Michel Hoguinelle

II Dia Mundial dos Pobres

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O II DIA MUNDIAL DOS POBRES

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
(18 DE NOVEMBRO DE 2018)

«Este pobre clama e o Senhor o escuta»

1. «Este pobre clama e o Senhor o escuta» (Sal 34, 7). Façamos também nossas estas palavras do Salmista, quando nos vemos confrontados com as mais variadas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs, que nos habituamos a designar com o termo genérico de «pobres». O autor de tais palavras não é alheio a esta condição; antes pelo contrário, experimenta diretamente a pobreza e, todavia, transforma-a num cântico de louvor e agradecimento ao Senhor. Hoje, este Salmo permite-nos também a nós, rodeados por tantas formas de pobreza, compreender quem são os verdadeiros pobres para os quais somos chamados a dirigir o olhar a fim de escutar o seu clamor e reconhecer as suas necessidades.

Nele se diz, antes de mais nada, que o Senhor escuta os pobres que clamam por Ele e é bom para quantos, de coração dilacerado pela tristeza, a solidão e a exclusão, n’Ele procuram refúgio. Escuta todos os que são espezinhados na sua dignidade e, apesar disso, têm a força de levantar o olhar para o Alto a fim de receber luz e conforto. Escuta os que se veem perseguidos em nome duma falsa justiça, oprimidos por políticas indignas deste nome e intimidados pela violência; e contudo sabem que têm em Deus o seu Salvador. O primeiro elemento que sobressai nesta oração é o sentimento de abandono e confiança num Pai que escuta e acolhe. Sintonizados com estas palavras, podemos compreender mais profundamente aquilo que Jesus proclamou com a bem-aventurança «felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3).

Entretanto devido ao caráter único desta experiência, sob muitos aspetos imerecida e impossível de se expressar plenamente, sente-se o desejo de a comunicar a outros, a começar pelos que são – como o Salmista – pobres, rejeitados e marginalizados. De facto, ninguém se pode sentir excluído do amor do Pai, sobretudo num mundo onde frequentemente se eleva a riqueza ao nível de primeiro objetivo e faz com que as pessoas se fechem em si mesmas.

2. O Salmo carateriza a atitude do pobre e a sua relação com Deus, por meio de três verbos. O primeiro: «clamar». A condição de pobreza não se esgota numa palavra, mas torna-se um brado que atravessa os céus e chega a Deus. Que exprime o brado dos pobres senão o seu sofrimento e solidão, a sua desilusão e esperança? Podemos interrogar-nos: como é possível que este brado, que sobe à presença de Deus, não consiga chegar aos nossos ouvidos e nos deixe indiferentes e impassíveis? Num Dia como este, somos chamados a fazer um sério exame de consciência para compreender se somos verdadeiramente capazes de escutar os pobres.

Necessitamos da escuta silenciosa para reconhecer a sua voz. Se nós falarmos demasiado, não conseguiremos escutá-los a eles. Muitas vezes, temo que tantas iniciativas, apesar de meritórias e necessárias, visem mais comprazer-nos a nós mesmos do que acolher verdadeiramente o clamor do pobre. Se assim for, na hora em que os pobres fazem ouvir o seu brado, a reação não é coerente, não é capaz de sintonizar com a condição deles. Vive-se tão encurralado numa cultura do indivíduo obrigado a olhar-se ao espelho e a cuidar exageradamente de si mesmo, que se considera suficiente um gesto de altruísmo para ficar satisfeito, sem se comprometer diretamente.

3. Um segundo verbo é «responder». O Salmista diz que o Senhor não só escuta o clamor do pobre, mas também responde. A sua resposta – como atesta toda a história da salvação – é uma intervenção cheia de amor na condição do pobre. Foi assim, quando Abraão expressara a Deus o seu desejo de possuir uma descendência, apesar de ele e a esposa Sara, já idosos, não terem filhos (cf.Gn 15, 1-6). O mesmo aconteceu quando Moisés, do fogo duma sarça que ardia sem se consumir, recebeu a revelação do nome divino e a missão de fazer sair o povo do Egito (cf. Ex 3, 1-15). E esta resposta confirmou-se ao longo de todo o caminho do povo pelo deserto: tanto quando sentia os apertos da fome e da sede (cf. Ex 16, 1-16; 17, 1-7), como quando caía na miséria pior, ou seja, na infidelidade à aliança e na idolatria (cf. Ex 32, 1-14).

A resposta de Deus ao pobre é sempre uma intervenção salvadora para cuidar das feridas da alma e do corpo, repor a justiça e ajudar a retomar a vida com dignidade. A resposta de Deus é também um apelo para que toda a pessoa que acredita n’Ele possa, dentro dos limites humanos, fazer o mesmo. O Dia Mundial dos Pobres pretende ser uma pequena resposta, dirigida pela Igreja inteira dispersa por todo o mundo, aos pobres de todo o género e de todo o lugar a fim de não pensarem que o seu clamor caíra em saco roto. Provavelmente, é como uma gota de água no deserto da pobreza; e contudo pode ser um sinal de solidariedade para quantos passam necessidade a fim de sentirem a presença ativa dum irmão ou duma irmã. Não é de um ato de delegação que os pobres precisam, mas do envolvimento pessoal de quantos escutam o seu brado. A solicitude dos crentes não pode limitar-se a uma forma de assistência – embora necessária e providencial num primeiro momento –, mas requer aquela «atenção amiga» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 199) que aprecia o outro como pessoa e procura o seu bem.

4. O terceiro verbo é «libertar». O pobre da Bíblia vive com a certeza de que Deus intervém em seu favor para lhe devolver dignidade. A pobreza não é procurada, mas criada pelo egoísmo, a soberba, a avidez e a injustiça: males tão antigos como o homem, mas sempre pecados são, acabando enredados neles tantos inocentes com dramáticas consequências sociais. A ação libertadora do Senhor é um ato de salvação em prol de quantos Lhe manifestaram a sua aflição e angústia. As amarras da pobreza são quebradas pelo poder da intervenção de Deus. Muitos Salmos narram e celebram esta história da salvação, que se verifica na vida pessoal do pobre: «Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre, nem desviou dele a sua face; mas ouviu-o, quando Lhe pediu socorro» (Sal 22, 25). Poder contemplar a face de Deus é sinal da sua amizade, da sua proximidade, da sua salvação. «Viste a minha miséria e conheceste a angústia da minha alma; (…) deste aos meus pés um caminho espaçoso» (Sal 31, 8b.9). Dar ao pobre um «caminho espaçoso» equivale a libertá-lo da «armadilha do caçador» (cf. Sal 91, 3), a tirá-lo da armadilha montada no seu caminho, para poder caminhar sem impedimentos e olhar serenamente a vida. A salvação de Deus toma a forma duma mão estendida ao pobre, que oferece acolhimento, protege e permite sentir a amizade de que necessita. É a partir desta proximidade concreta e palpável que tem início um genuíno percurso de libertação: «Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo» (Evangelii gaudium, 187).

