Ele está chegando… Alegremo-nos! 4º Domingo do Advento – Ano C

A Liturgia do 4º Domingo do Advento (Ano C) em preparação do Natal do Senhor, convida-nos a refletir sobre o Projeto de Salvação e a fonte da verdadeira felicidade, com abertura do coração à ação do Espírito Santo, acorrendo ao encontro d’Aquele que vem nos comunicar vida, alegria e Salvação de Deus, o próprio Jesus, o Emanuel, o Deus conosco.

A divina fonte da felicidade veio ao mundo através de frágeis instrumentos nas mãos de Deus, como a Palavra nos revela.

A passagem da primeira Leitura (Mq 5,1-4a) nos fala da missão do Profeta Miqueias, que exerceu seu ministério em Judá, nos séculos VIII/VII a. C.

Este Profeta vindo do meio campesino era conhecedor dos problemas dos pequenos agricultores, vítimas de latifundiários sem escrúpulos.

O Livro Sagrado retrata a grave situação em que vive o Povo de Deus, marcada pelo pecado social, infidelidade, sofrimento, frustração, desânimo.

Mas, também vem acompanhada da promessa messiânica, a vinda d’Aquele que vai restaurar a paz, a justiça e a vida abundante do Povo de Deus, numa palavra, felicidade plena.

Reflitamos:

– Quais são as realidades que retratam o sofrimento do povo hoje?

– O que pode e precisa ser transformado?

– Qual a nossa atitude: medo e conformismo ou coragem e profecia como o Profeta Miqueias?

– Percebemos a presença de Deus sempre preocupado conosco, e que nos indica a fonte da verdadeira felicidade: Jesus?

A passagem da segunda Leitura (Hb 10,5-10), escrita pouco antes do ano 70 por um autor anônimo, destina-se a uma comunidade constituída em sua maioria por cristãos vindos do judaísmo.

A marca desta comunidade, que tem fundação de maior tempo, é a perda do entusiasmo inicial, dando lugar a uma fé morna, sem compromissos com o próximo, e as dificuldades fazem provocam o desânimo, cansaço e o desvio da verdadeira doutrina.

O autor escreve para que esta retome a fé, reacenda o compromisso, num contínuo sacrifício de louvor, tendo o sacerdócio de Cristo como paradigma de toda a comunidade.

Jesus, que Se encarnou e Se entregou e foi fiel ao Projeto de Deus totalmente, é quem deve ser seguido, amado, adorado e imitado. Estas tem que ser as mesmas atitudes daqueles que O seguem.

Afinal, com Jesus inaugurou-se o Reino de amor e paz, e somos participantes desta construção, vivendo como Ele na obediência, fidelidade e disponibilidade, sendo como Ele o foi um sacrifício agradável ao Pai, vivendo um sim total e incondicional a Deus.

É preciso, portanto, despojar-se da acomodação, desesperança, apatia, indiferença e desânimo.

A passagem do Evangelho (Lc 1,39-47) faz parte do chamado “Evangelho da Infância de Jesus”. É uma “homologese” (gênero literário especial que não pretende ser um relato fidedigno sobre acontecimentos, mas antes uma catequese destinada a proclamar as realidades salvíficas que a fé prega sobre Jesus: que Ele é o Messias, o Filho de Deus, o Deus conosco). Em resumo é uma catequese sobre Jesus.

Nesta pequena passagem, três mensagens fundamentais:

– Jesus vem ao encontro da humanidade para redimi-la;

– Sua presença, fruto da ação do Espírito, provoca estremecimento incontrolável de alegria no coração dos que esperam a concretização das promessas divinas: alegria, vida, paz e felicidade;

– Vem ao encontro através da fragilidade e simplicidade dos pobres, que se constituem instrumentos de Deus para a realização da salvação e libertação da humanidade.

É necessário estremecer de alegria, porque somos portadores do Verbo que Se fez e Se faz Carne em nosso coração. Belém é aqui e agora, que acolhe o Salvador para se tornar uma alegre notícia de vida para os empobrecidos.

A luz brilhará nas trevas para os corações que temem a Deus!

Nascerá o Salvador no coração dos que amam e que anseiam pela paz e vida plena.

Acolher e anunciar a proposta de Jesus é o verdadeiro sentido do Natal que vamos celebrar. Demos mais um passo…

Ainda é tempo! Que o pouco tempo que nos separa da Noite do Natal seja marcado pelo silêncio, revisão e preparação do que ainda for preciso.

Ainda é tempo! Mais do que árvores de Natal, amigos secretos, pisca-pisca, ceias fartas, é preciso que nosso coração esteja totalmente limpo, aberto para a acolhida do Verbo que Se fez e Se faz carne sempre, para ficar conosco em qualquer circunstância.

É próprio de quem ama não se separar daquele que se ama. Sendo assim, Deus não Se separa de nós porque nos ama, ainda que não O amemos bastante.

Reflitamos:

– Qual a boa Nova que anunciamos aos pobres?

– Nosso modo de viver revela que nos preparamos para acolher o Verbo que quer fazer morada em nosso coração?

– Quais foram os esforços de conversão, mudança radical de pensamentos, atitudes em nossa vida em todos os seus âmbitos?

– Procuramos o Sacramento da Penitência para nos reconciliar com Deus e com os irmãos e irmãs, experimentando a alegria da misericórdia e do perdão divinos?

– Urge um cristianismo mais alegre e contagiante, experimentado e testemunhado na fragilidade de Maria, de Isabel e de tantos outros. Deste modo, somos instrumentos da mensagem de alegria ou instrumentos fúnebres do Evangelho?

Que o Natal seja a Festa de maior intensificação e correspondência ao Amor indizível, infinito, incompreensível de Deus.

Ainda é tempo…

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