Michel Hoguinelle

Ângelus com o Papa Francisco

 

PAPA FRANCESCO

ANGELUS

Praça de São Pedro,
domingo, 13 de junho de 2021


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

As parábolas que a Liturgia hoje nos apresenta – duas parábolas – inspiram-se precisamente na vida quotidiana e revelam o olhar atento de Jesus, que observa a realidade e, através de pequenas imagens quotidianas, abre janelas sobre o mistério de Deus e sobre a vida humana. Jesus falava de maneira fácil de entender, falava com imagens da realidade, do cotidiano. Assim, ele nos ensina que mesmo as coisas do cotidiano, aquelas que às vezes parecem iguais e que continuamos com distração ou cansaço, são habitadas pela presença oculta de Deus, ou seja, têm um significado. Por isso, também nós precisamos de olhos atentos, para “buscar e encontrar Deus em todas as coisas”.

Hoje Jesus compara o Reino de Deus, ou seja, sua presença que habita o coração das coisas e do mundo, ao grão de mostarda, ou seja, ao menor grão que existe: é muito pequeno. No entanto, jogado ao solo, ele cresce para se tornar a maior árvore ( cf.Mk4,31-32). Deus também, às vezes, o alarido do mundo, junto com as tantas atividades que povoam nossos dias, nos impedem de parar para ver como o Senhor conduz a história. E, no entanto – assegura o Evangelho – Deus opera como uma pequena semente boa, que brota silenciosa e lentamente. E, aos poucos, torna-se uma árvore luxuriante, que dá vida e refrigério a todos. Até mesmo a semente de nossas boas obras pode parecer pequena; no entanto, tudo o que é bom pertence a Deus e, portanto, humilde e lentamente dá frutos. O bom – lembremo-nos – sempre cresce humildemente, de forma oculta, muitas vezes invisível.

Queridos irmãos e irmãs, com esta parábola, Jesus quer inspirar confiança em nós. Em muitas situações da vida, de fato, pode acontecer de ficar desanimado, porque vemos a fraqueza do bem comparada com a aparente força do mal. E podemos nos deixar paralisar pela desconfiança quando vemos que estamos comprometidos, mas os resultados não vêm e as coisas parecem nunca mudar. O Evangelho nos pede um novo olhar sobre nós mesmos e sobre a realidade; pede olhos maiores, que saibam ver além, especialmente além das aparências, para descobrir a presença de Deus que, como amor humilde, está sempre presente no terreno da nossa vida e no da história. Esta é a nossa confiança, é o que nos dá forças para seguirmos cada dia com paciência, semeando o bem que dará fruto. Quão importante é essa atitude também para sairmos bem da pandemia! Cultive a confiança de estar nas mãos de Deus e ao mesmo tempo comprometa-nos todos a reconstruir e recomeçar, com paciência e constância.

O joio da desconfiança também pode criar raízes na Igreja, especialmente quando testemunhamos a crise da fé e o fracasso de vários projetos e iniciativas. Mas nunca esqueçamos que os resultados da semeadura não dependem das nossas capacidades: dependem da ação de Deus, cabe a nós semear e semear com amor, com compromisso e com paciência. Mas a força da semente é divina. Jesus o explica na outra parábola de hoje: o lavrador lança a semente e depois não percebe como dá fruto, porque é a própria semente que cresce espontaneamente, de dia, de noite, quando menos espera (cf. 26- 29). Com Deus, mesmo nos solos mais secos, sempre há esperança de novos brotos.

Maria Santíssima, a humilde serva do Senhor, nos ensine a ver a grandeza de Deus que opera nas pequenas coisas e a vencer a tentação do desânimo. Vamos confiar nele todos os dias!


Depois do Ângelus

Queridos irmãos e irmãs!

Estou particularmente próximo da população da região de Tigray, na Etiópia, que foi atingida por uma grave crise humanitária que expõe os mais pobres à fome. Hoje existe fome, existe fome ali. Rezemos juntos pelo fim imediato da violência, para que a alimentação e a saúde sejam garantidas para todos e para que a harmonia social seja restabelecida o mais breve possível. A este respeito, agradeço a todos aqueles que trabalham para aliviar o sofrimento do povo. Rezemos a Nossa Senhora por essas intenções. Ave Maria…

O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil foi comemorado ontem. Não é possível fechar os olhos à exploração das crianças, privadas do direito de brincar, estudar e sonhar. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho, hoje existem mais de 150 milhões de crianças exploradas para trabalhar: uma tragédia! 150 milhões: mais ou menos como todos os habitantes da Espanha, junto com a França e com a Itália. Isso acontece hoje! Tantas crianças que sofrem com isso: exploradas para o trabalho infantil. Vamos todos juntos renovar o esforço para eliminar esta escravidão de nossos tempos.

Esta tarde terá lugar em Augusta, Sicília, a cerimónia de boas-vindas ao naufrágio do navio naufragado a 18 de abril de 2015. Que este símbolo de tantas tragédias no Mar Mediterrâneo continue a apelar à consciência de todos e a encorajar o crescimento de um mais solidário humanidade, que derruba o muro da indiferença. Vamos pensar: o Mediterrâneo se tornou o maior cemitério da Europa.

Amanhã é o Dia Mundial do Doador de Sangue. Agradeço de coração aos voluntários e encorajo-os a continuar o seu trabalho, testemunhando os valores da generosidade e da gratuidade. Muito obrigado, obrigado!

E saúdo cordialmente todos vós de Roma, da Itália e de outros países; em particular, os peregrinos que vieram de bicicleta de Sedigliano e Bra, os fiéis de Forlì e os de Cagliari.

Desejo a todos um feliz domingo. E, por favor, não se esqueça de orar por mim. Bom almoço e adeus!

Fonte: https://www.vatican.va/content/francesco/it/angelus/2021/documents/papa-francesco_angelus_20210613.html

Admissão às Ordens Sacras

Com imensa alegria que a Diocese de Guanhães (MG), no dia 25 de junho 2021, às 19h, na Sé Catedral São Miguel, renderá graças a Deus por mais um passo dado rumo ao ministério ordenado do Seminarista Anderson Alves da Rocha que está no 3ª ano de Teologia e realizará a Admissão às Ordens Sacras.
A Igreja orienta que, para o seminarista receber a admissão às Ordens Sacras, precisa ter alcançado suficiente desenvolvimento dos traços de personalidade que o caracterizem como um homem público na Igreja e membro da hierarquia, habilitando-o a agir em nome de Deus, de Jesus Cristo e da Igreja. Conforme traz o Ritual das Ordenações, atingido suficiente amadurecimento, realiza-se o Rito de Admissão, mediante o qual, o seminarista “se apresenta diante da Igreja para ser admitido entre os candidatos às Ordens Sacras”, isto é, “manifesta publicamente seu propósito de consagrar-se ao serviço de Deus e da humanidade”, dispondo-se a preparar-se devidamente para a recepção das Sagradas Ordens (cf. CNBB 93, n. 192-194 e c. 1034).
Rogamos à Santo Antônio, insigne Pregador do Evangelho e a proteção do Glorioso São Miguel, padroeiro de nossa Diocese, as bênçãos sobre esse Seminarista que segue firme no itinerário de discernimento vocacional!

SEMANA BÍBLICA NACIONAL, DE 7 A 10 DE JUNHO, MARCARÁ O INÍCIO DA CELEBRAÇÃO DO JUBILEU DE OURO DO MÊS DA BÍBLIA

A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoverá, nos dias 7 a 10 de junho, a Semana Bíblica Nacional. O evento, em modalidade virtual, marca o início da celebração do jubileu de ouro do Mês da Bíblia.

Padre Jânison de Sá, assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, explica que a proposta da Semana Bíblica é a de ser formativa e, ao mesmo tempo celebrativa, pelo fato de a Igreja no Brasil estar comemorando os 50 anos do Mês da Bíblia em 2021. “Um marco muito importante na história da Igreja no Brasil, onde os círculos bíblicos se espalharam em todas as comunidades do nosso imenso país”, afirma o padre.

Vale lembrar que, para esse jubileu do “Mês da Bíblia”, em 2021, o tema escolhido é a Carta de São Paulo aos Gálatas e o lema é “todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d), extraído do “hino batismal”, descrito em Gl 3,26-28, quando Paulo afirma que todos são filhos e filhas de Deus.  O tema e o lema estão em sintonia com o evangelho do Domingo da Palavra de Deus, que é extraído de Mc 1,14-20, quando Jesus inicia a sua missão, após a prisão de João Batista.

