Dom Jeremias assessora momento de espiritualidade com catequistas da paróquia São Miguel e Almas e reforça que o catequista precisa beber na fonte, precisa de formação…Precisa de espiritualidade

Abaixo, a catequista Vera Pimenta reproduz alguns trechos das palavras de Dom Jeremias e faz memória de assuntos referentes à formação de catequistas, extraídos da revista virtual Catequese Hoje, da Catequese do Regional do Regional Leste II ( Minas e Espírito Santo).

Para iniciarmos os nossos trabalhos catequéticos, Dom Jeremias convidou-nos a ter outro olhar ao evangelho da samaritana.

Aprender com Jesus à luz do ícone da Samaritana (Jo 4,1-25.39,42) .Leitura do evangelho sob outra ótica!

 “Dá-me de beber”. Quem é esse que faz este pedido singelo a esta mulher? Jesus tinha como expectativa, apenas um simples gesto de cortesia da parte daquela mulher samaritana que se surpreendeu com o pedido. O autor do evangelho nos ajuda a compreender o contexto e a situação daquele encontro. “… era preciso passar pela Samaria”. A expressão “era preciso” quando empregada pelos evangelistas, aponta para um desígnio de Deus. Ele quer, portanto que seu Filho passe por lá, justamente pela região em que viviam os que estão distantes. Um simples pedido de beber, enseja um impressionante diálogo sobre a água do posso, revelando um outro significado da água e, também, outro significado a “maridos” e ao verdadeiro culto a ser prestado a Deus.

Seguindo os passos do evangelista, o leitor pode observar Jesus, cansado da viagem, sentar-se junto à fonte. Era meio dia, hora em que o sol está escaldante, que ninguém estaria no poço. Os discípulos tinham ido à cidade providenciar o almoço. Justamente naquela hora, chega uma samaritana a buscar água. Mas, por que ela fora buscar água justamente neste horário? Este poço, desde o antigo testamento, é um lugar de encontros que suscitaram belas experiências de comunhão amorosa. Não é comum um homem pedir de beber a uma mulher, muito menos a uma samaritana. Mas, a necessidade de beber, as diferenças cedem lugar à igualdade. São muitas as barreiras: sociais, culturais, religiosas, políticas, presentes naquele encontro. E dar de beber é símbolo de acolhimento, Este é o pedido do Filho de Deus endereçado àquela mulher estrangeira.

O evangelista se serve de todas estas circunstâncias para conferir evidência à disposição de Jesus em revelar-se àquela mulher. Ele se apresenta reconhecendo, primeiramente, que ela pode oferecer-lhe algo de que está precisando. A necessidade humana é, sim, de água, mas o grande interesse de Jesus é que ela “conheça o dom de Deus”.

Era preciso que eu fosse catequista. É preciso que eu beba na fonte. É preciso que eu faça formação. É preciso que se tenha espiritualidade, consciência dessa missão que é a força motriz. À medida que abandonamos a escuta, a Palavra, a oração, a fé, perde-se no caminho. E, nestes momentos em que nos perdemos, é quando devemos voltar à fonte para nos abastecer e adquirir forças para mantermos firmes, resolutos no coração de Deus.

 Era preciso que Jesus passasse por Samaria.  Jesus é um missionário, tem sede, tem fome. Isto é humano. Sentado à beira do poço, qual é a minha maior sede? O Poço é um lugar de encontro, se enamoravam.  Jesus era o esposo. A samaritana precisa se revestir, se converter. Precisamos valorizar as diferenças, dar de beber é acolhimento. O evangelista São João se serve de detalhes, de evidências para revelar, mostrar a disposição de Jesus. O que posso pedir ao catequizando para que perceba a revelação do rosto de Jesus? O que podemos fazer para que barreiras ( conceito de Deus que traz de casa, acesso à educação, família dilacerada, vida conjugal em crise, dentre outras) entre catequistas e seus interlocutores sejam vencidas? Todas as barreiras sugerem abandono, todavia enquanto catequistas, temos que perseverar na missão pedindo o dom de Deus. O que tenho para oferecer aos catequizandos?   Em que momento preciso fazer o papel da samaritana? Em que momento preciso fazer o papel de Jesus?  É preciso beber na fonte, superar as barreiras, promovendo o encontro da necessidade humana (sede) e gratuidade de Deus. Você é catequista porque tem algo muito importante para oferecer ao catequizando.

Então, o catequista é convidado a “viver sua experiência cristã e sua missão dentro de um grupo de catequistas. O grupo de catequistas expressa o caráter comunitário da tarefa catequética” CR 151.

É no grupo que se faz experiência de convivência fraterna, onde se aprofunda a fé, se celebra e reza junto. Participando do seu grupo, o catequista já está em processo formativo. O grupo ajuda a desfazer medos, inseguranças no início da caminhada e ao longo dela.

É uma verdadeira comunidade, dentro da comunidade maior que é a paróquia, onde se vivem as características de uma verdadeira comunidade cristã. Mas fica um alerta! Não é isolar-se no grupo, fazer um grupo de seletos, fechado e sem integração com a comunidade. Quando o grupo de catequistas amadurece, a comunidade também amadurece, e vice-versa.

Os apóstolos cresceram na fé seguindo Jesus e evangelizando como ele. Também o catequista, ao evangelizar, é evangelizado; enquanto dá, recebe; enquanto faz os outros caminharem na fé, dá largos passos no crescimento da própria fé.

O lugar eclesial mais importante do catequista é no seu grupo de catequistas. É no grupo que se pode crescer, relacionar-se, caminhar junto. Aí se aprende, pela vivência, a analisar com mais profundidade e a transformar a realidade com mais eficácia e celebrar a vida com mais autenticidade.

É no grupo de catequistas que vai vivenciar, experenciar Jesus. É preciso passar pelo processo de amadurecimento da fé para o encontro intimo e pessoal com Jesus. Quem bebe desta fonte, vai borbulhar a vida inteira. Quem não conhece esta água viva, vai ser água parada. Receber desta nova água, ir até ao poço, conhecer os vários caminhos, tomar consciência dos novos caminhos é conversão. Ouvir é adesão. Para ser discípulo é preciso ouvir, escutar a mensagem de Jesus.

                                                                                                                                                 Catequista Vera Pimenta

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