5. Não cessa de comover-me o caso – referido pelo evangelista Marcos (cf. 10, 46-52) – de Bartimeu, na pessoa de quem vejo identificados tantos pobres. O cego Bartimeu era um mendigo, que «estava sentado à beira do caminho» (10, 46); tendo ouvido dizer que ia a passar Jesus, «começou a gritar» e a invocar o «Filho de David» para que tivesse piedade dele (cf. 10, 47). «Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais» (10, 48). O Filho de Deus escutou o seu brado e «perguntou-lhe: “Que queres que te faça?” “Mestre, que eu veja!” – respondeu o cego» (10, 51). Esta página do Evangelho torna visível aquilo que o Salmo anunciava como promessa. Bartimeu é um pobre que se encontra desprovido de capacidades fundamentais, como o ver e o poder trabalhar. Também hoje não faltam percursos que levam a formas de precariedade. A falta de meios basilares de subsistência, a marginalização quando já não se está na plenitude das próprias forças laborais, as diversas formas de escravidão social, apesar dos progressos realizados pela humanidade… Como Bartimeu, quantos pobres há hoje à beira da estrada e procuram um significado para a sua condição! Quantos se interrogam acerca dos motivos por que chegaram ao fundo deste abismo e sobre o modo como sair dele! Esperam que alguém se aproxime deles, dizendo: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te» (10, 49).

Com frequência, infelizmente, verifica-se o contrário: as vozes que se ouvem são de repreensão e convite a estar calados e a sofrer. São vozes desafinadas, muitas vezes regidas por uma fobia para com os pobres, considerados como pessoas não apenas indigentes, mas também portadoras de insegurança, instabilidade, extravio dos costumes da vida diária e, consequentemente, pessoas que devem ser repelidas e mantidas ao longe. Tende-se a criar distância entre nós e eles, não nos dando conta de que, assim, acabamos distantes do Senhor Jesus, que não os afasta mas chama-os a Si e consola-os. Como soam apropriadas a este caso as palavras do profeta relativas ao estilo de vida do crente: «libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus» (Is 58, 6-7). Este modo de agir faz com que o pecado seja perdoado (cf. 1 Ped 4, 8), a justiça percorra a sua estrada e, quando formos nós a clamar pelo Senhor, Ele nos responda dizendo: Aqui estou! (cf. Is 58, 9).

6. Os primeiros habilitados a reconhecer a presença de Deus e a dar testemunho da sua proximidade à própria vida são os pobres. Deus permanece fiel à sua promessa e, mesmo na escuridão da noite, não deixa faltar o calor do seu amor e da sua consolação. Contudo, para superar a opressiva condição de pobreza, é necessário aperceber-se da presença de irmãos e irmãs que se ocupem deles e que, abrindo a porta do coração e da vida, lhes façam sentir benvindos como amigos e familiares. Somente deste modo podemos descobrir «a força salvífica das suas vidas» e «colocá-los no centro do caminho da Igreja» (Evangelii gaudium, 198).

Neste Dia Mundial, somos convidados a tornar concretas as palavras do Salmo: «Os pobres comerão e serão saciados» (Sal 22, 27). Sabemos que no templo de Jerusalém, depois do rito do sacrifício, tinha lugar o banquete. Esta foi uma experiência que, no ano passado, enriqueceu a celebração do primeiro Dia Mundial dos Pobres, em muitas dioceses. Muitos encontraram o calor duma casa, a alegria duma refeição festiva e a solidariedade de quantos quiseram compartilhar a mesa de forma simples e fraterna. Gostaria que, também neste ano e para o futuro, este Dia fosse celebrado sob o signo da alegria pela reencontrada capacidade de estar juntos. Rezar juntos em comunidade e compartilhar a refeição no dia de domingo é uma experiência que nos leva de volta à primitiva comunidade cristã, que o evangelista Lucas descreve em toda a sua originalidade e simplicidade: «Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações. (…) Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um» (At 2, 42.44-45).

7. Inúmeras são as iniciativas que a comunidade cristã empreende para dar um sinal de proximidade e alívio às muitas formas de pobreza que estão diante dos nossos olhos. Muitas vezes, a colaboração com outras realidades, que se movem impelidas não pela fé mas pela solidariedade humana, consegue prestar uma ajuda que, sozinhos, não poderíamos realizar. O facto de reconhecer que, no mundo imenso da pobreza, a nossa própria intervenção é limitada, frágil e insuficiente leva a estender as mãos aos outros, para que a mútua colaboração possa alcançar o objetivo de maneira mais eficaz. Somos movidos pela fé e pelo imperativo da caridade, mas sabemos reconhecer outras formas de ajuda e solidariedade que se propõem, em parte, os mesmos objetivos; desde que não transcuremos aquilo que nos é próprio, ou seja, conduzir todos a Deus e à santidade. Uma resposta adequada e plenamente evangélica, que podemos realizar, é o diálogo entre as diversas experiências e a humildade de prestar a nossa colaboração, sem qualquer espécie de protagonismo.