Padre Jânison salienta que, em sintonia com o Mês da Bíblia, a Semana Bíblica fará em sua abertura uma memória desses 50 anos “tão importantes para as novas gerações, para que se possa conhecer essa caminhada de animação bíblica, dos círculos bíblicos, de grupos de reflexão em todas as comunidades do país”.

Programação

Irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, explica que na abertura da Semana Bíblica, no dia 7, haverá uma mesa redonda com a participação de dom José Antônio Peruzzo, presidente da Comissão; dom Jacinto Bergmann; a irmã Zuleica Silvano (Paulina); o imrão José Nery (Lassalista) e o padre Jânison de Sá Santos.

Na segunda noite, dia 8, será apresentado o tema do Mês da Bíblia para o ano de 2021, com o autor do texto-base, o professor Joel Antônio Ferreira.

O tema do dia 9 será a missão de Paulo Apóstolo com a participação da irmã Aíla Pinheiro, da Congregação Nova Jerusalém, e o  padre Benedito Antônio Bueno de Almeida (Paulino).

O tema do último dia, 10, será a importância dos círculos bíblicos no Mês da Bíblia na perspectiva da Carta aos Gálatas, com a participação do professor Cláudio Vianney Malzoni; Mariana Aparecida Venâncio e o padre  João Batista Maroni.

A Semana Bíblica poderá ser acompanhada pelas redes socias da CNBB (@cnbbnacional); Edições CNBB (cnbbedicoes) e no canal da Catequese do Brasil (catequesedobrasil).

 

50 anos do Mês da Bíblia

Por ocasião dos 50 anos do Mês da Bíblia, a ser celebrado no mês de setembro, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou um selo especial para a comemoração. O tema deste ano é a Carta de São Paulo Apóstolo aos Gálatas e o lema: “pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,28d).
Fonte: (CNBB)
https://www.cnbb.org.br/semana-biblica-nacional-de-7-a-10-de-junho-marcara-o-inicio-da-celebracao-do-jubileu-de-ouro-do-mes-da-biblia/

Palavra do Presidente da CNBB, no lançamento do Novo Diretório para a Catequese

A iniciação cristã é um ouro no caminho evangelizador e missionário de nossa Igreja. É um ouro que tem a centralidade da Palavra santa de Deus e a doutrina da nossa Fé; ouro que precisa ser bem cuidado para um novo tempo no nosso caminho. Somos agradecidos e estamos comprometidos com o dom de receber o Diretório para a Catequese.

Queremos assim, abrir nossos corações, para um Documento Pontifício que nos aponta caminhos que fecunda nosso comprometimento para a catequese de Iniciação à Vida Cristã. É um Novo Diretório para toda a nossa Igreja que nos compromete de modo especial, aqui no Brasil, com o caminho fecundo e bonito da catequese, com tantos testemunhos, historicamente incalculáveis na sua força e na sua importância. É o Papa Francisco nos convidando a ser cada vez mais, com a força da catequese, uma Igreja em saída. É o que nós, nas nossas Diretrizes Gerais  da Ação Evangelizadora acentuamos a força e a importância da catequese na ação evangelizadora de nossa Igreja.  Tudo isso de maneira sinodal, participativa, envolvendo a todos, contando com muitos e com o empenho qualificado de cada um de nós.

Eu quero dizer ao seu coração: ensinar os caminhos da fé cristã católica, ajudar cada pessoa a seguir Jesus mudando hábitos, modos de pensar e agir, são dons preciosos dos catequistas a serviço da Igreja e do mundo.

Essa capacidade de orientar na fé crianças, jovens e adultos deve ser continuamente aprimorada, pois, o coração humano permanentemente se transforma e precisa de transformações. Recebe influências das mudanças de cada época, enfrenta desafios próprios nos diferentes momentos da história.

A catequese, pois, renovar-se continuamente, é o seu segredo.  Por isso estamos felizes, abertos a esta renovação. Renovada, a catequese consegue compartilhar lições que são sempre atuais, valores que não mudam e tem força para transformar o mundo, tornando-o mais justo, solidário e fraterno. Essas lições e valores têm como fonte os ensinamentos de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor.

Ser catequista é, pois, oferecer ao próximo que é irmão e irmã, os fundamentos para a vivência plena e autêntica da fé. Trata-se de tarefa desafiadora, pois, abraçar o Evangelho exige a coragem de fazer da própria vida uma oferta à humanidade, indo ao encontro de todos, em todos os lugares, com coragem, com alegria missionária.

O catequista deve ajudar cada pessoa a compreender que esse caminho leva a genuína felicidade, pois permite descobrir o verdadeiro sentido da vida. Esse sentido não está em patrimônios, posses, privilégios, mas na adoção de um jeito de ser, inspirado em Jesus Cristo, na condição honrosa e alegre de sermos discípulos e discípulas d’Ele, nosso Mestre, filhos e filhas de Deus nosso Pai.

O Novo Diretório para a Catequese, o documento Pontifício, oferece importante contribuição aos que ensinam os primeiros passos da vida cristã. Ensina os primeiros passos e os fortalece na autenticidade do testemunho. As indicações do Documento são valiosas para formar crianças, adolescentes, jovens e adultos, fazendo-os também evangelizadores.

Atento aos desafios deste tempo novo, o Diretório para a Catequese aponta um itinerário, que, se acolhido, permitirá uma formação cristã que fortaleça ainda mais a Igreja na sua missão de estar sempre em saída ao encontro dos que estão nas periferias geográficas e existenciais.

Convido a você, a se dedicar ao Novo Diretório para a Catequese, preparando-se continuamente para uma adequada formação para este tempo de aceleradas mudanças. Com a força, a centralidade e a luz da Palavra de Deus, um novo caminho, um novo tempo.

Permaneçamos unidos na missão de ajudar cada pessoas a iniciar o caminho da vida cristã, a seguir com fidelidade esse itinerário que leva a uma vida plena, a uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.

Permaneçamos firmes e missionariamente empenhados nesta tarefa tão importante e essencial, cuidando para que cada pessoa, criança, adolescente, jovem e adulto, cada pessoa, cresça neste caminho da iniciação à vida cristã. Que nós possamos ser vigorosos, discípulos e discípulas de Cristo Jesus.

Amada Mãe Maria nos inspire, sobretudo a guardar no coração tudo o que ouvirmos, para transformar em compromisso e em testemunho. Proteja-nos, amada Mãe Maria, que também acompanhou o crescimento d’Ele, o Filho amado, Cristo Jesus, em estatura, graça e sabedoria.

Fonte: Diocese de Erexim

 

 

Mensagem do Papa às Pontifícias Obras Missionárias

 

O Papa Francisco divulgou, uma Mensagem às Pontifícias Obras Missionárias. No texto, Francisco recorda que o “delineamento mais íntimo” da missão da Igreja é “o de ser obra do Espírito Santo, e não consequência das nossas reflexões e intenções”.

Mensagem do Papa Francisco às Pontifícias Obras Missionárias. 

«Estavam todos reunidos, quando Lhe perguntaram: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?” Respondeu-lhes: “Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua autoridade. Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo”. Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem subtraiu-O a seus olhos» (At 1, 6-9).

«O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam» (Mc 16, 19-20).

«Depois, levou-os até junto de Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. Enquanto os abençoava, separou-Se deles e elevava-Se ao Céu. E eles, depois de se terem prostrado diante d’Ele, voltaram para Jerusalém com grande alegria. E estavam continuamente no templo a bendizer a Deus» (Lc 24, 50-53).

* * *

Neste ano, havia decidido participar na vossa Assembleia Geral anual, prevista para 21 de maio, uma quinta-feira e festa da Ascensão do Senhor. Mas, depois, a Assembleia foi cancelada por causa da pandemia que nos afeta a todos. Quero, porém, enviar a todos vós esta Mensagem para de algum modo dar a conhecer as coisas que tinha no coração para vos dizer. Esta festa cristã, em tempos inimagináveis como os que estamos a viver, parece-me ainda mais fecunda em sugestões para o caminho e a missão de cada um de nós e de toda a Igreja.

