com a Festa da Ascensão do Senhor (ano A), renovamos a alegria de crermos que, após um caminho percorrido com amor e doação, desabrochamos na eternidade, plena comunhão com Deus, assim como foi a vida de Jesus Cristo.

Renovamos também a alegria de sermos continuadores da missão que Ele realizou, e a nós confiou, enviando-nos do Pai o Espírito Santo de Deus, o Paráclito, fato que celebraremos com a Festa de Pentecostes.

Na primeira Leitura (At 1,1-11), Jesus depois de ter apresentado ao mundo o Projeto do Reino, entrou na comunhão plena e definitiva do Pai, e este é também o destino daqueles que percorrem o mesmo caminho. Fica com isto, afastada toda possibilidade de passividade alienante, imobilismo estéril.

A comunidade vivia um contexto de crise (anos 80dc), e se fazia necessário manter-se firme no testemunho do Ressuscitado, sem jamais vacilar na fé, esmorecer na esperança e tão pouco esfriar na caridade.

A descrição da elevação de Jesus ao céu, assim como a nuvem, os discípulos a olhar para o céu, os homens vestidos de branco têm uma mensagem própria: os discípulos, animados pelo Espírito, devem continuar no mundo a história e obra de Jesus, aguardando a Sua segunda vinda definitiva e gloriosa.

A comunidade não pode ficar “olhando para o alto e de braços cruzados”, precisa seguir o caminho que é o próprio Jesus, com olhar para o futuro, renovando quotidianamente os compromissos com o Projeto de Salvação que Deus tem para a humanidade.

Deste modo podemos afirmar que a Ressurreição e Ascensão de Jesus, nos garante uma vida vivida na fidelidade ao projeto do Pai: “Uma vida destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo ‘caminho’ de Jesus subirá, com Ele, à vida plena”. (1)

Com a segunda Leitura (Ef 1,17-23), acolhemos uma mensagem de confiança e esperança, em que a comunidade é exortada a pôr-se a caminho, numa comunhão sólida, formando um só Corpo, que é a Igreja, cuja cabeça é o próprio Cristo.

A comunidade cristã é um corpo – “o corpo de Cristo” – formado por muitos membros, e que Paulo já havia dito em outras Cartas, mas agora escreve da prisão, e faz parte das “cartas do cativeiro”.

Cristo sendo cabeça e a comunidade um corpo, juntos forma-se uma comunidade indissolúvel, da qual Cristo está no centro, e nada falta a Igreja para levar a diante a missão por Ele confiada:

“Dizer que a Igreja é a ‘plenitude’ (‘pleroma’) de Cristo significa dizer que nela reside a ‘plenitude’”, a ‘totalidade’ de Cristo.

Ela é o receptáculo, a habitação, onde Cristo Se torna presente no mundo; é através desse ‘corpo’ onde reside que Cristo continua todos os dias a realizar o Seu Projeto de salvação em favor dos homens. Presente nesse ‘corpo’, Cristo enche o mundo e atrai a Si o universo inteiro, até que o próprio Cristo ‘seja tudo em todos’ (vers. 23)”. (2)

Com isto a Igreja é chamada a testemunhar Cristo, torná-Lo presente no mundo, comprometida com o Projeto de Libertação que Ele inaugurou em favor da humanidade. Esta missão só findará, quando pelo testemunho, fidelidade, ação daqueles que creem, Cristo seja ‘um em todos’.

Na passagem do Evangelho (Mt 28,16-20),  encontramos a descrição do encontro final de Jesus com Seus discípulos no monte da Galileia. Além de reconhecer Jesus como Senhor, a comunidade recebe d’Ele a missão de continuar o Seu Projeto de Libertação da humanidade, no testemunho do Reino por Ele inaugurado.

O Evangelista Mateus, por três momentos significativos, nos fala da montanha:

– A tentação de se atirar do alto monte (Mt 4,8);

– No Monte Tabor, com a Transfiguração (Mt 17,1)

– E finalmente na Sua Ascensão. No Antigo Testamento, de modo especial, monte é sempre o lugar onde Deus se revela às pessoas (Moisés, Elias etc.).

E ainda mais, foi na Galileia que Jesus viveu quase toda a Sua vida; foi onde começou a anunciar o Evangelho do Reino (Mt 4,12-22). É também lá que se recomeça a missão. Onde tudo começou foi onde tudo recomeçou…

Sendo assim, Celebrar a Ascensão de Jesus é:

– Tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens;

– Tomar consciência também de que, como Igreja, comunidade dos discípulos de Jesus, somos a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens;

– Rever como procuramos testemunhar o Reino de Deus em todos os âmbitos da vida;

– Assumir a missão que Jesus confiou aos discípulos, que consiste numa missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculos para a presença de Sua Proposta libertadora no mundo.

Concluindo, é viver o Batismo, inseridos na mais perfeita comunidade de comunhão e amor, a comunidade Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

Vivendo a Boa Nova anunciada, em confronto com o mundo, pode gerar desilusão, sofrimento e frustração. Mas é exatamente aqui que o discípulo deve dar razão da esperança que possui, testemunho de n’Aquele em quem confia, Jesus, com a força e ação do Espírito Santo Paráclito, o Defensor, O Espírito da Verdade que estará conosco até o fim dos tempos.

Que esta certeza alimente a nossa coragem para que testemunhemos o que acreditamos e professamos; o que nos move e nos direciona rumo ao encontro definitivo com Deus, na mais perfeita e plena comunhão de amor, empenhados, por ora, na construção do Reino de amor, vida, alegria, luz e paz.

Seja a Festa do Envio, da continuidade da missão que Jesus nos confia –“Ide pelo mundo e ensinai todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).

(1) (2) www.Dehonianos.org/portal

Jesus prometeu e cumpriu: enviou-nos um Defensor – VI Domingo do Tempo Pascal Ano A

 “O Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de

receber, porque não O vê nem O conhece”

No 6º Domingo da Páscoa (ano A), a Liturgia nos convida a contemplar a proximidade e paternidade de Deus, que não nos deixa órfãos.

A presença divina é sempre discreta, mas de eficácia tranquilizadora na história da Igreja. O que Jesus disse aos discípulos, num contexto de despedida, tornou-se uma verdade para sempre – “Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós” (Jo 14,18).

Na passagem da primeira Leitura (At 8,5-8.14-17), vemos a ação da comunidade cristã testemunhando a Boa Nova de Jesus, numa presença libertadora e salvadora da vida humana.

A mensagem é explícita: O Espírito Santo somente se manifestará e atuará se a comunidade se propuser a viver uma fé integrada, numa família de irmãos que se reúnem em comunhão com o Pai e o Filho:

Para que uma comunidade se constitua como Igreja, não basta uma aceitação superficial da Palavra, nem manifestações humanas (por muito impressionantes que sejam).

Ao mesmo tempo, é preciso que qualquer comunidade cristã tenha consciência de que não é uma célula autônoma, mas que é convidada a viver a sua fé integrada na Igreja universal, em comunhão com a Igreja universal.

