Ano Nacional Mariano: 12 de Outubro de 2016 a 11 de Outubro de 2017 – Padre Manuel Quitério

 

 

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“A cheia de Graça” (Lc 1,28) –

O Ano Nacional Mariano foi proclamado pela Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil, (CNBB) em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas Águas do Rio Paraíba do Sul. O Eco da CNBB quer chegar a todos os corações. Na imagem de Aparecida “há algo de perene para se aprender”. “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”, assegura-nos o Papa Francisco. Para reforçar as palavras do Sumo Pontífice, disse Dom Sérgio Rocha, Presidente da CNBB: “Queremos celebrar Nossa Senhora”. A Igreja no Brasil quer celebrar, fazer memória e agradecer, assim decreta o documento assinado pela presidência da CNBB. Se na Sagrada Escritura foi o anúncio solene a Maria Santíssima (Lc 1, 28), no Rio Paraíba foi a “pesca” da Imagem, morena de sua cor, em 1717. Isso levou a Igreja a ter uma atenção especial por Aquela que se tornou a Mãe do Salvador, Jesus Cristo (Lc 1, 43). Nossa intenção é conhecer Maria, “pescada” nas simples redes do humilde pescador João Alves, nas Sagradas Escrituras e no Magistério da Igreja. Diante desta realidade vemos que, desde os primeiros séculos, (também no Rio Paraíba, desde 1717) a Igreja colocou um olhar atencioso na pessoa da mãe de Jesus, falando de uma maneira especifica, ou mais amplamente, num contexto Bíblico-teológico-pastoral. Assim, aos poucos a Igreja foi conhecendo Aquela que disse: “Todas as gerações me chamaram de bem aventurada” (Lc 1,48).

Vendo a Igreja no Brasil e no mundo, notamos sinais da presença de virgem Santíssima, como prova um inegável “fenômeno mariano”, isto é, um conjunto relevante, “universal e significativo de fatos, idéias, expressões cultuais e culturais relativos a Nossa Senhora”, nos assegura S. de Fiores. Este fenômeno, não aparece de uma maneira estática ou isolada, mas como uma realidade vital sobreposta à dinâmica da inculturação e da história. Podemos ver isso em Fátima, Portugal, Lourdes, México e outros. A missão de Maria é o tema que mais teve ressonâncias nos últimos decênios, como nos diz abertamente O. de Spinetoli, no seu livro Maria na Bíblia. Das iniciais atenções de Maria (Lc 1, 26-56; Mt 1,18,25), até à arquitetura do “monumento” erigido, o calvário, à execução na Cruz (Jo 19, 25-27), Maria sempre mostrou “presença física e espiritual” para com seu filho Jesus. Embora “nomeada explicitamente apenas em cinco dos 27 livros do Novo Testamento”, é nesses densos e significativos textos que os cristãos encontraram e continuam encontrando motivações puras e sólidas para amar a Virgem, invocando-a e imitando-a. A Igreja nos proporciona o clima ideal para podermos tornar mais profícuo o culto a Maria. Os Santos Padres não cessam de acionar no magistério da Igreja a “presença operante” de Maria. A comunidade eclesial, a Igreja, nos oferece esses sinais fisicamente visíveis, como por exemplo: Catedrais, Paróquias, Basílicas, Santuários, onde “Maria possui um amplo raio de ação”. Para lá acorrem numerosos fiéis, a fim de venerar sua memória e recorrer à sua intercessão. São lugares onde se anuncia a Palavra  de Deus (Mt, 28, 20 ss) e ressoa o convite à conversão. Maria é sinal visível na Igreja.

Em Maria celebra-se a realização da “plenitude dos tempos” (Gl 4, 4). Se a preocupação dos séculos passados era exaltar a mãe do Senhor – acrescentando sempre novas estrelas à sua coroa, a tendência hodierna se propõe a esclarecer e a aprofundar a sua presença na comunidade dos fiéis, como afirma A. Müller, nos seus escritos sobre a mãe de Jesus. Hoje na verdade, “existe um desejo cada vez mais crescente de conhecer melhor a Virgem e de glorificá-la em todos os modos”, assevera R. Laurentin. Ela é “na economia divina a primeira realização dos tempos novos” (Spinetoli). Esta função constitui uma dimensão real da sua presença no mistério salvífico de Cristo e da Igreja” (RM, 38). Aos poucos vemos brilhar a doutrina oficial sobre Maria, exposta com força e clareza, pelo Magistério Eclesial da Igreja. Ao longo da história da Igreja diversos papas falaram sobre a Virgem Maria, e transmitiram às sucessivas gerações cristãs os elementos essenciais da doutrina Mariológica. Maria brilha no fúlgido horizonte da Igreja Católica, para glória sempre maior de Deus, e para o bem maior das Almas. Com verticalidade absoluta os documentos da Igreja tornam-se meios ordinariamente eficazes para se adquirir um conhecimento e um estudo sobre a Mãe de Deus e o culto a ela dedicado. Que este Ano Nacional Mariano (12/11/2016 a 11/11/2017) nos leve a conhecer Maria e a amar mais a Jesus. Nossa Senhora Aparecida, de Fátima, do Rosário do Perpétuo Socorro e de tantas invocações, rogai por nós.

 

Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo

Professor do Seminário Arquidiocesano de Diamantina e da PUC-MG

Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina – MG

Membro da Academia Marial de Aparecida – SP

 

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