Mães estão em todos os lugares, trazendo ao colo os seus filhotes, ou acompanhando-os vida afora, independente da idade. Qualquer texto que fale delas corre o risco de virar clichê, já que são homenageadas desde os tempos mais antigos. Os povos gregos faziam uma comemoração à mãe dos deuses, Reia. Na Idade Média os trabalhadores que moravam longe de suas famílias ganhavam um dia para visitar suas mães, que os ingleses chamavam de “mothering day”. Aqui no Brasil também há um dia especial pra elas, no segundo domingo de maio e todos já se acostumaram às muitas homenagens e o dever de reverenciá-la nesse dia. Sábios, loucos, poetas, artistas e até ditadores se rendem, quando o assunto é a mãe. Mas vou assumir o risco e escrever um pouco do que penso sobre elas.
Mãe é considerada sinônimo de amor, aconchego e dedicação. Entretanto vou abordar um aspecto da maternidade muitas vezes negligenciado: o direito (adquirido) que toda mãe tem de errar. Desafio que atire a primeira pedra a mãe que não erra pelo menos uma vez por dia. Não devemos associar a tarefa materna aos termos perfeição e infalibilidade.
A psicóloga Elisângela Siqueira escreveu: “(…) A mãe que no final do dia, pensa: `Hoje eu errei com meu(s) filho(s), podia ter feito diferente`, está mais sensata do que aquela mãe que não se questiona e acha que fez tudo certo.”
Ser mãe é lidar diariamente com incertezas. Há momentos nos quais se pode parar, refletir, antes de agir. Já há outros que é preciso atuar imediatamente, de sopetão. Em geral há tanto o que considerar! Haja equilíbrio!
Acredito que toda mãe é capaz de enfrentar e vencer o desafio da intimidade emocional que cada filho apresenta no convívio diário. Quem tiver este desejo e se dispuser a isso, vai perceber que não é o trabalho ou qualquer outra coisa que vai impedir. As dificuldades surgirão, mas será capaz de se fortalecer para vencer uma a uma, se assim o desejar. Como recompensa poderá ter o sorriso, o afago, a companhia dos filhos. E vai sentir que nada preenche mais o coração que isso.
E ainda que tais recompensas não vierem, vale a pena por ter se dedicado a fazer o melhor que pôde. Uma das razões soberanas de existirmos é nos aperfeiçoar. Gerar filhos e contribuir para seu desenvolvimento é o que mais se aproxima de auxiliar a Divina Providência. Felizes aquelas que aceitam essa tarefa!
Marizélia