Jesus prometeu e cumpriu: enviou-nos um Defensor – VI Domingo do Tempo Pascal Ano A

 “O Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de

receber, porque não O vê nem O conhece”

No 6º Domingo da Páscoa (ano A), a Liturgia nos convida a contemplar a proximidade e paternidade de Deus, que não nos deixa órfãos.

A presença divina é sempre discreta, mas de eficácia tranquilizadora na história da Igreja. O que Jesus disse aos discípulos, num contexto de despedida, tornou-se uma verdade para sempre – “Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós” (Jo 14,18).

Na passagem da primeira Leitura (At 8,5-8.14-17), vemos a ação da comunidade cristã testemunhando a Boa Nova de Jesus, numa presença libertadora e salvadora da vida humana.

A mensagem é explícita: O Espírito Santo somente se manifestará e atuará se a comunidade se propuser a viver uma fé integrada, numa família de irmãos que se reúnem em comunhão com o Pai e o Filho:

Para que uma comunidade se constitua como Igreja, não basta uma aceitação superficial da Palavra, nem manifestações humanas (por muito impressionantes que sejam).

Ao mesmo tempo, é preciso que qualquer comunidade cristã tenha consciência de que não é uma célula autônoma, mas que é convidada a viver a sua fé integrada na Igreja universal, em comunhão com a Igreja universal.

Toda a comunidade que quer fazer parte da família de Jesus deve, portanto, acolher a autoridade e buscar o reconhecimento dos pastores da Igreja universal. Só então se manifestará nela o Espírito, a vida de Deus” (1)

A passagem da segunda Leitura (1Pd 3,15-18) é uma exortação para que a comunidade permaneça confiante, apesar das hostilidades e dificuldades encontradas. É ocasião favorável para o testemunho sereno da fé, num autêntico amor, até mesmo pelos seus perseguidores, assim como o próprio Cristo, que fez da Sua vida um dom de Amor a todos:

“Os cristãos devem, também, estar sempre dispostos a apresentar as razões da sua fé e da sua esperança – isto é, a dar testemunho daquilo em que acreditam (vers. 15b).

No entanto, devem fazê-lo sem agressividade, com delicadeza, com modéstia, com respeito, com boa consciência, mostrando o seu amor por todos, mesmo pelos seus perseguidores.

Dessa forma, os perseguidores ficarão desarmados e sem argumentos; e todos perceberão mais facilmente de que lado está a verdade e a justiça (vers. 16).

Os cristãos devem, ainda, em qualquer circunstância – mesmo diante do ódio e da hostilidade dos perseguidores – preferir fazer o bem do que fazer o mal (vers. 17)”. (2)

A comunidade dos que creem em Deus deve pautar a vida pela lógica de Jesus e não pela lógica do mundo, fazendo a doação da vida, por amor, alcançando assim, a glória da Ressurreição. Deve manter viva a confiança, a alegria, a fidelidade, a esperança…

Na passagem do  Evangelho (Jo 14,15-21), numa ceia de despedida, Jesus assegura aos discípulos, inquietos e assustados com Sua eminente partida para junto do Pai, a vinda do Paráclito.

Sua missão será conduzir a comunidade em direção à verdade, à comunhão cada vez mais profunda, íntima e intensa com Ele. Tão somente assim a comunidade se tornará a morada de Deus no mundo, no fiel testemunho da Salvação oferecida por Deus à humanidade.

Vivendo o Mandamento do Amor, permanecerão com Ele, e junto do Pai enviará o Defensor, o Paráclito:

“Se me amais, guardareis os meus Mandamentos, e Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: O Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não O vê nem O conhece” (Jo 14,  15.17a).

Após a missão de Jesus, caberá ao Paráclito assistir a comunidade que dará continuidade a esta:

Enquanto esteve com os discípulos, Jesus ensinou-os, protegeu-os, defendeu-os; mas, a partir de agora, será o Espírito que ensinará e cuidará da comunidade de Jesus.

O Espírito desempenhará, neste contexto, um duplo papel: em termos internos, conservará a memória da pessoa e dos ensinamentos de Jesus, ajudando os discípulos a interpretar esses ensinamentos à luz dos novos desafios; por outro, dará segurança aos discípulos, guiá-los-á e defendê-los-á quando eles tiverem de enfrentar a oposição e a hostilidade do mundo.

Em qualquer dos casos, o Espírito conduzirá essa comunidade em marcha pela história, ao encontro da verdade, da liberdade plena, da vida definitiva”. (3)

Renovemos a alegria de continuar a missão de Jesus, contando com a força e presença do Paráclito, do Espírito Santo, que conduz, ilumina, orienta, fortalece a Igreja, como tão bem vamos celebrar, em breve, na Festa de Pentecostes.

Também hoje a Evangelização coloca à nossa frente desafios, provações, inquietações. Não podemos estacionar, menos ainda recuar no testemunho da fé. Dar razão da esperança é preciso, pois Deus habita em nós e na Sua Igreja.

A razão de nossa esperança passa necessariamente pela qualidade do testemunho do nosso amor, que torna válida, frutuosa a nossa fé, fecundando o mundo novo, como instrumento da realização do Reino por Jesus inaugurado.

(1) (2) (3) www.Dehonianos.org/portal

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