Quando vem a escuridão
Vem-nos desejo por clarão
Quando a noite depõe o dia
E reina logo a agonia
Não espero nem um instante
Tiro o orgulho, viro clamante
Choro, aflito aos pés eu corro
Da mãe do Perpétuo Socorro
Mas aos seus pés em queixa
A Virgem não me deixa
Me tira logo desse chão
Me estendendo a sua mão
Com a mesma delicadeza
Me cura com destreza
Vê meus escárnios diante da cruz
E ao perdão me conduz
Sendo uma mãe perfeita
Não se dá por satisfeita
Tendo o melhor filho possível
Ainda adota um desprezível
Que valerá tão grande amor
Ó, mãe do Salvador?
Já tem a sua salvação
Por que não me deixa, então?
“Porque a experiência com o Amor
Não terá o mesmo sabor
Se com o Divino Filho eu viver
Mas você, filhinho, eu perder
Renunciei à tranquilidade
Pra seguir com fidelidade
A vontade do meu Rei
Sofri, senti o abandono
Chorei, perdi o sono
Mas nunca O abandonei
E ainda na cruz em agonia
Senti ser o fim da via
Mas depois de ter-se oferecido
Meu Jesus fez um pedido
Ofereceu-me a humanidade
Eu aceitei com humildade
Assim, ainda em missão
Socorro com precisão
A quem amor me jura
E a quem me esconjura
Portanto, filho querido,
Não se dê por vencido
Quando o vinho lhe faltar
Lembre-se das bodas de Caná!
Em sua face eu vejo
O erro e o mau desejo
Mas nem tanto isso fulgura
Quanto a inefável figura
Do meu querido Jesus
Que em sua alma reluz
Saiba que é ausência de amor
Todo e qualquer pecado
Deixa-me curar sua dor
Se deixando ser amado!”
Mateus Alves Correia
1° Ano da Configuração/Teologia
Arquidiocese de Diamantina