Michel Hoguinelle

Via Sacra presidida pelo Papa Francisco

Ir. Eugenia Bonetti, missionária da Consolata, foi encarregada de escrever as meditações da Via-Sacra que o Papa Francisco presidirá nesta Sexta-feira Santa, no Coliseu de Roma. As meditações serão centradas no sofrimento das vítimas de tráfico de pessoas. A Irmã afirmou que Cristo continua morrendo “em nossas ruas e pede que nós mesmos sejamos samaritanos, pede que nós sejamos o Cirineu, que sejamos a Verônica, para secarmos aquele rosto que tem lágrimas, suor, que está sujo pelo rua, pela humilhação, e é Cristo que nos pede para fazer isso hoje.

 

VIA-SACRA NO COLISEU

PRESIDIDA POR SUA SANTIDADE O PAPA FRANCISCO

ROMA, 19 DE ABRIL DE 2019  SEXTA-FEIRA SANTA

MEDITAÇÕES
(Eugenia Bonetti)

Com Cristo e com as mulheres  no caminho da cruz

Introdução

Passaram-se já quarenta dias desde a imposição das cinzas, quando começamos o caminho da Quaresma. Hoje revivemos as últimas horas da vida terrena do Senhor Jesus até ao momento em que, suspenso na cruz, gritou o seu «consummatum est – tudo está consumado». Reunidos neste lugar, onde, no passado, milhares de pessoas sofreram o martírio por ter permanecido fiéis a Cristo, queremos agora percorrer este «caminho doloroso» juntamente com todos os pobres, com os excluídos da sociedade e os novos crucificados da história atual, vítimas dos nossos fechamentos, dos poderes e legislações, da cegueira e do egoísmo, mas sobretudo do nosso coração endurecido pela indiferença. Esta é uma doença de que também nós cristãos sofremos. Possa a cruz de Cristo – instrumento de morte, mas também de vida nova que mantém unidos num abraço terra e céu, norte e sul, leste e oeste – iluminar a consciência dos cidadãos, da Igreja, dos legisladores e de quantos se professam seguidores de Cristo, para que a todos chegue a Boa Nova da redenção.

I Estação

Jesus é condenado à morte

«Nem todo o que Me diz: “Senhor, Senhor” entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céus» (Mt 7, 21)

 

Reflexão: Senhor, quem mais do que Maria, tua Mãe, soube ser teu discípulo? Ela aceitou a vontade do Pai, inclusive no momento mais escuro da sua vida, e, com o coração despedaçado, ficou ao teu lado. Aquela que Te gerou, trouxe no ventre, acolheu nos braços, nutriu com amor e acompanhou durante a tua vida terrena, não podia deixar de percorrer o mesmo caminho do Calvário e partilhar contigo o momento mais dramático e doloroso da tua e da sua existência.

Oração: Senhor, quantas mães vivem ainda hoje a experiência da tua Mãe e choram pela sorte das suas filhas e dos seus filhos! Quantas, depois de os ter gerado e dado à luz, veem-nos padecer e morrer por doença, por falta de comida, de água, de cuidados médicos e de oportunidades de vida e futuro! Pedimos-Te por aqueles que ocupam posições de responsabilidade para que escutem o grito dos pobres que, de todas as partes do mundo, se eleva para Ti: grito de todas aquelas vidas jovens, que de diferentes maneiras são condenadas à morte pela indiferença gerada por políticas excludentes e egoístas. Que não falte a nenhum dos teus filhos o trabalho e o necessário para uma vida honesta e digna.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a fazer a tua vontade»

– Nos momentos de dificuldade e transtorno

– Nos momentos de sofrimento físico e moral

– Nos momentos de trevas e solidão.

 

II Estação

Jesus carrega a cruz

«Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia e siga-Me» (Lc 9, 23)

 

Reflexão: Senhor Jesus é fácil trazer o crucifixo ao peito ou dependurá-lo como ornamento nas paredes das nossas belas catedrais ou de nossas casas, mas não é tão fácil encontrar e reconhecer os novos crucificados de hoje: os sem-abrigo, os jovens sem esperança, sem emprego nem perspectivas, os imigrantes obrigados a viver nas barracas à margem da nossa sociedade, depois de terem enfrentado tribulações inauditas. Infelizmente, estes acampamentos, sem segurança, são queimados e arrasados juntamente com os sonhos e as esperanças de milhares de mulheres e homens marginalizados, explorados, esquecidos. Além disso, quantas crianças são discriminadas por causa da sua proveniência, da cor da pele ou da sua condição social! Quantas mães sofrem a humilhação de ver os seus filhos ridicularizados e excluídos das oportunidades que têm os seus coetâneos e colegas de escola!

Oração: Agradecemos-Te, Senhor, porque, com a tua própria vida, nos deste exemplo de como se manifesta o amor verdadeiro e desinteressado pelo próximo, particularmente pelos inimigos ou, simplesmente, por quem não é como nós. Senhor Jesus, quantas vezes também nós, como teus discípulos, nos declaramos abertamente teus seguidores nos momentos em que realizavas curas e prodígios, quando davas de comer à multidão e perdoavas os pecados. Mas não foi tão fácil compreender-Te quando falavas de serviço e perdão, de renúncia e sofrimento. Ajuda-nos a saber como colocar sempre a nossa vida ao serviço dos outros.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a esperar»

– Quando nos sentimos abandonados e sozinhos

– Quando é difícil seguir os teus passos

– Quando o serviço aos outros se torna difícil.

 

III Estação

Jesus cai pela primeira vez

«Tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores» (Is 53, 4)

 

Reflexão: Senhor Jesus, na estrada íngreme que leva ao Calvário, quiseste experimentar a fragilidade e fraqueza humanas. Que seria hoje a Igreja sem a presença e a generosidade de tantos voluntários, os novos samaritanos do terceiro milénio? Em noite fria de janeiro, numa estrada dos arredores de Roma, três africanas, pouco mais do que crianças, aninhadas no chão ao redor dum braseiro aqueciam o seu corpo jovem seminu. Alguns rapazolas que passavam de carro, para se divertir lançaram material inflamável no fogo, queimando-as gravemente. Naquele mesmo momento, passou uma das muitas unidades de voluntários de rua que as socorreram, levando-as ao hospital e acabando depois por alojá-las numa casa-família. Quanto tempo foi e ainda será necessário para que aquelas meninas se curem não apenas das queimaduras nos membros, mas também da tristeza e humilhação de se encontrar com um corpo mutilado e desfigurado para sempre?

Oração: Senhor, agradecemos-Te pela presença de tantos novos samaritanos do terceiro milénio que ainda hoje vivem a experiência do caminho, inclinando-se com amor e compaixão sobre as inúmeras feridas físicas e morais de quem vive, cada noite, o medo e o pavor das trevas, da solidão e da indiferença. Senhor, infelizmente muitas vezes hoje já não sabemos individuar quem passa necessidade, ver quem está ferido e humilhado. Muitas vezes reivindicamos os nossos direitos e interesses, mas esquecemos os dos pobres e dos últimos da fila. Senhor, concede-nos a graça de não ficar insensíveis às suas lágrimas, aos seus sofrimentos, ao seu grito de dor, porque, através deles, podemos encontrar-Te.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a amar»

– Quando cansa ser samaritano

– Quando nos custa perdoar

– Quando não queremos ver o sofrimento dos outros.