Toda a comunidade que quer fazer parte da família de Jesus deve, portanto, acolher a autoridade e buscar o reconhecimento dos pastores da Igreja universal. Só então se manifestará nela o Espírito, a vida de Deus” (1)

A passagem da segunda Leitura (1Pd 3,15-18) é uma exortação para que a comunidade permaneça confiante, apesar das hostilidades e dificuldades encontradas. É ocasião favorável para o testemunho sereno da fé, num autêntico amor, até mesmo pelos seus perseguidores, assim como o próprio Cristo, que fez da Sua vida um dom de Amor a todos:

“Os cristãos devem, também, estar sempre dispostos a apresentar as razões da sua fé e da sua esperança – isto é, a dar testemunho daquilo em que acreditam (vers. 15b).

No entanto, devem fazê-lo sem agressividade, com delicadeza, com modéstia, com respeito, com boa consciência, mostrando o seu amor por todos, mesmo pelos seus perseguidores.

Dessa forma, os perseguidores ficarão desarmados e sem argumentos; e todos perceberão mais facilmente de que lado está a verdade e a justiça (vers. 16).

Os cristãos devem, ainda, em qualquer circunstância – mesmo diante do ódio e da hostilidade dos perseguidores – preferir fazer o bem do que fazer o mal (vers. 17)”. (2)

A comunidade dos que creem em Deus deve pautar a vida pela lógica de Jesus e não pela lógica do mundo, fazendo a doação da vida, por amor, alcançando assim, a glória da Ressurreição. Deve manter viva a confiança, a alegria, a fidelidade, a esperança…

Na passagem do  Evangelho (Jo 14,15-21), numa ceia de despedida, Jesus assegura aos discípulos, inquietos e assustados com Sua eminente partida para junto do Pai, a vinda do Paráclito.

Sua missão será conduzir a comunidade em direção à verdade, à comunhão cada vez mais profunda, íntima e intensa com Ele. Tão somente assim a comunidade se tornará a morada de Deus no mundo, no fiel testemunho da Salvação oferecida por Deus à humanidade.

Vivendo o Mandamento do Amor, permanecerão com Ele, e junto do Pai enviará o Defensor, o Paráclito:

“Se me amais, guardareis os meus Mandamentos, e Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: O Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não O vê nem O conhece” (Jo 14,  15.17a).

Após a missão de Jesus, caberá ao Paráclito assistir a comunidade que dará continuidade a esta:

Enquanto esteve com os discípulos, Jesus ensinou-os, protegeu-os, defendeu-os; mas, a partir de agora, será o Espírito que ensinará e cuidará da comunidade de Jesus.

O Espírito desempenhará, neste contexto, um duplo papel: em termos internos, conservará a memória da pessoa e dos ensinamentos de Jesus, ajudando os discípulos a interpretar esses ensinamentos à luz dos novos desafios; por outro, dará segurança aos discípulos, guiá-los-á e defendê-los-á quando eles tiverem de enfrentar a oposição e a hostilidade do mundo.

Em qualquer dos casos, o Espírito conduzirá essa comunidade em marcha pela história, ao encontro da verdade, da liberdade plena, da vida definitiva”. (3)

Renovemos a alegria de continuar a missão de Jesus, contando com a força e presença do Paráclito, do Espírito Santo, que conduz, ilumina, orienta, fortalece a Igreja, como tão bem vamos celebrar, em breve, na Festa de Pentecostes.

Também hoje a Evangelização coloca à nossa frente desafios, provações, inquietações. Não podemos estacionar, menos ainda recuar no testemunho da fé. Dar razão da esperança é preciso, pois Deus habita em nós e na Sua Igreja.

A razão de nossa esperança passa necessariamente pela qualidade do testemunho do nosso amor, que torna válida, frutuosa a nossa fé, fecundando o mundo novo, como instrumento da realização do Reino por Jesus inaugurado.

(1) (2) (3) www.Dehonianos.org/portal

Jesus, o Caminho que nos conduz ao Pai – V Domingo do Tempo Pascal Ano A

               Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo  no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo,  que    nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

No 5º Domingo da Páscoa (ano A), a Liturgia nos convida a refletir sobre a missão da Igreja, que nasce de Jesus na fidelidade ao Pai, é vivificada com a presença e ação do Espírito Santo, continuando o caminho que é o próprio Jesus: Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).

Na passagem da primeira Leitura (At 6,1-7), Lucas nos fala do testemunho da Igreja de Jerusalém, apresentando-nos alguns aspectos que dão identidade a ela.

Trata-se de uma comunidade santa, embora formada por pecadores, num contínuo processo de conversão, procurando viver a fidelidade apesar das falhas e dificuldades.

Possui uma organização hierárquica com a responsabilidade de conduzir e orientar a direção da comunidade, favorecendo o diálogo e a participação consciente, ativa e frutuosa.

Uma comunidade de servidores que colocam em comum os dons de Deus recebidos.

Finalmente, uma comunidade criada, animada e dinamizada pelo Espírito Santo, para que dê testemunho de Jesus Cristo Ressuscitado.

Na passagem da segunda Leitura (1Pd 2,4-9), nos é apresentado o fundamento, a Pedra  Angular, a Pedra principal da Igreja que é Jesus Cristo, no qual os cristãos são pedras vivas.

Como Igreja se constitui um povo sacerdotal, com a missão de viver uma obediência incondicional aos planos do Pai, no amor aos irmãos, e nisto consiste o verdadeiro culto agradável a Deus.

Deste modo, a Igreja precisa crescer na fé para alcançar a Salvação, vencendo todas as dificuldades, hostilidades, incompreensões e perseguições, consciente de sua missão no testemunho do Ressuscitado, com a força vivificante do Espírito Santo, infundida no coração dos discípulos.

Como comunidade da Nova Aliança, a Igreja precisa oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus e, como Povo de Sacerdotes, ofertar uma vida santa, vivida na entrega a Deus e no dom da vida aos irmãos, com amor total e incondicional, superando todo medo em total fidelidade e confiança em Deus.

A comunidade não pode se contentar com um “verniz” cristão que a torne indiferente a todos os problemas que cercam a vida humana.

Sendo Cristo o fundamento da Igreja, e o amor o distintivo dos cristãos, a missão da Igreja será colocar-se em todos os âmbitos, profeticamente, como instrumento da vida plena e definitiva.

Na passagem do Evangelho (Jo 14,1-12), a comunidade continua a missão de Jesus, no anúncio e testemunho do Evangelho, como homens novos, com vida em plenitude, porque integrados à Família Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

A passagem retrata um contexto de despedida de Jesus, e com isto Ele quer deixar no coração dos discípulos uma palavra de confiança e esperança, para que não se desviem e nem abandonem a caminhada com Ele iniciada: Ele vai para o Pai e garante a todos que O seguirem o mesmo destino, ou seja, a glória da eternidade.