Celebramos a Ascensão como uma festa e, todavia, comemora a despedida de Jesus dos seus discípulos e deste mundo. O Senhor eleva-Se até ao Céu (a Liturgia oriental descreve a maravilha dos anjos ao verem um homem que sobe, com a sua carne, para a direita do Pai). Quanto aos discípulos, apesar de O terem visto ressuscitado, parecem não ter ainda entendido o que aconteceu, mesmo agora que Cristo está prestes a subir ao Céu; está para dar início à realização do seu Reino, e eles ainda se perdem atrás das suas conjeturas. Perguntam-Lhe se é agora que vai restaurar o Reino de Israel (cf. At 1, 6). Contudo, quando Cristo os deixa, em vez de ficar tristes, voltam para Jerusalém – como escreve Lucas (cf. 24, 52) – «com grande alegria». Isto seria estranho, se algo não tivesse acontecido pelo meio. Efetivamente, Jesus já lhes prometeu a força do Espírito Santo, que descerá sobre eles no Pentecostes. Este é o milagre que muda a situação. E tornam-se mais seguros, quando confiam tudo ao Senhor. Estão cheios de alegria. E a alegria neles é a plenitude da consolação, a plenitude da presença do Senhor.

Tendo presente aquilo que Paulo escreve aos Gálatas, sabemos que a plenitude da alegria dos Apóstolos não é efeito de emoções que deleitam e os fazem rejubilar; mas trata-se duma alegria transbordante que só se pode experimentar como fruto e dom do Espírito (cf. Gal 5, 22). Receber a alegria do Espírito é uma graça; e é a única força que podemos ter para pregar o Evangelho, confessar a fé no Senhor. Fé é testemunhar a alegria que nos dá o Senhor. Alegria assim, uma pessoa não a pode conseguir só por si mesma.

Antes de partir, Jesus disse aos seus discípulos que havia de lhes mandar o Espírito, o Consolador. E de igual modo deixou entregue ao Espírito também a obra apostólica da Igreja ao longo da história até ao seu retorno. O mistério da Ascensão, juntamente com a efusão do Espírito no Pentecostes, imprime e transmite para sempre à missão da Igreja o seu delineamento mais íntimo: o de ser obra do Espírito Santo, e não consequência das nossas reflexões e intenções. Este é o traço que pode tornar fecunda a missão e preservá-la de qualquer suposta autossuficiência, da tentação de tomar como refém a carne de Cristo – elevado ao Céu – para os seus projetos clericais de poder.

Quando não se vê nem reconhece a obra atual e eficaz do Espírito Santo na missão da Igreja, isso quer dizer que as próprias palavras da missão – incluindo as mais exatas, as mais pensadas – se tornaram como que «discursos de sabedoria humana», usadas para dar glória a si mesmo ou encobrir e mascarar os próprios desertos interiores.

A alegria do Evangelho

A salvação é o encontro com Jesus, que nos ama e perdoa, enviando-nos o Espírito que nos consola e defende. A salvação não é consequência das nossas iniciativas missionárias, nem dos nossos discursos sobre a encarnação do Verbo. A salvação só pode vir para cada um mediante o olhar do encontro com Ele, que nos chama. Por isso, o mistério da predileção tem início e só pode começar num ímpeto de gratidão, de alegria: a alegria do Evangelho, a «grande alegria» daquelas pobres mulheres que, ao amanhecer do domingo de Páscoa, tinham ido ao sepulcro de Cristo e acharam-no vazio, mas depois foram as primeiras a encontrar Jesus ressuscitado e correram a dizê-lo aos outros (cf. Mt 28, 8-10). Só assim, apesar de escolhidos e prediletos, poderemos testemunhar ao mundo inteiro, com as nossas vidas, a glória de Cristo ressuscitado.

Em qualquer situação humana, as testemunhas atestam o que foi feito por outra pessoa. Só neste sentido é que podemos ser testemunhas de Cristo e do seu Espírito. Depois da Ascensão, como aparece narrado na conclusão do Evangelho de Marcos, os apóstolos e os discípulos «foram pregar por toda a parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam» (16, 20). Cristo, com o seu Espírito, dá testemunho de Si próprio através das obras que realiza em nós e connosco. Já explicava Santo Agostinho que a Igreja não suplicaria ao Senhor que a fé fosse concedida àqueles que não conhecem a Cristo, se não acreditasse que é o próprio Deus a revirar e atrair para Si mesmo a vontade dos homens. A Igreja não levaria os seus filhos a rezarem ao Senhor para perseverar na fé em Cristo, se não acreditasse que é precisamente o Senhor que detém na sua mão os nossos corações. De facto, se a Igreja mandasse pedir a Cristo estas coisas, mas pensando que ela mesma as poderia dar, isso significava que todas as suas orações não eram autênticas, mas fórmulas vazias, «modos de falar», conveniências ditadas pelo conformismo eclesiástico (cf. O dom da perseverança. A Próspero e Hilário, 23, 63).

Se não se reconhece que a fé é um dom de Deus, as próprias orações que a Igreja Lhe dirige não teriam sentido. Através delas, não se manifestaria qualquer paixão sincera pela felicidade e a salvação dos outros, daqueles que não reconhecem Cristo ressuscitado, mesmo que transcorra o tempo a organizar a conversão do mundo ao cristianismo.

É o Espírito Santo que acende e guarda a fé nos corações: o reconhecimento deste dado muda tudo. Efetivamente, é o Espírito que inflama e anima a missão, imprimindo-lhe feições «genéticas», acentuações e andamentos singulares que tornam o anúncio do Evangelho e a confissão da fé cristã uma coisa diferente de qualquer proselitismo político ou cultural, psicológico ou religioso.

Recordei muitos destes traços distintivos da missão, na Exortação apostólica Evangelii gaudium. Retomo alguns.

Atração. O mistério da Redenção entrou e continua a operar no mundo através duma atração, que pode conquistar o coração dos homens e mulheres, porque é, e se manifesta, mais atraente do que as seduções que fazem apelo ao egoísmo, consequência do pecado. «Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou o não atrair», diz Jesus no Evangelho de João (6, 44). A Igreja sempre reafirmou que segue-se Jesus e anuncia-se o seu Evangelho pela força da atração exercida pelo próprio Cristo e pelo seu Espírito. O Papa Bento XVI afirmou que a Igreja cresce no mundo, não por proselitismo, mas por atração (cf. Homilia na Missa de abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, Aparecida, 13/V/2007). Santo Agostinho dizia que Cristo revela-Se a nós atraindo-nos. E, para dar uma imagem desta atração, citava o poeta Virgílio segundo o qual cada um é atraído por aquilo que lhe agrada. Jesus não só convence a nossa vontade, mas atrai o nosso prazer (Comentário sobre o Evangelho de João, 26, 4). Quando uma pessoa segue feliz Jesus, porque se sente atraída por Ele, os outros dão-se conta disso; e podem maravilhar-se. A alegria que transparece nas pessoas que são atraídas por Cristo e pelo seu Espírito é o que pode tornar fecunda qualquer iniciativa missionária.

Gratidão e gratuidade. A alegria de anunciar o Evangelho sempre brilha no horizonte duma memória agradecida. Os dois primeiros discípulos nunca esqueceram o momento em que Jesus lhes tocou o coração: «Eram as quatro da tarde» (Jo 1, 39). A história da Igreja resplandece, quando nela se manifesta a gratidão pela iniciativa gratuita de Deus, porque «foi Ele mesmo que nos amou» primeiro (1 Jo 4, 10), porque «só Deus [é] que faz crescer» (1 Cor 3, 7). A predileção amorosa do Senhor surpreende-nos e gera maravilha; esta, por sua natureza, não pode ser possuída nem imposta por nós. Não é possível «maravilhar-se à força». Só assim pode florir o milagre da gratuidade, do dom gratuito de si mesmo. O próprio ardor missionário nunca se pode obter em consequência dum raciocínio ou dum cálculo. Colocar-se «em estado de missão» é um reflexo da gratidão. Trata-se da resposta duma pessoa que, por gratidão, se torna dócil ao Espírito e, consequentemente, é livre. Se não nos apercebermos da predileção do Senhor, que nos torna agradecidos, até o conhecimento da verdade e o próprio conhecimento de Deus, ostentados como uma possessão alcançável com as próprias forças, se tornariam de facto «letra [que] mata» (2 Cor 3, 6), como demonstraram primeiramente São Paulo e Santo Agostinho. Só na liberdade da gratidão é que se conhece verdadeiramente o Senhor. Por isso, não vale nada e sobretudo não é apropriado insistir na apresentação da missão e do anúncio do Evangelho como se fossem um dever vinculante, uma espécie de «obrigação contratual» dos batizados.