À vista dos pobres, não se perca tempo a lutar pela primazia da intervenção, mas reconheçamos humildemente que é o Espírito quem suscita gestos que sejam sinal da resposta e da proximidade de Deus. Quando encontramos o modo para nos aproximar dos pobres, saibamos que a primazia compete a Ele que abriu os nossos olhos e o nosso coração à conversão. Não é de protagonismo que os pobres têm necessidade, mas de amor que sabe esconder-se e esquecer o bem realizado. Os verdadeiros protagonistas são o Senhor e os pobres. Quem se coloca ao serviço é instrumento nas mãos de Deus, para fazer reconhecer a sua presença e a sua salvação. Recorda-o São Paulo quando escreve aos cristãos de Corinto, que competiam entre eles a propósito dos carismas procurando os mais prestigiosos: «Não pode o olho dizer à mão: “Não tenho necessidade de ti”; nem tão pouco a cabeça dizer aos pés: “Não tenho necessidade de vós”» (1 Cor 12, 21). Depois, o Apóstolo faz uma consideração importante, observando que os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários (cf. 12, 22) e, «aqueles que parecem ser os menos honrosos do corpo, a esses rodeamos de maior honra e, aqueles que são menos decentes, nós os tratamos com mais decoro; os que são decentes, não têm necessidade disso» (12, 23-24). Ao mesmo tempo que dá um ensinamento fundamental sobre os carismas, Paulo educa também a comunidade para a conduta evangélica com os seus membros mais fracos e necessitados. Longe dos discípulos de Cristo sentimentos de desprezo e de pietismo para com eles; antes, são chamados a honrá-los, a dar-lhes a precedência, convictos de que eles são uma presença real de Jesus no meio de nós. «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).

8. Por isto se compreende quão distante esteja o nosso modo de viver do modo de viver do mundo, que louva, segue e imita aqueles que têm poder e riqueza, enquanto marginaliza os pobres considerando-os um descarte e uma vergonha. As palavras do Apóstolo são um convite a dar plenitude evangélica à solidariedade com os membros mais fracos e menos dotados do corpo de Cristo: «Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria» (1 Cor 12, 26). Na mesma linha, nos exorta ele na Carta aos Romanos: «Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não vos preocupeis com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde» (12, 15-16). Esta é a vocação do discípulo de Cristo; o ideal para o qual se deve tender constantemente é assimilar cada vez mais em nós «os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus» (Flp 2, 5).

9. Uma palavra de esperança torna-se o epílogo natural para onde nos encaminha a fé. Muitas vezes, são precisamente os pobres que põem em crise a nossa indiferença, filha duma visão da vida, demasiado imanente e ligada ao presente. O clamor do pobre é também um brado de esperança com que manifesta a certeza de ser libertado; esperança fundada no amor de Deus, que não abandona quem a Ele se entrega (cf. Rm 8, 31-39). Santa Teresa de Ávila deixara escrito no seu Caminho de Perfeição: «A pobreza é um bem que encerra em si todos os bens do mundo; assegura-nos um grande domínio; quero dizer que nos torna senhores de todos os bens terrenos, uma vez que nos leva a desprezá-los» (2, 5). Na medida em que somos capazes de discernir o verdadeiro bem é que nos tornamos ricos diante de Deus e sábios diante de nós mesmos e dos outros. É mesmo assim: na medida em que se consegue dar à riqueza o seu justo e verdadeiro significado, cresce-se em humanidade e torna-se capaz de partilha.

10. Convido os irmãos bispos, os sacerdotes e de modo particular os diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço dos pobres (cf. At 6, 1-7), juntamente com as pessoas consagradas e tantos leigos e leigas que, nas paróquias, associações e movimentos, tornam palpável a resposta da Igreja ao clamor dos pobres, a viver este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova evangelização. Os pobres evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir cada dia a beleza do Evangelho. Não deixemos cair em saco roto esta oportunidade de graça. Neste dia, sintamo-nos todos devedores para com eles, a fim de que, estendendo reciprocamente as mãos uns para os outros, se realize o encontro salvífico que sustenta a fé, torna concreta a caridade e habilita a esperança a prosseguir segura no caminho rumo ao Senhor que vem.

Vaticano, na Memória litúrgica de Santo António de Lisboa, 13 de junho de 2018.

Francisco

Advento – o que cantar?

Sempre que se vai mudar o tempo litúrgico eu imagino, e quero imaginar, que os senhores e senhoras ministros de música litúrgica, que cantam nas missas, ja estão inteirados das informações sobre aquele determinado tempo que a Igreja vai viver, para que se preparem adequadamente e cantem a liturgia, e não na liturgia. Estamos nos aproximando do tempo do Advento e o que o ministro de música deve saber sobre este tempo, como deve se preparar para vivê-lo bem?

Para responder a esta pergunta, comecemos com o recordar que a liturgia é uma ação ritual que nos permite celebrar na fé a Aliança que Deus estabeleceu com seu povo. Esta ação litúrgica, expressão sensível do mistério de Deus e do Seu amor por todos os homens, toma forma através de gestos ligados à nossa vida de homens e mulheres de hoje. Alguns gestos “profanos”, entre os quais o ato de cantar, são então colocados à parte. Estes se tornam sagrados, porque, no quadro ritual da liturgia, exprimem mais que si mesmo: permitem dizer a profundidade das implicações da celebração litúrgica. Estes gestos se tornam a expressão sensível da fé cristã. Por meio destes, temos acesso a Deus.

A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como pode-se deduzir da própria palavra advento que origina-se do verbo latino advenire, que quer dizer chegar. Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória. Por isso, não se canta no Advento o “Glória”, mas diferentemente do tempo da Quaresma se pode cantar o Aleluia.

Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. Somente na vivência profunda destes elementos, o nascimento de Cristo terá um sentido profundo em nossa vida e não uma simples lembrança histórica. A esperança da Igreja, portanto a nossa esperança, é a mesma de Israel , mas já realizada em Cristo. O olhar da comunidade , fixa-se com esperança mais segura no cumprimento final, a vinda gloriosa do Senhor:

“Maranatha: vem, Senhor Jesus!”. É o grito e o suspiro de toda a Igreja e de cada um de nós, em seu peregrinar terreno ao encontro definitivo do Senhor. O mistério de Deus é o mais importante. E mais: cantem e toquem músicas que “batem” realmente com a ação litúrgica que se realiza e com o momento (e época) da celebração. Não é qualquer música, só porque é “bonita”… Como diz o Concílio, tem que ser música que esteja “intimamente ligada com a ação que se realiza”. E ainda, dentro do princípio de que a música deve estar intimamente ligada à ação litúrgica, quando termina a ação, cessa também a música.