A comunidade, acolhendo o Espírito que Ele enviará do Pai, viverá na obediência e fidelidade a Deus, em total entrega de amor e serviço ao outro.

No entanto, para fazer parte de Sua família é preciso que os discípulos vivam esta total obediência a Deus, trilhando o Caminho que é o próprio Jesus que ama até o fim, porque de fato, cristãos são os que se põem a caminho. Não se pode viver uma fé instalada, acomodada, e tão pouco conceber possíveis recuos, pois “a fé começa pelos pés”.

Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Celebrando mais um Domingo neste Itinerário Pascal, renovemos em nosso coração, o Amor de Deus infundido em nós pela ação do Espírito, para continuarmos com os pés firmes neste Bom Caminho que nos conduz aos céus, à comunhão plena e eterna de Amor: Céu.

A fraqueza do rebanho e a fortaleza do Pastor – IV Domingo do Tempo Pascal Ano A

No IV Domingo da Páscoa (Ano A), o Dia do Bom Pastor, que é o próprio Jesus e também Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

A Liturgia nos apresenta, na primeira Leitura, uma passagem dos Atos dos Apóstolos (At 2, 14a.36-41), um discurso catequético sobre a atitude correta para que se acolha a proposta de Salvação que Deus nos faz, por meio de Jesus Cristo.

Professar a fé em Cristo, o Bom Pastor, requer conversão, para que se viva o Batismo como vida nova: adesão, seguimento, acolhida do Espírito Santo para deixar recriar, vivificar e se transformar por esta  presença divina em nós.

A conversão (metanoia) é consequência de ter sentido “pontadas no coração”, a aflição e o remorso por ter feito algo contrário à justiça.

A “metanoia” implica na atitude que conduz ao arrependimento. É o primeiro passo para a mudança de vida:

“É a atitude de quem reconhece a verdade das acusações que lhe são imputadas, de quem admite os seus erros e limitações e de quem está verdadeiramente disposto a reequacionar a vida, a corrigir os esquemas errados que têm orientado, até aí, a sua existência […]

Significa a mudança radical da mente, dos comportamentos, dos valores, de forma a que o coração do crente se volte de novo para Deus […]

É a renúncia ao egoísmo e a autossuficiência, e o aceitar a proposta de Salvação que Deus faz através de Jesus. Implica o acolher Jesus como o Salvador e segui-Lo, no caminho do amor, da entrega, do dom da vida.” (1)

Por isto, dirigem a pergunta a Pedro e aos outros Apóstolos: “O que havemos de fazer, irmãos?” (At 2,37).

Ao que Pedro responde – “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2, 38).

Receber o Batismo implica no desejo de conversão e receber o Espírito Santo, optando por Cristo, acolhendo-O no coração, de modo que a vida daquele que crê ganha um dinamismo divino, e a cada instante é recriado, vivificado e transformado.

Deus, que deseja nossa mudança, acredita no bom propósito de nossa conversão. É preciso tomar consciência dos caminhos errados que possam ter sido trilhados, da ausência de sentido em certas opções que se tenha feito.

A “metanoia” nos pede atitude corajosa, porque é mais fácil viver comodamente instalados, na autossuficiência, do que com humildade reconhecer os erros, “dar o braço a torcer”.

Ela exige a eliminação dos preconceitos mais diversos, de esquemas mentais; admissão das falhas, limites e incoerências que marcam a condição humana.  E trata-se de um processo ininterrupto.

Na passagem da segunda Leitura (1 Pd 2, 20b-25), Pedro  nos diz como deve agir aquele que segue o Bom Pastor, respondendo à injustiça com o amor, ao mal com o bem.

O contexto vivido pela comunidade na década de 80 era de perseguição, dificuldades, hostilidade por parte daqueles que defendiam a ordem romana:

“O autor da carta conhece perfeitamente a situação de debilidade em que estas comunidades estão e prevê que, num futuro próximo, o ambiente se vá tornar menos favorável ainda.

Recorda, pois, aos destinatários da carta, o exemplo de Cristo, que sofreu e morreu, antes de chegar à Ressurreição. É um convite à esperança: apesar dos sofrimentos que têm de suportar, os crentes estão destinados a triunfar com Cristo; por isso, devem viver com alegria e coragem o seu compromisso batismal.” (2)

Jesus é o modelo para os que creem, conduz e guarda a todos que n’Ele confiam. O cristão segue e testemunha a fidelidade a este Jesus que sofreu sem culpa e que suportou os sofrimentos com Amor, rejeitando absolutamente o recurso da violência, com total mansidão, porque tão somente o amor gera a vida nova e transforma o mundo:

‘Ele sofreu (v. 21) sem ter feito mal nenhum (v. 22); maltratado pelos inimigos, não respondeu com agressão e vingança (v. 23); pelo dom da Sua vida, eliminou o pecado que afastava os homens de Deus e uns dos outros (vs. 24); por isso, Ele é o Pastor que conduz e guarda os crentes (v. 25)’” (3)

A passagem do Evangelho (Jo 10,1-10): Jesus é o Bom Pastor que conduz a humanidade às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de onde brota vida em plenitude.

A imagem do Bom Pastor, que nos remete ao Livro do Profeta Ezequiel (Ez 34), é a mensagem catequética de que a promessa de Deus se cumpriu em Jesus Cristo: o Bom Pastor, esperado e prometido por Deus, agora presente no meio da humanidade.

No entanto, esta presença é recusada pelas autoridades de Seu tempo, quando Jesus cura o cego de nascença (cf. Jo 9).

As autoridades religiosas não somente preferiram continuar nas trevas da autossuficiência, como também impediram o Povo que lhes foi confiado de descobrir a luz libertadora que Jesus tinha para oferecer:

“Jesus não usa meias Palavras: os dirigentes judeus são ladrões e bandidos (cf. Jo 10,1), que se servem das suas prerrogativas para explorar o povo (ladrões) e usam a violência para o manter sob a sua escravidão (bandidos).

Aproximam-se do Povo de Deus de forma abusiva e ilegítima, porque Deus não lhes confiou essa missão (“não entram pela porta”): foram eles que a usurparam. O seu objetivo não é o bem das “ovelhas”, mas o seu próprio interesse”. (4)

Diferentemente, Jesus estabelece com as pessoas uma relação pessoal de Amor e proximidade: Suas ovelhas reconhecem a Sua voz e O seguem, porque encontram segurança, liberdade e vida plena e definitiva (Jo 10,10).

Jesus não somente caminha diante das ovelhas, mas Se fez o próprio Caminho (Jo 14, 6).

Estabelece uma relação de respeito à dignidade de cada um, à sua individualidade. Relaciona-Se de forma humana, tolerante, amorosa e que também deve ser vivida pelo Seu rebanho, no cumprimento do Mandamento do Amor a Deus e ao próximo, de tal modo que se possa dizer: “tal Cristo, tal Pastor…”, numa coerência entre o crer, pregar e viver.