Humildade. Se a verdade e a fé, se a felicidade e a salvação não são nossa possessão nem uma meta alcançada pelos nossos méritos, o Evangelho de Cristo só pode ser anunciado com humildade. Jamais se pode pensar em servir a missão da Igreja cultivando a arrogância, seja como indivíduos seja através dos organismos, com a altivez de quem distorce até o dom dos Sacramentos e as palavras mais autênticas da fé cristã como se fossem um espólio que ganhamos. Não se pode ser humilde por boa educação, nem por desejar aparecer cativante; uma pessoa é humilde, se seguir Cristo, que disse aos seus: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). Santo Agostinho interroga-se por que motivo Jesus, depois da Ressurreição, Se fez ver apenas aos seus discípulos, e não àqueles que O crucificaram; responde ele que Jesus não queria dar a impressão de «desafiar de alguma maneira os seus assassinos. Efetivamente, para Ele, era mais importante ensinar a humildade aos amigos do que lançar a verdade à cara dos inimigos» (Discurso 284, 6).

Facilitar, não complicar. Outra caraterística do trabalho missionário autêntico é a que alude à paciência de Jesus, que, nas próprias narrações do Evangelho, acompanhava sempre com misericórdia os passos de crescimento das pessoas. Um pequeno passo, no meio de grandes limitações humanas, pode fazer o coração de Deus mais feliz do que os largos passos de quem avança na vida sem grandes dificuldades. Um coração missionário reconhece a condição real em que se encontram as pessoas reais, com as suas limitações, pecados, fragilidades, e faz-se «fraco com os fracos» (1 Cor 9, 22). «Sair» em missão para alcançar as periferias humanas não significa vagar sem direção nem sentido, como vendedores impacientes que se lamentam porque a gente é demasiado rude e primitiva para se interessar pela sua mercadoria. Umas vezes, trata-se de abrandar o passo, para acompanhar quem ficou na beira da estrada; outras vezes, é preciso imitar o pai da parábola do filho pródigo, que deixa as portas abertas e perscruta, diariamente, o horizonte enquanto espera o regresso do filho (cf. Lc 15, 20). A Igreja não é uma alfândega e quem participa de algum modo na missão da Igreja é chamado a não acrescentar pesos inúteis às vidas já afadigadas das pessoas, a não impor percursos sofisticados e trabalhosos de formação para usufruir daquilo que o Senhor concede com facilidade. Não se coloquem obstáculos ao desejo de Jesus, que reza por cada um de nós e quer curar a todos, salvar a todos.

Aproximação à vida real. Jesus encontrou os seus primeiros discípulos nas margens do lago da Galileia, quando estavam ocupados no seu trabalho. Não os encontrou num congresso, num seminário de preparação nem no Templo. O anúncio de salvação de Jesus alcança as pessoas sempre onde estão e como estão, nas suas vidas reais. A normalidade da vida comum, tomando parte nas necessidades, esperanças e problemas de todos, é o lugar e a condição onde quem reconheceu o amor de Cristo e recebeu o dom do Espírito Santo pode dar razão da sua fé, esperança e caridade àqueles que lha pedirem; caminhando juntamente com os outros, ao lado de todos. Sobretudo neste tempo em que vivemos, não se trata de inventar percursos de preparação «reservados», criar mundos paralelos, criar bolhas mediáticas onde fazer ressoar os próprios slogans, as próprias declarações de intentos, reduzidas a pacatos «nominalismos declaratórios». A título de exemplo, como já tenho recordado outras vezes, na Igreja continua a haver quem apregoe o slogan «é a hora dos leigos», mas o relógio parece ter parado…

O «sensus fidei» do povo de Deus. No mundo, há um povo que possui uma espécie de «olfato» que pressente o Espírito Santo e a sua ação. É o povo de Deus, chamado e querido a Jesus, o qual, por sua vez, continua a procurá-Lo e sempre recorre a Ele nas aflições da vida. O povo de Deus suplica o dom do seu Espírito: confia a espera por Este às palavras simples das orações, e nunca se acomoda na presunção da sua autossuficiência. O santo povo de Deus é reunido e ungido pelo Senhor; e, em virtude desta unção, torna-se infalível «in credendo», como ensina a Tradição da Igreja. A ação do Espírito Santo dota o povo fiel com um «instinto» da fé – o sensus fidei –, que o ajuda a não se enganar nas coisas de Deus que crê, embora não conheça raciocínios e fórmulas teológicas para definir os dons que experimenta. O mistério do povo peregrino, que, na sua espiritualidade popular, caminha rumo aos santuários e se consagra a Jesus, a Maria e aos Santos, bebe e adere de forma conatural à iniciativa livre e gratuita de Deus, sem precisar de seguir planos de mobilização pastoral.

Predileção pelos humildes e os pobres. Todo o ardor missionário, se for guiado pelo Espírito Santo, mostra uma predileção pelos pobres e os humildes como sinal e reflexo da preferência que o Senhor tem por eles. As pessoas diretamente envolvidas em iniciativas e estruturas missionárias da Igreja nunca deveriam justificar a sua falta de atenção aos pobres com a desculpa – muito usada em certos círculos eclesiásticos – de ter que concentrar as suas energias em tarefas prioritárias para a missão. A preferência pelos pobres não é uma opção facultativa para a Igreja.

As dinâmicas e abordagens anteriormente descritas fazem parte da missão da Igreja, animada pelo Espírito Santo. Habitualmente é reconhecida e afirmada, nas declarações e discursos eclesiásticos, a necessidade do Espírito Santo como fonte da missão da Igreja. Mas sucede também que tal reconhecimento se reduza a uma espécie de «homenagem formal» à Santíssima Trindade, uma fórmula introdutória convencional para intervenções teológicas e planos pastorais. Na Igreja, há muitas situações em que o primado da graça permanece apenas como um postulado teórico, uma fórmula abstrata. Acontece que muitas iniciativas e organismos ligados à Igreja, em vez de deixar transparecer a atividade do Espírito Santo, acabam por dar testemunho apenas da sua autorreferencialidade. Muitos sistemas eclesiásticos, em todos os níveis, parecem absorvidos pela obsessão de se promover a si mesmos e às suas iniciativas; como se isto fosse o objetivo e o horizonte da sua missão.

Até aqui limitei-me a tomar e repropor critérios e ideias sobre a missão da Igreja, que expusera de forma mais desenvolvida na Exortação apostólica Evangelii gaudium. Fi-lo por acreditar que seria útil e fecundo – e inadiável – também para as Pontifícias Obras Missionárias (POM) confrontar-se com tais critérios e sugestões, neste trecho do seu caminho.

As POM e o tempo presente.

Talentos a desenvolver, tentações e doenças a evitar

Que perspetivas se abrem para o presente e o futuro das POM? Que lastro se arrisca a sobrecarregar-lhes o caminho?

Na fisionomia, eu diria na identidade, das Pontifícias Obras Missionárias, aparecem certos traços distintivos – alguns, por assim dizer, genéticos, outros adquiridos ao longo do seu percurso histórico – que muitas vezes são transcurados ou vistos como um dado adquirido. Ora, são precisamente tais traços que podem salvaguardar e tornar preciosa, sobretudo no tempo presente, a contribuição desta «rede» para a missão universal a que é chamada toda a Igreja.

– As Obras Missionárias nasceram, espontaneamente, do ardor missionário manifestado pela fé dos batizados. Há e permanece uma consonância íntima, uma familiaridade entre as Obras Missionárias e o sensus fidei infalível in credendo do povo fiel de Deus.

– As Obras Missionárias, desde o início, avançaram sobre dois «trilhos», ou melhor, ao longo de duas margens que seguem sempre paralelas e, no seu caráter elementar, sempre se apresentaram familiares ao coração do povo de Deus: a oração e a caridade, sob a forma da esmola, que «livra da morte e limpa de todo o pecado» (Tob 12, 9), a «caridade intensa» que «cobre a multidão dos pecados» (1 Ped 4, 8). Os fundadores das Obras Missionárias, a começar por Pauline Jaricot, não inventaram as orações nem as obras às quais confiaram os seus anseios a propósito do anúncio do Evangelho, mas limitaram-se a extraí-las do tesouro inexaurível dos gestos mais familiares e habituais que tem o povo de Deus no seu caminho ao longo da história.