 

IV Estação

Jesus encontra Maria, sua Mãe

«Uma espada trespassará a tua alma. Assim hão de revelar-se os pensamentos de muitos corações» (Lc 2, 35)

 

Reflexão: Maria, o velho Simeão predissera-Te, quando foste ao templo para apresentares Jesus menino e para o rito da purificação, que uma espada trespassaria o teu coração. Agora é o momento de renovar o teu fiat, a tua adesão ao querer do Pai, mesmo se o acompanhamento dum filho ao patíbulo, tratado como malfeitor, provoca uma dor lancinante. Senhor, tem piedade de tantas, demasiadas mães que deixaram partir as suas jovens filhas para a Europa na esperança de ajudar a sua família em pobreza extrema, mas encontraram humilhações, desprezo e, às vezes, até a morte. Como a jovem Tina barbaramente assassinada na estrada quando tinha apenas vinte anos, deixando uma bebé de poucos meses.

Oração: Maria, neste momento, Tu vives o mesmo drama de tantas mães que sofrem pelos seus filhos que partiram para outros países na esperança de encontrar oportunidades para um futuro melhor para eles e suas famílias, mas, infelizmente, o que encontram é humilhação, desprezo, violência, indiferença, solidão e até a morte. Dá-lhes força e coragem.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, faz que saibamos sempre dar apoio e conforto e estar presente para oferecer ajuda»

– Às mães que choram a sorte dos seus filhos

– A quem, na vida, perdeu toda a esperança

– A quem, todos os dias, sofre violência e desprezo.

 

V Estação

O Cireneu ajuda Jesus a levar a cruz

«Carregai as cargas uns dos outros e assim cumprireis plenamente a lei de Cristo» (Gal 6, 2)

 

Reflexão: Senhor Jesus, a caminho do Calvário, sentiste forte o peso e a fadiga de carregar aquela tosca cruz de madeira. Em vão, esperaste pelo gesto de ajuda vindo dum amigo, dum dos teus discípulos, duma das inúmeras pessoas cujos sofrimentos aliviaste. Só um desconhecido, Simão de Cirene, e por constrição Te deu uma mão. Onde estão hoje os novos cireneus do terceiro milénio? Onde os encontramos? Quero recordar a experiência dum grupo de religiosas de diferentes nacionalidades, proveniências e congregações com as quais todos os sábados, há mais de dezessete anos, visitamos em Roma um Centro para mulheres imigradas sem documentos: mulheres, frequentemente jovens, à espera de conhecer o seu destino, oscilando entre expulsão e possibilidade de permanecer. Nestas mulheres, quanto sofrimento encontramos, mas também quanta alegria ao depararem-se com religiosas originárias dos seus países, que falam a sua língua, limpam as suas lágrimas, compartilham momentos de oração e de festa, tornam menos duros os longos meses passados por detrás de barras de ferro e no asfalto de cimento!

Oração: Por todos os cireneus da nossa história, para que jamais esmoreça neles o desejo de Te acolher sob a fisionomia dos últimos da terra, cientes de que, ao acolher os últimos da nossa sociedade, Te acolhemos a Ti. Que estes samaritanos sejam porta-voz de quem não tem voz.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a levar a nossa cruz»

– Quando estamos cansados e desanimados

– Quando sentimos o peso das nossas fraquezas

– Quando nos pedes para compartilhar os sofrimentos dos outros.

 

VI Estação

A Verônica limpa o rosto de Jesus

«Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40)

 

Reflexão: Pensemos nas crianças que, em tantas partes do mundo, não podem ir à escola, mas são exploradas nas minas, nos campos, na pesca, vendidas e compradas – por traficantes de carne humana – para transplante de órgãos, e também usadas e exploradas nas nossas estradas por muitos, inclusive cristãos, que perderam o sentido da sacralidade própria e alheia. Como aquela menor de corpinho frágil, encontrada uma noite em Roma, com uma fila de homens a bordo de carros luxuosos para dela se aproveitarem. E, no entanto, poderia ter a idade das suas filhas… Que grande desequilíbrio pode criar esta violência na vida de tantas jovens que sentem apenas o abuso, a arrogância e a indiferença de quem, de noite e de dia, as procura, usa, explora, para depois as jogar de novo na estrada como presa do próximo mercante de vidas!

Oração: Senhor Jesus, limpa os nossos olhos, para sabermos descobrir o teu rosto nos nossos irmãos e irmãs, especialmente em todas aquelas crianças que, em tantas partes do mundo, vivem na indigência e na miséria. Crianças privadas do direito a uma infância feliz, a uma educação escolar, à inocência. Criaturas usadas como mercadoria de pouco valor, vendidas e compradas à vontade do freguês. Senhor, pedimos-Te que tenhas piedade e compaixão deste mundo doente e nos ajudes a redescobrir a beleza da dignidade, nossa e alheia, de seres humanos criados à tua imagem e semelhança.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a ver»

– O rosto das crianças inocentes que pedem ajuda

– As injustiças sociais

– A dignidade que cada pessoa encerra em si e é espezinhada.

 

VII Estação

Jesus cai pela segunda vez

«Ao ser insultado, não respondia com insultos, (…) mas entregava-Se Àquele que julga com justiça» (1 Ped 2, 23)

 

Reflexão: Quantas vinganças no nosso tempo! A sociedade atual perdeu a noção do grande valor do perdão, dom por excelência, remédio para as feridas, fundamento da paz e da convivência humana. Numa sociedade onde o perdão é visto como fraqueza, Tu, Senhor, pedes-nos para não nos determos na aparência. E não o fazes com as palavras, mas sim com o exemplo. Tu, a quem Te maltrata, respondes «por que Me persegues?», bem sabendo que a verdadeira justiça nunca se pode basear no ódio e na vingança. Torna-nos capazes de pedir e dar perdão.

Oração: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34). Também Tu, Senhor, sentiste o peso da condenação, da rejeição, do abandono, do sofrimento infligido por pessoas que Te tinham encontrado, acolhido e seguido. Foi na certeza de que o Pai não Te havia abandonado que encontraste a força para aceitar a sua vontade, perdoando, amando e oferecendo esperança a quem, como Tu, hoje caminha pela mesma estrada da zombaria, do desprezo, do escárnio, do abandono, da traição e da solidão.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a dar conforto»

– A quem se sente ofendido e insultado

– A quem se sente traído e humilhado

– A quem se sente julgado e condenado.