O rebanho reconhece a Sua voz e não se deixa seduzir pelo “canto da sereia”.

Jesus também diz que Ele é a “Porta”, e quem por ela entrar será salvo. Passar por esta “Porta” é encontrar a liberdade desejada e a vida em plenitude, numa total e incondicional adesão a Ele e seguimento até o fim, acolhendo e vivendo a Sua proposta, numa vida marcada pela doação, entrega e serviço por amor.

Ao celebrarmos o Dia do Bom Pastor, como Igreja Sinodal, Povo de Deus caminhando juntos, renovemos a alegria de pertencermos ao rebanho do Senhor, com maior solicitude e fidelidade à Sua Voz para que nos empenhemos no caminho da santidade a serviço no mundo, cada vez mais comprometidos com a ação evangelizadora.

Oremos:

“Deus eterno e Todo-Poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor. Por N. S. J. C. Amém”.

(1) (2) (3) (4) www.Dehonianos.org/portal

O Senhor caminha conosco! Aleluia! III Domingo da Páscoa Ano A

Que a Boa Nova da Ressurreição de Jesus

seja nossa força na missão: A Ressurreição

de Jesus se descobre caminhando.

Uma reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (24,13-35), sobre a caminhada dos discípulos de Emaús.

Urge que descubramos Cristo vivo, que Se manifesta caminhando com os discípulos e com a humanidade.

Com Sua Palavra, medo, mágoas, tristezas, desânimo são superados, dando lugar à coragem, ao perdão, à alegria, à esperança.

Assim como Sua voz fez arder o coração dos discípulos de Emaús, enquanto lhes falava das Escrituras, também o nosso em cada Eucaristia que participamos e a Palavra de Deus ouvimos.

Do mesmo modo, nossos olhos se abrem ao partir e repartir o Pão, Corpo e Sangue do Senhor, como também o fez com os discípulos, ficando com eles naquele entardecer inesquecível, assim faz conosco em cada Banquete Eucarístico que participamos.

Contemplemos a presença de Cristo Vivo, Ressuscitado e Vitorioso, que caminha com a comunidade. Enche o coração dos discípulos de esperança, fazendo o mesmo arder, e Se dá a reconhecer na partilha do Pão.

Deus não intervém de forma espetacular, mas no caminhar, no comunicar Sua Palavra e no simples gesto do Partir do Pão (simples e com tons Eucarísticos).

Esta passagem é uma página verdadeiramente catequética, e não uma reportagem jornalística. O Evangelista quis levar a comunidade à acolhida da Palavra do Ressuscitado, para retomar o caminho com ardor missionário, nutridos pela presença do Ressuscitado, encontrada no Pão Eucarístico, na Ceia piedosa, consciente, ativa e frutuosamente celebrada, como a Igreja nos ensina ao longo dos tempos.

É preciso passar do contexto do fracasso, do desencanto, da frustração para uma nova postura: alegres e corajosos discípulos missionários que encontram e sentem a presença do Ressuscitado caminhando. A fé não permite que haja recuos, desistência da Novidade do Reino por Jesus inaugurado.

O Evangelista dirige sua mensagem à comunidade dos que creem e caminham; pelas dificuldades, desanimados e sem rumo, para que não deixem morrer os sonhos que parecem diluir e desmoronar, diante da realidade monótona, ou hostil, com suas provações e adversidades.

Quando se sente a presença de Jesus, que Se faz companheiro, que caminha junto, que conhece nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças, sentimos que não estamos sós, que Alguém, ainda que não vejamos, conosco caminha, e esta presença se dá desde que Ele nos comunicou, com o Seu Divino Sopro, o Espírito, e nos enviou como Suas testemunhas: ”Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15).

Coloquemo-nos a caminho, com a convicção de que Jesus caminha conosco, ao nosso lado, para que superemos crises, fracassos, desalentos, desânimos.

Reflitamos:

– Qual o lugar da Palavra de Deus em nossa vida?

– Arde nosso coração quando lemos, proclamamos, refletimos, pregamos a Palavra de Deus, sobretudo nas Missas que participamos?

– Nossos olhos se abrem na Partilha do Pão e reconhecemos a presença do Ressuscitado?

– Repetimos este gesto de amor e partilha, com nossos irmãos, no quotidiano?

– Voltar para Emaús e desistir ou voltar para “Jerusalém” e, com coragem, proclamar a Boa Nova da Ressurreição?

– Em nossas Missas, sentimos o que aconteceu com os discípulos de Emaús: arde nosso coração e se abrem nossos olhos?

– Cléofas e outro caminhavam de volta, desanimados, tristes, derrotados. Também já nos sentimos assim na caminhada da comunidade?

Vemos, portanto, que a história dos discípulos de Emaús é a nossa história de cada dia:

“Os nossos olhos fechados que não reconhecem o Ressuscitado… os nossos corações que duvidam, fechados na tristeza… os nossos velhos sonhos vividos com decepção… o nosso caminho, talvez, afastando-se do Ressuscitado…

N’Ele, durante este tempo, ajustemos o Seu passo ao nosso para caminhar junto de nós no caminho da vida.  Há urgência em abrir os nossos olhos para reconhecer a Sua Presença e a Sua ação no coração do mundo e para levar a Boa Notícia: Deus Ressuscitou Jesus! Eis a nossa fé! (1)

Renovemos a alegria de caminhar com Jesus, e também, a alegria de ser discípulo missionário, cujo coração arde pelo fogo da Palavra proclamada, acolhida, crida e vivida; cujos olhos se abrem e reconhecem Jesus no partir do Pão, um gesto tão simples, tão belo, tão divino, que há de se repetir em outros tantos gestos de amor e partilha no quotidiano a fim de que todos tenhamos vida plena, abundante.

A Ressurreição de Jesus se descobre caminhando, e esta é força na missão, a Boa Nova que nos dá coragem para avançarmos para as águas mais profundas, em plena confiança na Palavra de Deus.

Em cada Missa que participarmos, ouçamos Deus que nos fala ao coração, e que nos abre os olhos para que O reconheçamos.

Urge que o desalento, o desânimo, a frustração, o fracasso e a derrota cedam lugar à fidelidade, à esperança, à coragem, aos sonhos, à alegria. Tudo isto é possível quando o Amor de Deus é derramado em nossos corações por meio do Cristo Ressuscitado e a presença do Seu Espírito.

Aleluia! Aleluia! Aleluia!

 

(1) www.Dehonianos.org/portal

“A fé que se torna missão” – II Domingo da Páscoa (ano A)

C

Com a Liturgia do 2º Domingo da Páscoa (ano A), também chamado de “Domingo da Misericórdia”, à luz da Palavra de Deus, refletimos sobre o papel da comunidade cristã como lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo Ressuscitado: na Palavra proclamada, no pão partilhado, no amor vivido e no corajoso testemunho dado.

A comunidade de homens novos, que nasce da Cruz e da Ressurreição de Jesus, a Igreja, continuará a missão do Senhor: comunicar a vida nova que brota de Sua Ressurreição.

