“Somos já “seres ressuscitados”: sentimos hoje a urgência de seguir os caminhos de uma ética ecológica para que possamos nos situar, na Criação, numa atitude participativa e de cuidado responsável. Cresce um novo modo de pensar e de conceber o universo enquanto “teia de relações”. Isto significa que há uma unidade fundamental e uma vasta rede de inter-relações, conectados a todos os elementos da natureza.
Todos os seres, vivos e não vivos, são parceiros numa verdadeira “dança cósmica”, numa grande comunhão universal. Fazemos parte de uma “rede” de relações múltiplas e recíprocas, nas quais o próprio Cristo Ressuscitado se faz presente, como fonte de vida. Para chegar a viver o Novo Céu e a Nova Terra é preciso renovar radicalmente este céu tantas vezes opaco e esta terra tão violada.
Se não houver uma “salvação da natureza”, também não poderá haver uma salvação definitiva do ser humano, pois os seres humanos são seres da natureza. Isto obriga a todos os que esperam a ressurreição a permanecerem fiéis à terra, a respeitá-la, cuidá-la e amá-la como a si mesmos.
Na perspectiva da natureza, a ressurreição de Cristo significa que com Ele teve início a universal “destruição da morte” (1Cor. 15,26), e que se torna visível o futuro da Nova Criação, quando a morte deixar de existir.
A ressurreição dos mortos, a destruição da morte e a ressurreição da natureza constituem os pressupostos para a eterna Criação que participa da habitação do Deus vivo e eterno.
A Criação “no princípio” está orientada para este fim. De acordo com isto “toda a Criação geme conosco” e esta é a verdadeira ressurreição da natureza.
Este é o lado cósmico da esperança da ressurreição. As forças do pecado e da morte, destrutivas e contrárias a Deus, são expulsas da criação, que é boa, e na presença do Deus vivo esta se transformará em uma criação eternamente viva.
O Deus que ressuscita os mortos é o mesmo Deus que chamou todas as coisas do nada à existência; Aquele que ressuscitou Jesus dos mortos é o Criador do novo ser de todas as coisas.
Ressurreição e Criação constituem, portanto, uma unidade, pois a ressurreição dos mortos e a destruição da morte são a completude da criação original.
Texto bíblico: Mt 28,1-10
Na oração: Fico maravilhado com a nova comunidade universal de vida que emerge da Noite Pascal. A Luz da Ressurreição integra tudo.
Considero como nosso Senhor ressuscitado revela toda a vida futura do universo como uma comunidade em evolução de esplendor e diversidade crescentes. Reflito como Cristo nos leva a evoluir para uma humanidade em plenitude, vivendo uma relação plena com todas as criaturas.
Fraternizo com todas as criaturas e me faço humano em toda minha plenitude.
Páscoa: um salto para a transcendência… para o Novo Céu e Nova terra!
Uma inspirada Páscoa a todos(as)
Pe. Adroaldo Palaoro sj