– As Obras Missionárias, surgidas de maneira gratuita na trama vital do povo de Deus, pela sua configuração simples e concreta foram reconhecidas e tão estimadas pela Igreja de Roma e seus Bispos, que estes, no século passado, pediram para poder adotá-las como instrumento peculiar do serviço por eles prestado à Igreja universal. Este caminho levou a atribuir a tais Obras a designação de «Pontifícias». Desde então sobressai, na fisionomia das POM, a sua caraterística de instrumentos de serviço às Igrejas particulares apoiando-as na obra de anúncio do Evangelho. Seguindo o mesmo caminho, as Pontifícias Obras Missionárias ofereceram-se docilmente como instrumentos de serviço à Igreja, no seio do ministério universal realizado pelo Papa e pela Igreja de Roma, que «preside na caridade». Assim, pelo seu próprio percurso e sem entrar em complexas disputas teológicas, as POM refutaram os argumentos de quem, mesmo em ambientes eclesiásticos, contrapõe de maneira imprópria carisma e instituição, lendo sempre as relações entre as duas realidades através duma equivocada «dialética dos princípios». Efetivamente, na Igreja, os próprios elementos estruturais permanentes – tais como os Sacramentos, o sacerdócio e a sucessão apostólica – não estão à disposição da Igreja como um objeto de posse adquirida, mas devem ser continuamente recriados pelo Espírito Santo (cf. Card. J. Ratzinger, Os movimentos eclesiais e a sua colocação teológica. Intervenção no Congresso mundial dos movimentos eclesiais, Roma, 27-29/V/1998).

– As Obras Missionárias, desde a sua difusão inicial, estruturaram-se como uma rede capilar espalhada no seio do povo de Deus, plenamente ancorada e efetivamente «imanente» à rede das instituições e realidades da vida eclesial pré-existentes, como as dioceses, as paróquias, as comunidades religiosas. A vocação peculiar das pessoas envolvidas nas Obras Missionárias nunca foi vivida e sentida como um caminho alternativo, uma pertença «externa» relativamente às formas comuns da vida das Igrejas particulares. A solicitação no sentido de rezar e angariar recursos para a missão sempre foi feita como um serviço à comunhão eclesial.

– As Obras Missionárias, tornando-se com o decorrer do tempo uma rede espalhada por todos os Continentes, refletem pela sua própria configuração a variedade de acentos, condições, problemas e dons que conotam a vida da Igreja nos diferentes lugares do mundo. Uma pluralidade que pode proteger contra assimilações ideológicas e unilateralismos culturais. Nesta linha é possível experimentar, também através das POM, o mistério da universalidade da Igreja: enquanto a obra incessante do Espírito Santo cria a harmonia entre as diferentes vozes, o Bispo de Roma, com o seu serviço de caridade exercido inclusivamente através das Pontifícias Obras Missionárias, salvaguarda a unidade na fé.

Todas as caraterísticas descritas até agora podem ajudar as Pontifícias Obras Missionárias a subtraírem-se às armadilhas e patologias que pairam sobre o caminho delas e de tantas outras instituições eclesiais. Assinalo algumas delas.

Armadilhas a evitar

Autorreferencialidade. Sem pretender negar as boas intenções dos indivíduos, organizações e entidades eclesiais, às vezes acabam fechadas em si mesmas, dedicando energias e atenção sobretudo à sua autopromoção e à celebração em das suas iniciativas. Outras parecem dominadas pela obsessão de redefinir continuamente a sua relevância e os seus espaços dentro da Igreja, com a justificação de quererem relançar o melhor possível a sua missão. Desta maneira, como disse uma vez o então Cardeal Joseph Ratzinger, alimenta-se a ideia enganadora de que uma pessoa seria tanto mais cristã quanto mais estivesse empenhada em estruturas intraeclesiais, quando na realidade quase todos os batizados vivem a fé, a esperança e a caridade na sua vida normal, sem nunca aparecer em comissões eclesiais nem se ocupar dos últimos desenvolvimentos de política eclesiástica (cf. Uma companhia sempre em reforma, Conferência no Encontro de Rimini, 01/IX/1990).

Ânsia de comando. Sucede às vezes que instituições e organismos surgidos para ajudar as comunidades eclesiais, pondo ao serviço destas os dons que neles suscitou o Espírito Santo, pretendam com o passar do tempo exercer supremacias e funções de controle sobre as comunidades que deveriam servir. Este comportamento é quase sempre acompanhado pela presunção de exercer o papel de «depositários», distribuidores de licenças de legitimidade a respeito dos outros. Efetivamente, nestes casos, comportam-se como se a Igreja fosse um produto das nossas análises, dos nossos programas, acordos e decisões.

Elitismo. Várias vezes se apodera daqueles que fazem parte de organismos e realidades organizadas na Igreja um sentimento elitista, a ideia tácita de pertencer a uma aristocracia. Uma classe superior de especialistas que procura ampliar os seus espaços em cumplicidade ou em concorrência com outras elites eclesiásticas, e prepara os seus membros segundo os sistemas e as lógicas mundanas da militância ou da competência técnico-profissional, sempre com a intenção principal de promover as suas prerrogativas oligárquicas.

Isolamento do povo. Nalgumas realidades ligadas à Igreja, a tentação elitista é às vezes acompanhada por um sentimento de superioridade e impaciência face à multidão dos batizados, ao povo de Deus, que talvez frequente as paróquias e os santuários, mas não se compõe de «ativistas» ocupados em organizações católicas. Nestes casos, o próprio povo de Deus é visto como uma massa inerte, que precisa incessantemente de ser reanimada e mobilizada através duma «tomada de consciência» que se deve estimular por meio de argumentações, apelos, ensinamentos. Comportam-se como se a certeza da fé fosse consequência de um discurso persuasivo ou de métodos de preparação.

Abstração. Organismos e realidades ligadas à Igreja, quando se tornam autorreferenciais, perdem o contacto com a realidade e adoecem de abstração. Multiplicam-se inúteis locais de elaboração estratégica, para produzir projetos e diretrizes que servem apenas como instrumentos de autopromoção de quem os inventa. Tomam-se os problemas e seccionam-se em laboratórios intelectuais, onde tudo acaba domesticado e envernizado segundo as chaves ideológicas de preferência; onde tudo, fora do contexto real, pode ser cristalizado num simulacro, incluindo as referências à fé ou os apelos verbais a Jesus e ao Espírito Santo.

Funcionalismo. As organizações autorreferenciais e elitistas, mesmo na Igreja, acabam frequentemente por apostar tudo na imitação dos modelos mundanos de eficiência, como os impostos por uma competição económica e social exacerbada. A opção do funcionalismo garante a ilusão de «resolver os problemas» com equilíbrio, ter as coisas sob controle, aumentar a sua relevância, melhorar a administração ordinária do que existe. Mas, como já vos disse no encontro que tivemos em 2016, uma Igreja que tem medo de se abandonar à graça de Cristo e aposta na eficiência do sistema, já está morta, mesmo que as estruturas e programas a favor dos clérigos e leigos «auto-ocupados» possam ainda durar séculos.

Conselhos para o caminho

Perscrutando o presente e o futuro e procurando também no percurso das POM os recursos para superar as armadilhas do caminho e continuar para diante, permito-me dar algumas sugestões para ajudar o vosso discernimento. Tendo vós empreendido um percurso de reavaliação das próprias POM, que quereis que seja inspirado nas indicações do Papa, proponho à vossa atenção critérios e ideias gerais, sem entrar em detalhes, até porque os diferentes contextos poderão exigir adaptações e variações.

1) Na medida das vossas possibilidades e sem vos perderdes em demasiadas conjeturas, salvaguardai ou redescobri a inserção das POM no seio do povo de Deus, a sua imanência na trama da vida real em que nasceram. Será útil uma «imersão» mais intensa na vida real das pessoas, tal como é. Quando se segue a Jesus, faz bem a todos sair do ambiente fechado das próprias problemáticas internas. Convém mergulhar nas circunstâncias e condições concretas, inclusive procurando ou tentando reintegrar a capilaridade da ação e dos contactos das POM no seu entrelaçamento com a rede eclesial (dioceses, paróquias, comunidades, grupos). Se se privilegiar a própria imanência no povo de Deus, com as suas luzes e dificuldades, consegue-se também fugir melhor da armadilha da abstração. Mais do que formular e multiplicar propostas, é preciso dar respostas a perguntas e exigências reais. Talvez seja a partir duma luta corpo a corpo com a vida em ato, e não dos cenáculos fechados ou das análises teóricas sobre as próprias dinâmicas internas, que poderão chegar as intuições úteis para mudar e melhorar os procedimentos operacionais, adaptando-os aos variados contextos e às diferentes circunstâncias.