Na passagem da primeira leitura (At 2, 42-47), Lucas retrata os primeiros passos da comunidade cristã, assídua nos Ensinamentos dos Apóstolos, na Comunhão Fraterna, na Partilha do Pão e na Oração – quatro pilares básicos de uma autêntica comunidade, para que ela seja viva e frutuosa, na doação e serviço em favor dos irmãos, anunciando ao mundo a Salvação que Jesus veio trazer.

Nesta passagem, é como se Lucas nos oferecesse um “Raio-X” de nossas comunidades, percebendo sua estrutura, o que precisa ser reforçado, para que este retrato da comunidade não seja apenas saudosismo, mas um desafiador projeto a ser realizado, numa autêntica evangelização, no anúncio da Boa-Nova aos pobres, em empenho sincero de sua libertação, fazendo acontecer o urgente Ano da Graça do Senhor, como nos exorta o Evangelista Lucas (Lc 4, 16-21).

A comunidade precisa perseverar e cuidar destes pilares:

Ensinamentos dos Apóstolos:

Formação bíblica, teológica, doutrinal, Documentos da Igreja, Escola de Ministérios, subsídios diversos disponíveis, livros dos grupos de reflexão, plano de pastoral, e tantos outros meios pelos quais hoje podemos favorecer a formação doutrinal, aprofundamento da Palavra de Deus.Comunhão Fraterna:

É muito mais que um abraço, um canto de paz na Missa ou culto dominical, é a solidariedade concreta com os empobrecidos, através de diversas Pastorais e Serviços dentro e fora das comunidades, como tão bem nos é proposto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil – CNBB.

Eucaristia ou Fração do Pão:

A Celebração Dominical na qual Deus Se faz nosso Alimento e nos fortalece pela Sua Palavra. Quando celebramos nossa vida, com suas alegrias e tristezas, angústias e esperanças, em busca de novos horizontes para que o Reino de Deus aconteça.

A Eucaristia é, verdadeiramente, o ponto alto e a fonte de toda a nossa vida. A Eucaristia edifica a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia, como nos falou o Papa São João Paulo II.

Oração:

Individual, familiar e comunitária. Trinta minutos, ao menos por dia, como nos exortou um grande Bispo da Igreja do Brasil (D. Pedro Casaldáliga).

A Oração muito mais do que uma reza sistemática, rotineira, é um diálogo profundo com o Eterno que habita em cada um de nós. É colocar-se no colo de Deus, ser beijado e acariciado pelo mesmo e, se preciso, levar um “puxão de orelha” para nossa orientação… A Oração é diálogo no aparente silêncio de Deus.

Reflitamos:

– Como vivenciamos as dimensões acima apresentadas?

– Eucaristia celebrada e na vida prolongada. Como relacionamos a Eucaristia que celebramos com o nosso quotidiano?

A segunda leitura é uma passagem da Carta de São Pedro (1Pd 1,3-9), dirigida aos cristãos das cinco províncias romanas da Ásia menor.

A Carta tem como objetivo ajudar a manter firme a fé, esperança e a caridade. É preciso viver na solidariedade, alegria, coerência e fidelidade à adesão feita ao Cristo Ressuscitado: identificarmo-nos com Jesus, Aquele a quem amamos, sem O termos visto, pois Ele é o Cristo, que por amor se entregou ao Pai em favor de todos nós. Se assim também o fizermos, chegaremos, com Ele, à Ressurreição.

É preciso nas contrariedades manter a esperança, confiando no amor de Deus, que nos envolve e nos impulsiona, para que jamais recuemos no testemunho da fé, no revigoramento da caridade, nas virtudes divinas, que nos movem permanentemente.

Na passagem do Evangelho (Jo 20,19-31), Jesus Se manifesta vivo e ressuscitado, e Se apresenta como o centro da comunidade cristã, comunicando:  a paz (plenitude de bens) e o Espírito, para que os Apóstolos continuem a Sua missão.

A mensagem explicita a centralidade de Cristo na comunidade e esta, por sua vez, é a testemunha credível da vida do Ressuscitado no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o Pão de Jesus partilhado e os compromissos com a justiça e a vida nova.

O Ressuscitado, rompendo as portas fechadas, onde os Apóstolos se encontram por medo dos judeus, disse-lhes: “A paz esteja convosco”. Nada mais pode impedir a ação do Ressuscitado.

É o primeiro dia da semana, é o tempo da nova criação alcançada pelo Ressuscitado, por isto guardamos o Domingo como o Dia do Senhor, para adorá-Lo e encontrá-Lo, de modo especial na comunidade: Cristo presente na comunidade de modo especialíssimo na Palavra e na Eucaristia.

Na primeira parte, Jesus saúda com o “shalom”: harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança, plenitude dos dons à comunidade, de modo que a ela nada falta, pois o Ressuscitado Se faz presente.

E a comunidade será portadora desta Boa-Nova, empenhada na tríplice harmonia dos seres humanos com o Criador, com a própria criatura e com o cosmos.

Os Apóstolos são instrumentos da paz, da vida nova, da comunhão a ser vivida com Deus e com o próximo: shalom!

Quando reaprende a amar, a comunidade capacita-se para a missão de paz, e então se torna sal da terra, luz do mundo e fermento na massa.

A não vivência ou a recusa do amor impede que a paz aconteça… Paz que nos é dada como dom divino, compromisso humano inadiável.

Acolhendo o “sopro da misericórdia divina”, a comunidade não terá o que temer, porque não é enviada sozinha, mas com a força e a vida nova que nos vem do Santo Espírito – “E Jesus soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo”

A segunda parte, é o itinerário feito por Tomé, ausente na primeira vez em que Jesus apareceu aos Apóstolos, e depois, quando presente, faz a grande profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus”.

Tomé é proclamado bem-aventurado porque viu e tocou as Chagas gloriosas do Ressuscitado, e Jesus nos diz que felizes são aqueles que creram sem nunca terem visto, nem tocado (Jo, 20,29).

Tomé toca exatamente onde nascemos e nos nutrimos: no coração de Jesus, do qual jorrou Água e Sangue: Batismo e Eucaristia.

Esta é uma mensagem essencialmente catequética, que nos convida a renovar hoje e sempre a nossa fé: somos felizes porque cremos sem nunca termos visto nem tocado.

A experiência vivida por Tomé não foi exclusiva das primeiras testemunhas do Ressuscitado, e pode ser vivida por todos os cristãos de todos os tempos. Hoje, somos convidados a fazer esta mesma experiência.

Reflitamos:

– Creio na presença de Jesus Ressuscitado na vida da Igreja?

– Sinto a presença e ação do Ressuscitado em minha vida?

– Jesus Ressuscitado possui centralidade em minha vida?

– Jesus Ressuscitado ocupa o lugar central em minha comunidade?

– Como vivo a missão, por Ele, a mim confiada?