 

VIII Estação

Jesus encontra as mulheres

«Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos» (Lc 23, 28)

 

Reflexão: A situação social, económica e política dos migrantes e das vítimas do tráfico de seres humanos interpela-nos e mexe conosco. Devemos ter a coragem – como afirma vigorosamente o Papa Francisco – de denunciar como crime contra a humanidade o tráfico de seres humanos. Todos nós, especialmente os cristãos, devemos crescer na consciência de que somos todos responsáveis pelo problema e todos podemos e devemos ser parte da solução. A todos, mas sobretudo a nós mulheres, é pedida a coragem do desafio. A coragem de saber ver e agir, individualmente e como comunidade. Só juntando as nossas pobrezas é que estas poderão tornar-se uma grande riqueza, capaz de mudar a mentalidade e aliviar os sofrimentos da humanidade. O pobre, o estrangeiro, o diferente não deve ser visto como um inimigo a rejeitar ou a combater, mas sim como um irmão ou uma irmã a acolher e ajudar. Não são um problema, mas um recurso precioso para as nossas cidadelas blindadas, onde o bem-estar e o consumo não aliviam o crescente cansaço e fadiga.

Oração: Senhor, ensina-nos a possuir o teu olhar; aquele olhar de acolhimento e misericórdia, com que vês os nossos limites e os nossos medos. Ajuda-nos a ver assim as divergências de ideias, costumes e perspectivas. Ajuda a reconhecermo-nos como parte da mesma humanidade e a fazermo-nos promotores de novos e ousados caminhos de acolhimento da pessoa diferente, para juntos criarmos comunidade, família, paróquia e sociedade civil.

Rezemos juntos, dizendo: «Ajuda-nos a compartilhar o sofrimento alheio»

– Com quem sofre pela morte de entes queridos

– Com quem sente dificuldade em pedir ajuda e conforto

– Com quem experimentou abusos e violências.

IX Estação

Jesus cai pela terceira vez

«Foi maltratado, mas humilhou-Se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro» (Is 53, 7)

 

Reflexão: Senhor, pela terceira vez, caíste, exausto e humilhado, sob o peso da cruz. Precisamente como tantas moças, forçadas à vida de estrada por grupos de traficantes de escravos, as quais não aguentam a fadiga e a humilhação de ver o seu corpo jovem manipulado, abusado, destruído, juntamente com os seus sonhos. Aquelas jovens mulheres sentem-se como que desdobradas: por um lado procuradas e usadas, por outro rejeitadas e condenadas por uma sociedade que se recusa a ver este tipo de exploração, causado pela afirmação da cultura do usa e joga fora. Numa das muitas noites passadas pelas estradas de Roma, eu procurava uma jovem que acabava de chegar à Itália. Não a vendo no seu grupo, chamava-a insistentemente pelo nome: «Mercy». Na escuridão, vislumbrei-a aninhada e adormecida na beira da estrada. À minha chamada, acordou e disse-me que não aguentava mais. «Estou exausta»: repetia. Pensei na sua mãe: se soubesse o que aconteceu à filha, secavam-lhe as lágrimas.

Oração:

Senhor, quantas vezes nos fizeste esta pergunta incómoda: «Onde está o teu irmão? Onde está a tua irmã?» Quantas vezes nos lembraste que o seu grito lancinante tinha chegado a Ti! Ajuda-nos a compartilhar o sofrimento e a humilhação de tantas pessoas tratadas como desperdício. É demasiado fácil condenar seres humanos e situações de mal-estar que humilham a nossa falsa modéstia, mas não é tão fácil assumirmos as nossas responsabilidades como indivíduos, governos e também comunidades cristãs.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, dá-nos força e coragem para denunciar»

– À vista da exploração e da humilhação vivida por tantos jovens

– À vista da indiferença e do silêncio de muitos cristãos

– À vista de leis injustas carentes de humanidade e solidariedade.

 

X Estação

Jesus é despojado das suas vestes

«Revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência» (Col 3, 12)

 

Reflexão: Dinheiro, bem-estar, poder. São os ídolos de todos os tempos. Também e sobretudo do nosso, que se vangloria de passos enormes dados no reconhecimento dos direitos da pessoa. Tudo é adquirível, inclusive o corpo dos menores, depredados da sua dignidade e do seu futuro. Esquecemos a centralidade do ser humano, a sua dignidade, beleza, força. Enquanto no mundo se vão levantando muros e barreiras, queremos recordar e agradecer àqueles que nestes últimos meses, com funções diferentes, arriscaram a própria vida, especialmente no mar Mediterrâneo, para salvar a vida de tantas famílias à procura de segurança e oportunidades. Seres humanos, em fuga de pobreza, ditaduras, corrupção, escravidão.

Oração: Ajuda-nos, Senhor, a redescobrir a beleza e a riqueza que cada pessoa e cada povo encerram em si mesmos como um presente teu, único e irrepetível, para ser colocado ao serviço de toda a sociedade e não para servir interesses pessoais. Pedimos-Te, Jesus, que o teu exemplo e o teu ensinamento de misericórdia e perdão, de humildade e paciência nos tornem um pouco mais humanos e, consequentemente, mais cristãos.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, dá-nos um coração cheio de misericórdia»

– Perante a avidez do prazer, do poder e do dinheiro

– Perante as injustiças infligidas aos pobres e aos mais frágeis

– Perante a miragem de interesses pessoais.

 

XI Estação

Jesus é pregado na cruz

«Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34)

 

Reflexão: A nossa sociedade proclama a igualdade em direitos e dignidade de todos os seres humanos. Mas pratica e tolera a desigualdade. Aceita até as suas formas mais extremas. Homens, mulheres e crianças são comprados e vendidos como escravos pelos novos mercantes de seres humanos. Depois, as vítimas deste tráfico são exploradas por outros indivíduos. E por fim jogadas fora, como mercadoria sem valor. Quantos enriquecem devorando a carne e o sangue dos pobres!

Oração: Senhor, quantas pessoas acabam ainda hoje pregadas numa cruz, vítimas duma exploração desumana, privadas da dignidade, da liberdade, do futuro. O seu grito de ajuda interpela-nos como homens e mulheres, como governos, como sociedade e como Igreja. Como é possível continuarmos a crucificar-Te, tornando-nos cúmplices do tráfico de seres humanos? Dá-nos olhos para ver e um coração para sentir os sofrimentos de tantas pessoas que ainda hoje são pregadas na cruz pelos nossos sistemas de vida e consumo.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, piedade»

– Pelos novos crucificados de hoje, espalhados por toda a terra

– Pelos poderosos e legisladores da nossa sociedade

– Por quem não sabe perdoar nem sabe amar.

 

XII Estação

Jesus morre na cruz

«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34)

 

Reflexão: Também Tu, Senhor, sentiste na cruz o peso da zombaria, do escárnio, dos insultos, das violências, do abandono, da indiferença. Apenas Maria, tua Mãe, e poucas mais discípulas permaneceram lá, testemunhas do teu sofrimento e da tua morte. Que o seu exemplo nos inspire a comprometer-nos para não deixar sentir a solidão a quantos agonizam hoje nos inúmeros calvários espalhados pelo mundo, incluindo os campos de arrecadação que parecem «lágueres» nos países de trânsito, os navios a que é recusado um porto seguro, as longas negociações burocráticas para o destino final, os centros de permanência, os pontos de acesso, os campos para trabalhadores sazonais.

