Dom Otacilio, bispo diocesano de Guanhães, presidiu na noite do dia 26 de fevereiro, a missa da Quarta-feira de cinzas, que marca o início da Quaresma no calendário cristão. Santa Missa celebrada na Catedral São Miguel, e concelebrada pelo Pe. Geraldo Marcone, natural de Guanhães e pertencente ao clero de Paracatu(MG0.
A cinza é símbolo de conversão e memória da mortalidade: do pó viemos, ao pó voltaremos. Durante a Celebração, Dom Otacilio abriu a Campanha da Fraternidade que, neste ano, tem como tema: “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema, “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Na homilia, o bispo destacou a alegria em presidir, pela primeira vez, essa celebração como bispo diocesano; destacou ainda, a bondade de Deus para com o ser humano e as inúmeras práticas piedosas que podemos viver neste tempo intenso que é a quaresma.
Abaixo, trechos da homilia proferida pelo bispo:
Amado povo de Deus,
Quem diria estar abrindo a Quaresma, a Campanha da Fraternidade, na catedral na diocese de Guanhães! Esta missa é muito, muitíssimo importante. Caminhando passo a passo, abrindo nesta igreja particular o Tempo Quaresmal, intenso tempo da vida da igreja. O mundo todo inicia a Quaresma e, no Brasil, a Campanha da Fraternidade.
E a Palavra de Deus no dia de hoje nos convida a envolver em três práticas, não para elogios, mas para darmos passos no Itinerário Quaresmal. A Igreja nos convida à prática da Oração para a vivência da oração, intimidade do seu quarto, onde Deus escutará as suas súplicas.
É Tempo de Via Sacras, de os grupos se encontrarem para rezar o tema da Campanha. É tempo de conversão social, tempo da acolhida da graça divina; a quaresma é para que sejamos melhores. “Melhores em Tudo”. E para isso, teremos a CF nos chamando a ser o bom samaritano. Vai mexer com todos nós. Será portanto, tempo de mexer, de conversão, inteiramente sintonizados com a Quaresma e a CF. Tempo para Celebrações Penitenciais, tempo também de limpar o coração; cada um procure, de algum modo, viver a oração mais intensamente. Minha relação com Deus não pode ser mais ou menos. Crescer a cada dia com Deus.
A Catedral está repleta, isso é para dizer que as famílias precisam rezar mais, se ligar mais em Deus, participar das missas, sobretudo, aos domingos, como compromisso pessoal – não faltar a nenhum. Quem perder um domingo ficará paupérrimo.
Tocar o coração. O tempo é de Deus, é graça, é presente. O exemplo é fundamental. Jejum para que Deus veja. Esmola, partilha, solidariedade. Lembro aqui a doação para a Diocese de Governador Valadares(MG). Aquilo oferecido multiplica a nossa vida. O pão que você partilha é o pão que mata a sua fome, a água que você partilha é a água que lhe sacia, a roupa que você doa é a roupa que lhe veste. Quaresma nos torna sensíveis.
Esta Quaresma vai nos dizer que não posso mudar o mundo, mas ao meu redor, sim.
Jejum é muito mais… Jejuamos livremente para sermos solidários com quem jejua forçadamente.
Jejum, liberdade que se tem diante das coisas que passam. Libertação interior em prol de alguém. Jejum que se reveste em função do outro. É sacrifício ficar sem ajudar a quem nada tem?
Ao receber as cinzas, o cristão retorna para casa com bondade no coração. O mundo está cheio de descaso e desprezo. Preciso viver a cultura do amor. E as cinzas na cabeça significam: eu quero me converter, quero viver melhor a Quaresma; algo mudou na minha vida, na minha pastoral. Sou pó e preciso de Deus e da graça divina, pois Deus é bom pra mim. Correspondamos ao amor de Deus. Somos pó… Ninguém é igual a ninguém. Todos passaremos e o que ficará é o amor de Deus.
Pascom São Miguel e Pascom Diocesana