– Tenho acolhido o sopro do Espírito na missão vivida?

– O que tenho feito para que a paz, mais que sonho e desejo, se torne realidade?

– O Domingo é, de fato, para mim o Dia do Senhor, do encontro com o Ressuscitado, para escutá-Lo na comunidade, reconhecê-Lo e comungá-Lo quando Ele Se dá no Pão partilhado, na Eucaristia?

– Como tenho prolongado, em minha vida quotidiana, a ação e vida do Ressuscitado, a Eucaristia celebrada?

Urge que a fé na Ressurreição do Senhor, faça transbordar de alegria nosso coração.

                                                                                         Oremos:

“Ó Pai, que no Dia do Senhor reunis o Vosso Povo para celebrar

Aquele que é o Primeiro e o Último, o Vivente que venceu a morte,

Dai-nos a força do Vosso Espírito, para que, quebrados os vínculos do mal, Vos tributemos o livre serviço da nossa obediência e do nosso amor, para reinarmos com Cristo na glória eterna.

Amém. Aleluia!”

“A paz esteja convosco!”

Ninguém pode impedir a ação do Ressuscitado!

Alegremo-nos!

Aleluia!

Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal.

Sejamos alegres testemunhas do Ressuscitado

“Sabemos que o nosso velho homem foi

crucificado com Cristo, para que seja destruído

o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado” (Rm 6, 6)

A Alegria do Tempo Pascal é diretamente proporcional

Ao quanto nos empenhamos no Itinerário Quaresmal,

Assim como no Tríduo Pascal, dias tão especiais,

Com Liturgias próprias, imensuráveis de riquezas…

Faço votos de um Feliz Tempo Pascal.

Que estes dias de alegria, esplendor e exultação

Pela Boa Nova da Ressurreição, tornem

Cada vez mais Pascal nossa existência.

Que a fé no Ressuscitado e na Ressurreição,

Por Ele prometida para quem n’Ele viver e crer,

Mais que promessa, seja um dia para nós realidade,

Quando, então, O contemplaremos gloriosamente na eternidade.

Contemplemos o Mistério Pascal com sua riqueza infinda,

Acolhamos, na fé, a Deus que é Pai e que Se dá a nós,

Por Cristo Ressuscitado gloriosamente no Espírito,

Presente no mais profundo de nosso coração.

Contemplemos com júbilo e exultação incontidas

O Mistério Pascal, deixando-nos envolver

Por este movimento ininterrupto e envolvente de Amor,

Para vivermos a vida nova, liberta de todo medo e incerteza.

Estabeleçamos vínculos fraternos sólidos e sinceros,

Configurando-nos a Cristo Morto e Ressuscitado,

Guiados pela ação do Espírito que é garantia

De saborosos frutos de comunhão, amor e paz.

Inflame-se e aumente a caridade ativa em nós,

Regenere e consolide-se a fé pura e inabalável,

Renove-se a esperança de um novo céu e nova terra,

Para que anunciadores e testemunhas do Senhor sejamos.

“Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo

por uma morte semelhante à Sua, seremos semelhantes

a Ele também pela Ressurreição” (Rm 6, 5).

Isto é Páscoa:

Ser, no mundo, alegres anunciadores e testemunhas do Ressuscitado.

Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Riquezas infinitas do Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal nos envolve completamente, e se vivido intensamente algo muda substancialmente na vida de quem o celebra ativa, consciente, piedosamente, para que seja abundante em frutos de alegria, vida e paz!

Com a Missa do Crisma, agradecemos a Deus a graça da Instituição do Sacerdócio, e somos enriquecidos com a bênção dos Santos Óleos dos Catecúmenos para o Sacramento do Batismo, o Óleo dos Enfermos e a Consagração do Óleo do Santo Crisma para também ser usado nas Ordenações Presbiterais, Episcopais, dedicação de altar e igrejas.

Na noite de quinta-feira, iniciando o Tríduo Pascal, celebrando a Missa da Ceia do Senhor, agradecemos a Deus de infinita bondade, a Instituição da Eucaristia, como memorial da Sua Nova e Eterna presença; recebemos o Mandamento Novo do Amor e aprendemos com Jesus, numa lição de humildade, a nos colocarmos sempre a serviço, quando lavou os pés dos discípulos.

Nessa Missa, a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre a Eucaristia, ponto alto e fonte da vida cristã. Eucaristia celebrada no altar para no quotidiano ser vivida.

A Missa não tem fim em si mesma, continua em todo o nosso existir. Somos a presença d’Aquele que recebemos no mundo. Transformamo-nos n’Aquele que recebemos, vivendo o Novo Mandamento que Ele nos deu, criando laços mais humanos, belos e fraternos em atitude de servidores do Reino da Vida.

Em resumo, há um estreito vínculo indissolúvel entre a Eucaristia, a fraternidade universal, o amor e o serviço. Eucarísticos que somos, testemunhas críveis do amor também o seremos quando nossa vida for marcada por compromissos solidários em favor da vida, sobretudo dos mais empobrecidos – “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que Eu fiz…” (Jo 13,15).

Após a Missa, a Igreja fica em Vigília, em intensa adoração, recolhidos diante do Amor visível e tangível no Santíssimo Sacramento, a ser transladado para lugar oportuno.

As portas do Sacrários ficam abertas e vazias, assim como Ele aniquilou-Se, despojou-Se de tudo para nos enriquecer de todos os bens e de toda graça, nos devolvendo a condição filial perdida, fazendo resplandecer a face sem brilho pelo pecado de nossos primeiros pais.

Quando a tarde de Sexta-Feira anunciar quinze horas, num silêncio profundamente tocante, sensíveis diante do incrível Mistério do Amor de Deus que nos amou até o fim, celebraremos a Paixão e Morte do Senhor.

A Palavra anunciada nos leva a refletir sobre o incrível Amor de Deus, que não sabe fazer outra coisa se não nos amar e nos amar até o fim, dando Sua vida em nosso favor.

Aprenderemos com o Servo Sofredor no que consiste o verdadeiro Amor que se concretiza na obediência filial, fidelidade incondicional e na sinceridade e transparência vivida contra todo abandono, traição, negação, ultraje, humilhação, aniquilamento, desfiguração “… – tão desfigurado Ele estava que nem parecia ser um homem ou ter aspecto humano…” (Is 52,14).

Contemplaremos Seu Coração trespassado: “… mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança e logo saiu Sangue e Água.” (Jo 19,34) – Água e Sangue jorram simbolizando o nascimento e o alimento, o Batismo e a Eucaristia. De onde nascemos jorra também o nosso Alimento. Deus não somente quis nos fazer renascer, mas quis Se fazer e Se dar em Alimento no Seu Corpo e Sangue: a Santa Eucaristia!

A Via Sacra completará nossa configuração com Jesus. Se com Ele vivemos, caminhamos, padecemos as múltiplas faces da Paixão, da dor, do sofrimento, do pranto, do luto, com Ele também Ressuscitaremos.