Sugestões de Cânticos Litúrgicos: 

Sendo assim, como forma de preparação litúrgico-musical, apresentamos aqui, para o tempo do advento, que se inicia em breve, algumas sugestões de cânticos para auxiliar na espiritualidade e vivência desse tempo rico de significados,  e expectativa da espera de Cristo.

Clique e baixe a pasta com as sugestões:

Cânticos para o Advento

 

Advento – Espiritualidade e liturgia

A Igreja celebra a ação de Cristo através das ações litúrgicas envolvidas no cotidiano das pessoas. Essas ações se desenvolvem dentro dos tempos litúrgicos, que por sua vez fazem parte do Ano Litúrgico.

O Ano litúrgico é composto dos seguintes tempos: Advento, Natal, Tempo Comum (primeira e segunda parte), Quaresma, Páscoa. Dentro destes períodos celebramos ainda a figura da Virgem Maria e dos Santos e Santas.

O Advento é o primeiro tempo. Ele abre as portas deste belo itinerário litúrgico o qual somos convidados a percorrer. Vem do Latim Adventus, que significa Chegada, Vinda, Aquele que há de vir.

Somos envolvidos por uma grande expectativa pela vinda de Jesus. Um casal que espera a vinda de um filho sabe muito bem o que significa isto. A notícia, a alegria, os preparativos até que o Tempo se completa.

Na experiência de nossa fé, envolvidos por estes sentimentos celebramos a vinda de “Jesus Cristo no tempo e na história dos homens para trazer-lhes a salvação”.

A espera pela vinda de Jesus, desperta em nós a busca por atitudes espirituais. Não se trata de um tempo em que somos bombardeados pela sociedade que desperta o desejo pelo consumismo. É preciso alimentar a fé, perseverar na oração, preparar o coração com o sacramento da Penitência (confissão sacramental).

Alguns elementos sensíveis da liturgia aparecem em nossas comunidades como força que comunicam essa proximidade de Deus, entre os principais se destaca a coroa do Advento, constituída de quatro velas, reforçam a importância de uma comunidade que caminha na vigilância, com o desejo de conversão, na esperança e com alegria ao encontro da grande Luz, que é Jesus Cristo.

“O tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”

O Tempo do Advento envolve-se também de duas características: “sendo um tempo de preparação para as Solenidades do Natal, em que comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”.

O Tempo do Advento envolve-se também de duas características: “sendo um tempo de preparação para as Solenidades do Natal, em que comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”.

O Advento deste ano, abre-nos o ciclo litúrgico C, no qual, acompanharemos de modo particular os escritos do evangelista Lucas. Temos ainda duas celebrações Marianas importantes, Solenidade da Imaculada Conceição, em 8 de Dezembro e a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina, no dia 12.  Destaca-se ainda o terceiro domingo, como o Domingo da Alegria, (do latim Gaudete). Nesta ocasião permite-se o uso de paramentos Róseo.

Por se tratar de um tempo de expectativa, não podemos antecipar a alegria do Natal, assim, neste período, os instrumentos musicais devem ser tocados com moderação, omite-se o Hino de Louvor (Glória), bem como a ornamentação do altar, evitando assim a ostentação.

As três figuras bíblicas do Advento

Na perspectiva bíblica, os textos proclamados nas celebrações deste Tempo apresentam-nos algumas personagens que trazem em si o sentido desta expectativa, são eles: Isaías, João Batista e a Virgem Maria.

 O profeta Isaías – representa o povo da promessa, Israel

  • A Igreja, novo povo de Deus, une-se ao povo eleito na “expectação”.
    ● Isaías convoca o novo povo de Deus a colocar-se em atitude de espera e de preparação para o Reino messiânico.

João Batista – 2º domingo

  • É o profeta que faz a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.
    ● Anuncia a vinda do Messias e o mostra presente entre os homens.
    ● É o que batiza o Messias e o que testemunha a justiça e a verdade.
    ● Ele próprio é o testemunho de conversão e penitência.
    ● Convoca à conversão para receberem o Messias e para se preparar ao juízo final.

A Virgem Maria, Nossa Senhora da Expectação – 4º dom.

  • Maria já está grávida do Salvador. Ele já está presente, já se manifesta em Maria e por Maria, mas não totalmente.
    ● Ele ainda precisa nascer, ainda precisa de um “lugar”.
    ● Jesus deseja nascer em cada coração humano. Deseja que cada pessoa se torne “mãe” do Senhor.
    ● Torna-se “mãe”, a exemplo de Maria, quem acolhe sua palavra e a põe em prática (S. Francisco).

A Coroa de Advento

 Desde a sua origem a Coroa de Advento possui um sentido especificamente religioso e cristão: anunciar a chegada do Natal sobretudo às crianças, preparar-se para a celebração do Santo Natal, suscitar a oração em comum, mostrar que Jesus Cristo é a verdadeira luz, o Deus da Vida que nasce para a vida do mundo. O lugar mais natural para o seu uso é família.

Além da coroa como tal com as velas, é uso antigo pendurar uma coroa (guirlanda), neste caso sem velas, na porta da casa. Em geral laços vermelhos substituem as velas indicando os quatro pontos cardeais. Entrou também nas igrejas em formas e lugares diferentes, em geral junto ao ambão. Cada domingo do Advento se acende uma vela. Hoje está presente em escolas, hotéis, casas de comércio, nas ruas e nas praças. Tornou-se mesmo enfeite natalino. Já não se pode pensar em tempo de Advento sem a coroa com suas quatro velas.

Simbolismo da Coroa de Advento 

Pelo fato de se tratar de uma linguagem simbólica, a Coroa de Advento e seus elementos podem ser interpretados de diversas formas. Desde a sua origem ela possui um forte apelo de compromisso social, de promoção das pessoas pobres e marginalizadas. Trata-se de acolher e cuidar da vida onde quer que ela esteja ameaçada. Podemos dizer que a Coroa de Advento constitui um hino à natureza que se renova, à luz que vence as trevas, um hino a Cristo, a verdadeira luz, que vem para vencer as trevas do mal e da morte. É, sobretudo, um hino à vida que brota da verdadeira Vida.

A mensagem da Coroa de Advento é percebida a partir do simbolismo de cada um de seus elementos.

O Círculo

A coroa tem a forma de círculo, símbolo da eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor do tempo e da história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua plenitude sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é símbolo de Cristo.