Oração: Nós Te pedimos, Senhor: ajuda a aproximar-nos dos novos crucificados e desesperados do nosso tempo. Ensina-nos a limpar as suas lágrimas, a confortá-los como souberam fazer Maria e as outras mulheres ao pé da tua cruz.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a dar a nossa vida»

– A quantos sofreram injustiças, ódio e vingança

– A quantos foram injustamente caluniados e condenados

– A quantos se sentem sozinhos, abandonados e humilhados.

 

XIII Estação

Jesus é descido da cruz

«Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24)

 

Reflexão: Quem se lembra, nesta época de notícias depressa arquivadas, daquelas vinte e seis jovens nigerianas engolidas pelas ondas, cujos funerais foram celebrados em Salerno? Foi duro e longo o seu calvário. Primeiro, a travessia do deserto do Saara, empilhadas em transportes improvisados. Depois, a paragem forçada nos espaventosos centros de arrecadação na Líbia. Por fim, o salto para o mar, onde encontraram a morte às portas da «terra prometida». Duas delas traziam no ventre o dom duma nova vida, bebés que nunca verão a luz do sol. Mas a sua morte, como a de Jesus descido da cruz, não foi em vão. Todas estas vidas, confiamo-las à misericórdia do Pai nosso e de todos, mas sobretudo Pai dos pobres, dos desesperados e dos humilhados.

Oração: Senhor, nesta hora, ouvimos ressoar mais uma vez o grito que o Papa Francisco elevou de Lampedusa, meta da sua primeira viagem apostólica: «Quem chorou?» E agora, depois de naufrágios sem fim, continuamos a gritar: «Quem chorou?» Quem chorou?: perguntamo-nos diante daqueles vinte e seis caixões alinhados e encimados por uma rosa branca. Apenas cinco delas foram identificadas. Com ou sem nome, todas elas, porém, são nossas filhas e irmãs. Todas merecem respeito e memória. Todas nos pedem para nos sentirmos responsáveis: instituições, autoridades e nós também, com o nosso silêncio e a nossa indiferença.

Rezemos juntos, dizendo: «Senhor, ajuda-nos a compartilhar o pranto»

– Perante os sofrimentos alheios

– Perante todos os caixões sem nome

– Perante o choro de tantas mães.

 

XIV Estação

Jesus é depositado no sepulcro

«Tudo está consumado» (Jo 19, 30).

 

Reflexão: O deserto e os mares tornaram-se os novos cemitérios de hoje. Perante estas mortes, não há respostas. Mas há responsabilidades. Irmãos que deixam morrer outros irmãos. Homens, mulheres, crianças que não pudemos ou não quisemos salvar. Enquanto os governos discutem, fechados nos palácios do poder, o Saara enche-se de esqueletos de pessoas que não resistiram à fadiga, à fome, à sede. Quanta dor custam os novos êxodos! Quanta crueldade que se encarniça sobre quem foge: as viagens do desespero, as extorsões e as violências, o mar transformado em túmulo de água!

Oração: Senhor, faz-nos entender que somos todos filhos do mesmo Pai. Possa a morte do teu Filho Jesus dar aos chefes das nações e aos responsáveis pela legislação a consciência do seu papel na defesa de toda a pessoa criada à tua imagem e semelhança.

Conclusão

Queremos lembrar a história da pequenina Favour, de nove meses, que deixou a Nigéria juntamente com seus jovens pais à procura dum futuro melhor na Europa. Durante a longa e perigosa viagem no Mediterrâneo, a mãe e o pai foram mortos juntamente com centenas de outras pessoas que se haviam confiado a traficantes sem escrúpulos para poder chegar à «terra prometida». Só Favour sobreviveu; como Moisés, também ela foi salva das águas. Que a sua vida se torne luz de esperança no caminho rumo a uma humanidade mais fraterna!

Oração: No final da tua Via-Sacra, pedimos-Te, Senhor, que nos ensines a permanecer vigilantes, juntamente com a tua Mãe e as mulheres que Te acompanharam no Calvário, à espera da tua ressurreição. Que esta seja farol de esperança, alegria, vida nova, fraternidade, acolhimento e comunhão entre os povos, as religiões e as leis, para que cada filho e filha do homem sejam verdadeiramente reconhecidos na sua dignidade de filho e filha de Deus e nunca mais sejam tratados como escravos!

 

Comunicado de Dom Darci

Comunicado do Administrador Apostólico 

Prezados irmãos no sacerdócio, religiosas, seminaristas e querido povo de Deus da Diocese de Guanhães.

Como já é do conhecimento de todos, no dia 1º de maio de 2019 comemoraremos os 33 anos de Instalação de nossa Diocese de Guanhães. Para bem celebrarmos esse dia foi elaborada uma HORA SANTA que será rezada em todas as paróquias e comunidades. Para tanto, pedimos que todos se empenhem em fazê-la demonstrando a nossa unidade como Igreja, Povo de Deus. Na oportunidade, lembro a todos e todas o compromisso de intensificarmos orações, pedindo pelo nosso futuro Bispo, que será nomeado no tempo de Deus. A oração pedindo pelo novo Bispo já consta na Hora Santa.

 

+ Dom Darci José Nicioli, CSsR.

Administrador Apostólico da Diocese de Guanhães 

Ângelus com o Papa Francisco

No final da celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, antes da Bênção Apostólica, o Santo Padre Francisco conduziu a narração do Angelus com os fiéis e peregrinos presentes na Praça de São Pedro. Estas são as palavras do Santo Padre ao introduzir a oração mariana:

Antes do Ângelus

Caros irmãos e irmãs!

Saúdo todos vocês que participaram desta celebração e aqueles que se juntaram a nós através dos vários meios de comunicação. Esta saudação se estende a todos os jovens que hoje, em torno de seus bispos, celebram a Jornada da Juventude em todas as dioceses do mundo. Queridos jovens, convido-vos a fazer as indicações da recente Exortação Apostólica Christus vivit , fruto do Sínodo que também envolveu muitos dos vossos colegas e vive na vida quotidiana . Neste texto, cada um de vocês pode encontrar pistas proveitosas para sua vida e sua jornada de crescimento na fé e no serviço a seus irmãos.

No contexto deste domingo, quis oferecer a todos vocês reunidos na Praça de São Pedro uma coroa especial do Rosário. Estas coroas de madeira de oliveira foram feitas na Terra Santa expressamente para o Encontro Mundial da Juventude no Panamá em janeiro passado e para o Dia de Hoje. Por isso, renovo o meu apelo aos jovens e a todos para rezarem o Rosário pela paz, especialmente pela paz na Terra Santa e no Médio Oriente.

E agora nos voltamos para a Virgem Maria, para nos ajudar a viver bem a Semana Santa.

V. Angelus Domini nuntiavit Mariæ.

R. Et concepit de Spiritu Sancto.

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc et in hora mortis nostræ. Amen.