A Via Sacra, com sua extrema profundidade, nos traz à mente e ao coração os momentos máximos do Amor. Jesus leva-nos inevitavelmente a um clima de intensa oração, ao mergulho nas profundidades da Misericórdia Divina, às lágrimas, ao recolhimento, e silêncio orante.

Cada momento nos leva a pensar e rezar por tantos outros rostos que vivem verdadeiras “vias sacras”, não como algo do passado, mas memória da Verdadeira Paixão e Morte do Senhor.

Sábado Santo! Parece que as horas não passam… Estaremos aguardando a grande Vigília Pascal – a mãe de todas as vigílias, por ser a mais antiquíssima delas.

A grande Vigília tem sua beleza própria: a fogueira, o fogo novo, o Círio pascal, a proclamação da passagem, a nossa Páscoa, a riqueza da Palavra de Deus, a bênção da água e a renovação batismal de todos os fiéis, a Santa Eucaristia.

Que chegue a noite escura tão esperada! O Fogo novo do Círio Pascal, Palavra Proclamada, Água santificada e aspergida, batismo renovado, Eucaristia comungada – Será a Páscoa tão desejada, após um rico e longo Itinerário Quaresmal, e o culminar de um Santo Tríduo Pascal.

Que chegue a noite escura tão esperada!

Pois quando o sol se puser e a luz da lua vier iluminar a noite,  

celebraremos a Verdade que ilumina todas as noites escuras de nossa existência. Pouco a pouco, a alegria da Boa-Nova da Ressurreição

 vai aparecendo em nossos corações,  olhos e lábios, 

porque, de fato, Ele Ressuscitou! 

Então cantaremos o Aleluia!

Domingo de Ramos e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo- Ano A

                              “Contemplemos e fiquemos abismados diante da mais bela História do Amor de Deus por nós:
Jesus Cristo, 0 Filho Amado do Pai.”
Com a Santa Missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, iniciamos a Semana Santa, que culminará na Ressurreição do Senhor.
A Liturgia (Ano A) nos convida a contemplar a ação de Deus que vem ao encontro da humanidade, por meio de Jesus Cristo, que Se fez o Servo da humanidade, em doação total de Sua vida por amor, não fugindo do horizonte da Cruz sempre presente em Sua missão.
Na passagem da primeira Leitura (Is 50,4-7), é nos apresentado o terceiro Cântico de Javé, e a figura do Servo sofredor, que a fé cristã identifica perfeitamente com a pessoa de Jesus Cristo no Mistério de Sua Paixão e Morte:
“A vida de Jesus realiza plenamente esse destino de dom e entrega da vida em favor de todos; e a sua glorificação mostra que uma vida vivida deste jeito não termina no fracasso, mas na Ressurreição que gera vida nova” (1)
O Servo sofredor escuta, sofre, resiste e confia na intervenção de Deus que jamais abandona aqueles a quem chama. O Profeta tem convicção de que não está só, e que a força de Deus é sempre mais forte que a dor, o sofrimento e a perseguição, e que jamais ficará decepcionado.
Reflitamos:
– Temos coragem de fazer da nossa vida uma total entrega ao Projeto de Deus, no compromisso de libertação de tudo que seja sinal de morte e opressão?
– De que modo vivemos a vocação profética que Deus nos concedeu pela graça do Batismo?
– Temos confiança na força de Deus, como o Servo sofredor que é o próprio Senhor?
O Apóstolo Paulo, na passagem da segunda Leitura (Fl 2, 6-11), apresenta-nos o exemplo de Jesus Cristo que viveu obediência, fidelidade e amor total ao Pai por amor à humanidade.
Embora a comunidade de Filipos, gozando de afeto especial do Apóstolo, seja entusiasta, generosa e comprometida, é exortada a aprofundar sua prática de desprendimento com maior humildade e simplicidade, como pode acontecer com toda comunidade que adere ao Senhor.
Paulo nos apresenta, portanto, numa breve e densa passagem, a missão de Jesus:
“Em traços precisos, o hino define o ‘despojamento’ (‘Kenosis’)  de Cristo: Ele não afirmou com arrogância e orgulho a Sua condição divina, mas aceitou fazer-Se homem, assumindo com humildade a condição humana, para servir, para dar a vida, para revelar totalmente aos homens o Ser e o Amor do Pai.
Não deixou de ser Deus, mas aceitou descer até aos homens, fazer-Se servidor dos homens, para garantir vida nova para os homens. Esse ‘abaixamento’ assumiu mesmo foros de escândalo: Jesus aceitou uma Morte infamante – a Morte de Cruz – para nos ensinar a suprema lição do serviço, do Amor radical, da entrega total da vida” (2).
Em consequência disto, Deus o fez “Kyrios” (Senhor), para reinar sobre toda a terra e sobre toda a humanidade.
A comunidade dos seguidores de Jesus haverá de fazer sempre este mesmo caminho de despojamento, amor, doação e fidelidade total a Deus, para alcançar a glória da eternidade.

A passagem do Evangelho (Mt 26,14-27,66) nos apresenta a Paixão de Nosso Senhor Jesus.

Com Mateus, o primeiro Evangelista, contemplamos a Paixão de Jesus: uma vida feita dom e serviço, culminando na morte de Cruz, em que revela o Amor de Deus que nada guarda para Si, que Se faz um dom total, para que sejamos redimidos.

Na narrativa de Mateus tem algumas particularidades em relação aos outros Evangelistas: a iniquidade do processo e a inocência de Jesus; o sonho da mulher de Pilatos, sugerindo que não foi o império romano, mas sim o próprio judaísmo que rejeitou Jesus e Sua Proposta do Reino; a descrição dos fatos que acompanharam a Sua Morte (o véu do Templo que se rasga em duas partes, de alto a baixo; o tremor da terra e o fender das rochas; a abertura dos túmulos e muitos corpos de santos que tinham morrido ressuscitaram; o episódio da guarda do sepulcro, com o objetivo de confirmar que o corpo não foi roubado, mas Ele foi Ressuscitado).
A mensagem central: a morte de Jesus é a consequência lógica do anúncio do Reino, que provocou tensões, resistências, pelos que detinham o poder religioso, econômico, político e social do Seu tempo.
A Morte de Jesus é o culminar de Sua vida: “é a afirmação última, porém, mais radical e mais verdadeira (porque marcada com Sangue), daquilo que Jesus pregou com Palavras e com gestos: o Amor, o dom total, o serviço” (3)
Que a celebração da Semana Santa, rica em espiritualidade, repleta de ritos significativos, renove nosso apaixonamento por Jesus, assim como Ele foi um apaixonado de Deus Pai, com a força e presença do Espírito, em todos os momentos.

Os amigos do Senhor não morrem para sempre V Domingo da Quaresma Ano A

Os amigos do Senhor não morrem para sempre

A Liturgia do 5º Domingo da Quaresma (ano A) nos convida a refletir sobre a ressurreição de Lázaro, contemplando a ação e o poder de Jesus Cristo sobre tudo, inclusive sobre a própria morte.