Desde a Antiguidade, a coroa é símbolo de vitória e do prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, a coroa de ramos de oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos olímpicos.

Os ramos verdes

Os ramos verdes que enfeitam o círculo constumam ser de abeto ou de pinus, de ciprestes. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no inverno. É, pois, sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de vitória sobre a morte.

Para nós no Brasil este elemento é um tanto artificial e, por isso, problemático, menos significativo, visto que celebramos o Natal no início do verão e com isso não vivenciamos esta mudança da renovação da natureza. Por isso, a tendência de se substituir o verde por outros elementos ornamentais do círculo: frutos da terra, sementes, flores, raízes, nozes, espigas de trigo.

Para ornar a coroa usam-se também laços de fitas vermelhas ou rosas, símbolo do amor de Jesus Cristo que se torna homem, símbolo da sua vitória sobre a morte através da sua entrega por amor.

Deste modo, nas guirlandas penduradas nas portas das casas, os laços ocupam o lugar das velas.

Lembram os pontos cardeais, a cruz de Cristo, que irradia a luz da salvação ao mundo inteiro.

As velas

As quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo do Advento, as quatro fases da História da Salvação preparando a vinda do Salvador, os quatro pontos cardeais, a Cruz de Cristo, o Sol da salvação, que ilumina o mundo envolto em trevas. O ato de acender gradativamente as velas significa a progressiva aproximação do Nascimento de Jesus, a progressiva vitória da luz sobre as trevas.Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de cor rosa, as cores dos domingos do Advento.

O roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos).

Existem diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:

  • a primeira vela é do profeta;
  • a segunda vela é de Belém;
  • a terceira vela é dos pastores;
  • a quarta vela é dos anjos.

Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:

  • a primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
  • a segunda é a vela da fé dos patriarcas que creem na promessa da Terra Prometida;
  • a terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
  • a quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.

Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:

  • o tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
  • o tempo dos patriarcas;
  • o tempo dos reis;
  • o tempo dos profetas.
Referencias
– Artigo do Padre Kleber Rodrigues da Silva  – Membro da Comissão de Liturgia do Regional Sul 1 – CNBB
– BECKHÄUSER, Frei Alberto, Coroa de Advento – história, simbolismo e celebrações, Vozes, 2006.

 

Paróquia de Materlândia, convida para o congresso: “Alinhados com o Reino dos Céus”.

A Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Materlândia promove a 1° conferência “Alinhados com o Reino dos Céus”, a realizar- se dia 25 de novembro de 2018, das 8h às 19h.
Trata-se de um evento que promete levar os participantes,  a níveis mais profundos de experiência com Cristo, e a partir da mesma,  alinhar o caminho dos jovens ao caminho do Reino.
O evento busca proporcionar momentos de edificação e contro com Deus;  (ORAÇÃO ESPONTÂNEA, LOUVOR, PREGAÇÃO DA PALAVRA).
Serão momentos,  onde os participantes confirmarão o Amor de Deus; inabalável e incansável a nós. Nossa vida será preenchida pela presença e manifestação de Deus.
Presença confirmada de: Adilson Nogueira (RCC Guanhães), Ministério de Louvor, Elton Pimentel (Comunidade Deus Existe), Pe. José Adriano e Ministério Dança e Artes (IEMP Materlândia). 
Se prepare para esse agir de Deus, para ser alinhado ao Reino dos Céus. Faça a sua parte, compareça, participe, envolva-se!
Para participar é preciso fazer sua inscrição na secretaria paroquial, com investimento de 10,00.
Informações:  
(33) 34271159 ou (33) 9 9925277

 

Papa: amor a Deus e ao próximo são inseparáveis

Cidade do Vaticano – O amor a Deus e ao próximo são inseparáveis, reiterou o Papa em sua alocução, antes de rezar o Angelus. “Eles são os dois lados de uma única moeda: vividos juntos, são a verdadeira força do crente”. O domingo chuvoso não impediu que milhares de fiéis e turistas fossem até a Praça São Pedro para ouvir a mensagem de Francisco no tradicional encontro dominical.

“Há um só Senhor e esse Senhor é “nosso” no sentido de que ele está ligado a nós com um pacto indissolúvel, nos amou, nos ama e nos amará para sempre”, disse o Papa ao iniciar sua reflexão, inspirada no Evangelho de São Marcos e no Livro do Deuteronômio.

Amor a Deus e ao próximo são inseparáveis

E “é desta fonte, este amor de Deus – completou – que deriva o duplo mandamento para nós: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua mente e com toda a tua força. […] amarás o teu próximo como a ti mesmo”:

“Ao escolher estas duas palavras dirigidas por Deus ao seu povo e colocando-as juntas, Jesus ensinou de uma vez por todas que o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis. E mais do que isso, eles se sustentam um ao outro. Mesmo se colocados em sequência, eles são os dois lados de uma única moeda: vividos juntos, eles são a verdadeira força do crente”!

“O nosso Deus é doação sem reservas, é perdão sem limites, é relação que promove e faz crescer. Por isto – observou Francisco – amar a Deus quer dizer investir nossas energias todos os dias para ser seus colaboradores no serviço ao próximo sem reservas, no buscar perdoar sem limites e no cultivar relações de comunhão e de fraternidade”.

Pré-selecionar o próximo não é cristão

E explicou, que “o evangelista Marcos não se preocupa em especificar quem é o próximo, porque o próximo é a pessoa que eu encontro no caminho, nos meus dias”:

“Não se trata de pré-selecionar o meu próximo, isto não é cristão! Eu penso que o meu próximo é aquele que eu pré-selecionei. Não, isto não é cristão, é pagão; mas se trata de ter olhos para vê-lo e coração para querer o seu bem. Se nos exercitarmos em ver com o olhar de Jesus, nos colocaremos sempre em escuta e ao lado de quem precisa. As necessidades do próximo exigem certamente respostas eficazes, mas antes ainda elas pedem compartilhamento”.