V. Ecce Ancilla Domini.

R. Fiat mihi secundum Verbum tuum.

Ave Maria…

V. Et Verbum caro factum est.

R. Et habitavit in nobis.

Ave Maria…

V. Ora pro nobis, Sancta Dei Genetrix.

R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Oremus: Gratiam tuam quæsumus, Domine, mentibus nostris infunde; ut qui, angelo nuntiante, Christi Filii tui Incarnationem cognovimus, per passionem eius et crucem, ad resurrectionis gloriam perducamur.
Per eumdem Christum Dominum nostrum. Amen.

V. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.

R. Sicut erat in principio, et nunc et semper, et in sæcula sæculorum. Amen.

Fonte: http://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2019/04/14/0315/00641.html

 

“Procissão de ramos, ao longo dos séculos e nas diferentes tradições litúrgicas, recebe mais participação popular”

Neste Domingo de Ramos, 14, a Igreja católica entra na ‘grande Semana’, fazendo memória dos últimos acontecimentos da vida de Jesus. Os textos litúrgicos dão a este Domingo dois títulos: de Ramos e da Paixão. Nisso, se reflete a história que deu origem aos ritos e se destacam duas dimensões não só da Semana Santa, mas da fé: a Realeza de Cristo e seu sofrimento. “São as duas componentes do Mistério pascal: a paixão e morte oprobriosas e a exaltação messiânica do Senhor”, afirma dom Armando Bucciol, presidente da Comissão para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Dom Armando Bucciol explica que os dois ritos têm origem nas Igrejas de Jerusalém e de Roma. Ele conta que desde o IV século, a Igreja de Jerusalém recordava a entrada triunfal de Jesus na cidade santa realizada segundo a profecia de Zacarias: “Agora o teu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montando num jumento” (Zc 9,9).

O título “da Paixão” dado também a este domingo, conforme explica dom Armando vem da Igreja de Roma que, neste dia, focalizava a memória da Paixão do Senhor. “Orações e leituras mantêm este trato e a leitura do Evangelho da Paixão é o momento mais significativo da liturgia deste domingo”, garante.

Dom Armando Bucciol, não sabe ao certo quando as duas diferentes tradições litúrgicas se deram, mas ele garante que foram acolhidas reciprocamente pelas duas grandes Igrejas e suas tradições litúrgicas. “Com certeza, já na primeira metade do século VII, na Espanha, isso acontecia, como testemunha santo Isidoro de Sevilha”, afirma.

As reformas litúrgicas da Semana Santa, realizadas durante o pontificado de Papa Pio XII (1951 e 1955), e a reforma conciliar mantiveram o sentido originário da festa, polindo-a dos elementos que não tinham coerência com a sua identidade. “A procissão de ramos, ao longo dos séculos e nas diferentes tradições litúrgicas, recebeu sempre mais solenidade e participação popular”, revela dom Armando.

O bispo relata ainda que todas as orações da missa deste domingo (Oração de Coleta, Sobre as Oferendas, depois da Comunhão e o Prefácio) destacam e unem o mistério da morte com o evento da ressurreição, como no prefácio que diz: “Sua morte apagou nossos pecados, sua ressurreição nos trouxe vida nova”. Ou ainda como escreveu Paulo na II leitura da carta aos Filipenses: “De fato, o Pai, ‘exaltou’ (ressuscitou) o Filho Jesus Cristo, e agora ‘toda língua’ proclame que Ele é ‘o Senhor’.

“Iluminados e orientados pela espiritualidade da liturgia, vivamos a Semana Santa neste equilíbrio entre morte e vida, sacrifício e solidariedade, empenho e esperança, sofrimento e amor. Cientes de que a morte de Jesus é expressão de seu grande amor, e que a ressurreição é a luz que se irradia em todos os dias não só da Semana, mas de toda a nossa vida”, finaliza dom Armando.

Fonte: CNBB

As Sete dores de Nossa Senhora.

Apresentamos aqui, nesse tempo em que celebramos a centralidade de nossa fé católica, o Setenário de Nossa Senhora das Dores. O setenário relembra as principais dores que a Mãe Maria sofreu com a paixão, morte e sepultamento de Jesus. Junto à cruz a Mãe de Jesus torna-se Mãe de todos os homens e da Igreja Católica. Esta devoção à Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucifixão, morte e sepultura de Jesus Cristo. Maria, por meio da dor que sofreu, ensina como superar o sofrimento, confiando em Deus. Unir-se às dores de Maria é unir-se também às dores de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor. Que Nossa Senhora das Dores, rogue por todos nós, diante de nossas inúmeras dores!

Oração do setenário:

Dirigente: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Todos: Amém.

Dirigente: Nós vos louvamos Senhor, e vos bendizemos!
Todos: Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.
Dirigente: Nós contemplamos vossas Dores, ó Mãe de Deus!
Todos: E vos seguimos no caminho da fé!

Dirigente:  Senhor, que, na vossa admirável providência, quisestes que, junto do vosso Filho, elevado sobre a cruz, estivesse sua Mãe, participando nos seus sofrimentos, concedei à vossa Igreja que, associada com Maria à paixão de Cristo, mereça ter parte na sua ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo na Unidade do Espírito Santo.

Todos: Amém.

Primeira Dor – Profecia de Simeão: Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35). 1 Pai Nosso; 10 Ave Maria.

 

Segunda Dor – Fuga para o Egito: O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14). 1 Pai Nosso; 1 Ave Maria.

 

Terceira Dor – Maria procura Jesus em Jerusalém: Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45). 1 Pai Nosso; 1 Ave Maria.

 

Quarta Dor – Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário: Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27). 1 Pai Nosso; 1 Ave Maria.

 

Quinta Dor – Maria ao pé da Cruz de Jesus: Junto à cruz de Jesus estava de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a). 1 Pai Nosso; 1 Ave Maria.

 

Sexta Dor – Maria recebe Jesus descido da Cruz: Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42). 1 Pai Nosso;  Ave Maria.

 

Sétima Dor – Maria deposita Jesus no Sepulcro: Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a). 1 Pai Nosso; 1 Ave Maria.

Dirigente: Ó Deus, por vosso admirável desígnio, dispusestes prolongar a Paixão do Vosso Filho, também nas infinitas cruzes da humanidade. Nós vos pedimos: assim como quisestes que ao pé da cruz do Vosso Filho estivesse Sua Mãe, da mesma forma, à imitação da Virgem Maria, possamos estar sempre ao lado dos nossos irmãos que sofrem, levando amor e consolo, Por Cristo, Nosso Senhor.

Todos: Amém!

Obs: Pode-se intercalar cânticos entre cada dor meditada. 

 

 

Por que as imagens são cobertas no final da quaresma?

A tradição de cobrir os santos nos últimos dias da Quaresma é muito antiga. Para entendê-la é preciso primeiro entender o que significam as imagens dos santos numa igreja.

Quando entramos na Igreja e vemos as imagens, recordamos o mistério da Comunhão dos Santos: nós formamos com Eles, que já estão glorificados com Cristo Ressuscitado, a única Igreja que é Igreja Triunfante (que está nos céus), Igreja padecente (no Purgatório) e Igreja militante (nós na Terra). As imagens são, pois, uma mensagem de alegria: anunciam para nós essa consoladora e alegre verdade da fé de que estamos unidos à vitória daqueles que viveram antes de nós e – como nós – seguiram a Jesus.