Somente Deus pode nos dar uma vida que ultrapasse a vida biológica: a vida eterna, que vence a morte pela Ressurreição de Jesus Cristo.

Com este sinal, renovamos e professamos nossa fé em Cristo, que é Ressurreição para a nossa vida: “Eu sou a Ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11,25).

A primeira Leitura é uma passagem do Livro do Profeta Ezequiel. Em um contexto de dor, sofrimento, lágrimas, luto, Ezequiel, o Profeta da esperança, enfrenta o exílio, a deportação, a desolação, com o desafio de plantar a esperança no coração de quem em nada mais cria, nada mais esperava (Ez 37,12-14).

Os “ossos ressequidos”, que voltarão a ter vida, mencionados ao longo capítulo, sinalizam que ainda há esperança:

“Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel” (Ez 37, 12). E ainda: “Porei em vós o meu espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que Eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor” (Ez 37, 14).

Reflitamos:

– De que modo sou um sinal de esperança, assim como foi o Profeta Ezequiel?

– Quais são as realidades de morte que clamam pela ação profética, como Igreja que somos?

Com a passagem da segunda Leitura (Rm 8,8-11), o Apóstolo Paulo reacende, também em nós, a esperança e vida eterna, pois o Espírito de Deus tudo vivifica:

“Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que habita em vós.” (Rm 8,11). De fato, Deus tem um Projeto de salvação e vida plena para todos.

Deste modo, o batizado deve ser coerente em suas atitudes, para realizar as obras de Deus e viver segundo o Espírito, plenamente aberto aos desígnios divinos, na obediência e adesão a Jesus Cristo; na acolhida da graça; na acolhida do Espírito Santo, que comunica vida nova plena e definitiva. Todo o batizado é alguém que escolheu identificar-se com Cristo.

A mensagem é um convite a viver segundo o Espírito, numa vida pautada pelos valores da caridade, da alegria, da paz, da fidelidade e da temperança. É preciso abandonar as obras da carne (autossuficiência, ciúmes, ódio, ambição, inveja, libertinagem), como vemos também na Carta aos Gálatas (cf. Gl 5,1-12).

Reflitamos:

– Vivemos segundo as obras da carne ou do Espírito?

– Abrimo-nos à ação do Espírito que nos renova e vivifica?

Na passagem do Evangelho (Jo 11,1-45), com a ressurreição de Lázaro, amigo do Senhor, vemos que Jesus tem poder sobre a vida e a morte, e a ressurreição do amigo é o grande sinal deste poder.

A compaixão de Jesus para com Lázaro, ressuscitando-o, revela-nos, também, que ser amigo de Jesus, é aderir à Sua proposta, numa vida de entrega e obediência ao Pai, como Ele assim o fez:

Ser amigo de Jesus é saber que Ele é Ressurreição e a vida e que dá aos Seus a vida plena, em todos os momentos. Ele não evita a morte física; mas a morte física é, para os que aderiram a Jesus; apenas a passagem (imediata) para a vida verdadeira e definitiva. Para os ‘amigos’ de Jesus – para aqueles que acolhem a sua proposta e fazem da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos irmãos – não há morte… Podemos chorar a saudade pela partida de um irmão, mas temos de saber que, ao deixar este mundo, ele encontrou a vida plena, na glória de Deus” (1).

Há uma questão fundamental que se sobressai neste Domingo: “não há morte para os ‘amigos’ de Jesus – isto é, para aqueles que acolhem a sua proposta e que aceitam fazer da sua vida uma entrega ao Pai e um dom aos irmãos. Os ‘amigos’ de Jesus experimentam a morte física; mas essa morte não é destruição e aniquilação: é, apenas, a passagem para a vida definitiva. Mesmo que estejam privados da vida biológica, não estão mortos: encontram a vida plena junta de Deus.” (2)

Além da morte de alguém muito querido e da própria morte, como expressão máxima de dor, muitas vezes, em nossa existência, passamos por situações de desespero em que tudo parece ruir, a vida parece perder todo o seu sentido.

Pode ser o enfraquecimento de laços familiares; a indesejável e sofrível traição de um amigo ou de alguém que tenhamos em alta estima; a perda de um emprego; a solidão devoradora, que se prolonga com as horas; a falta de perspectivas e objetivos; o vazio da alma; o desencanto com o outro; e outras inúmeras situações com “matizes sepulcrais”.

Quando parece não haver mais esperança, Deus lança a mais preciosa semente da vida e tudo então se renova, floresce, frutifica.

Em Deus e com Deus, há esperança de que as coisas novas virão: a morte cederá lugar à vida, a violência à paz, a dor ao prazer, o luto à Ressurreição, o sacrifício, acompanhado de eternos louvores, à eternidade!

É preciso sair do sepulcro e avançar, dando um decidido passo ao encontro da Vida Plena, que somente Jesus pode nos oferecer (cf. Jo 10,10).

É n’Ele que esta promessa se cumpre, é n’Ele que somos arrancados das sepulturas da vida e da sepultura da morte; é no Seu Espírito Santo, derramado sobre nós, que o Pai nos vivifica. Jesus nos devolve o sentido derradeiro de nossa existência.

Não podemos sucumbir, curvar-nos diante da morte e, muito menos, nos fecharmos num sepulcro, sem futuro e sem esperança.

Bem sabemos que vivemos num mundo que procura desesperadamente a vida, a felicidade…

Urge neste tempo favorável de conversão e salvação, renovar nossos compromissos com a construção do Reino, amando e servindo a Jesus, Senhor da vida e da morte, a fim de que Ele reine em nosso coração e em todo o Universo.

Da mesma forma, que sementes de justiça e paz sejam lançadas, para que todos tenham vida, e a tenham em abundância.

Numa época como a nossa, em que se tem sede de um sentido para a existência, Jesus Se apresenta a nós como a própria Vida,  Ressurreição e Aquele que tem coração, rosto, voz e Amor sem fim!

Entreguemo-nos ao Espírito que habita em nós, para nos comprometermos com a plenitude de vida, que somente Deus pode nos alcançar.

Reflitamos:

– Como é a nossa amizade com o Senhor?

– Quais são os sinais de morte que clamam por vida, e nos desafiam aos compromissos concretos de solidariedade em sua transformação?

– Cremos em Jesus, Ressurreição e Vida, n’Ele vivendo e crendo, com a esperança da promessa da vida eterna?

A vida tem sentido quando não perdemos a esperança, cultivamos a fé, com gestos multiplicados de caridade, e cada passo deve ser dado com plena confiança em Deus, que jamais nos abandona e jamais nos decepciona.

Nem a vida nem a morte podem nos separar de Deus e dos Seus planos para nós, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo:

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?” (Rm 8, 35)

(1) Citação extraída do site: http://www.dehonianos.org/portal/default.asp

(2) Idem

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