Proximidade fraterna

Com uma imagem – exemplificou – podemos dizer que o faminto tem necessidade não apenas de um prato de sopa, mas também de um sorriso, de ser ouvido e também de uma oração, quem sabe feita em conjunto:

“O Evangelho de hoje convida todos nós a sermos projetados não somente para as urgências dos irmãos mais pobres, mas sobretudo a estarmos atentos às suas necessidades de proximidade fraterna, de sentido da vida e da ternura. Isso interpela nossas comunidades cristãs: trata-se de evitar o risco de ser comunidades que vivem de muitas iniciativas, mas de poucas relações; o risco de comunidade “estações de serviço”, mas de pouca companhia, no sentido pleno e cristão deste termo”.

“Seria ilusório – disse Francisco ao concluir – pretender amar o próximo sem amar a Deus. E da mesma forma seria ilusório pretender amar a Deus sem amar o próximo. As duas dimensões do amor, para Deus e para o próximo, em sua unidade, caracterizam o discípulo de Cristo. Que a Virgem Maria nos ajude a acolher e testemunhar na vida de cada dia este ensinamento luminoso”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-11/papa-francisco-angelus-04-novembro-2018.html

Solenidade de Todos os Santos

A festa de Todos os Santos comemorada no dia 01 de novembro e que precede o dia dos fiéis defuntos (Dia de Finados) 2 de Novembro, é celebrada pela Igreja no Brasil sempre no domingo seguinte, este ano dia 4. Essa mudança se deu após a reforma do Concílio Vaticano II, se convencionou que algumas solenidades que caem durante a semana na sua data civil, seriam celebradas no domingo subsequente.

 “É o caso de outras solenidades, como da Imaculada Conceição, a festa de São Pedro e São Paulo, etc. Porque são festas de importância mundial, para a Igreja universal, para todas as culturas”, explica o arcebispo de Londrina (PR) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geremias Steinmetz.

Essa celebração, que surgiu na Antioquia, no século IV, com a solenidade de todos os mártires, foi instituída para celebrar de uma só vez todos os santos. O sentido desta solenidade, introduzida em Roma no século sexto, está explicitado na oração da Missão de Todos os Santos: “Numa só festa, celebramos os méritos de todos os Santos e Santas”.

Para dom Geremias, esse conceito de santidade é amplo no sentido de que santos não são somente aqueles que são canonizados mas há uma multidão de santos junto de Deus que não são canonizados. “São todos os homens e mulheres que viveram santamente, foram discípulos de Jesus Cristo e agradaram a Deus, esta é a santidade”, destaca.

Além disso, a solenidade é o momento em que a Igreja recorda que os cristãos são chamados a santidade, como apresenta o papa Francisco na Exortação Apostólica Gaudete et Exultate (Alegrai-vos e exultai).

Segundo dom Geremias, o papa tenta apresentar neste documento justamente que a santidade nos nossos tempos passa em primeiro lugar pelo discipulado de Jesus Cristo, ou seja, um seguimento sério do Evangelho de Jesus Cristo em todas as suas dimensões, no testemunho de vida, vivência da Palavra de Deus.

Para o bispo, a santidade não é uma questão mística simplesmente, mas é uma questão vivencial do Evangelho. É esse o grande apelo que também se faz no ano do laicato.

“O leigo que é chamado a ser a Igreja no coração do mundo, e o mundo no coração da Igreja, ou ser sal da Terra, luz do mundo. Ou ainda mais, o cristão que hoje deve ser aquele que está ligado como está o ramo ligado à videira, ele está ligado à pessoa de Jesus Cristo, pelo batismo, fonte da santidade. Uma experiência intransferível de Jesus Cristo que você mesmo tem que fazer para poder ser santo. Esta é a grande mensagem que se tenta apresentar nesse dia”, ressalta.

Fonte:  http://www.cnbb.org.br/festa-de-todos-os-santos-celebra-a-memoria-de-homens-e-mulheres-que-viveram-santamente-foram-discipulos-de-jesus-cristo-e-agradaram-a-deus/

 

CNBB escolhe música vencedora do concurso para o hino da Campanha da Fraternidade 2019

CNBB escolhe música vencedora do concurso para o hino da Campanha da Fraternidade 2019

O hino da Campanha da Fraternidade de 2019 já tem letra e música escolhidas. O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) definiu que a melodia enviada pelo padre verbita Cirineu Kuhn irá animar as comunidades de todo o Brasil.

A seleção levou em consideração fatores como caráter vibrante, vigoroso, “energizador” da música; melodia e ritmo fluentes, acessíveis a qualquer tipo de assembleia; força melódica e rítmica eficazes para a dinamização das potencialidades individuais e grupais.

Foi feita uma seleção prévia com peritos ligados ao Setor Música Litúrgica da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB. As propostas mais bem avaliadas foram apresentadas aos bispos reunidos na reunião do Consep, realizada nos dias 17 e 18 de setembro, na sede provisória da CNBB, em Brasília (DF).

Pe. Cireneu Kuhn,  SVD também foi premiado neste ano com o troféu Margarida de Prata dos Prêmios de Comunicação da CNBB, pela direção do filme “KIWXI – Memória, Martírio e Missão de Vicente Canãs”. Sobre a recepção da notícia de que teve sua música escolhida, padre Cireneu afirma que recebeu com “muita alegria, embora não tivesse esperando por isso”.

A CF 2019 tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27). A letra escolhida, também por concurso, é de João Edebrando Roath Machado.

E foi João Roath, amigo de padre Cireneu, quem o incentivou a participar do concurso. “E eu acabei atendendo o seu pedido na última semana que ainda restava para a inscrição. E posso dizer que talvez essa seja uma das músicas mais simples que eu tenha composto nos últimos anos”, conta. Foi exatamente a simplicidade da música que foi destacada pelo assessor da Música Litúrgica da CNBB, irmão Fernando Benedito Vieira, como elemento importante na seleção.

Conforme pedia no edital, o autor explica: “a música em si não passa do escopo de uma oitava de Dó a Dó. Não tem cromatismos, nem saltos harmônicos complexos”. Segundo Cireneu, os músicos poderão, facilmente, subir um tom, ou abaixar um ou dois tons, de acordo com a necessidade, para se adaptar ao timbre predominante da assembleia.