2) Sugiro proceder de modo que o sistema essencial das POM permaneça ligado às práticas da oração e da coleta de recursos para a missão, um sistema válido e estimado precisamente pela sua natureza elementar e concreta. Expressa a afinidade das POM com a fé do povo de Deus. Com toda a flexibilidade e as necessárias adaptações, convém que não seja esquecido nem distorcido este traçado elementar das POM: orações ao Senhor, para que Ele abra os corações ao Evangelho, e súplicas a todos, para que sustentem também de forma concreta a obra missionária. Há nisto uma simplicidade e um concretismo que todos podem apreciar no momento atual, pois, mesmo nas circunstâncias ditadas pelo flagelo da pandemia, se sente por todo o lado o desejo de encontrar e permanecer próximo de tudo o que é simplesmente Igreja. Procurai também novas estradas, novas formas para o vosso serviço, mas, para o conseguir, não adianta complicar o que é simples.

3) As POM são e devem comportar-se como um instrumento de serviço à missão nas Igrejas particulares, tendo por horizonte a missão da Igreja que sempre abraça o mundo inteiro. Está nisto a sua contribuição, sempre valiosa, para o anúncio do Evangelho. Todos somos chamados a guardar por amor e gratidão, mesmo com as nossas obras, os germes de vida teologal que o Espírito de Cristo faz desabrochar e crescer onde Ele quer, mesmo nos desertos. Por favor, na oração, a primeira coisa a pedir ao Senhor é que nos torne a todos mais prontos a captar os sinais do seu agir para depois os indicar ao mundo inteiro. Só isto pode ser útil: pedir que em nós, no íntimo do nosso coração, a invocação do Espírito Santo não se reduza a um postulado estéril e redundante das nossas reuniões e homilias; pelo contrário, não adianta fazer conjeturas e teorizar a propósito de super-estrategas ou «centrais dirigentes» da missão, a quem delegar, como a presumidos e enfatuados «guardiões» da dimensão missionária da Igreja, a tarefa de despertar o espírito missionário ou conceder licenças para missionar os outros. Se, nalgumas situações, definha o ardor pela missão, é sinal de que está a desfalecer a fé. E, neste caso, a pretensão de reanimar a chama que se apaga com estratégias e discursos, acaba por enfraquecê-la ainda mais, fazendo apenas avançar o deserto.

4) Por sua natureza, o serviço prestado pelas POM coloca os seus executores em contacto com inúmeras realidades, situações e eventos que fazem parte do grande fluxo da vida da Igreja, em todos os Continentes. Neste fluxo, pode-se embater não só em muitos gravames e escleroses que acompanham a vida eclesial, mas também nos dons gratuitos de cura e consolação que o Espírito Santo semeia na vida diária daquela que poderia chamar-se a «classe média da santidade». E podeis alegrar-vos e exultar, saboreando os encontros que vos acontecem, graças ao trabalho das POM, e deixando-vos maravilhar por eles. Penso nas narrações que ouvi de tantos milagres sucedidos com as crianças, que encontraram Jesus talvez através das iniciativas propostas pela Infância Missionária. Por isso, nunca deixeis que o vosso trabalho acabe «esterilizado» numa dimensão exclusivamente burocrático-profissional. Não pode haver burocratas nem funcionários da missão. E a vossa gratidão pode tornar-se, por sua vez, um dom e um testemunho para todos. Para conforto de todos, podeis, com os meios de que dispondes e sem artificialismos, referir os casos de pessoas e comunidades que pudestes encontrar mais facilmente do que outras, por resplandecer gratuitamente nelas o milagre da fé, da esperança e da caridade.

5) A gratidão à vista dos prodígios operados pelo Senhor entre os seus prediletos – os pobres e os pequeninos a quem Ele revela as coisas ocultas aos sábios (cf. Mt 11, 25-26) – pode tornar mais fácil, também para vós, subtrair-vos às armadilhas das retiradas autorreferenciais e sair de vós mesmos, seguindo a Jesus. A ideia duma atividade missionária autorreferencial, que passa o tempo a contemplar e autoincensar-se pelas suas iniciativas, seria em si mesma um absurdo. Não gasteis demasiado tempo nem recursos a «olhar para vós mesmos», a elaborar planos autocentrados nos mecanismos internos, na funcionalidade e capacidades do seu organigrama. Olhai para fora, não vos olheis ao espelho. Quebrai todos os espelhos de casa. Os critérios a seguir, mesmo na realização dos programas, tenham em vista aliviar, tornar mais flexíveis estruturas e procedimentos, em vez de sobrecarregar com outros elementos do sistema a rede das POM. Por exemplo, cada diretor nacional, durante o seu mandato, esforce-se por identificar as figuras de um possível sucessor, tendo como único critério não assinalar pessoas do seu círculo de amigos ou companheiros de «agregação» eclesiástica, mas pessoas que lhe parecem ter mais ardor missionário do que ele próprio.

6) Quanto à angariação de recursos para ajudar a missão, por ocasião dos nossos encontros anteriores, já chamei a atenção para o risco de transformar as POM numa ONG inteiramente dedicada à busca e atribuição dos fundos. Isso depende mais do coração com que se fazem as coisas, do que das coisas que se fazem. Na recolha de fundos, certamente pode ser aconselhável e até oportuno recorrer criativamente a metodologias atualizadas para se obter financiamentos da parte de potenciais e beneméritos doadores. Mas quando, nalgumas áreas, a coleta de doações falha, devido também ao declínio da memória cristã, então pode vir a tentação de resolvermos nós o problema «encobrindo» a realidade e apostando nalgum sistema de angariação mais eficaz, que vai à procura dos grandes doadores. Ao contrário, o sofrimento pela perda da fé e também pela diminuição dos recursos não se deve descartar, mas colocar nas mãos do Senhor. Em todo o caso, é bom que o pedido de ofertas para as missões continue a ser feito prioritariamente a toda a multidão dos batizados, inclusive apostando de maneira nova na coleta para as missões que se realiza nas igrejas de todos os países, em outubro, por ocasião do Dia Mundial das Missões. A Igreja sempre continuou a avançar graças também ao óbolo da viúva, à contribuição daquela série inumerável de pessoas que se sentem curadas e consoladas por Jesus e, consequentemente, pelo transbordar da sua gratidão, dão o que têm.

7) Quanto ao uso das doações recebidas, avaliai sempre com apropriado sensus Ecclesiae a distribuição dos fundos para apoio de estruturas e projetos que realizam de variados modos a missão apostólica e o anúncio do Evangelho nas diferentes partes do mundo. Tenha-se sempre em conta reais necessidades primárias das comunidades e, ao mesmo tempo, evitem-se formas de assistencialismo que, em vez de oferecer instrumentos ao ardor missionário, acabam por entibiar os corações e alimentar na própria Igreja fenómenos de clientelismo parasitário. Com a vossa contribuição, procurai dar respostas concretas a exigências objetivas, sem desperdiçar recursos em iniciativas caraterizadas pela abstração, autorreferência ou produzidas pelo narcisismo clerical de alguém. Não cedais a complexos de inferioridade nem tentações de emulação com organizações super-funcionais que arrecadam fundos para causas justas e depois uma boa percentagem dos mesmos é utilizada para financiar o sistema e fazer publicidade da própria marca. Mesmo isso torna-se às vezes uma estrada para cuidar primeiro dos próprios interesses, embora mostrando que se está a trabalhar em benefício dos pobres e necessitados.

8) A propósito dos pobres, também vós não vos esqueçais deles. Esta foi a recomendação que os apóstolos Pedro, João e Tiago deram, no Concílio de Jerusalém, a Paulo, Barnabé e Tito que lá se tinham deslocado para debater a sua missão entre os incircuncisos: «Só nos disseram que nos devíamos lembrar dos pobres» (Gal 2, 10). Na sequência de tal recomendação, Paulo organizou as coletas a favor dos irmãos da Igreja de Jerusalém (cf. 1 Cor 16, 1). Desde o início, a predileção pelos pobres e os pequeninos faz parte da missão de anunciar o Evangelho. As obras de caridade espiritual e corporal em seu favor manifestam uma «preferência divina» que interpela a vida de fé de todos os cristãos, chamados a ter os mesmos sentimentos de Jesus (cf. Flp 2, 5).