Quando cobrimos os santos na quaresma, poucos dias antes da Semana Santa, queremos lembrar que, antes de viverem o mistério da glória com Cristo, passaram pelo mistério da dor, dos sofrimentos e da morte de Jesus. Os santos não são cobertos como sinal de luto, mas sim como sinal do mistério de “solidariedade” e união profunda ao mistério da Paixão do Senhor. Nós os cobrimos, dando um ar “pesante” ao espaço litúrgico, nada alegre, pois agora é tempo de pensar na Paixão do Senhor.

Isso fica ainda mais claro quando na Vigília Pascal vemos cair os panos roxos e volta a alegria pois, no lugar daquela cor pesada e triste, aparecem de novo as imagens coloridas e bonitas, sinais de quem venceu com Cristo, tendo passado pela sua cruz em união à Dele.

Cobrir e descobrir os santos, então, nos remete ao Mistério Pascal, que é mistério de morte e ressurreição, de sofrimento e de alegria, de perda e de vitória. Cobrir os santos é linguagem simbólica muito expressiva, que tem sido recuperada em muitas Comunidades Cristãs, que estão se conscientizando do valor e da necessidade do simbolismo na caminhada humana.

Também conhecido como “Velatio“, este costume de cobrir as imagens das Igrejas com tecido roxo durante a Quaresma, é para que os fiéis não “se distraiam” com os Santos e que a sua devoção deve estar fundamentada no Mistério Pascal de Cristo, ou seja, na Sua paixão, morte e ressurreição.

Assim, cobrindo-se todas as imagens dos Santos e os crucifixos, surge com maior evidência o que há de essencial nas igrejas: o altar, onde se opera e atualiza o Mistério Pascal de Cristo, por seu Sacrifício incruento.

A rubrica no Missal Romano, 2ª edição típica, no sábado da IV semana da Quaresma (pág. 211, em português) e também a contida na Paschalis Sollemnitatis: A Preparação e Celebração das Festas Pascais, nº 26, nos ensina que:

“o uso (costume) de cobrir as cruzes e as imagens na igreja, desde o V Domingo da Quaresma, pode ser conservado segundo a disposição da Conferência Episcopal. As cruzes permanecem cobertas até ao término da celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa; as imagens até ao início da Vigília Pascal”.

 

Fonte: paroquiasantana.org.br (com adaptações)

 

Oração do Ângelus – 5º Domingo da Quaresma

“Que a Quaresma nos faça conscientes do nosso pecado para não julgarmos os demais”     

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste quinto domingo da Quaresma, a liturgia apresenta o episódio da mulher adúltera (cf. Jo 8, 1-11). Nela se opõem duas atitudes: a dos escribas e fariseus de um lado e a de Jesus do outro. Os primeiros querem condenar a mulher, porque sentem os guardiões da lei e de sua aplicação fiel. Em vez disso, Jesus quer salvá-la , porque ele personifica a misericórdia de Deus que, perdoando, redime e reconcilia, renova.

Então vamos ver o evento. Enquanto Jesus está ensinando no templo, os escribas e fariseus trazem uma mulher surpreendida em adultério; eles colocam no meio e perguntam a Jesus se ele deve ser apedrejado até a morte, como prescreve a Lei de Moisés. O evangelista afirma que eles colocam a questão “para testá-lo e ter motivos para acusá-lo” (v. 6). Pode-se supor que o propósito deles era este – ver a maldade dessas pessoas: o “não” ao apedrejamento teria sido uma razão para acusar Jesus de desobediência à Lei; o “sim”, em vez disso, para denunciá-lo à autoridade romana, que reservou as sentenças para si e não admitiu o linchamento popular. E Jesus deve responder.

Os interlocutores de Jesus estão fechados no estreito do legalismo e querem prender o Filho de Deus em sua perspectiva de julgamento e condenação. Mas Ele não veio ao mundo para julgar e condenar, mas para salvar e oferecer às pessoas uma nova vida. E como Jesus reage a esse teste? Primeiro de tudo, ele permanece por um tempo em silêncio, e se abaixa para escrever com o dedo no chão, como se lembrar que o único Legislador e Juiz é Deus. que escreveu a Lei da Pedra. E então ele diz: “Quem de vocês é sem pecado, lance a pedra em seu primeiro” (v. 7). Assim, Jesus apela à consciência daqueles homens: eles se sentem “defensores da justiça”, mas os chama para a consciência de sua condição de homens pecadores, pelos quais não podem reivindicar o direito à vida ou à morte por conta própria. similar. Nesse ponto, um após o outro, começando pelo mais antigo – isto é, o mais experiente de suas próprias misérias – todos eles partiram, desistindo de apedrejar a mulher. Essa cena também convida cada um de nós a tomar consciência de que somos pecadores e a deixar cair de nossas mãos as pedras da difamação e da condenação, da tagarelice, que às vezes gostaríamos de lançar contra os outros. Quando atiramos nos outros

No final, apenas Jesus e a mulher permanecem ali, no meio: “o miserável e a misericórdia”, diz Santo Agostinho ( In Jo 33,5). Jesus é o único sem culpa, o único que poderia atirar a pedra nela, mas ele não, porque Deus “não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva” (ver Ez 33.11). E Jesus despede a mulher com estas palavras estupendas: “Vá e não mais peque” (v. 11). E assim Jesus abre um novo caminho diante dela, criado por misericórdia, uma estrada que requer seu compromisso de não pecar mais. É um convite válido para cada um de nós: quando Jesus nos perdoa, ele sempre abre um novo caminho para seguirmos em frente. Neste tempo de Quaresma, somos chamados a nos reconhecer como pecadores e pedir perdão a Deus, e o perdão, por sua vez, reconciliando-nos e nos dando paz, nos faz começar uma história renovada. Toda conversão verdadeira é destinada a um novo futuro, a uma nova vida, a uma bela vida , a uma vida livre do pecado, a uma vida generosa. Não temos medo de pedir perdão a Jesus porque Ele abre a porta para essa nova vida. A Virgem Maria nos ajude a testemunhar todo o amor misericordioso de Deus que, em Jesus, nos perdoa e torna nova a nossa existência, oferecendo sempre novas possibilidades.

[00595-IT.02] [Texto original: italiano]

 

Carta Apostólica sobre a proteção dos menores e das pessoas vulneráveis

CARTA APOSTÓLICA
SOB A FORMA DE “MOTU PROPRIO”

DEL SOMMO PONTEFICE
FRANCESCO

SOBRE A PROTEÇÃO DE MENORES E PESSOAS VULNERÁVEIS

 

A proteção de menores e pessoas vulneráveis ​​é parte integrante da mensagem do evangelho que a Igreja e todos os seus membros são chamados a espalhar-se pelo mundo. De facto, o próprio Cristo confiou-nos o cuidado e a proteção dos menores e mais indefesos: ” quem me recebe um filho como este em meu nome, recebe-me ” (Mt 18,5). Portanto, todos nós temos o dever de receber generosamente menores e pessoas vulneráveis ​​e criar um ambiente seguro para eles, assumindo os interesses deles em primeiro lugar. Isto requer uma conversão contínua e profunda, na qual a santidade pessoal e o compromisso moral podem contribuir para promover a credibilidade do anúncio do Evangelho e renovar a missão educativa da Igreja.