“Foi uma composição tipicamente daquelas que a gente faz de trás para frente, isto é, pensando primeiro no objetivo e em quem irá cantar. Então o objetivo é uma música litúrgica, é um hino de campanha da Fraternidade, tem que ter a sua alegria, o seu encanto, tem que ser intuitiva. E eu penso que, na simplicidade, eu acabei conseguindo isso. E é uma música que será cantada pelo povo, o povão de Deus. Então não pode ser música difícil, tem que ser música fácil de interpretação e que tenha seu apelo”.

Pe. Cirineu Kuhn, SVD – autor do hino da CF/2019.

Padre Cireneu agradeceu à equipe que trabalhou na seleção das músicas e também à CNBB pela oportunidade para que músicos partilhem os “talentos a serviço do povo de Deus”. Como curiosidade, disse que participou do concurso com o pseudônimo Cecília, uma vez que é uma das regras da seleção entregar o envelope com um nome fictício. “Talvez tenha dado sorte, pois Cecília é o nome da minha mãe, e Cecília é a padroeira dos músicos”, ressalta bem-humorado.

Confira a letra do hino da CF 2019

  1. “Eis que o Senhor fez conhecer a salvação
    E revelou sua justiça às nações”. 
    Que, neste tempo quaresmal, nossa oração 
    Transforme a vida, nossos atos e ações.

Refrão: Pelo direito e a Justiça libertados,
Povos, nações de tantas raças e culturas.
Por tua graça, ó Senhor, ressuscitados,
Somos em Cristo, hoje, novas criaturas.

  1. Foi no deserto que Jesus nos ensinou 
    A superar toda ganância e tentação. 
    Arrependei-vos, eis que o tempo já chegou. 
    Tempo de Paz, Justiça e reconciliação.
  2. Em Jesus Cristo uma nova aliança 
    Quis o Senhor com o seu povo instaurar. 
    Um novo reino de justiça e esperança, 
    Fraternidade, onde todos têm lugar.
  3. Ser um profeta na atual sociedade, 
    Da ação política, com fé, participar 
    É o dom de Deus que faz, do amor, fraternidade, 
    E bem comum faz bem de todos se tornar!  

 

Fonte: http://www.cnbb.org.br/cnbb-escolhe-musica-para-o-hino-da-campanha-da-fraternidade-2019/

 

Mês do Rosário: Papa pede que intensifiquemos a reza do terço, pela igreja!

Outubro é o mês de Nossa Senhora Aparecida, é, ao mesmo tempo, mês de Nossa Senhora do Rosário, bem como é o mês de Nossa Senhora Mãe Rainha. Outubro é, como maio, um mês de Maria, ela que é a aurora da salvação, ela que é a missionária por excelência, ela que, com toda a disponibilidade, nos trouxe o Filho de Deus, o nosso Salvador.

Em suas diversas aparições a pessoas de fé, no decorrer da história do mundo, Maria sempre nos alertou e alerta sobre as misérias mundanas que podemos evitar, sanar, combater. E um pedido constante dessa nossa mãe celeste é a oração.

O rosário é uma oração popular e, justamente por ser popular, é agradável a Deus e, como Maria é nossa medianeira, a oração do rosário, com piedade, com fé, é uma alavanca que conseguirá levantar o mundo, libertando-o de tanta miséria e violência.

Antes de concluir suas saudações nos diversos idiomas, durante a audiência geral realizada no dia 06 de outubro de 2010, na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI animou os fiéis a “redescobrir” a oração do terço.  “Outubro é o mês do rosário, que nos convida a valorizar essa oração tão querida pela tradição do povo cristão”, afirmou o Pontífice, durante sua tradicional saudação aos doentes, jovens e recém-casados.

Recordando que no dia 07 de outubro a Igreja celebra Nossa Senhora do Rosário, o Papa convidou os jovens a “fazer do terço sua oração de todos os dias”. “Animo-vos, queridos doentes, a crescer, graças à oração do terço, no confiante abandono nas mãos de Deus”, prosseguiu. Aos recém-casados, o Papa concluiu exortando a “fazer do terço uma contemplação constante dos mistérios de Cristo”.

Peçamos a Maria, Mãe Imaculada, em qualquer das denominações que o povo devoto lhe atribui, que nos ajude a ser missionários da Palavra de seu Filho Jesus. Que sejamos fiéis a nossa fé. E que, através da reza diária do Terço, saibamos fortalecer a nossa fé a cada dia. Que ela acampe os anjos ao redor das crianças, protegendo-as e dê sabedoria aos pais e professores, para que possam lhes ministrar uma boa educação.

Papa Francisco

A campanha de oração no mês de outubro é contra o diabo que divide a comunidade cristã e é convocada pelo Papa Francisco, que convida os fiéis de todos os continentes a invocarem todos os dias Maria e o Arcanjo Miguel, pedindo sua proteção para a Igreja nestes tempos difíceis.

Cidade do Vaticano

O Papa Francisco convida os fiéis de todo o mundo para rezar o Santo Terço todos os dias durante o mês de outubro, pedindo à Virgem Maria e a São Miguel Arcanjo que protejam a Igreja do demônio que pretende dividir a comunidade cristã.

O Santo Padre repassou este apelo ao padre jesuíta Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração ao Papa. Na Missa celebrada na Casa Santa Marta em 11 de setembro, Francisco havia dito que a oração é a força que vence o Grande Acusador, que nestes tempos, em particular, vaga pelo mundo acusando e escandalizando. Esta campanha especial de oração tem início nesta segunda-feira, 1º de outubro, na memória de Santa Teresa de Lisieux, e também visa tornar a Igreja cada vez mais consciente dos erros e abusos cometidos, em um renovado compromisso de lutar para que o mal não prevaleça.

P. – Padre Fornos, fale-nos sobre essa iniciativa de oração contra o espírito do mal …

R. – Nestes últimos anos e meses na Igreja, vivemos situações difíceis, entre as quais – o sabemos – abusos sexuais, abusos de poder, de consciência, por parte de clérigos, pessoas consagradas e leigos, sem esquecer as divisões internas que são seguramente favorecidas pelo espírito maligno que busca cumplicidade em nossos corações, e como Santo Inácio de Loyola, é “o inimigo mortal da nossa natureza humana”. Na tradição cristã, o mal tem diferentes denominações. Por exemplo, satanás, que em hebraico significa adversário, ou diabo, que em grego significa “aquele que divide ou semeia a discórdia”. Na tradição bíblica fala-se também do sedutor do mundo, do pai da mentira ou de Lúcifer, aquele que se apresenta como um anjo de luz, com aparência boa, mas que induz ao engano. O mal se manifesta de diferentes maneiras e hoje a missão de evangelização da Igreja torna-se mais difícil e vai sendo desacreditada por nossa cumplicidade.