9) As POM, com a sua rede espalhada por todo o mundo, refletem a rica variedade do «povo de mil rostos» reunido pela graça de Cristo, com o seu ardor missionário; um ardor, que não é sempre intenso e vigoroso da mesma maneira em toda parte. Entretanto, ao partilhar a mesma urgência de confessar Cristo morto e ressuscitado, expressa-se com acentuações diferentes, adaptando-se aos vários contextos. A revelação do Evangelho não se identifica com nenhuma cultura e, no encontro com novas culturas que ainda não receberam a pregação cristã, é preciso não impor uma determinada forma cultural juntamente com a proposta do Evangelho. Hoje, no próprio trabalho das POM, convém não levar bagagens pesadas; é melhor cingir aos traços essenciais da fé o seu perfil diferenciado e o seu referimento comum. Também pode ofuscar a universalidade da fé cristã a pretensão de estandardizar a forma do anúncio, apostando tudo talvez sobre estereótipos e slogans que estão na moda em certos círculos de determinados países cultural ou politicamente dominantes. A propósito, a própria relação especial que une as POM ao Papa e à Igreja de Roma constitui um recurso e um sustentáculo de liberdade, que a todos ajuda a subtrair-se de modas passageiras, da restrição a escolas de pensamento unilaterais ou de homologações culturais de cunho neocolonialista: fenómenos que, infelizmente, se registam também em contextos eclesiásticos.

10) As POM não são, na Igreja, uma entidade fechada em si mesma, suspensa no vazio. Entre as suas especificidades, que sempre se devem cultivar e renovar, está o vínculo especial que as une ao Bispo da Igreja de Roma, que preside na caridade. É belo e reconfortante reconhecer que este vínculo se manifesta num trabalho realizado com alegria, sem procurar aplausos nem avançar reivindicações. Uma obra que, precisamente na sua gratuidade, se entrelaça com o serviço do Papa, servo dos servos de Deus. Peço-vos que o caráter distintivo da vossa proximidade ao Bispo de Roma seja precisamente este: a partilha do amor à Igreja, reflexo do amor a Cristo, vivido e traduzido no silêncio, sem enfatuar-se nem assinalar «os próprios territórios»; com um trabalho diário que beba na caridade e no seu mistério de gratuidade; com uma atividade que apoia inúmeras pessoas, interiormente gratas mas que talvez não saibam sequer a quem agradecer, pois nem conhecem pelo nome as POM. O mistério da caridade na Igreja, realiza-se assim. Continuemos a caminhar juntos, felizes de avançar por entre provações, graças aos dons e consolações do Senhor. Entretanto reconheçamos com alegria que somos todos – a começar por mim – servos inúteis.

Conclusão

Ide com entusiasmo: no caminho que vos espera, há tanto a fazer. Se houver mudanças a experimentar nos procedimentos, é bom que as mesmas procurem aliviar, e não aumentar o peso; visem ganhar flexibilidade operacional, e não produzir sistemas rígidos adicionais e sempre ameaçados de introversão. Tende presente, por um lado, que uma centralização excessiva, em vez de ajudar, pode complicar a dinâmica missionária e, por outro, que uma articulação puramente nacional das iniciativas põe em risco a própria fisionomia da rede das POM, bem como o intercâmbio de dons entre as Igrejas e comunidades locais, vivido como fruto e sinal tangível da caridade entre os irmãos, na comunhão com o Bispo de Roma.

Em todo o caso, rezai sempre para que toda a consideração relativa à estrutura operacional das POM seja iluminada pela única coisa necessária: um pouco de verdadeiro amor à Igreja, como reflexo do amor a Cristo. O vosso é um serviço prestado ao ardor apostólico, isto é, a um ímpeto de vida teologal que só o Espírito Santo pode operar no povo de Deus. Procurai fazer bem o vosso trabalho «como se tudo dependesse de vós, sabendo que, na realidade, tudo depende de Deus» (Santo Inácio de Loyola). Como vos disse anteriormente, durante um dos nossos encontros, tende a prontidão de Maria. Quando foi ter com Isabel, Maria não o fez por interesse próprio: foi como serva do Senhor Jesus, que levava no seio. De Si mesma, nada disse; apenas levou o Filho e louvou a Deus. Não era Ela a protagonista. Fora como a serva d’Aquele que é também o único protagonista da missão. Mas não perdeu tempo, foi apressadamente trabalhar para ajudar a sua parenta. Ela ensina-nos esta prontidão, a pressa da fidelidade e da adoração.

Nossa Senhora guarde a vós e às Pontifícias Obras Missionárias e vos abençoe o seu Filho, o Senhor nosso Jesus Cristo. Ele, antes de subir ao Céu, prometeu estar sempre connosco… até ao fim dos tempos.

Dado em Roma, em São João de Latrão, na Solenidade da Ascensão do Senhor, 21 de maio de 2020.

Francisco, Papa

Missa do Crisma e da Unidade Diocesana

A Missa do Crisma, é celebrada na Quinta-feira Santa na catedral de cada diocese. Por questões sanitárias, e devido à pandemia, a mesma foi adiada, até o consenso dessa nova data.

Essa  celebração, que sempre é presidida pelo bispo, consiste em dois pontos fundamentais: a Bênção dos Santos Óleos, e a Renovação das Promessas Sacerdotais dos sacerdotes diante do seu  Bispo. A celebração, também é chamada de ‘Missa dos Santos Óleos’.

Entenda o significado dos óleos:

– Óleo dos Catecúmenos: Concede a força do Espírito Santo aqueles que serão batizados para que possam ser lutadores de Deus, ao lado de Cristo, contra o Espírito do mal.

– Óleo dos Enfermos: É um sinal utilizado pelo sacramento da Unção dos Enfermos, que traz o conforto e a força do Espírito Santo para o doente no momento de seu sofrimento. O doente é ungido na fronte e na palma das mãos.

– Óleo do Crisma: É um óleo utilizado nas unções consacratórias dos seguintes sacramentos: depois da imersão nas águas do batismo, o batizado é ungido na fronte; na Confirmação é o símbolo principal da consagração, também na fronte; depois da Ordenação Episcopal, sobre a cabeça do novo bispo; depois da ordenação sacerdotal, na palma das mãos do néo-sacerdote.

Em nossa diocese, a missa do Crisma será no dia 28 de maio de 2020, às 20h, direto da Catedral São Miguel.  Convidamos a todos a rezarem e participarem conosco desse momento de unidade diocesana. Acompanhe-nos pelos meios de comunicação e juntos, celebremos.

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Sintonize: Rádio Vida Nova: 91,5 FM
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Carta aos Romeiros e Programação do Jubileu

“Em Vós, ó Bom Jesus, depomos toda a nossa confiança e toda a nossa esperança… Defendei-nos contra as insídias dos inimigos visíveis e invisíveis.”

Prezados fiéis devotos do Senhor Bom Jesus de Matosinhos;

Devido à pandemia que atinge todo o nosso planeta, causando transtornos, sofrimentos e mortes, o 233º Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos será realizado de forma totalmente diferente. Neste ano, é imprescindível que todos fiquem em suas casas. No entanto, é preciso que consideremos que os nossos lares, sobretudo quando estamos unidos pela fé, juntos aos nossos familiares, constituem o verdadeiro santuário do Senhor Bom Jesus.

Porém, podemos estar juntos através das orações, das intenções e dos sonhos. Para que isso seja possível, o santuário pretende chegar até você. Os meios que disponibilizamos para a “transmissão virtual do Santo Jubileu” são os seguintes:
Instagram: https://www.instagram.com/conceicaosantuario/,
Facebook: https://www.facebook.com/BomJesusCMD/,
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCqG5qfFVxUzWXt41GEogVow.
Rádio Bom Jesus, 98,7 FM: https://www.radios.com.br/aovivo/radio-bom-jesus-987-fm/25048.

Para que você não perca os principais momentos dessa festividade bicentenária, apresentamos a programação, totalmente adaptada para o momento:

Dia 13 de Junho:
12 horas – Abertura oficial com a bênção do Bom Jesus;
19 horas – Santa missa com a bênção do pão de Santo Antônio (receba, em sua casa a bênção do pão da prosperidade e da fartura).

