Segundo a tradição lendária, Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino Magno, encontrou, em 3 de maio de 326, três cruzes soterradas no lugar que se chamava Gólgota, e concluiu que eram as mesmas daquela Sexta-Feira Santa, de três séculos atrás. Como descobrir qual era a cruz em que o Salvador teria sido crucificado?
Nesta terra brasileira, que já se chamou Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz, é comum ver as pessoas se persignarem com o Sinal da Cruz: “Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, Nosso Senhor, de nossos inimigos”… Quem assim age está demonstrando a fé na Cruz Redentora e se reveste deste escudo para enfrentar as intempéries do dia a dia.
É muito grande a devoção do povo à Santa Cruz, o lenho santo no qual o Salvador deu a vida por nós. É gesto comum pelos interiores do Brasil, no dia 3 de maio de cada ano, a ornamentação das cruzes, às quais são coladas flores e papéis multicoloridos; ao redor desse Madeiro as pessoas se reúnem para rezar, desde antiquíssimas eras. Provavelmente foi em 3 de maio de 1500 que os primeiros portugueses desembarcaram em nossas terras, daí o nome que deram ao local, como disse acima.
Segundo a tradição lendária, Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino Magno, encontrou, em 3 de maio de 326, três cruzes soterradas no lugar que se chamava Gólgota, e concluiu que eram as mesmas daquela Sexta-Feira Santa, de três séculos atrás. Como descobrir qual era a cruz em que o Salvador teria sido crucificado? Segundo a mesma tradição, um cadáver fora colocado sobre uma das cruzes, sem que nada de notável acontecesse; assim aconteceu com uma segunda cruz; nada aconteceu; mas ao ser colocado sobre a terceira cruz, o cadáver ganhou vida, testemunhando assim que aquela teria sido a Cruz do Redentor.
Foi construída, então, uma igreja e nela foram introduzidas, em urnas de prata, partes da cruz encontrada. Santa Helena entregou a seu filho Constantino os cravos que trespassaram o corpo de Jesus. O imperador sancionou uma lei que proibia, em todo o Império Romano, o suplício da cruz, e aquilo que era sinal de condenação passou, então, a ser sinal de veneração e glória. A atual Igreja do Santo Sepulcro, na Terra Santa, guarda as relíquias dessa cruz.
Desde os tempos antigos, a data de 3 de maio começou a ser celebrada como a Descoberta ou Invenção da Santa Cruz (Invenire, em latim, significa descobrir). Com a mudança conciliar do Vaticano II, a festa litúrgica passou para o dia 14 de setembro, com o nome de “Exaltação da Santa Cruz”. Algumas comunidades Anglicanas celebram, nessa data, o “Santo Dia da Cruz”, nome também usado por Luteranos.
Exaltação tem como sinônimo a palavra “Triunfo”, para nos dizer que a Cruz não é, para nós, símbolo de morte, mas de vida. A festa litúrgica da Exaltação nos diz que a Cruz de Cristo é a chave de vida nova, pois pela cruz chegaremos à Luz. O sinal da cruz que os cristãos fazem sobre sua testa é um prova dessa fé no poder salvífico da cruz.
Imagem: Primeira Missa – Victor Meirelles / Reprodução via Internet.
Pe. Ismar Dias de Matos – professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas.
E-mail: p.ismar@pucminas.br