P. – O mal é, em última instância, é também nossa responsabilidade …

R. – Sim, é a responsabilidade de deixar-nos levar pelas paixões que não nos abrem à vida verdadeira. Entre essas paixões, há a sede de riquezas, a vaidade, o orgulho, através do qual – o Papa Francisco nos disse há alguns dias – o mal quer nos arrastar. O mal é um sedutor: ele se apresenta com pensamentos e boas intenções no início e, pouco a pouco, leva a pessoa às suas intenções perversas: discórdia, mentira …

P. – E em relação ao pedido do Papa …

R. – O Papa Francisco nos recordou em sua Carta ao Povo de Deus de 20 de agosto passado que, se um membro sofre, todos os membros sofrem juntos. Quando experimentamos desolações – as experimentamos agora – que essas chagas eclesiais nos causam, com Maria nos fará bem insistir na oração, procurando crescer no amor, na fidelidade à Igreja. Por esta razão, durante o mês de outubro, o Santo Padre pede a todos os fiéis que façam um esforço maior em nossa oração pessoal e comunitária. O Santo Padre nos convida a rezar o Santo Rosário todos os dias, para que a Virgem Maria ajude a Igreja nestes tempos de crise. Sabemos que a Virgem Maria permaneceu junto à Cruz, mesmo quando os apóstolos fugiram … Ela nos ajuda a estar com Jesus junto à Cruz. E no final da recitação do Santo Rosário, o Papa nos pede para rezar ao Arcanjo São Miguel, para que possa defender a Igreja dos ataques do demônio. Segundo a tradição espiritual, Miguel é o chefe dos exércitos celestes e protetor da Igreja.

P. – O Rosário termina, portanto, com uma oração especial …

R. – Sim, o Santo Padre nos convida, no final da recitação do Rosário, a fazer duas orações. A primeira oração é dirigida a Maria. É uma invocação muito antiga. Chama-se “Sub tuum presidium”. É uma oração do terceiro ou quarto século, muito bonita, na qual se pede, de fato, para estar “sob a proteção” de Maria:

À Vossa Proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

A segunda oração é a tradicional a São Miguel. É uma oração escrita por Leão XIII, que também nos ajuda a orar pela proteção da Igreja:

“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate. Sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Que Deus manifeste sobre ele o seu poder, esta é a nossa humilde súplica. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com o poder que Deus vos conferiu, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amen”.

São orações que hoje não se conhecem muito, mas existem ainda muitos cristãos, muitos católicos, que as recitam. E este tempo, é a ocasião para rezar mais, com maior empenho, para que o Senhor possa nos ajudar a não sermos cúmplices, a não deixar ao inimigo a natureza humana, e para que possa nos ajudar – rezando a Maria e ao Arcanjo Miguel – a proteger a Igreja das armadilhas do inimigo. Então, neste mês, dirigimos nossas orações a Maria, como nos pede o Santo Padre.

Fonte: VaticanNews

Papa aos brasileiros: “Busquem Nossa Senhora Aparecida em seus corações”

O Papa Francisco envia breve mensagem em vídeo gravado para o povo brasileiro nesse dia dedicado a sua Padroeira Principal, Nossa Senhora Aparecida!
Papa Francisco: “Que cada um de vocês a encontre em seu coração, assim como os pescadores a encontraram no rio. Busquem nas águas de seus corações e a encontrarão, porque Ela é mãe”, disse o Papa ao povo brasileiro.
Por ocasião da Festa de Nossa Senhora Aparecida, o Bispo de Imperatriz (MA), Dom Vilsom Basso, e Lucas Galhardo, da Pastoral Juvenil da CNBB, gravaram com o Papa Francisco uma mensagem para o povo brasileiro, em meio aos trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre os jovens.
Papa Francisco: “Ao povo do Brasil, a minha cordial saudação nesta festa de Nossa Senhora Aparecida. Que cada um de vocês a encontre em seu coração, assim como os pescadores a encontraram no rio. Busquem nas águas de seus corações e a encontrarão, porque Ela é mãe. Que Ela nos acompanhe e rezem por mim.”

Fonte: https://www.vaticannews.va

A Palavra do Pastor
Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

    Ajudai, Senhor, a fim de que todos os presbíteros mantenham a mansidão e a doçura, virtudes tipicamente cristãs,...
Read More
O Presbítero e os meios de comunicação social

O Presbítero e os meios de comunicação social

Sobre a missão dos Presbíteros nos meios de comunicação social, sobretudo neste tempo que estamos vivendo, em que se multiplica...
Read More
Cidades mais humana

Cidades mais humana

   “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago” (Lc 10,18) É sempre oportuno e necessário refletir sobre a...
Read More
Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

                                       ...
Read More
“Graça, misericórdia e paz”

“Graça, misericórdia e paz”

Reflexão à luz da passagem da Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo (1 Tm 1, 1-2.12-14). Retomo os dois primeiros...
Read More
“A caridade é a plenitude da Lei”

“A caridade é a plenitude da Lei”

“O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei.” (Rm 13,10) Com...
Read More
Pães ázimos de pureza e verdade

Pães ázimos de pureza e verdade

“Assim, celebremos a Festa, não com velho fermento, nem com fermento da maldade ou da perversidade, mas com os pães...
Read More
Urge que ampliemos os horizontes da evangelização!

Urge que ampliemos os horizontes da evangelização!

De modo especial, dedicaremos o mês de setembro à Sagrada Escritura. Procuremos valorizá-la cada vez mais em nossas comunidades, sobretudo...
Read More
Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor

Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor

Vivendo o terceiro ano Vocacional, reflitamos sobre a graça da missão realizada pelos cristãos leigos e leigas na obra da...
Read More
“Presbítero segundo o Coração de Jesus”

“Presbítero segundo o Coração de Jesus”

Uma reflexão sobre o ministério e a vida do presbítero, à luz dos parágrafos 191-204, do Documento de Aparecida (2007),...
Read More

Empresas que possibilitam este projeto:

Arquivo