Dias 14 a 23 de Junho:
6 horas – Despertar da montanha e Santa Missa;
10 horas – Santa Missa com bênção dos objetos de devoção (em sua casa, você e os seus familiares receberão a bênção para todos os seus pertences);
15 horas – Terço da Divina Misericórdia e novena do Bom Jesus, com a bênção do Santíssimo Sacramento (momento para implorar ao Senhor Bom Jesus a cura para os males do mundo e a proteção de nossas vidas, pela sua infinita misericórdia);
18 horas – Momento mariano;
19 horas – Santa Missa.

Dia 24 de Junho:
Missas às 6hs, 8hs, 10hs, 14hs e 16hs;
20 horas – Bênção Papal e encerramento do Santo Jubileu.

Você não precisa e nem deve sair de sua casa. Toda essa programação será transmitida pelos meios citados acima. Sugerimos que, quando passar a pandemia, que a sua comunidade combine com o santuário para que vocês possam vir fazer a visita costumeira, a sua romaria de fé e amor. Mas, por ora, fique em casa.

Divulguem essa programação, por favor.
No Jubileu do Bom Jesus a vida vem em primeiro lugar.
Um fraterno abraço

Pe. João Evangelista dos Santos
Reitor do Santuário

Comunicado sobre o Jubileu do Bom Jesus

233° Jubileu do Senhor Bom Jesus

Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei, estais comigo.” (Sl 22)

Prezados fiéis devotos do Senhor Bom Jesus de Matosinhos,

Com muito pesar , anuncio que não teremos o 233 Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos da forma tradicional, sentindo o calor humano e a fé inabalável dos fiéis do Bom Jesus.
Devido à pandemia do COVID-19 , manteremos nosso afastamento social, pois a premissa básica da Nossa Igreja é zelar pela vida humana.
Deus nos deu a oportunidade de construirmos em nossos lares a “igreja doméstica”. Neste ano, o Santuário do Senhor Bom Jesus será presença em cada lar e em cada coração dos seus fiéis. Em cada casa, em cada família reunida para acompanhar, pela rádio Bom Jesus FM (98,7) ou pelas redes sociais (Facebook, Youtube e Instagram), a programação que será disponibilizada, estará, em sua plenitude, o verdadeiro santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.

Por isto, estarei em breve, divulgando a programação do Jubileu que será toda transmitida pelas nossas redes sociais:

Tansmissão: Rádio Bom Jesus, 98,7  FM

Instagram: https://bityli.com/Xyy70

Facebook: https://bityli.com/KeRir

YouTube – https://bityli.com/6USg1

Um fraterno abraço,

Pe. João Evangelista dos Santos
Reitor do Santuário

Celebrando os 34 anos da criação de nossa amada Diocese de Guanhães

Querido povo da nossa amada Diocese de Guanhães!

Viva, São Miguel! Viva São José Operário!

A nossa Diocese de Guanhães completa 34 anos de evangelização. Pela primeira vez celebrando o aniversário de nossa Diocese sem a presença física dos nossos diocesanos. Digo presença física, porque todos se fazem presentes espiritualmente, rezando conosco, através dos meios de comunicação – redes sociais.

Com isso retomamos o sentido da Igreja Doméstica, como nos falou o Apóstolo São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 16,19), nas saudações finais: “As Igrejas da Ásia enviam saudações a vocês. Áquila e Priscila, com a Igreja que se reúne na casa deles, enviam a vocês muitas saudações no Senhor.”

O Catecismo da Igreja Católica, quanto à Igreja Doméstica, assim nos fala: “Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada Família de José e Maria. A Igreja não é outra coisa senão a ‘família de Deus’. Desde suas origens, o núcleo da Igreja era, em geral, constituído por aqueles que ‘com toda a sua casa’ se tornavam cristãos. Quando eles se convertiam, desejavam também que ‘toda a sua casa’ fosse salva.”(Cat. Nº 1655).

Devido à Pandemia da Covid-19 que atormenta a humanidade, a necessidade do isolamento social tornou-se imprescindível para a preservação da vida. As famílias, de seus lares, têm demonstrado e irradiado uma fé viva, transformando, de fato, suas casas em verdadeiras Igrejas Domésticas.

Neste dia em que a Igreja comemora São José Operário, dia do trabalho, quero me dirigir a todos vocês que, de suas casas, rezam conosco pela caminhada da nossa Igreja diocesana, fazendo sempre memória de todos aqueles e aquelas que por aqui já se passaram e deixaram a sua preciosa semente de evangelização.

Destacamos nosso primeiro bispo Dom Antônio Felippe da Cunha (in memoriam), Pe. Saint Clair Ferreira Filho (in memorian), Administrador Diocesano, Dom José Heleno (Administrador Apóstolico), Dom Emanuel Messias de Oliveira, o então Pe. Marcello Romano, Administrador Diocesano, Dom Jeremias Antônio de Jesus, Dom Darci José Nicioli, Administrador Apostólico e tantos outros padres, leigos e leigas que ajudaram a construir a história desta Diocese.

Exorto a todos para não desanimarem. Esta fase difícil, com a graça de Deus, passará logo, e, assim, poderemos nos reencontrar em nossas Celebrações Litúrgicas, encontros de formação, e, num afetuoso abraço, acolhermo-nos como filhos e filhas de Deus, formando uma verdadeira Comunidade Eclesial Missionária, alicerçada no Pilar da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária.

Concluindo com esta Oração, peçamos a Proteção de São José Operário por todos nós, de modo especial para todos os trabalhadores empregados e desempregados, que com seu trabalho, participam do prolongamento da obra da criação:

Ó Deus, que aprendamos com São José

Operário, homem de bondade, esperança e

humildade, o carpinteiro de Nazaré, que disse sim ao

Senhor, cuidando de Vossa Sagrada Família, o mesmo fazer.

Ó Deus, que aprendamos com ele,

homem do povo, patrono de todos

trabalhadores, compromissos inadiáveis com

a justiça, a esperança, a paz, o amor e a fraternidade.

Ó Deus, por intercessão de São José Operário,

Vos pedimos que nunca nos falte trabalho digno

e salário justo, para que continuemos com força e coragem

a fazer do trabalho um prolongamento da Vossa Obra da Criação.

Que a exemplo de São José Operário,

aprendamos a amar, a vibrar e a sorrir com o labor

de cada dia, para que muitos frutos sejam produzidos.

Por intercessão deste grande Santo

agradecemos, ó Deus Todo-Poderoso, pelos benefícios

que nos tendes concedido, por meio do Vosso Amado Filho

que vive e reina em comunhão com Vosso Espírito. Amém.

PS: Dom Otacilio Ferreira de Lacerda em parceria com o Pe. Dilton – Coordenador Diocesano de Pastoral da Diocese de Guanhães – MG

http://peotacilio.blogspot.com/2020/04/celebremos-34-anos-da-criacao-de-nossa.html

É tempo de cuidar

CNBB lança hotsite com informações sobre a Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança nesta sexta-feira, 17, um hotsite com informações sobre a Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil, uma iniciativa da própria Conferência e da Cáritas Brasileira, que busca estimular a solidariedade por meio de gestos concretos, como a arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza. A Ação, além de incentivar a ajuda material às pessoas, também promove o cuidado no campo religioso, humano e emocional, unindo-se a diversas campanhas e projetos de solidariedade que já estão em curso pelo país.

Na página “http://www.cnbb.org.br/tempodecuidar/”, comunidades, paróquias e dioceses poderão se informar sobre as iniciativas já em curso ou saber como promover novas ações de solidariedade neste momento de pandemia. O hotsite, na parte do FAC, oferece indagações sobre se é necessário realizar ou não uma Ação Solidária diante da pandemia e como poder identificar se há pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social e que precisem de ajuda emergencial.

No tópico “Como fazer acontecer”, o usuário poderá, antes de qualquer ação, saber como planejar com antecedência as ações solidárias e como organizar as equipes, além de obter orientações sobre os cuidados que devem ser tomados para a coleta, a preparação, a entrega e o registro dessas ações. Na parte do “Acesso Rápido”, é possível fazer o download dos documentos elaborados pela Cáritas que trazem informações abrangentes sobre a Ação Solidária Emergencial.

O hotsite conta ainda com vídeos e notícias, produzidos pela CNBB e Cáritas, sobre o andamento da Ação e iniciativas que estão em curso por todo o país. Acesse: “http://www.cnbb.org.br/tempodecuidar/

Fonte: CNBB

A Palavra do Pastor
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