Desejo, portanto, reforçar ainda mais o quadro institucional e regulamentar para prevenir e combater os abusos contra crianças e pessoas vulneráveis, de modo que, na Cúria Romana e na Cidade do Vaticano:

– uma comunidade que seja respeitosa e consciente dos direitos e necessidades das crianças e pessoas vulneráveis ​​seja mantida, bem como seja cuidadosa para evitar qualquer forma de violência física ou mental ou abuso, negligência, negligência, abuso ou exploração que possa ocorrer tanto no relações interpessoais que em estruturas ou lugares de partilha;

– todos têm consciência do dever de denunciar os abusos às autoridades competentes e de cooperar com eles em atividades de prevenção e contraste;

– qualquer abuso ou abuso contra menores ou contra pessoas vulneráveis ​​é efetivamente processado;

– o direito de ser recebido, ouvido e acompanhado é reconhecido àqueles que alegam ter sido vítimas de exploração, abuso sexual ou abuso, bem como suas famílias;

– o cuidado pastoral apropriado é oferecido às vítimas e suas famílias, bem como apoio espiritual, médico, psicológico e legal adequado;

– aos acusados ​​é garantido o direito a um julgamento justo e imparcial, em conformidade com a presunção de inocência, bem como os princípios de legalidade e proporcionalidade entre o crime e a sentença;

– a pessoa condenada por ter abusado de uma criança ou de uma pessoa vulnerável é removida de suas funções e, ao mesmo tempo, recebe apoio adequado para a reabilitação psicológica e espiritual, também para fins de reintegração social;

– tudo o que for possível é feito para reabilitar a boa reputação daqueles que foram injustamente acusados;

– é fornecida formação adequada para a proteção de menores e pessoas vulneráveis.

Portanto, com a presente carta estabeleço que:

1. As autoridades judiciárias competentes do Estado do Vaticano exercer jurisdição penal, mesmo em relação às infracções referidas nos artigos 1 e 3 de Lei nº CCXCVII, sobre a proteção das crianças e pessoas vulneráveis , de 26 de Março 2019, cometido, por ocasião do exercício das suas funções, pelos assuntos referidos no ponto 3 do Motu Proprio “Aos nossos tempos” , de 11 de julho de 2013.

2. Sem prejuízo do selo sacramental, os sujeitos referidos no ponto 3 do Motu Proprio “Para os nossos tempos” , de 11 de julho de 2013, são obrigados a apresentar, sem demora, uma reclamação ao promotor de justiça no tribunal da Cidade do Estado. do Vaticano sempre que, no exercício de suas funções, tiverem notícia ou motivos razoáveis ​​para acreditar que uma criança ou uma pessoa vulnerável é vítima de um dos crimes previstos no artigo 1º da Lei nº CCXCVII , se também cometidos alternativamente:

i. no território do Estado;

ii. em prejuízo dos cidadãos ou residentes no Estado;

iii. por ocasião do exercício das suas funções, pelos funcionários públicos do Estado ou pelos assuntos referidos no ponto 3 do Motu Proprio “Para os nossos tempos” , de 11 de julho de 2013.

3. Assistência espiritual, médica e social é oferecida às pessoas que tenham sido abusadas pelos delitos previstos no Artigo 1 da Lei No. CCXCVII , incluindo assistência terapêutica e psicológica de urgência, bem como informações úteis de natureza legal, através do Serviço de Assistência Gerenciada. pela Direção de Saúde e Higiene do Governador do Estado da Cidade do Vaticano.

4. O Ministério do Trabalho da Sé Apostólica organiza, juntamente com o Serviço de Acompanhamento da Direção de Saúde e Higiene, programas de formação do pessoal da Cúria Romana e das Instituições ligadas à Santa Sé sobre os riscos em matéria de exploração. , de abuso sexual e maus-tratos de crianças e pessoas vulneráveis, bem como sobre os meios para identificar e prevenir tais delitos e a obrigação de relatar.

5. Na seleção e recrutamento de pessoal da Cúria Romana e de instituições ligadas à Santa Sé, bem como daqueles que colaboram numa base voluntária, deve ser verificada a adequação do candidato para interagir com menores e pessoas vulneráveis. .

6. Os Dicastérios da Cúria Romana e as instituições ligadas à Santa Sé a que têm acesso os menores ou pessoas vulneráveis ​​adoptaram, com a assistência do Serviço de Acompanhamento da Direção-Geral de Saúde e Higiene, boas práticas e orientações para a sua realização. proteção.

Eu estabeleço que a presente Carta Apostólica na forma de “Motu Proprio” é promulgada através da publicação no L’Osservatore Romano e, posteriormente, incluída na Acta Apostolicae Sedis .

Concordo que o que foi estabelecido tem valor total e estável, mesmo revogando todas as disposições incompatíveis, a partir de 1º de junho de 2019.

Dado em Roma, em São Pedro, em 26 de março de 2019, o sétimo do pontificado.

 

FRANCESCO

Fonte: http://w2.vatican.va/content/francesco/it/motu_proprio/documents/papa-francesco-motu-proprio-20190326_latutela-deiminori.html

Cânticos para celebrar a Semana Santa (Clique e faça Downloads)

A Semana Santa é o grande retiro espiritual das comunidades eclesiais, convidando os cristãos à conversão e renovação de vida. Ela se inicia com o Domingo de Ramos e se estende até o Domingo da Páscoa. É a semana mais importante do ano, é o centro de todo o ano litúrgico, é quando se celebra de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

DOMINGO DE RAMOS – A celebração desse dia lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, aonde vai para completar sua missão, que culminará com a morte na cruz. Os evangelhos relatam que muitas pessoas homenagearam a Jesus, estendendo mantos pelo chão e aclamando-o com ramos de árvores. Por isso hoje os fiéis carregam ramos, recordando o acontecimento. Imitando o gesto do povo em Jerusalém, querem exprimir que Jesus é o único mestre e Senhor.

2ª A 4ª FEIRAS – Nestes dias, a Liturgia apresenta textos bíblicos que enfocam a missão redentora de Cristo. Nesses dias não há nenhuma celebração litúrgica especial, mas nas comunidades paroquiais, é costume realizarem procissões, vias-sacras, celebrações penitenciais e outras, procurando realçar o sentido da Semana.

Tríduo Pascal 
O ponto alto da Semana Santa é o Tríduo Pascal (ou Tríduo Sacro) que se inicia com a missa vespertina da Quinta-feira Santa e se conclui com a Vigília Pascal, no Sábado Santo. Os três dias formam uma só celebração, que resume todo o mistério pascal. Por isso, nas celebrações da quinta-feira à noite e da sexta-feira não se dá a bênção final; ela só será dada, solenemente, no final da Vigília Pascal.

QUINTA-FEIRA SANTA – Neste dia celebra-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. A Eucaristia é o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que se oferece como alimento espiritual. De manhã só há uma celebração, a Missa do Crisma que, na nossa diocese, por questões pastorais, é realizada com antecedência, permitindo que mais pessoas possam participar.  Na quinta-feira à noite acontece a celebração solene da Missa, em que se recorda a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. Nessa missa realiza-se a cerimônia do lava-pés, em que o celebrante recorda o gesto de Cristo que lavou os pés dos seus apóstolos. Esse gesto procura transmitir a mensagem de que o cristão deve ser humilde e servidor.  Nessa celebração também se recorda o mandamento novo que Jesus deixou: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.” Comungar o corpo e sangue de Cristo na Eucaristia implica a vivência do amor fraterno e do serviço. Essa é a lição da celebração.

SEXTA-FEIRA SANTA – A Igreja contempla o mistério do grande amor de Deus pelos homens. Ela se recolhe no silêncio, na oração e na escuta da palavra divina, procurando entender o significado profundo da morte do Senhor. Neste dia não há missa. À tarde acontece a Celebração da Paixão e Morte de Jesus, com a proclamação da Palavra, a oração universal, a adoração da cruz e a distribuição da Sagrada Comunhão. Na primeira parte, são proclamados um texto do profeta Isaías sobre o Servo Sofredor, figura de Cristo, outro da Carta aos Hebreus que ressalta a fidelidade de Jesus ao projeto do Pai e o relato da paixão e morte de Cristo do evangelista João. São três textos muito ricos e que se completam, ressaltando a missão salvadora de Jesus Cristo. O segundo momento é a Oração Universal, compreendendo diversas preces pela Igreja e pela humanidade. Aos pés do Redentor imolado, a Igreja faz as suas súplicas confiante. Depois segue-se o momento solene e profundo da apresentação da Cruz, convidando todos a adorarem o Salvador nela pregado: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. – Vinde adoremos”.  E o quarto momento é a comunhão. Todos revivem a morte do Senhor e querem receber seu corpo e sangue; é a proclamação da fé no Cristo que morreu, mas ressuscitou.  Nesse dia a Igreja pede o sacrifício do jejum e da abstinência de carne, como ato de homenagem e gratidão a Cristo, para ajudar-nos a viver mais intensamente esse mistério, e como gesto de solidariedade com tantos irmãos que não têm o necessário para viver.  Mas a Semana Santa não se encerra com a sexta-feira, mas no dia seguinte quando se celebra a vitória de Jesus. Só há sentido em celebrar a cruz quando se vive a certeza da ressurreição.

VIGÍLIA PASCAL – Sábado Santo é dia de “luto”, de silêncio e de oração. A Igreja permanece junto ao sepulcro, meditando no mistério da morte do Senhor e na expectativa de sua ressurreição. Durante o dia não há missa, batizado, casamento, nenhuma celebração.  À noite, a Igreja celebra a solene Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias”, revivendo a ressurreição de Cristo, sal vitória sobre o pecado e a morte. A cerimônia é carregada de ricos simbolismos que nos lembram a ação de Deus, a luz e a vida nova que brotam da ressurreição de Cristo.

DOMINGO DE PÁSCOA  – Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Como não se alegrar pela vitória d’Aquele que tão injustamente foi condenado à paixão mais terrível e à morte de cruz? Pela vitória d’Aquele que anteriormente foi flagelado, esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade. Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desilusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana respeitada. A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na Ressurreição? a proclamo? creio em minha vocação e missão cristã, a vivo? creio na ressurreição futura? É alento para esta vida?, São perguntas que devem ser feitas. A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz – soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado. São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: ” Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com Ele”.

Abaixo, sugerimos algumas opções de cânticos para que possamos bem celebrar esse momento tão importante de nossa igreja e de nossa fé. Clique no link abaixo e faça o download.

CANTICOS PARA CELEBRAR A SEMANA SANTA

 

 

Oração pela nomeação do nosso novo Bispo

Estamos no  tempo de esperança e mudança, mas também, vigilantes. A nossa oração é unânime e a uma só voz  pedimos ao Senhor, que continuemos, a ser um povo unido na fé e na oração, na comunhão fraterna e na participação eclesial viva e ativa em todas as nossas paróquias e comunidades. Pedimos, ao Pai também  que nos envie nosso novo bispo, que virá como Pastor da nossa Igreja Diocesana. Que o Espírito Santo o ilumine e fortaleça para ser verdadeiramente um “Pastor que tenha o cheiro das ovelhas”, que caminha com o seu Povo, a serviço da Tua Igreja e de maneira especial, os pobres e necessitados. Sem se esquecer da Virgem Maria, Mãe e Mestra dos discípulos, Estrela da Evangelização e Mãe de nossas comunidades. Que ela venha caminhar conosco, nos ajudando a compreender e fazer “Tudo o que Ele nos disser” e que São Miguel Nosso Padroeiro interceda por nós na caminhada.
Rezemos intensamente a oração pelo novo Pastor Diocesano. Nao o conhecemos, mas com certeza, já está gestado no coração de Deus e com alegria iremos acolhê-lo.

Obs: A oração foi composta por Dom Darci José Nicioli, CSsR, nosso Administrador Apostólico e se encontra na imagem deste post. 

A Palavra do Pastor
Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

    Ajudai, Senhor, a fim de que todos os presbíteros mantenham a mansidão e a doçura, virtudes tipicamente cristãs,...
Read More
O Presbítero e os meios de comunicação social

O Presbítero e os meios de comunicação social

Sobre a missão dos Presbíteros nos meios de comunicação social, sobretudo neste tempo que estamos vivendo, em que se multiplica...
Read More
Cidades mais humana

Cidades mais humana

   “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago” (Lc 10,18) É sempre oportuno e necessário refletir sobre a...
Read More
Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

Ensina-me, Senhor, a perdoar como Vós perdoastes

                                       ...
Read More
“Graça, misericórdia e paz”

“Graça, misericórdia e paz”

Reflexão à luz da passagem da Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo (1 Tm 1, 1-2.12-14). Retomo os dois primeiros...
Read More
“A caridade é a plenitude da Lei”

“A caridade é a plenitude da Lei”

“O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei.” (Rm 13,10) Com...
Read More
Pães ázimos de pureza e verdade

Pães ázimos de pureza e verdade

“Assim, celebremos a Festa, não com velho fermento, nem com fermento da maldade ou da perversidade, mas com os pães...
Read More
Urge que ampliemos os horizontes da evangelização!

Urge que ampliemos os horizontes da evangelização!

De modo especial, dedicaremos o mês de setembro à Sagrada Escritura. Procuremos valorizá-la cada vez mais em nossas comunidades, sobretudo...
Read More
Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor

Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor

Vivendo o terceiro ano Vocacional, reflitamos sobre a graça da missão realizada pelos cristãos leigos e leigas na obra da...
Read More
“Presbítero segundo o Coração de Jesus”

“Presbítero segundo o Coração de Jesus”

Uma reflexão sobre o ministério e a vida do presbítero, à luz dos parágrafos 191-204, do Documento de Aparecida (2007),...
Read More

Empresas que possibilitam este projeto:

Arquivo